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Resumo Semiologia Pediátrica

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GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
1 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
PRONTUÁRIO MÉDICO 
Seção II - Capítulo 10 
 Principal documento para polícia (documento de defesa). 
 Deve ser arquivado por pelo menos 20 anos. 
 Preenchimento obrigatório e responsabilidade intransferível do médico. 
 Não pode ser negado ao paciente (salvo risco a ele e a terceiros). Fato regulamentado 
pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Código de Ética Médica. 
 O segredo profissional deve ser respeitado pelo médico e por todos os profissionais 
que manuseiam o prontuário. 
 O mau uso do prontuário é fato punível pelo CRM. 
 Registro cuidadoso e organizado para facilitar o raciocínio clínico. 
 
Todas estas regras são importantes, mas 
duas são de fundamental importância, por 
serem esquecidas com frequência: a 
legibilidade da escrita e a identificação do 
profissional responsável. Importante 
lembrar que letras ilegíveis podem ser 
vistas como desrespeito ao paciente e aos 
demais profissionais que manuseiam o 
prontuário, tornando inacessíveis as 
informações ou até mesmo possibilitando 
interpretações errôneas, com 
consequências prejudiciais para o paciente. 
A identificação do profissional é 
obrigatória, e a sua ausência inviabiliza a 
responsabilidade pelas informações e 
condutas tomadas, além de configurar ato 
de infração. 
 
 Deve conter: 
o Identificação do paciente 
o Dados da entrevista (anamnese) 
o Dados do exame físico 
o Lista de problemas e hipóteses diagnósticas 
o Condutas 
o Evolução 
o Transferências/Óbito/ Sumário de alta 
 
Reúne informações sobre o atendimento e os eventos mais relevantes sobre a saúde do 
indivíduo. Tendo como objetivo principal, entre outros, possibilitar o acompanhamento do 
paciente pelos profissionais de saúde, facilitando a comunicação entre eles no sentido de 
propiciar assistência adequada. Além disto, o prontuário é, por excelência, o instrumento 
probatório para elucidação de questões éticas, administrativas e judiciais relacionadas à 
assistência. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
2 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
O prontuário serve ainda como fonte de informação para pesquisa, ensino e suporte para área 
administrativa dos serviços, refletindo o seu grau de organização, compromisso e respeito ao 
usuário. É vedado ao médico deixar de elaborar o prontuário de cada paciente, conforme a 
legislação do Conselho Federal de Medicina e o Código de Ética Médica. 
Atualmente é tendência a substituição de prontuários individuais, por prontuários da família, 
que reúnem sob o mesmo registro informações gerais do grupo e fichas individuais de cada 
membro (prontuários coletivos  tendência em Belo Horizonte nas Unidades de Atenção 
Básica). 
Com a crescente tendência da interdisciplinaridade na área de saúde, o prontuário 
tradicionalmente utilizado apenas pelos médicos e enfermeiros, vem se transformando cada 
vez mais em um instrumento de registro para outros profissionais. 
A identificação da criança ou adolescente, dos seus pais, responsáveis ou acompanhantes deve 
ser completa e detalhada. O registro e a caracterização do informante, em especial a sua 
relação com o paciente, devem sempre ser lembrados. 
Nos dados da entrevista, além das informações relacionadas ao motivo da consulta – queixa 
principal e história da moléstia atual – devem ser contemplados os principais eventos 
relacionados à saúde da criança e do adolescente. São imprescindíveis os registros sobre as 
condições de nascimento, resultados de triagem neonatal, estado vacinal, DNPM, 
desenvolvimento puberal (no caso de adolescente), história alimentar, história de doenças 
anteriores, internações e uso de medicamentos. A relação do paciente com a escola e a 
família, a constituição familiar e as condições sociais e de saúde dos familiares são registros 
cujos itens são obrigatórios. 
A lista de problemas e as hipóteses diagnósticas devem contemplar a saúde global da 
criança/adolescente e não apenas aquelas relacionadas aos motivos da consulta. 
A conduta deve ser descrita em detalhes para facilitar o acompanhamento e a comunicação 
entre os diversos profissionais. Assim, devem ser informadas a propedêutica (exames 
complementares), terapia medicamentosa e recomendações específicas e gerais (alimentação, 
estimulação do desenvolvimento, vacinas, prevenção de acidentes, adoção de hábitos 
saudáveis), além de data agendada para retorno, encaminhamento para especialista ou outros 
serviços. 
O registro do primeiro atendimento é referência para os atendimentos posteriores e deve ser 
periodicamente consultado. Nos atendimentos de retorno ou de controle (acompanhamento 
de saúde) devem ser registrados a evolução da criança/adolescente, os resultados dos exames 
laboratoriais porventura solicitados e a adoção ou não das medidas recomendadas, permitindo 
rever criticamente as hipóteses diagnósticas e a lista de problemas, bem como avaliar a 
conduta tomada na consulta inicial. Todos os procedimentos realizados com o paciente, desde 
o acolhimento no serviço de saúde até o encaminhamento para o especialista, pronto socorro 
e internação, devem ser rigorosamente registrados. 
Prontuário Eletrônico: se torna cada vez mais realidade na prática médica. A implementação 
de prontuários médicos implica uma série de vantagens à assistência ao paciente. Tais 
sistemas possibilitam melhor leitura, avaliação e qualidade dos dados armazenados. 
Programas e aplicativos bem estruturados fornecem ao médico um banco de dados completo, 
bem organizado e com um sistema de busca eficiente. Porém, cabe destacar que esta 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
3 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
tecnologia deve complementar e melhorar os cuidados médicos e não impor ao profissional 
um trabalho extra. 
Ao se produzir um sistema de prontuário, deve estar atento a sua usabilidade, de modo a 
assegurar que os produtos sejam fácies de usar, eficientes e agradáveis na perspectiva do 
usuário. Se o produto é fácil de usar, o usuário tem maior produtividade. A facilidade de uso 
clínico dos sistemas eletrônicos é de particular relevância de modo a melhorar o atendimento 
médico. Não existem regras. A interface ideal do programa é aquela que está adaptada as 
necessidades de seus usuários. 
Com o crescimento dos registros médicos digitais, os profissionais passam a conviver com uma 
maior difusão de informações médicas, já que os arquivos digitais são mais facilmente 
disseminados, porém este sistema está mais vulnerável a usos ilícitos. Neste contexto, os 
médicos e as instituições de saúde devem ter por obrigatoriedade proteger o sigilo de todos os 
registros dos seus pacientes. 
Registros médicos são classificados em primários e secundários, os primários relacionam 
àqueles que estão diretamente ligados ao paciente e os usuários secundários são aqueles que 
não estão relacionados ao tratamento do paciente, porém precisam da informação contida 
nele (Ex.: administradores de hospitais, auditores, empregados da instituição e etc.). Os 
pacientes têm direito de serem informados sobre os indivíduos e instituições que têm 
autorização para acessar ou receber dados de seu prontuário e registro médico. Do mesmo 
modo, esses profissionais devem estar cientes de suas responsabilidades legais quanto à 
proteção dos dados com os quais trabalham. 
Os médicos e as instituições devem ter todas as páginas eletrônicas originais impressas e 
arquivadas. Da mesma maneira, deve-se obter o consentimento firmado dos pais sobre o 
intercâmbio de informações médicas. Ainda não está implantado na maioria dos serviços de 
saúde. 
PRIMEIRA CONSULTA 
Seção II - Capítulo11 
Na pediatria, a aliança acontece, em geral entre três pessoas - o médico, o paciente e a mãe, 
aqui representando a família. Trata-se, portanto, do estabelecimento de uma relação médico-
paciente particular, a relação paciente-médico-família. A consulta em pediatria é especial; as 
respostas às dúvidas, anseios, dificuldades devem ser elaboradas para todas estas pessoas, 
que têm conhecimento, hábitos e posturas diferentes perante a vida. Esse fato pode desviar a 
atenção do médico, levando-o muitas vezes a esquecer da criança na consulta. Há em toda 
consulta uma troca de sentimentos e informações (tanto do médico para a família como da 
família para o médico) que são úteis para o estabelecimento de uma relação adequada e para 
uma avaliação global da criança. 
A função primordial da consulta médica é atender o paciente, entendendo o verbo atender em 
seu sentido mais amplo: tratar, responder as dúvidas, acalmar as tensões, propor modificações 
de hábitos e comportamentos. A busca pelo diagnóstico da queixa pela qual a criança foi 
trazida ao consultório deve passar por uma escuta paciente e um acolhimento que facilite o 
estabelecimento da relação paciente-médico-família. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
4 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
A criança/adolescente deve ser sempre o centro da consulta. Deve ser sempre chamada pelo 
nome e colocada como participante do procedimento, tanto explicando o que vai ser feito e o 
porquê de certas perguntas, quanto na finalização da consulta justificando as condutas, de 
modo que ela compreenda o que está sendo feito e o que está sendo proposto. Portanto, 
deve-se manter sempre o contato visual e verbal. A criança doente geralmente chega para a 
consulta com receio e temor do que será necessário fazer para que ela sare. Escutá-la e fazê-la 
participar é essencial. Quando é muito pequena, a informante é a mãe, e deve-se ter o cuidado 
de sempre chamá-la pelo nome. À medida que cresce, a criança passa a ser a informante, e a 
conversa deve ser dirigida a ela e aos familiares. É difícil definir o tempo dedicado a primeira 
consulta. 
O local do atendimento deve permitir que o paciente se sinta bem e à vontade. Deve permitir 
privacidade, ser claro e ventilado, com alguma recreação e uma decoração que cative a 
criança/adolescente. 
A primeira consulta tem como objetivo responder as indagações/dúvidas trazidas pelos 
pais/acompanhantes ou adolescente, mediante a formulação de hipóteses diagnósticas. A 
consulta de retorno pode ser devido a várias causas. Em pediatria, além dessas consultas de 
retorno, há a de acompanhamento, para uma avaliação longitudinal do crescimento e 
desenvolvimento da criança, em que esta é levada ao consultório, na maioria das vezes, sem 
queixa  Puericultura. 
Pode-se dividir didaticamente a consulta em algumas partes: a entrada no consultório, em que 
se inicia a avaliação da relação da criança com a mãe/acompanhante, sinais de desconforto ao 
andar e sinais de dor. A seguir, são feitas as apresentações e dadas as explicações de como se 
desenvolverá a consulta. Uma conversa informal sobre o motivo da procura ao médico. A 
seguir a anamnese formal é feita, e depois o exame físico. 
A elaboração de hipóteses diagnósticas em pediatra é bastante peculiar, pois não é levantada 
somente a hipótese sobre a queixa referida pelo paciente. É necessária, uma avaliação global 
da criança. 
A boa comunicação passa por passos que devem ser seguidos: perguntar, escutar, elogiar, 
recomendar e verificar a compreensão. Portanto, ao final de uma consulta, esses passos 
deverão ser cumpridos. A finalização da consulta é a parte esperada (mais importante da 
consulta). Nesse momento, espera-se que o médico responda as indagações dos pais e da 
criança, que justifique as suas condutas, que pergunte sobre eventuais dúvidas e que, enfim, 
dê uma resposta aos questionamentos da família. 
É sempre importante lembrar que o médico dá sugestões e nunca ordens que devem ser 
seguidas. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
5 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Na pediatria algumas orientações devem ser seguidas na finalização da consulta: 
 
