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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ANTONIO ALCIR DA SILVA ARRUDA JEAN ALENCAR MARCON JENNYFER LAYANE MORINI JOSIANE APARECIDA DOS SANTOS JULIA AGUIAR CASTRO MEDIDAS DE PRECIPTAÇÃO EM BACIAS HIDROGRÁFICAS CURITIBA 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ANTONIO ALCIR DA SILVA ARRUDA JEAN ALENCAR MARCON JENNYFER LAYANE MORINI JOSIANE APARECIDA DOS SANTOS JULIA AGUIAR CASTRO MEDIDAS DE PRECIPTAÇÃO EM BACIAS HIDROGRÁFICAS Trabalho acadêmico apresentado no curso de graduação de Geografia Disciplina: Hidrologia – Turma: Manhã Setor de Ciências da Terra, da UFPR - Universidade Federal do Paraná. Professor: Dr. Irani Santos CURITIBA 2016 Introdução Este trabalho de número dois da disciplina de Hidrologia do curso de Geografia da UFPR tem como objetivo, fazer uma abordagem sobre os métodos de medidas em bacias hidrográficas e o tempo de retorno de precipitações em uma determinada área da bacia. Se expressa a quantidade de chuva (h) pela altura de água caída e acumulada sobre uma superfície plana e impermeável. Ela é avaliada por meio de medidas executadas em pontos previamente escolhidos, utilizando-se aparelhos denominados pluviômetros ou pluviógrafos, conforme sejam simples receptáculos da água precipitada ou registrem essas alturas no decorrer do tempo. As medidas realizadas nos pluviômetros são periódicas, geralmente em intervalos de 24 horas (sempre às 7 da manhã). As grandezas características são: a) Altura pluviométrica: lâmina d’água precipitada sobre uma área. As medidas realizadas nos pluviômetros são expressas em mm; b) Intensidade de precipitação: é a relação entre a altura pluviométrica e a duração da precipitação expressa, geralmente em mm.h-1 ou mm.min-1; c) Duração: período de tempo contado desde o início até o fim da precipitação (h ou min). Métodos e Técnicas Tempo de retorno (Tr) É o período de tempo médio que um determinado evento hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez. “É um parâmetro fundamental para a avaliação e projeto de sistemas hídricos, como reservatórios, anais, vertedores, bueiros, galerias de águas pluviais, etc.” (Righeto, 1998). Pode ser interpretado como o número médio de anos durante o qual se espera que a precipitação analisada seja igualada ou superada. O seu inverso é a probabilidade do evento ser igualado ou superado em um ano qualquer. Ex. Uma chuva com 1% de probabilidade de ser igualada ou superada em um ano tem um Tr = 100 anos. Exercício Com base nos valores máximos diários de precipitação (em mm) da estação Fazendinha, São José dos Pinhais – PR no período de 1977-2010 obtenha os tempos de retorno associados a cada valor. Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1970 - - - - - - - 70,0 58,6 64,0 1980 69,8 42,2 100,0 83,4 62,6 50,8 59,0 90,0 65,0 72,8 1990 69,0 57,4 58,0 88,4 58,2 115,0 58,4 71,8 73,0 69,4 2000 50,4 66,6 73,6 75,8 82,2 81,2 70,8 140,6 66,2 71,2 2010 63,6 Procedimento para cálculo do Tempo de retorno (Tr): Inicialmente devem-se ordenar os valores de precipitação em ordem crescente, atribuindo-se um valor m (1, 2, 3,...n) a cada dado. Para o cálculo do valor P (estimativa de probabilidade) utiliza-se a seguinte equação: P= m/n+1 Onde P = estimativa de probabilidade m = valor atribuído n = último valor E para a obtenção do Tempo de retorno utiliza-se essa equação Tr= 1/1-P Dessa forma, depois de ordenado a ordem crescente da precipitação, calculado o P para cada m e o Tr, resulta a tabela. m pc P=m/n+1 Tr=1/1-P m pc P=m/n+1 Tr=1/1-P 1 42,2 0,028 1,02 18 69,8 0,514 2,06 2 50,4 0,058 1,06 19 70,0 0,543 2,19 3 50,8 0,085 1,09 20 70,8 0,571 2,33 4 57,4 0,114 1,13 21 71,2 0,600 2,50 5 58,0 0,143 1,17 22 71,8 0,628 2,69 6 58,2 0,171 1,21 23 72,8 0,657 2,91 7 58,4 0,200 1,25 24 73,0 0,686 3,18 8 58,6 0,228 1,29 25 73,6 0,714 3,50 9 59,0 0,257 1,34 26 75,8 0,742 3,87 10 62,6 0,286 1,40 27 81,2 0,771 