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MODELO DE DEFESA PRÉVIA NO RITO ESPECIAL DA LEI DE DROGAS LEI Nº 11.343/2006 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___ DO ESTADO DE ____ Autos nº___ “João”, já qualificado nos autos em epígrafe a folhas..., por intermédio de seu advogado que a esta subscreve, cujo instrumento de procuração segue anexo (doc. ....), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar DEFESA PRELIMINAR, com fundamento legal no artigo 55 da Lei 11.343/2006, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. DOS FATOS O acusado “João” foi surpreendido em via pública portando 5 gramas de maconha. Desta feita foi lavrado auto de prisão em flagrante, já que os policiais militares disseram em seus depoimentos que “João” teria confessado informalmente que venderia a droga para terceiro. Configurando a pena do Artigo 33 da Lei de Drogas. Afirmam, também, que alguns transeuntes presenciaram a abordagem e a prisão do acusado, mas que não foram arroladas como testemunhas. O acusado nega que venderia droga, dizendo que é para o consumo pessoal. A denúncia foi oferecida e os autos foram remetidos à conclusão, sendo que o esse Ilustre Juízo determinou a notificação do denunciado para apresentação desta defesa preliminar. DO DIREITO A pretensão punitiva deduzida pelo Ministério Público carece de fundamento legal, devendo ser rejeitada a denúncia, pois o fato narrado na inicial constitui uma modalidade de despenalização, na medida em que não foi para o comércio ilícito e sim para o consumo pessoal. A regra insculpida no art. 302 do CPP, salienta que será considerada flagrante quando está cometendo ato ilícito, acabou de cometê-lo, é perseguido por autoridade que se faça presumir a infração ou é encontrado, logo após, com matérias do crime que se faça presumir ser ele o infrator do delito criminal. Sendo assim, conforme os fatos narrados, não foi o caso do ora acusado, Vossa Excelência. O princípio da não-culpabilidade previsto na Constituição da República e o princípio da inocência estabelecido nas convenções internacionais conferem ao Réu segurança processual. O Ministério Público enfrenta o ônus de comprovar a materialidade e a autoria delituosa no que concerne a mercancia em relação ao denunciado. Nesse sentido nossa jurisprudência1 é pacífica: APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. AUSÊNCIA DE PROVAS DA FINALIDADE DE COMERCIALIZAÇÃO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA USO. REMESSA DOS AUTOS AO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. “Inexistindo prova da mercancia das substâncias entorpecentes, e revelando as circunstâncias objetivas do fato a conduta de “guardá-las” para consumo próprio, prevista no artigo 28, da Lei 11.343/06, impõe-se desclassificar o crime de tráfico para o de uso daquelas substâncias, com a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal da comarca de origem, nos termos da nova Lei de Entorpecentes”. Sendo assim, diante dos argumentos ora apresentados, é de rigor a compreensão de que o ora acusado não comete a infração descrita no art. 33 da Lei 11.343/06, mas sim o verbo “guardar” para o consumo descrito no ar. 28 da Lei 11.343/06, pois o acusado não é um fornecedor de drogas ilícitas e sim um consumidor. DO PEDIDO Ante o exposto, a acolher a presente defesa prévia, bem como rejeitar a denúncia, determinando que seja relaxada a prisão do acusado; caso Vossa Excelência entenda pelo recebimento da denúncia, que seja realizada a desclassificação do crime de tráfico de drogas para o crime prescrito do art. 28 da lei nº 11.343/2006 – uso de entorpecentes. Caso Vossa Excelência entenda por bem receber a inicial, protesta o denunciado pela produção de todas as provas em direito admitidas, pela inquirição de testemunhas, apresentadas no rol abaixo, que deverão ser oportunamente intimadas. Termos em que, Pede deferimento. Local e data. ______________________ ADVOGADO... OAB/... nº ... Rol de testemunhas: 1. ... endereço ... 2. ... endereço ... 3. ... endereço ... 4. ... endereço ... 5. ... endereço ...
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