 
 
 
 
 
PECULIARIDADES DO ATENDIMENTO À CRIANÇA 
Seção II - Capítulo 12 
Algumas crianças são extremamente dóceis e fáceis de examinar, o que não representa, no 
entanto, regra geral. O que acontece é que existem idades em que a criança gosta do exame e 
do contato com seu médico e idades nas quais sente ansiedade e medo de ser examinada. 
Na maioria das vezes, o choro é a expressão de medo da criança, mas, mesmo nessas 
situações, o exame físico não é totalmente prejudicado. Determinadas partes do exame são 
mais dificultadas pelo choro intenso, mas o pediatra experiente consegue na maioria das vezes 
contornar as dificuldades e realizar um exame físico suficiente para levantar a hipótese 
diagnóstica. 
Deve-se observar a criança que entra tranquila ou no colo da mãe, e que mantém contato 
visual com o médico, respondendo com tentativas de aproximação, e aquela que entra 
chorando e agarrada ao pescoço da mãe ou do pai. Muitas vezes, durante a anamnese a 
criança vai relaxando e, aos poucos, inicia um contato amigável com o médico. 
A atitude e o semblante dos pais são também aspectos importantes a serem observados. 
Muitos pais chegam ao consultório cheios de culpa por vários motivos, a maior parte originada 
da fantasia da perda do filho, é muito importante que o médico tente tranquilizá-los. 
O maior medo que a criança pequena pode sentir é quando observa e percebe medo no olhar 
da mãe. Essa criança será uma criança que irá demorar muito tempo antes de se acalmar na 
presença do médico. Aquela mãe que mesmo preocupada, mostra traquilidade quanto ao 
exame e acalenta o filho sem demonstrar medo faz com que a criança fique mais confiante e 
passe a aceitar a consulta sem muito choro. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
6 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Durante o início da consulta, quando a criança não está chorando, o médico pode tentar 
alguma aproximação com pequenas brincadeiras, ao mesmo tempo que vai observando a 
criança e suas respostas. 
Em lactentes e crianças menores, o exame deve, se possível ser iniciado no colo da mãe. 
Algumas crianças suportam todo o exame no colo, chorando apenas quando se deitam na 
mesa do exame. Crianças maiores raramente choram e podem ser examinadas desde o início 
na mesa do exame. Tendo sempre o cuidado de explicar todo o procedimento, iniciando com 
a ausculta e palpação e deixando as partes mais incômodas para o final. Em geral, crianças 
maiores abrem a boca sem necessidade de abaixadores de língua. 
Poucas partes do exame físico são realmete muito dificultadas pelo choro intenso. A ausculta 
da fase expiratória é uma delas, pois, como o lactente chora na fase expiratória, é quase 
impossível auscultar sibilos e outros sinais de broncoespasmo. Assim, o médico deve estar 
atento à história e tentar perceber sinais de possível broncoespasmo, como também de 
taquipneia, tiragem e batimentos de aletas nasais. Em se tratando de ausculta da fase 
inspiratória, como crepitações, o choro pode até ajudar, pois a criança faz inspirações mais 
profundas. 
No período neonatal, o recém-nascido recebe poucos estímulos externos (narcicismo 
primário). Seus estímulos vêm da necessidade de seu próprio corpo, ainda não formou relação 
objetal. O choro nesta idade expressa uma necessidade que é quase sempre satisfeita pela 
mãe solicita. Assim durante os primeiros 15 dias de vida, o recém-nascido chora pouco, e o 
exame físico não apresenta dificuldade. 
Alguns recém-nascidos, quando entram na 3ª semana de vida, iniciam um choro inexplicável,como se sentisse uma dor muito forte. Esse choro acontece mais no início da noite, durando 
mais de 3 horas, mais de 3 dias e mais de 3 semanas. Essa é a definição clínica do que 
comumente chamamos de cólica do lactente. Durante uma crise é quase impossível examinar 
o lactente. O quadro é autolimitado e a criança melhora com alguns dias. 
Do 3º mês até o final do 1º ano, principalmente entre o 3º e 8º mês, examinar um lactente 
sadio é a felicidade de todo pediatra. O bebê está na fase de formação de suas relações 
objetais, tendo a mãe como fonte de referência, e, como ainda não internalizou a imagem 
materna, tudo aquilo que lembre a fisionomia da mãe passa a ser fonte de prazer para criança. 
Nesta idade, a criança matém contato afetivo com o médico, fixa o olhar e por muitas vezes, 
até chora quando o médico desvia o olhar. Aquele lactente que mantém um choro 
persistente no contato com outro adulto, apresenta resposta pobre aos estímulos e tem 
pouca vocalização e atividade corporal, deve ser avaliado quanto as possíveis alterações 
emocionais. 
À medida que o lactente vai se aproximando do 8º mês de vida, suas relações objetais vão se 
tornando mais específicas e ele passa a reconhecer a mãe como fonte de todo o prazer. Nesta 
ocasião, o lactente tem sua primeira crise de ansiedade. Todo adulto que não seja a mãe ou 
alguma pessoa de seu relacionamento passa a ser uma ameaça, e a criança chora na presença 
de estranho. Esse é um perído difícil para o pediatra examinar. A aproximação deve ser lenta 
e gradual, quase sempre no colo da mãe. 
Algumas crianças pequenas, no entanto, já entram chorando muito, impedindo qualquer tipo 
de aproximação ou diálogo. Nessa situação, o pediatra deverá comunicar a mãe que o exame 
será rápido e objetivo. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
7 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Após o término do 2º ano de vida, as crianças vão se deparando com o princípio de realidade 
e vão ampliando o leque de convivência, assim começam a aceitar mais o exame. 
A partir do 3º ano de vida, pouquíssimas crianças ainda choram e dificultam o exame, 
geralmente aquelas crianças cujas mães ainda ameaçam “consultas para tomar injeção”. 
Às vezes, algumas crianças fazem crises de birra na hora do exame. A melhor conduta é 
conversar com os pais e agendar nova consulta para outro horário. 
ATENDIMENTO DA CRIANÇA NA ENFERMARIA E NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 
A infância é um momento único na vida de qualquer ser humano, com algumas fases repletas 
de fantasias e medos. Quando, em algum momento da vida, uma criança necessita de 
internação hospitalar, pode haver alteração do seu psiquismo, o que pode interferir na sua 
resposta à terapêutica instruída. A presença dos pais ou de alguma pessoa em que ela confie 
pode ajudar no enfrentamento da situação. As equipes devem estar preparadas para este 
momento, por meio de treinamentos e análises de situações ocorridas, para propiciar melhoria 
na abordagem da criança gravemente enferma dos pontos de vista técnico e emocional. Nas 
UTIs a presença dos pais tem melhorado a terapêutica. 
Quando possível, o paciente deve ter a oportunidade de conhecer o serviço onde será 
internado. Nos casos de internação cirúrgica, a visita pré-anestésica deveria ser realizada 
preferencialmente pelo anestesista responsável pelo ato. O paciente deve contar com a 
presença de um familiar até que ele esteja dentro do bloco cirúrgico, e ao acordar encontrar 
novamente um rosto conhecido. 
Durante a internação, os profissionais de sáude devem observar a criança em relação ao 
comportamento social e familiar e à regressão no desenvolvimento. A criança e seus pais (ou 
responsáveis) devem ser “escutados”, pois alguns aspectos que podem dificultar o tratamento 
podem estar relacionados as dúvidas e medos existentes ou que necessitem de 
esclarecimentos. 
 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
8 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
Exame Físico 
A impressão inicial da criança gravemente enferma forma uma “fotografia instantânea” mental 
que possibilita ao profissional treinado o reconhecimento rápido da instabilidade fisiológica e o 
suporte imediato das funções vitais. No paciente enfermo, que necessita de suporte 
circulatório e/ou ventilatório, o exame físico deve ser sumário. Após o paciente ter sido 
estabilizado, o exame deve ser feito de modo usual, completo e detalhado. A primeira fase é 
a inspeção do paciente, a aparência geral. É importante avaliar o ambiente em que a criança 
está situada, verificando os equipamentos, acessos venosos, sondas, drenos e etc. E a seguir 
algumas perguntas importantes sobre o caso devem ser respondidas. 
Recém-nascidos em situação de hipóxia podem apresentar alteração na circulação (pulsos 
finos, má perfusão capilar), sendo diagnósticados choque de maneira incorreta. O paciente 
pode estar acinzentado, pálido ou acianótico, irritado ou letárgico, normotérmico, febril ou 
hipotérmico. Os pais podem relatar, às vezes, que a criança está dormindo mais que o normal. 
