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APS PROCESSO CIVIL PROF. HUMBERTO

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UNIP 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS (APS) 
TÍTULO: 
ARGUIÇÃO DE FATOS APÓS CONTESTAÇÃO E O PRINCÍPIO DA 
IMUTABILIDADE DO LIBELO 
 
 
 
ALUNAS: 
ANA PAULA DE PAIVA (RA B8704D2) 
BERNADETE COSTA E SILVA CORCETTI (T641276) 
LEILIANE COIMBRA PAVÃO ANDRADE (B91HAG5) 
MARIA N. G. PEREIRA (B850280) 
THAÍS HELENA NÉRIS (B908424) 
5º PERÍODO DIREITO (MATUTINO) SALA 206 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
NOVEMBRO/2015 
ARGUIÇÃO DE FATOS APÓS CONTESTAÇÃO E O PRINCÍPIO DA 
IMUTABILIDADE DO LIBELO 
 
 
 
RESUMO: O presente trabalho de pesquisa abordará o tema sobre arguição de fatos após 
contestação e o princípio da imutabilidade do libelo, expondo se há essa possibilidade ou não 
dentro do processo. 
 
Palavras-chave: Contestação – imutabilidade - pedido 
 
1. INTRODUÇÃO 
O tema desta pesquisa tem a finalidade de apresentar se há possibilidade de, após 
contestação, se arguirem fatos novos no mesmo processo ou se o Princípio da imutabilidade 
do libelo, também conhecido como Princípio da vinculação do juiz ao pedido e adstrição do 
juiz ao pedido impede que novas formulações sejam feitas na petição inicial (modificação do 
pedido do autor na lide). Isso porque, é através da petição inicial que o magistrado faz valer o 
direito no caso concreto, devendo a sentença, ao final, resolver exatamente a lide delimitada 
através do pedido do autor, conforme dispões os artigos 128 e 460 do CPC expostos a seguir: 
 
“Art. 128 - O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de 
questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. 
Art. 460 - É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem 
como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que Ihe foi demandado...” 
 
2. PETIÇÃO INICIAL 
Para iniciar a demarcação da presente pesquisa, torna-se importante apresentar de forma 
sucinta o conceito de petição inicial. Desse modo, para este rápido conceito do tema, 
Gonçalves (2014, p. 305) delibera que é o ato que dá início ao processo, e define os contornos 
subjetivo e objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar. É por meio dela que será 
possível apurar os elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa a pedir. Daí 
sua importância para o processo, e a necessidade de um exame particularmente acurado pelo 
juiz, antes de determinar a citação do réu, uma vez que até então será possível eventual 
correção ou emenda, o que, depois da resposta do réu, dependerá de seu consentimento. 
Enfatiza o autor ainda que a petição inicial repercutirá sobre o procedimento a ser 
observado, que depende da matéria discutida ou do valor da causa. 
 
2.1. REQUISISTOS DA PETIÇÃO INICIAL 
Os requisitos vêm enumerados nos arts. 282 e 283, do CPC, em síntese, apresentamos o 
seguinte: 
 O juiz ou o tribunal a que é dirigida; 
 os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; 
 causa a pedir; 
 pedido e suas especificações; 
 valor da causa. 
Conforme apresentado, vários são os requisitos da petição inicial, mas, para o trabalho 
em questão, é importante apresentar resumidamente a importância do requisito “pedido e suas 
especificações”, pois é por meio dele que será possível verificar a possibilidade de sua 
alteração após contestação. 
 