4,37 11 63,6 0,314 1,46 28 82,2 0,800 5,00 12 64,0 0,342 1,52 29 83,4 0,828 5,81 13 65,0 0,371 1,59 30 88,4 0,857 6,99 14 66,2 0,400 1,67 31 90,0 0,886 8,77 15 66,6 0,428 1,75 32 100,0 0,914 11,63 16 69,0 0,457 1,84 33 115,0 0,942 17,24 17 69,4 0,486 1,94 34 140,6 0,971 34,48 Método de Thiessen Esse método subdivide a área da bacia em áreas delimitadas por retas unindo os pontos das estações, dando origem a vários triângulos. Traçando perpendiculares aos lados de cada triângulo, obtêm-se vários polígonos que encerram, cada um, apenas um posto de observação. Admite-se que cada posto seja representativo daquela área onde a altura precipitada é tida como constante. Cada estação recebe um peso pela área que representa em relação à área total da bacia. Se os polígonos abrangem áreas externas à bacia, essas porções devem ser eliminadas no cálculo. Se a área total é A e as áreas parciais A1, A2, A3, etc., com respectivamente as alturas precipitadas P1, P2, P3, etc., a média é formulada dessa forma: Procedimento para elaboração desse método: Adaptado de Introdução a Hidrologia do site http://pt.slideshare.net “Polígonos de Thiessen são áreas de “domínio” de um posto pluviométrico”. Considera-se que no interior dessas áreas a altura pluviométrica é a mesma do respectivo posto. Os polígonos são traçados da seguinte forma; 1º. Os diversos medidores pluviométricos situados na bacia hidrográfica são interligados por um segmento de dois em dois pontos formando triângulos; 2º. Traça-se a mediatriz deste segmento de reta. Esta mediatriz divide para um lado e para outro, as regiões de “domínio”. 3º. Este procedimento é realizado, inicialmente, para um ponto pluviométrico qualquer (ex.: posto B), ligando-o aos adjacentes. Define-se, desta forma, o polígono daquele posto. 4º.Repete-se o mesmo procedimento para todos os pontos pluviométricos. 5º. Desconsideram-se as áreas dos polígonos que estão fora da bacia. 6º. Numeram-se os polígonos formados na área correspondente a bacia. 7º. Mede-se a área de cada polígono numerado usando um planímetro. 8º constrói-se a tabela: Calcula-se o parâmetro PXA (Precipitação x Área); Aplica- se o somatório da coluna de área e o somatório do resultado da equação PXA 9º A precipitação média na bacia é calculada pela expressão: Onde; h é a precipitação média na bacia (mm); hi é a precipitação no posto i (mm); Ai é a área do respectivo polígono, dentro da bacia (km2); A é a área total da bacia. Polígono Precipitação (P) Área (A) P X A 1 1729,62 171 295765,02 2 1501,28 175 262724,00 3 1548,00 172 266256,00 4 2557,11 60 153426,60 5 1611,68 248 399696,64 6 2103,68 127 267167,36 7 1648,03 130 214243,90 8 1658,69 83 137671,27 9 1626,19 109 177254,71 10 1674,04 95 159033,80 11 1485,20 63 93567,60 12 1589,50 184 292468,00 13 1647,95 208 342773,60 ∑A= 1825 ∑(PXA)=3062048,5 P bacia = ∑ (PXA)/ ∑A = 3062048,5/1825 => 1677,83 Método das Isoietas No mapa da área são traçadas as isoietas ou curvas que unem pontos de igual precipitação. Na construção das isoietas, o analista deve considerar os efeitos orográficos e a morfologia do temporal, de modo que o mapa final represente um modelo de precipitação mais real do que o que poderia ser obtido de medidas isoladas. Em seguida calculam-se as áreas parciaiscontidas entre duas isoietas sucessivas e a precipitação média em cada área parcial, que é determinada fazendo-se a média dos valores de duas isoietas. Usualmente se adota a média dos índices de suas isoietas sucessivas. A precipitação média da bacia é dada pela equação Procedimento para o traçamento das isoietas: Extraído da apostila da UTFPR- Primeiro traça-se linhas que unem os postos pluviométricos mais próximos entre si Em seguida se divide as linhas escrevendo os valores da precipitação interpolados linearmente. O próximo passo será traçar as isolinhas Após a determinação das isolinhas determina-se a precipitação média na bacia hidrográfica. Calcula-se