Deve-se ainda pesquisar a existência de história de vômito ou diarreia, como está a diurese, 
como foi o início da doença atual, ou se existe alguma doença de base. Na ocorrência de 
evento súbito deve-se pesquisar história de intoxicação, além de sinais de maus-tratos. 
Os sinais de falência respiratória e de choque devem ser investigados, pois são as principais 
causas de parada cardiopulmonar na faixa etária pediátrica. Nas duas situações podem ocorrer 
alteração de consciência e do tônus muscular. A falência respiratória ocorre por ventilação e 
oxigenação inadequadas, e os sinais precoces costumam ser de dificuldade respiratória e 
taquipneia. O choque é caracterizado por falta de substrato e de oxigênio para suprir as 
demandas metabólicas do organismo. Os sinais precoces costumam ser de diminuição da 
perfusão capilar, pulsos periféricos cheios e rápidos e/ou finos, pele “mosqueada” e cianose. 
Inicialmente o exame neurológico deve ser sumário, pesquisando o estado de consciência do 
paciente: se ele está alerta, responsivo à dor e a estímulos verbais ou se ele não reage. 
Algumas situações impedem ou indicam a necessidade de manipulação do paciente de 
maneira mais cuidadosa, restringindo o exame físico. As situações mais comuns são: 
prematuridade, baixo peso ao nascer, obstrução de vias áreas, dificuldade respiratória 
importante, instabilidade hemodinâmica e queimaduras extensas. 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO 
Seção II - Capítulo 13 
 1 em cada 10 RN - vão necessitar de VPP (ventilação com pressão positiva) e/ou 
manter movimentos respiratórios efetivos. 
 1 em cada 100 RN – vão necessitar de intubação e/ou massagem cardíaca. 
 1 em cada 1000 RN – vão necessitar de intubação, massagem e medicação. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
9 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 A intubação deve ser feita com cuidado, o pediatra deve ser rápido, trabalhar sob 
estresse e ser educado. 
 A necessidade de procedimento de reanimação é maior quanto menor a idade 
gestacional e/ou peso ao nascimento. 
 O parto cesáreo, entre 37 e 39 semanas de gestação, mesmo sem fatores de risco 
antenatais para asfixia, também eleva o risco de que a ventilação ao nascer seja 
indicada. 
SEMIOTÉCNICA  CINCO PERÍODOS CRONOLÓGICOS DISTINTOS: 
Recém-nascido: do nascimento até a alta hospitalar 
 Logo após o nascimento (sala de parto). 
 Período de transição/adaptação. 
 Primeiro exame completo. 
 Exames rotineiros (dia seguinte no qual a mãe ainda não recebeu alta  durante a 
estada neonatal). 
 Exame para alta hospitalar. 
AVALIAÇÃO NA SALA DE PARTO 
Quando maior for o grau de informações a respeito dascondições clínicas dos pais e demais 
familiares e, principalmente, das intercorrências durante o período gestacional, mais eficaz 
será a avaliação inicial. 
“O RN não é um ser tão novo quanto se costuma imaginar. Mas sim um velho de nove meses. 
Atrás de si existe um passado completo, considere isso!” 
FATORES ASSOCIADOS A UM PARTO DE RISCO 
PERÍODO PRÉ-PARTO 
 Idade, maior que 35 ou menor que 16. 
 Diabetes. 
 Hemorragia. 
 Sorologia positiva para doenças infecciosas (ex.: sífilis, rubéola, toxoplasmose). 
 Terapêutica medicamentosa. 
 Drogas de adição (lícitas ou ilícitas). 
 Morte fetal ou neonatal prévia. 
 Ausência de pré-natal. 
 Hipertensão crônica ou induzida pela gravidez. 
 Anemia ou isoimunização. 
 Doenças maternas: Imunização no pré-parto. 
 Gemelaridade. 
 Fetos pequenos para idade gestacional (PIG). 
 Fetos pós-termo (42 semanas completas ou mais). 
 Trabalho de parto prematuro ou rotura prematura de membranas. 
 Imaturidade pulmonar. 
 Oligodrâmnio. 
 Atividade fetal diminuída. 
 Malformação fetal identificada pelo ultrassom. 
Consideram-se fetos: 
 Pré-termo: menos de 37 semanas 
 A termo: entre 37 e 41 semanas e 6 dias 
 Pós-termo: 42 semanas completas ou mais. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
10 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Atentar para o período gestacional  Sistema Respiratório  Surfactante (Pré-termo) 
PERÍODO INTRA-PARTO 
 Apresentação pélvica ou qualquer outra apresentação anormal. 
 Infecção. 
 Trabalho de parto prolongado. 
 Rotura prolongada de membranas. 
 Prolapso de cordão. 
 Sedação materna. 
 Parto operatório. 
 Líquido amniótico com mecônio ou fétido. 
 Parâmetros de sofrimento fetal (ex.: anormalidades de frequência cardíaca fetal). 
Urgência: faz-se as perguntas abaixo e depois a anamnese completa. 
Antes do nascimento: 
1. A gestação é a termo ou pré-termo? 
2. O feto é único ou gemelar? 
3. Usou alguma droga? Qual a dose? Quando foi a última dose? 
4. Há indício de mecônio no líquido amniótico? 
Depois do nascimento: 
1. O recém-nascimento está respirando? 
2. O recém-nascido está com tônus muscular adequado? 
3. O recém-nascido está corado ou apenas com acrocianose? 
Se as respostas à essas perguntas forem afirmativas, a criança muito provavelmente estará em 
boas condições e o restante da avaliação poderá ser realizado com o RN no colo da mãe. Caso 
uma ou mais das respostas sejam negativas, a criança deverá ser levada para um berço com 
fonte de calor para avaliação da qualidade da respiração, frequência cardíaca e cor. 
Índice de Apgar – 5 parâmetros: 
 Frequência cardíaca. 
 Respiração. 
 Tônus muscular. 
 Irritabilidade reflexa: pelo choro principalmente. 
 Cor. 
 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
11 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Parâmetros para o início dos procedimentos de reanimação neonatal: ausência de 
movimentos respiratórios eficazes, frequência cardíaca abaixo de 100 bpm e 
presença de cianose ou palidez significativas. 
 É a FC o principal determinante para indicar manobras de reanimação, se estiver 
inferior à 100 bpm. A frequência respiratória também é utilizada. 
 Também são importantes a avaliação e o índice de Apgar ao final do 1º minuto e do 
5º minuto de vida. Avaliações adicionais deverão ser realizadas a cada 5 min até 20 
min de vida, enquanto o índice permanecer abaixo de 7 (escore inferior a 7). 
 O índice de Apgar tem grande interesse para avaliação da vitalidade e da qualidade 
dos procedimentos realizados, mas não é mais utilizado para indicar procedimentos 
(determinar o início da reanimação e nem as manobras a serem instituídas). Permite 
avaliar a resposta do paciente às manobras realizadas. 
 É necessário documentar o escore de Apgar de maneira concomitante aos 
procedimentos de reanimação executados. 
 O RN deve respirar de maneira regular. 
 A FC dever ser avaliada por meio de ausculta do pré-cordio com estetoscópio, 
podendo ser observada pela palpação do pulso na base do cordão umbilical. 
 Avaliação da coloração da pele e mucosa do RN não é mais utilizada para decidir 
procedimentos na sala de parto. Estudos recentes têm mostrado que a avaliação da 
cor das extremidades, troncos e mucosas, é subjetiva. Além disto, RN com respiração 
regular e FC > 100 bpm podem demorar minutos para ficar rosados. 
 RNs que não precisam de procedimentos de reanimação ao nascer  a saturação de 
oxigênio com 1 minuto de vida se situa ao redor de 60 - 65% só atingindo entre 87-
92% no 5º minuto, por isso o Apgar não é mais usado como parâmetro para a 
reanimação. 
Após estabilização – exame físico sumário: ocorre ainda na sala de parto e define se a criança 
será encaminhada para: 
 Alojamento conjunto com a mãe. 
 Unidade de Tratamento Intermediário. 
 UTI-NEO. 
Essa avaliação tem o propósito de identificar malformações congênitas importantes ou outros 
fatores de risco que irão definir o encaminhamento do recém-nascido. 
PERÍODO DE TRANSIÇÃO E ADAPTAÇÃO 
 1 a 4 horas. 
 Menor manipulação possível (criança vai para o quarto e deve-se indicar menor 
manipulação possível pelos familiares). 
 Observação frequente: EE 
o Dados vitais. 
o Observar se houve diurese e eliminação de mecônio. 
o Surgimento de anormalidades: 
 Salivação. 
 Icterícia. 
 Cianose. 
 Palidez. 
 Dificuldade respiratória. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
12 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 A primeira consulta do RN é no 5º dia, pois nesse dia ele apresenta uma icterícia 
fisiológica. 
 O RN tem muito surfactante até 6h após o nascimento, após isso os níveis de 
surfactante podem cair e a criança entrar em parada respiratória, por isso é 
importante que o pediatra esteja por perto ao completar a 6ª hora de vida. 
PRIMEIRO EXAME COMPLETO 
 Existem divergências nas opiniões dos autores quanto ao tempo para realizar o 
primeiro exame completo, de modo geral, esse deve ser feito entre as 12 e 24 
primeiras horas de vida. A criança deve estar em equilíbrio homeostático, calma e 
alerta. 
 