2.2. PEDIDO E SUAS ESPECIFICAÇÕES 
Gonçalves (2014, p. 306) conceitua que pedido e suas especificações é a pretensão que 
o autor leva à apreciação do juiz, dizendo ser desnecessário realçar a sua importância, já que, 
sendo um dos três elementos da ação, forma, com a causa de pedir e as partes, o núcleo 
central da petição inicial. 
É preciso que o autor indique com clareza o pedido imediato, o tipo de provimento 
jurisdicional (condenatório, constitutivo, declaratório) e o mediato (bem da vida almejado). 
Ambos vincularão o juiz, já que servem para identificar a ação. O julgador não poderá 
conceder nem um provimento jurisdicional, nem um bem da vida, distintos daqueles 
postulados na inicial. 
Daí a necessidade de que seja indicado com clareza, e de que mantenha correlação 
lógica com a causa de pedir. A atividade judiciária é silogística: o juiz, ao proferir o 
julgamento, examinará a premissa maior (as regras gerais e abstratas do ordenamento jurídico, 
os fundamentos jurídicos) e a premissa menor (os fatos), para então extrair delas as 
consequências jurídicas (pedido). Por isso, é preciso que na petição inicial, o autor identifique 
os fatos, o direito, e o pedido, que deve recorrer logicamente da aplicação do direito ao fato 
concreto levado ao seu conhecimento. 
 
2.3. DEFICIÊNCIA DA PETIÇÃO INICIAL E POSSIBILIDADE DE CORREÇÃO 
Ainda na linha de Gonçalves (2014, p. 309), verifica-se que quando a inicial não 
preenche os requisitos dos arts. 282 e 283, do CPC, ou que apresenta defeitos ou 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz determinará que o autor a 
emende, ou a complete, no prazo de dez dias. Não a pode indeferir, desde logo, se existe a 
possibilidade de o vício ou irregularidade serem sanados pelo autor. Daí a necessidade de que 
o juiz faça uma leitura atenta, antes de recebe-la, uma vez que depois da citação do réu, é 
defeso ao autor modificar o pedido ou a causa a pedir, sem o consentimento do réu (CPC, art. 
264). 
Mas tem se admitido, mesmo depois da contestação, o aditamento da inicial, do qual 
não resulte alteração do pedido ou causa a pedir, mas que sirva apenas para o esclarecimento 
de alguma dúvida ou afastamento de algum defeito, que dificultava a sua compreensão. 
O prazo para a emenda da inicial não é preclusivo: se o autor a emendar depois dos dez 
dias, o juiz receberá a emenda, salvo se tiver proferido a sentença de indeferimento. Se 
necessário, poderá determinar outra emenda, até que todos os esclarecimentos sejam 
prestados. 
 
2.4. PEDIDO 
O pedido, conforme apresentado, é um dos requisitos da petição inicial, mencionado no 
art. 282 do CPC. Em razão de sua importância, faz-se necessário apresentar algumas situações 
relacionadas ao pedido. 
o Pedido certo ou determinado e pedido genérico: certo é aquele que permite a 
identificação do bem da vida pretendido (an). E determinado é aquele que indica a 
quantidade postulada (quatun). 
Excepcionalmente, porém, o pedido poderá ser genérico, isto é, certo, mas não 
determinado. O autor indica o bem da vida pretendido, mas não a quantidade. 
o Pedido implícito: os pedidos são, em regra, interpretados restritivamente; não se 
considera incluído aquilo que não tenha sido expressamente postulado (CPC, art. 
293). 
Mas há alguns pedidos que se reputam implícitos. O art. 293 menciona os juros 
legais. Os juros de mora incluem-se na liquidação, ainda que tenha sido omisso o 
pedido e a condenação (Súmula 254 do STF). Também reputa-se implícito o 
pedido de incidência de correção monetária, que não é acréscimo, mas atualização 
do valor nominal da moeda. O pedido do réu ao pagamento das custas, despesas e 
honorários advocatícios também (Súmula 256, do STF). Porém, se a decisão 
transitada em julgado for omissa a respeito dos honorários sucumbenciais, não 
será possível executá-los (Súmula 453 do STJ). Por fim, considerar-se-ão 
incluídas no pedido, independentemente de requerimento expresso, as prestações 
periódicas a que se refere o art. 290, do CPC, o que abrange as que vencerem até a 
sentença, e depois dela, até o término da obrigação. 
o Cumulação de pedidos: o art. 292, do CPC, autoriza a cumulação de pedidos, em 
um único processo. É a chamada cumulaçãoobjetiva, que se distingue da 
subjetiva, em que há mais de um autor ou de um réu (litisconsórcio) 
(GONÇALVES, 2014, p. 311 e 312) 
 