a área Ai , delimitada por duas isoietas e essa área é utilizada como ponderador, segundo a seguinte equação: O método resultou no mapa de isoietas da bacia hidrográfica que foi fornecida pelo docente da disciplina de Hidrologia. O exercício solicita o desenho das isoietas de 1500 – 1600 – 1700 – 1800 1900 e 2000mm, com o uso do planímetro, foram medidos ás áreas das isoietas identificadas no mapa anterior e que resultaram a tabela: N Intervalo Prec. (P) Área (A) P X A 1 1485 -1500 1492,5 7,3 10895,25 2 1500 -1600 1550,0 38,5 59675,00 3 1600 -1700 1650,0 84,1 138765,00 4 1700 -1800 1750,0 25,6 44800,00 5 1800 -1900 1850,0 17,5 32375,00 6 1900 -2000 1050,0 14,5 28275,00 7 2000 -2557 2278,5 8,9 20278,65 Distribuição de Gumbel Exercício: Usando-se a expressão: Resulta: Comentário: A análise do Tr indica que o clima possui importante papel na exploração e produção do espaço geográfico, dessa forma pode-se conhecer a dinâmica climática, podem-se planejar medidas preventivas e direcionar este conhecimento aproveitando a variabilidade temporal para o desenvolvimento socioeconômico e ou entendimento do regime pluviométrico da região. Conclusões (resumo dos resultados); Os métodos procuram estabelecer um cálculo que estime o valor médio uniforme. Estes cálculos nunca atingem o grau de confiança de 100% pois são limitados por fatores naturais e também pelos números de pontos pluviométricos instalados na bacia. Também existe a possibilidade natural da repetição de evento fora dos parâmetros calculados na equação do tempo de retorno, pois a natureza é dinâmica e não se comporta de maneira matemática, mas se serve da estatística para compor sua atuação climática e por conseguinte pluviométrica. Durante o procedimento do cálculo de tempo de retorno foi observado no resultado tabelado que o tempo de retorno até m=30 possui uma linha de crescimento perto do linear e de m=31 a m=34 o crescimento é exponencial. O método de Thiessen apesar de ser mais preciso que o aritmético, também apresenta limitações, pois não considera as influências orográficas; ele simplesmente admite uma variação linear da precipitação entre as estações e designa cada porção da área para estação mais próxima. O Método das isoietas é considerado o mais preciso e mais trabalhoso para avaliar a precipitação média em uma área. Entretanto, a sua precisão depende altamente da habilidade do analista. Se for usada uma interpolação linear entre as estações para o traçado das isolinhas, o resultado será o mesmo daquele obtido com o método de Thiessen. Neste método pode haver variação nos resultados de pessoa a pessoa. Também conhecida como distribuição de eventos extremos ou de Ficher- Tippett, o método de Gumbel e é aplicado a eventos extremos, em séries anuais. Quando for de interesse estudar os valores máximos prováveis de um fenômeno, a série anual deve conter os valores máximos observados em cada ano, ordenados no sentido decrescente, que é o caso das precipitações e vazões máximas. Quando for de interesse estudar os valores mínimos prováveis de um fenômeno, a série deverá conter os valores mínimos de cada ano, ordenados de forma crescente Referências Bibliográficas; http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/HIDRO-Cap4- PPT.pdf acessado em 24/09/2016 http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/Novos_livros/livro_metodo_calculos_vaz ao/capitulo03.pdf acessado em 24/09/2016 http://pt.slideshare.net/cleideisaias/introducao-hidrologia?qid=b59508df-8c52- 4158-a4d6-8690e2d2b31c&v=&b=&from_search=1 acessado em 24/09/2016 Apostila de Hidrologia Aplicada, UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Curitiba – Departamento Acadêmico de Construção Civil - DACOC – Curitiba – PR -2010 – Notas de aula – Disciplina de Hidrologia – Prof. Dr. Irani dos Santos – UFPR – Universidade Federal do Paraná – Curitiba - 2014
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