 Anamnese bem conduzida e exame físico completo incluem: 
 Idade gestacional. 
 Estado nutricional. 
 Estado geral. 
 Criança deve estar despida. 
 Boa iluminação. 
 Período de alerta (não pode ser logo depois que amamentou, sem sonolência 
pós-prandial). 
 Boa temperatura ambiente. 
 Flexibilidade da rotina. 
 RN sem fome. 
 Delicadeza do examinador – avaliação do padrão respiratório, exame 
neurológico e frequência cardíaca. 
 
 Parâmetros antropométricos 
 Deverão ser obtidos em horários diferentes do exame completo ou ao final 
deste. Uma vez que são processos irritantes para o recém-nascido, podendo 
interferir na sequência do exame. 
 São avaliados: 
o Peso (ainda na sala de parto). 
o Comprimento. 
o Perímetros: cefálico, torácico e abdominal. 
 RN sadios – calmos e quando manipulados reagem com choro forte 
 RN anormal – fica irritado 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
13 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
No recém-nascido a termo, sem anormalidade clínicas e de posição intraútero, a postura 
geralmente assumida é a chamada flexão dos quatro membros. Os quadris se apresentam 
abduzidos e parcialmente fletidos, com flexão também dos joelhos. Os braços se apresentam 
aduzidos e fletidos na altura do cotovelo. Em casos de apresentação anormal (pélvica, córmica 
ou de face), o recém-nascido apresenta posturas variadas de acordo com a sua posição 
intraútero. Já os recém-nascidos prematuros ou com sofrimento perinatal tendem a ser 
hipotônicos e apresentar uma postura em extensão com osmembros “largados”. 
O choro normal deve ser sonoro e de timbre variável, geralmente relacionado com fome, frio 
ou qualquer desconforto. Choros muito agudo e constantes podem indicar dor. Choro de 
timbre monótono, intermitente e agudo podem estar associado a lesão neurológica grave. 
Choro fraco, assemelhando-se a miado, ocorre na síndrome do miado de gato. Ausência de 
choro à manipulação costuma indicar que a criança está gravemente enferma. 
Exame Físico Específico 
 Pele e Anexo 
Deve-se observar atentamente toda a pele, do couro cabeludo até os pés. Posteriormente, 
segurar um segmento de pele e subcutâneo entre os dedos polegar e indicador e tracionar 
com suavidade, observando a elasticidade e o tugor nas diversas regiões do corpo. Deve-se 
fazer uma leve pressão, com a ponta dos dedos, nas regiões pré-tibiais, no dorso da mão e 
dos pés e no couro cabeludo, para pesquisa de edema. Examinar as unhas. 
 Cor: palidez, cianose, pletora, icterícia, impregnação meconial, aspecto 
acinzentado. 
 Elasticidade: diminuída ou aumentada. 
 Descamação: pode ser um achado normal, porém quando muito acentuada, 
pode caracterizar anormalidade. 
 Presença de edema: localizado ou generalizado. 
 Achados e lesões fisiológicas: hiperplasia sebácea, milia, miliária, eritema 
tóxico, mancha salmão, mancha mongólica, ingurgitamento mamário (devido a 
hormônios maternos), hemangioma, equimoses, petéquias, púrpuras, 
adiponecrose e áreas de agenesia cutânea. 
 Unhas: agenesia ou acentuada hipoplasia (displasia ectodérmica) 
 