2.5. INDEFERIMENTO DA INICIAL 
A primeira atuação do juiz no processo é o juízo de admissibilidade da petição inicial. 
Haverá três alternativas: pode encontrá-las em termos, caso em que determinará o 
prosseguimento com a citação do réu (ou até com o julgamento imediato, na hipótese do art. 
285-A); pode constatar a necessidade de algum esclarecimento, ou a solução de algum defeito 
ou omissão, caso em que concederá prazo ao autor para emendá-la; pode verificar que há um 
vício insanável, ou que não foi sanado pelo autor, no prazo que lhe foi concedido, caso em 
que proferirá sentença de indeferimento da inicial. Sendo assim, a expressão “indeferimento 
da inicial” deve ficar reservada à hipótese em que o juiz põe fim ao processo antes de 
determinar que o réu seja citado, no momento em que faz os primeiros exames de 
admissibilidade. (GONÇALVES, 2014, p. 316) 
 
2.6. O JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE 
Quando o juiz verificar que a inicial preenche todos os requisitos, determinará a citação 
do réu, para que este possa ser integrado ao processo. Mas há uma situação especial em que, 
recebida a petição inicial, o juiz passará de imediato ao julgamento, sem a citação. Trata-se do 
art. 285-A, que autoriza o juiz a proferir sentença de total improcedência, quando houver 
reiteração de demandas idênticas. (GONÇALVES, 2014, p. 316). 
 
3. DA CITAÇÃO DO RÉU 
Citação é ao ato pelo qual se dá ciência ao réu ou interessado da existência do processo. 
Desse modo, verificando-se que a petição inicial está em termos, o juiz determinará a citação 
do réu. Trata-se de ato de comunicação fundamental, por meio do qual o réu toma 
conhecimento da existência do processo, e tem a primeira oportunidade de manifestar-se e 
defender-se. 
A citação é tão importante, pois, como dito anteriormente, apenas com ela é que se 
inicia a relação processual, além disso, produz diversos efeitos, conforme expostos a seguir: 
o Prevenção do juízo: mecanismo apropriado para a identificação do juízo que 
julgará determinada demanda, quando houver vários com competência para 
fazê-lo. 
o Litispendência: a citação validade induz a litispendência, o que é relevante 
quando houver a propositura de ações idênticas, em juízos diferentes. Uma delas 
haverá de ser extinta sem a resolução de mérito, por força do disposto no art. 
267 V, do CPC. 
o Coisa litigiosa: a citação válida faz litigiosa a coisa, o que traz consequências 
importantes para o processo. A aplicação dos arts. 42 e 593, I e II, do CPC, a 
pressupõe: só há fraude à execução depois que o devedor, citado, aliena o bem 
discutido na ação real; ou quando vende bens de seu patrimônio, tornando-se 
insolvente. 
o Interrupção da prescrição: a prescrição é a perda da pretensão, não exercida 
dentro do prazo estabelecido em lei. Mais que um efeito processual, a 
interrupção é efeito material da citação, e se justifica porque a prescrição 
pressupõe a inércia do titular da pretensão. Ora, se dentro do prazo estabelecido 
em lei, o titular ajuíza ação, na qual o réu é citado, deixa de haver inércia, e o 
prazo é interrompido. 
o A constituição do devedor em mora: este é outro efeito material, e não 
processual, da citação válida. As consequências da mora são as previstas pelo 
Código Civil. 
A citação só constituirá o devedor em mora se ele já não o estiver anteriormente. 
Nas obrigações com termo certo de vencimento, ela se constitui de pleno direito 
pelo transcurso do prazo estabelecido para cumprimento, sem necessidade de 
notificação ou interpelação do devedor (mora ex re). Nesse caso, quando ele for 
citado, já estará em mora, porque a obrigação não foi cumprida na data prevista. 
Se a obrigação não tem termo certo de vencimento, a mora depende de prévia 
notificação (mora ex persona). Sem a prévia notificação, o devedor só estará em 
mora depois de citado. (GONÇALVES, 2015, p. 325 a 327) 
 