 Crânio 
 Inspeção: verificar o tamanho, o formato, as deformidades e a proporção 
entre o crânio e a face. 
 Palpação: sentir a consistência da tábua óssea, observar as suturas e as 
fontanelas. 
 Ausculta: com auxílio do estetoscópio, pesquisar a presença de ruídos 
intracranianos (sopros sistólicos ou contínuos). 
 Mensuração: medir o perímetro cefálico. 
 O que observar: 
o Forma. 
o Volume. 
o Consistência óssea: 
1. Microcefalia 
2. Braquicefalia 
3. Escafocefalia 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
14 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
4. Plagiocefalia 
5. Turrencefalia 
6. Craniotabes 
7. Rigidez excessiva 
o Suturas: 
1. Diástase 
2. Cavalgamento 
3. Craniossinestose 
o Massas: 
1. Bossa serossanguinolenta 
2. Cefalematoma 
3. Encefalocefe 
o Ruídos intracranianos: raros no recém-nascido, quando presentes, 
sugerem fístula arteriovenosa. 
 Face 
Inspecionar a face de frente e perfil. Descrever com minúcias achados que possam sugerir 
uma face sindrômica. 
 Características faciais: triangular, arredondada, inexpressiva, achatada, 
micrognatia, assimétrica, peculiaridades de determinadas síndromes. 
 Distância interpupilar: hipertireoidismo, hipotireoidismo, hipotelorismo. 
 Olhos: microfltalmia, macroftalmia, edema palpebral, hiperemia ou 
hemorragia, secreção, estrabismo, nistagmo, leucocoria (reflexo pupilar 
anormal à luz incidente), opacificação da córnea, coloboma (má formação 
congênita da íris) , tamanho e reatividade pupilar. 
 Orelhas: assimetria, implantação baixa, fístulas, apêndices pré-auriculares, 
defeitos ou ausência do pavilhão auricular, atresia do meato acústico. 
 Nariz: deformações, batimentos de asa nasal, atresia de coanas, tentar passar 
uma sonsa de pequeno calibre, para testar permeabilidade, em ambas as 
narinas. 
 Boca: macrostomia, microstomia, “boca de peixe”, fissuras labiopalatinas, 
macroglossia, glossoptose, rânula, epúlide. 
 
 Pescoço 
Observar a posição, a simetria, a mobilidade e a presença de massas, fístulas ou excesso de 
pele 
 Forma: anormalmente curto, pescoço alado, expansão cervical de pele, e 
fáscia. 
 Musculatura: torcicolo congênito. 
 Massas: fibromioma do esternocleidomastóideo, teratomas, higroma cístico, 
bócio congênito, linfonodos. 
 
 Sistem Respiratório 
 Inspeção: no recém-nascido, a inspeção traz informações mais valiosas do 
que o subsídio fornecido pela percussão e ausculta. Observar a forma e 
simetria do tórax e a posição dos mamilos. Verificar expansibilidade e 
frequência respiratória e os sinais de esforço anormal e classificar no Boletim 
de Silverman-Anderson. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
15 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Palpação: verificar integridade da clavícula e das costelas. 
 Percussão: percutir ao longo do tórax, comparando a sonoridade do lado 
direito com o do lado esquerdo e definindo os limites do fígado e do baço. 
 Ausculta: realizar em toda a extensão do tórax. Comparar a intensidade e a 
característica dos sons respiratórios à direita e à esquerda. 
 
 Sistema Circulatório 
 Inspeção: avaliar coloração, presença de abaulamento precordial, presença de 
batimentos visíveis, padrão respiratório. 
 Palpação: palpar o pré-cordio e os pulsos periféricos (em especial, os pulsos 
femorais). Localizar a borda hepática. Realizar digitopressão para pesquisar 
edema e o tempo de reperfusão capilar. 
 Percussão: pouco utilizada. Serve para definir a borda do fígado e os limites do 
coração (pouca precisão). 
 Ausculta: deve ser realizada com a criança mais tranquila possível. A ausculta 
deve ser feita nos focos tradicionais (aórtico, pulmonar, mitral e tricúspide). Se 
necessário, deve-se complementar o exame, auscultando outras partes. 
 Medida da pressão arterial: geralmente não é realizada de rotina no primeiro 
exame. Torna-se necessária no acompanhamento de crianças doentes, não 
somente com doenças cardiovasculares, mas também em caso de sepse, 
doenças respiratórias graves e necessidade de tratamento intensivo. 
 
 Abdome 
 Inspeção: fazer uma observação cuidadosa da forma, integridade da parede, 
da presença de tumorações, viceromegalias, de circulação colateral e hérnias. 
Identificar vasos umbilicais. 
 Ausculta: auscultar os ruídos hidroaéreos característicos da peristalse e 
possíveis sopros vasculares. 
 Palpação: deverá ser feita com as mãos aquecidas, utilizando-se, geralmente, 
as polpas dos dedos indicador e médio. Inicialmente, realizar uma palpação 
superficial para detectar dolorimento e massas proeminentes. 
Posteriormente, aprofundar a palpação à procura de massas mais profundas e 
para delimitar as bordas hepáticas e esplênica. As lojas renais deverão ser 
palpadas comprimindo o dedo polegar, colocando na face anterior do 
abdome, contra os demais dedos, colocados na face posterior, sentindo entre 
eles o pólo inferior do rim. Palpar também as regiões pubiana e pélvica. 
 Percussão: percutir para avaliar a sonoridade (distensão gasosa ou massa 
sólida). Na suspeita de ascite, dar piparotes de um lado do abdome e, com a 
outra mão, sentir a propagação da onda líquida. Avaliar pela percussão os 
limites do fígado e do baço; 
 
 Genitais 
 Inspeção: observar o aspecto, identificar se masculina típica, feminina típica ou 
ambígua. Verificar a presença de anormalidades. 
 Palpação: palpar o saco escrotal e os testículos. Puxar levemente os grandes 
lábios da genitália feminina para frente e para cima a fim de avaliar a vulva e o 
hímen. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
16 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Genitália masculina: 
o Tamanho do pênis. 
o Posição do orifício uretral. 
o Presença de fimose, hidrocele ou hérnias. 
o Posição dos testículos – eutópicos, retráteis ou distópicos 
(criptorquidia ou bilateral). 
 Genitália feminina: 
o Tamanho do clitóris. 
o Presença de sinéquia de pequenos lábios ou imperfuração himenal. 
o Localização dos orifícios da vagina e da uretra. 
o Presença de fístula anovulvar. 
o Presença e aspecto da secreção vaginal. Genitália ambígua: 
o Tamanho do fallus. 
o Presença de gônadas nas pregas labioescrotais ou na região inguinal. 
o Sempre complementar o exame com método auxiliares de diagnóstico 
antes de definir o sexo. 
 
 Sistema Nervoso 
Deve ser testada a sensibilidade do recém-nascido à luz por meio de uma fonte luminosa 
apropriada. Em seguida, a audição é testada mediante reflexo cocleopalpebral (pestanejo 
em resposta ao ruído). Atualmente, está indicado teste de emissão otoacústica (teste da 
orelhinha) em todos os recém-nascidos. Deve-se observar a movimentação global do 
recém-nascido e verificar se existe algum comprometimento segmentar que indique 
paralisia. Em geral, quando não está sendo importunado, o recém-nascido mantém-se 
calmo e com pouca movimentação. Ausência completa de movimentos espontâneos e a 
presença de tremores, abalos musculares, crises convulsivas, movimentos contínuos de 
sucção ou de mascar, movimentos ondulatórios ou de protrusão da língua são anormais 
e apontam para comprometimento do sistema nervoso. 
 