4. RESPOSTA DO RÉU 
O réu pode apenas defender-se das alegações e das pretensões contidas na petição 
inicial. A peça de defesa por excelência é a contestação. Mas pode não se limitar a defender-
se, e contra-atacar, por meio de uma ação incidente autônoma, em que dirige pretensões 
contra o autor, denominada reconvenção. Pode ainda postular que o juiz se pronuncie, em 
caráter definitivo, sobre alguma questão prejudicial tornada controvertida, em ação 
declaratória incidental. Ou ainda provocar a intervenção de terceiros, por denunciação da lide, 
chamamento ao processo ou nomeação à autoria. 
Pode também suscitar incidentes, denominados exceções rituais, para discutir a 
competência do juízo ou a imparcialidade do juiz. Pode, por fim, impugnar o valor da causa. 
(GONÇALVES, 2014, p. 330 e 331) 
Cada uma dessas formas de resposta tem peculiaridades e provoca consequências 
específicas. Desse modo, para este trabalho, de forma bem sintetizada, falaremos breve 
conceito de contestação. 
 
4.1. DA CONTESTAÇÃO 
É por excelência, a peça de defesa do réu, por meio do qual ele pode se contrapor ao 
pedido inicial. Nela concentrará todos os argumentos de resistência à pretensão formulada 
pelo autor, salvo aqueles que devem ser objeto de incidente próprio. Nesse conteúdo é 
possível apresentar as defesas processuais (preliminares que, em regra, poderiam ser 
conhecidas de ofício, exceto o compromisso arbitral). E também as defesas substanciais ou de 
mérito que se classificam em diretas ou indiretas. As primeiras são aquelas em que nega os 
fatos em que se baseia o pedido do autor; e as indiretas são aquelas em que, conquanto não 
negando os fatos, apresenta outros impeditivos, extintivos ou modificativos do direito do 
autor. 
Entre os quatro institutos fundamentais do processo civil, figuram a ação e a exceção, o 
direito de formular pretensões em juízo e de defender-se e resistir às pretensões alheias. Se a 
petição inicial é a peça que veicula o direito de ação, a contestação é a que se contrapõe 
àquela, ao apresentar a resistência, a defesa do réu. (GONÇALVES, 2014, p. 331) 
 