 Sistema Locomotor 
 Exame da coluna. 
 Exame dos membros. 
 
 
 
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17 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 EXAMES ROTINEIROS DURANTE A INTERNAÇÃO 
 RN deve ser reavaliado a cada 12 ou 24 horas. 
o Ausculta cardíaca bem detalhada porque podem surgir sopros. 
 Prontuário  avaliação do estado geral, aceitação e método de oferta de alimentação, 
presença de excreção (mecônio/fezes e urina), náuseas ou vômitos, outras alterações 
notadas pelos profissionais de saúde do serviço. 
 Ectoscopia: pesquisa de alterações de postura, distensão abdominal, icterícia, cianose, 
palidez e outras lesões de pele. 
 Sistema respiratório: observação do ritmo respiratório e ausculta pulmonar. 
 Sistema cardiovascular: ausculta cardíaca, palpação dos pulsos periféricos e verificação 
da perfusão capilar. 
 Palpação abdominal e percussão em caso de distensão. 
EXAME PRÉ-ALTA: 
 Reavaliação global. 
 Identificação: 
o Icterícia. 
o Sopros cardíacos. 
o Distensão abdominal. 
o Distúrbio respiratório não diagnosticado previamente. 
 Orientação: 
o Perda de peso fisiológica. 
o Obstrução nasal do lactente. 
o Lesões cutâneas. 
o Controle periódico. 
o Exame de Rotina. 
o Teste do pezinho e da orelhinha. 
o Amamentação. 
CONSULTA AO ADOLESCENTE 
Seção II - Capítulo 14 
 A adolescência é o processo de passagem da infância para vida adulta. 
 Conceito de adolescência é recente. 
 Foi cunhado por um psiquiatra americano e aceito apenas por psicólogos. 
 O termo só foi usado após a segunda guerra mundial (mesma época do rock n´rolll, a 
primeira revolução cultural que afetaria os jovens). 
 Puberdade x Adolescência: 
o Puberdade – evento fisiológico (diferenciação de caracteres sexuais 
secundários). 
 Os primeiros sinais da puberdade – o broto mamário no sexo 
feminino e o aumento do volume testicular no sexo masculino – 
habitualmente indicados como o limite inferior da adolescência, 
dificilmente serão um marco único. 
o Adolescência – evento psicológico. 
 As modificações corporais, expressão da puberdade, são intensas e incluem 
especialmente o chamado estirão da puberdade – fase de rápido crescimento físico, 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
18 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
só sobrepujada pelo crescimento no primeiro ano de vida – e maturação sexual, que se 
inicia com aparecimento dos caracteres sexuais secundários, finalizando com o 
completo desenvolvimento sexual, incluindo capacidade de reprodução. 
o ONU – 15 a 24 anos. 
o OMS - 10 a 19 anos (adolescência). 
o Brasil – maioridade  18 anos. 
o Estatura da Criança e Adolescente: 
 Criança: até 12 anos incompletos. 
 Adolescente: 12 a 18 anos. 
 Em casos excepcionais até 21 anos. 
o A adolescência é uma área da pediatria  Herbiatria 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DA CONSULTA AO ADOLESCENTE 
Na adolescência, há modificações da relação da pessoa não só com a família, mas com o 
mundo adulto em geral, que ela questiona e contesta. 
Qualquer que seja a queixa, deve-se considerar a situação especial de fragilidade que o 
adolescente vive e pela própria situação que o levou à consulta médica. Afinal, o médico é 
aquele que vai saber de suas dificuldades físicas ou psicológicas, além de examinar e emitir um 
juízo ou diagnóstico. 
 Consulta e acompanhamento. 
 Atendimento, quem atende, onde, como. 
 A consulta médica. 
o Relação com o paciente e a família 
 Na adolescência, a relação deve ser estabelecida diretamente com o adolescente, mas 
a família deve estar incluída. Por isso sugere-se que a consulta seja realizada em 3 
etapas: 
o 1ª etapa: junto ao familiar  oportunidade que se faz a investigação de 
antecedentes pessoais fisiológicos e patológicos, antecedentes familiares, 
queixa principal e HMA, segundo visão do familiar. 
o 2ª etapa: adolescente e o médico  anamnese e exame físico. Elaboram-se 
hipóteses diagnósticas. 
o 3ª etapa: acompanhante volta  diagnóstico/tratamento/dúvidas. 
Estirão de crescimento: 
Meninas crescem até 20cm: 
 Antes da menarca 9cm/ano. 
 Após a menarca 6cm até o fim da puberdade. 
Meninos crescem até 30cm. 
 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
19 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
A realização da consulta médica em três tempos deve ser entendida de maneira flexível e 
adaptada a cada situação particular, compreendendo que uma consulta médica quase nunca 
esgota a demanda de tratamento do adolescente. 
 Deslocamento da família para a adolescente (às vezes é difícil chegar no adolescente). 
 Sigilo: o adolescente precisa estar seguro do caráter confidencial da consulta, mas ficar 
ciente também das situações nas quais o sigilo poderá ser rompido, isso, no entanto, 
só ocorrerá com seu conhecimento, sendo transmitido a família o que for 
absolutamente necessário. 
 Saber ouvir: é preciso estar preparado não só para ouvir, mas ter sensibilidade. 
 Tempo: o atendimento à adolescente demanda tempo e paciência e, na maioria das 
vezes, depende das questões em curso. 
 A identidade do médico: o médico precisa inspirar confiança e respeito. 
 Família: em algumas circunstâncias, a família desejará conversar sem a presença do 
adolescente. Tal fato deve ser permitido. Muitas vezes os pais tentarão transferir para 
o médico toda a dificuldade que estão sentindo em lidar com o filho. 
 Questões éticas: respeitar o sujeito em todos os momentos. 
PARTICULARIDADES DO ATENDIMENTO: 
É indispensável um preparo para compreender as questões ligadas à esfera emocional e para 
romper as barreiras ao estabelecimento de um bom vínculo com o adolescente e com a 
família. 
A maior parte da anamnese é realizada no segundo tempo da consulta com o adolescente. 
Nas situações em que o jovem vem ao médico por estar ou porque teme estar com uma 
doença, o esquema semiológico clássico é um bom instrumento. Contudo, se não for o caso, 
buscam-se estabelecer formas de desenvolver a entrevista. 
Anamnese: QP, HMA, AE, HP, HS, HF. 
Nos espaços permitidos pelas anamneses é necessário abordar aspectos gerais, escolar, afetivo 
e social, trabalho e aspectos da sexualidade, incluindo educação e vida sexual. A 
experimentação do laço social é muito importante para a avaliação das questões psíquicas. 
Exame físico: 
 Segue as normas para o adulto. 
 Acomodações que o adolescente se sinta tranquilo quanto a sua privacidade. 
 Se desejar ou não um acompanhante na sala. 
 Realizado no segundo tempo da consulta. 
 Peso/estatura, temperatura, pressão arterial e avaliação dos diversos aparelhos. 
 Estadiamentopuberal  Critérios de Tanner  classifica os achados do exame de 
genitália e mama. 
o Alguns aspectos devem ser levados em consideração pelo profissional, 
incluindo a compreensão sobre o significado do corpo e da imagem corporal 
para o adolescente. 
 Quando forem encontradas alterações no exame físico, elas deverão ser expostas com 
cuidado para que sejam evitadas angústias desnecessárias. Em certos casos mais 
sérios, talvez seja prudente fazer a comunicação no 3º tempo da consulta com a 
família. 
 
 
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20 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 CRITÉRIOS DE TANNER 
 
PARTICULARIDADES QUE DEVEM SER RESSALTADAS 
 Ectoscopia: pele, acne. 
 O exame dos genitais é obrigatório, mesmo sem queixas, com o objetivo de 
identificar a maturação sexual, porém a sua realização nem sempre é possível na 
primeira consulta. 
o Crescimento na adolescência está relacionado à maturação sexual. 
 O início e a duração da puberdade apresentam ampla variação entre os indivíduos. A 
puberdade fisiológica pode ter início nas meninas entre os 8 e os 13 anos e nos 
meninos entre os 9 e os 14 anos. A puberdade instala-se, em média, entre os 10 e 11 
anos na menina e os 12 e 13 anos no menino, e tem uma duração aproximada de 4 a 5 
anos. Habitualmente, observa-se mudança dos estágios de Tanner a cada 6 meses. 
 Meninas: telarca (início do crescimento de mamas, comum uma mama ser maior que 
a outra), pubarca (pelos pubianos), menarca e leucorreia fisiológica. 
o Telanca: quando as mamas crescem de tamanhos diferentes. 
o Leucorreia: corrimento que sai antes da menstruação. 
o Atualmente a média de idade para a menarca é 9 anos. 
 Meninos: aumento testicular, crescimento do pênis, pigmentação do escroto, e 
aparecimento de pelos pubianos, axilares e faciais. A voz sofre mudanças e a acne 
pode surgir. A ginecomastia é extremamente comum (regressão do quadro em um 
período de 3 anos). 
 Exame ginecológico completo obrigatório quando: 
o Adolescente com atividade sexual. 
o Adolescente com vulvovaginites rebelde ao tratamento de rotina. 
o Adolescente nos 2 primeiros anos depois da menarca, com amenorreia 
superior a 6 meses. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
21 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
o Adolescente com mais de 2 anos superior a menarca, com amenorreia 
superior a 4 meses. 
o Adolescente com amenorreia de qualquer duração, apresentando 
hirsutismo. 
o Adolescente com dismenorreia importante (cólica menstrual) ao tratamento 
de rotina. 
o Adolescente que não apresentarem menarca até 16 anos. 
o Adolescente com dor pélvica ou abdominal importante. 
 Aspectos preventivos (vacinas, alimentação, esporte, lazer, gravidez, DTS, drogas). 
 Hábitos de vida, sono, alimentação, escola, sexualidade, violência, ambiente que vive. 
PECULIARIDADES DA ANAMNESE PEDIÁTRICA E EXAME FÍSICO 
Seção III - Capítulos 15 e 16 
 Criança não é adulto pequeno (dificuldade de verbalização). 
 Influência da família, contexto social mais acentuado. 
 Dinâmica da consulta pediátrica (criança agitada, chorando, irmãos, avós, madrinha, 
vizinho). 
 Pensar sobre a mãe (quem é ela? Ela gosta da criança? A gravidez foi desejada? Como 
lidaram com isto? O pai é presente? 
 Condição socioeconômica e escola. 
 Irmãos, amigos de escola, babá. 
ROTEIRO DE ANAMNESE EM PEDIATRIA 
 Identificação: nome, sexo, data de nascimento, cor (grupo étnico), religião, 
procedência. 
 
Obs: Grupo étnico (G6pd, anemia falciforme, etc.), teorias etiológicas fundamentas na 
raça não podem afetar a conduta, religião (transfusão sanguínea – testemunha de 
Jeová), procedência (ar condicionado, barbeiro, etc.), gênero (ex.: infecção urinária 
mais comum em meninas). 
 
o Informante: registrar o nome e o relacionamento com a criança (pai, mãe, 
avó, irmão, vizinho e outros). Informa com clareza, conhecimento e 
segurança? 
 
 Queixa principal (motivo da consulta): o que motivou a consulta. Utilizar, de 
preferência, as palavras do paciente ou do informante. Deve ser sintetizada em duas a 
três palavras. 
 
 História da moléstia atual (evolução): todos os dados devem ser registrados de forma 
concisa. A evolução deve ser cronológica, com a descrição dos sinais e sintomas na 
sequência em que surgiram. Pesquisar os sinais e sintomas: quando tiveram início, 
como evoluíram, sinais e sintomas associados, impacto na qualidade de vida, fator de 
melhora ou piora. Interrogar sobre o uso de medicamentos e os resultados obtidos, 
exames e consultas prévias, situação no dia da consulta. Registrar dose, intervalo, 
tempo de uso, efeitos colaterais. Situação atual do paciente: o quadro clínico está 
inalterado, melhor ou pior? 
 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
22 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Para se obter uma história clínica adequada: 
o Deixar que o informante descreva a história sem interrupções. 
o Ouvir atentamente. 
o Utilizar, se necessário, intervenções para direcionar o relato. 
o Utilizar questões abertas e fechadas para dirimir dúvidas. 
o Resumir mentalmente a história e repeti-la para o informante antes de 
transcrevê-la para a folha de anamnese. 
o A transcrição deve ser feita em linguagem técnica, de forma clara e objetiva. 
o Lembre-se que a anamnese é um relatório médico que é lido por outros 
profissionais. 
o Ao reproduzir literalmente as informações do paciente ou acompanhante 
utilizar aspas. 
o As informações que não podem ser confirmadas devem ser acompanhadas da 
expressão SIC (do latim, advérbio que significa assim, dessa forma, 
assegurando que a informação foi fielmente reproduzida). 
 
 Anamnese especial: tem por objetivo a coleta de informações sobre o funcionamento 
dos diversos aparelhos, mesmo sem relação com as queixas atuais. Deve incluir dados 
de: COONG, ACV, AR, AD, AGU, AL, SN, informações sobre o humor, aprendizado, 
comportamento e sexualidade. 
 
 História pregressa: é a história da vida da criança desde a sua concepção. Deve 
abordar os seguintes itens: HM, HNN, HPP. 
 
o História obstétrica: ordem cronológica da gestação, partos, abortos, gravidez 
planejada ou não, aceitação. (GPA) 
o Pré-natal: número de consultas, intercorrências. 
o Parto: cesáreo ou natural, hospitalar ou domicílio, idade gestacional, tipo de 
anestesia, assistência de pediatria em sala de parto, condições ao nascimento, 
medidas de reanimação, índice de Apgar. Peso, perímetro cefálico e estatura. 
o História neonatal: local de internação e evolução no berçário, tempo de 
permanência, intervenções como fototerapia, uso de antibióticos etc. Teve 
alta com a mãe ou ficou retido? Evolução. Teste do pezinho? Consulta do 
quinto dia? 
o História patológica pregressa: registrar todas as doenças, tratamentos, 
intervenções e internações desde o período neonatal. Doenças infecto-
contagiosa, alergia, hábitos (uso de drogas, atividade sexual e física). 
 
 História vacinal: conferir na caderneta e registrar todas as vacinas recebidas. 
 
 História alimentar: aleitamento materno por quanto tempo. Descrever a dieta desde o 
nascimento até a data da consulta. Uso de ferro e vitaminas complementares. 
 
 Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM): principais marcos, situação atual, 
indagar sobre sono, atividades de lazer, aproveitamento escolar. Linguagem motor, 
pessoal-social, adaptativo. 
 
 História familiar: idade e histórico de saúde dos pais, dos irmãos e avós. História de 
doenças heredito-familiares. 
 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
23 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 História socioeconômica: profissão do pai e da mãe, renda familiar. Condições de 
habitação: número de cômodos, água, rede de esgoto, poluentes externos e internos, 
animais em domicílio.ROTEIRO DE EXAME FÍSICO EM PEDIATRIA 
 
Algumas recomendações importantes sobre o exame físico em pediatria: 
 Antes do exame físico observar cuidadosamente a criança: sua posição e seu 
comportamento. 
 As mãos devem ser lavadas antes e ao final do exame. Aquecê-las antes de tocar a 
criança. 
 O exame deve ser feito com a criança totalmente despida. Quando estiver frio ou a 
criança mostrar resistência ou pudor o exame deve ser sequencial, despindo e 
cobrindo as partes examinadas. 
 A receptividade ao exame varia com a faixa etária: lactentes pequenos aceitam o 
exame tranquilamente e crianças de 1 a 3 anos podem ser cooperativas ou resistir à 
aproximação. 
 O examinador deve evitar gestos bruscos, falar alto ou fixar a criança de maneira 
insistente. 
 A sequência do exame deve ser de forma a deixar o uso de instrumentos e o manuseio 
excessivo para o final. 
 Se a criança se recusa a deixar o colo da mãe o examinador deve realizar a ausculta 
nessa posição. 
 A criança deve ser avisada sobre o que vai ser feito em caso de procedimentos 
incômodos ou dolorosos. Esses procedimentos devem ser deixados para o final do 
exame. 
 Se houver necessidade de imobilização ela deve ser feita com a ajuda da mãe. 
 Quando a criança apresenta sinais de doença grave essa situação deve ser confirmada 
ou afastada de imediato, antes de prosseguir o exame. 
 O exame deve ser completo e rápido, de forma a não cansar a criança. 
 