 
5. POSSIBILIDADE E CONDIÇÕES DE MODIFICAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR E 
DO PEDIDO: PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE DO LIBELO 
Com a formação completa do processo, ou seja, com a citação válida do réu, é defeso ao 
autor modificar (art. 264 CPC) ou inserir (art. 294 CPC) pedidos. Esse princípio de 
imutabilidade da ação decorre do princípio da imutabilidade do libelo. Por outro lado, ao réu, 
compete alegar na contestação toda matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, 
com que impugna o pedido do autor, sob pena de preclusão (art. 300 do CPC). 
Justifica-se dessa forma, o princípio da eventualidade ou da concentração da defesa na 
contestação, pelo qual todas as defesas, salvo as exceções e os incidentes, deverão ser 
alegadas na contestação, com caráter preclusivo, sendo ao réu vedado produzi-las 
posteriormente, no curso do processo. 
Tais princípios — imutabilidade do libelo e concentração da defesa na contestação — 
são em tese absolutos, porém sofrerão no caso de fato superveniente relevante a demanda, 
uma restrição. Estatui o art. 303, I a III do CPC, que depois da contestação, só se permite a 
dedução de novas alegações, se relativas a direito superveniente, ou quando compete ao juiz 
conhecer de ofício das proposições (enunciados), ou quando por expressa regra de lei 
pudessem ser formuladas a qualquer tempo e juízo. 
Caracteriza-se, assim, o que se pode chamar de estabilização objetiva do processo, que 
opera de forma absoluta quanto ao autor, a partir do saneamento do processo, e de forma 
relativa quanto ao réu, dado que o princípioda eventualidade é abrandado pelas exceções 
apontadas anteriormente. 
A regra jurídica que se pôs no art. 462, em vez de se referir à proponibilidade de ação de 
modificação, de extinção ou de criação, de que se cogita em geral, permite após a inserção no 
pedido, que teve seus limites iniciais, de alegação de haver ocorrido algo, depois da 
proposição da ação, com efeito gerador (constitutivo, modificativo ou extintivo). 
(MIRANDA, 1974, p. 112 e SANTOS, 1977, p. 445) 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Por meio desta pesquisa, conforme interpretação doutrinária e da legislação, foi possível 
verificar que, em razão do princípio da estabilidade do processo, depois de constituída a 
relação jurídica, o processo deve ser estável para viabilizar o mínimo de segurança e 
celeridade de seu andamento, com a superação definitiva das respectivas fases. 
Torna-se evidente que todas as fases do processo são minuciosas, com detalhes que as 
tornam peculiares em cada uma de suas etapas. Esse entendimento, além dos dispositivos de 
lei, sobre a inalterabilidade, possui lógica e organização, visto que o caminho percorrido entre 
os atos processuais se desenvolve em uma série de resultados que não permitem por si só uma 
alteração do pedido, pois há o risco de se afastar da real proposta inicial. Por isso a 
necessidade de se analisar, caso haja possibilidade, quais tipos de mudanças podem ocorrer 
sem que se prejudique os atos já praticados em todo o processo. 
Os critérios seguidos pelo Código de Processo Civil, que dão vigência ao princípio da 
imutabilidade do libelo, segundo o jurista Neves, entre outros, a seguir, podem reforçar essa 
ideia: 
a) a competência é fixada com base na formulação da demanda: nos termos do artigo 
87, do Código de Processo Civil, “determina-se a competência no momento em que a ação é 
proposta”, sendo “irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em 
razão da matéria ou da hierarquia”; 
b) a alienação da coisa ou direito litigioso não altera a legitimidade das partes: é o que 
se extrai da previsão do artigo 42, do Código de Processo Civil, a alienação da coisa ou do 
direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a legitimidade das partes; e 
c) por fim, a proibição legal e expressa da modificação do pedido ou da causa de pedir 
depois da citação do réu: é o que consta no artigo 264: “feita a citação, é defeso ao autor 
modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas 
partes, salvo as substituições permitidas por lei”. Além disso, “a alteração do pedido ou da 
causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo”. 
 
Por outro lado, ainda que esses critérios devam ser fielmente analisados, foi possível 
perceber também que existem situações que autorizam modificações do processo. Essas 
situações devem ser previstas em lei, cabendo também à lei determinar os limites das 
modificações permitidas. 
Desse modo, é importante apresentar o disposto no art. 303 do CPC: 
 
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando: 
I - relativas a direito superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo. 
 
Logo, no Direito Processual Civil, sob fundamento da necessidade de se estabilizar a 
demanda, a causa de pedir e o pedido não podem ser alterados em qualquer fase processual, 
salvo em situações específicas, como a feita pelo autor — sem a necessidade do 
consentimento do réu —, no momento anterior à citação, e a que pode ocorrer no período que 
vai da citação do réu até o saneamento — desde que autorizada pelo réu e principalmente se 
estiverem relacionados com o que se permite no artigo 303 do CPC. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil: esquematizado – 4ª ed. rev. e atual. – 
São Paulo: Saraiva, 2014 (Coleção esquematizado) 
MIRANDA. Pontes de. Comentários ao código de processo civil. tomo V. Rio de Janeiro: 
Forense, 1974, p. 112. 
SANTOS, Moacyr Amaral. Comentários ao código de processo civil. Vol IV. Rio de Janeiro: 
Forense, 1977, p.445 
NEVES, Celso. Coisa julgada civil. São Paulo, Revista dos Tribunais, 1971.

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