Roteiro do Exame 
 Medir: temperatura, peso, estatura, perímetro cefálico (até três anos), pressão 
arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória. 
 Aparência geral: saudável ou enfermo, ativo ou prostrado, tranquilo ou irritado, 
cooperativo ou resistente, alerta ou obnubilado, nutrido ou desnutrido, hidratado ou 
desidratado. Fácies ou postura característica. Reação ao exame. Comportamento em 
relação aos pais ou acompanhantes. 
 Pele e subcutâneos: verificar cor, turgor, presença e caracterização de lesões, 
condições gerais da pele, das unhas e dos cabelos. Buscar a presença de linfonodos: 
localização, tamanho, consistência, sensibilidade, mobilidade, dor e calor. 
 Cabeça e pescoço: verificar conformação, estado das fontanelas e suturas. Pesquisar 
anormalidades cervicais: pterigium, linfonodos, cistos. Examinar traqueia e tireoide. 
(Inspeção e Palpação). 
 Face: conformação, paralisias, glândulas salivares. (Inspeção e Palpação). 
 Olhos: avaliar estrabismo, pupilas, reflexo luminoso, epicanto, ptose, estado das 
conjuntivas, movimentos oculares anormais. 
 Ouvidos: posição, implantação, deformidades, mobilidade, conduto auditivo externo, 
membrana timpânica. Testar audição. 
 Nariz: forma, batimentos de asas, aspecto da mucosa, cornetos, secreções. 
 
 
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24 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Boca e garganta: examinar lábios, mucosas, gengivas, dentes, língua, palato, amígdalas 
e faringe posterior. 
 Tórax: forma, simetria, retrações, expansibilidade, tipo de respiração. 
o Parte anterior: Inspeção, Palpação, Percussão e Ausculta. 
o Parte posterior: Inspeção, Percussão, Palpação e Ausculta. 
 Mamas: estágio de desenvolvimento (Tanner), simetria, alterações locais. (Inspeção e 
Palpação). 
 Aparelho respiratório: tipo de respiração, frequência respiratória, ruídos adventícios, 
dispneia. 
 Aparelho cardiovascular: íctus, pulsos, perfusão capilar, pressão arterial, ausculta, 
cianose, edemas, ingurgitamento venoso. 
 Abdome: avaliar forma, distensão, cicatriz umbilical, massas, circulação colateral, 
hérnias, peristalse visível. Palpação superficial e profunda: massas, visceromegalias, 
ascite. Auscultar peristaltismo e sopros. (Inspeção, Ausculta, Palpação superficial, 
Percussão e Palpação profunda). 
 Aparelho geniturinário: conformação, estágio de desenvolvimento, hipo e epispádia, 
sinéquia, secreções, hérnias, hidrocele, aderências, fimose. Localização dos testículos. 
Avaliar loja renal: palpação, percussão. 
 Ânus e reto: nádegas, ectoscopia do ânus, dermatites, fissuras. (Inspeção e Palpação). 
 Membros: conformação, anomalias, deformidades, marcha, claudicação. (Inspeção, 
Palpação e Percussão – reflexos). 
 Coluna vertebral: desvios, tufos, depressões, cistos, mobilidade. (Paciente parado e 
Paciente andando) 
 Articulações: mobilidade, dor, calor, rubor, testes displasia do quadril, geno valgo e 
varo. 
 Músculos: trofismo, tônus, paresias, paralisias 
 Neurológico: alerta, sonolento, agitado, movimentos anormais. Reflexos, tônus. 
Avaliação do desenvolvimento. 
 
ANTROPOMETRIA 
Seção III - Capítulo 17 
Conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano e suas partes. 
Obs.: Existem médicos que realizam e outros não, algumas vezes em postos de saúde a 
puericultura é feita por enfermeiros, sendo chamada de pré-consulta. É mais comum à área da 
enfermagem. 
Avalia: 
 Obesidade. 
 Desnutrição aguda/crônica. 
 Síndromes/Nanismo. 
 Doenças crônicas. 
 Interpretação político social. 
 Doenças agudas  Ex.: Zica Vírus (perímetro encefálico) 
o O Ministério da Saúde adota novos parâmetros para identificar microcefalia 
por meio do perímetro encefálico. Considera-se microcefalia em meninos PC 
igual ou inferior 31,9 cm e em meninas PC igual ou inferior 31,5 cm. 
 
 
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25 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
o 200 mil crianças saudáveis nascem no Brasil com perímetro encefálico menor 
que 32 cm. 
o A secretaria de saúde tem obrigatoriedade de notificação. 
o O The Lancet estabelece valores mais baixos: 30,9 cm. 
o Pontos problemáticos: 
 Submeter o RN desnecessariamente a uma carga de radiação (muitas 
vezes o acompanhamento é mais indicado). 
 Sobrecarga ao sistema de saúde. 
 Afligir a família. 
 40% dos casos são descartados. 
 Reforço no treinamento dos profissionais que fazem a medida do 
perímetro encefálico. 
A antropometria tem especial importância na avaliação da saúde da criança e do adolescente, 
uma vez que o adequado crescimento corporal nessa faixa etária é um dos principais 
indicadores de qualidade de vida destes indivíduos. 
 Etapas 
o Escolha do equipamento. 
o Obtenção de medida. 
o Registrar/Interpretar. 
o Compartilhamento de informação. 
PESO 
Balanças: calibrada, bem nivelada, afastada da parede e de objetos que impeçam seu 
movimento, bem apoiada no chão ou na mesa auxiliar. 
 Balança pediátrica – mecânica ou eletrônica (até 3 anos – até 16 kg) 
o Balança eletrônica deve ser calibrada de 2 em 2 meses. 
 Balança pediátrica mecânica: 
o CURSOR MAIOR - escala do braço é unitária de 0 a 16Kg. 
o CURSOR MENOR – desliza sob um eixo de intervalo de 10g e 
varia de 0 a 1000g, o que confere maior precisão. 
o TRAVA 
o CALIBRADOR 
 Calibrada: a agulha do braço tem que estar alinhada com o 
fiel. 
 Como pesar na balança pediátrica: 
o Colocar o forro no prato (descartável). 
o Calibrar a balança. 
o Criança despida e descalça. 
 Criança em idade pré-escolar de calção ou camisola. 
o Criança pequena: 
 Deitada ou sentada no centro do prato. 
 Braços estendidos ao longo do corpo. 
 Verificar se os membros estão soltos. 
Ao colocar a criança no prato, deve-se ficar à frente da balança (com os olhos à mesma altura 
da agulha do braço e fiel), conferir se a agulha do braço e o fiel estão alinhados. Primeiro 
 
 
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26 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
deslizar o cursor maior do 0 até o determinado peso da criança e depois o cursor menor até 
que a agulha do braço e o fiel da balança estejam alinhados. Proceder a leitura de valores de 
frente e como os olhos no mesmo nível da balança. Cuidado, com a balança e a interpretação 
das crianças.COMPRIMENTO 
Régua antropométrica: Partes fixas e móveis. A parte móvel tem que fazer obrigatoriamente 
um ângulo de 90º e a marcação dos números deve estar visível. 
 Estadiômetro infantil horizontal: 0 a 36 meses – até 3 anos. 
 Até 1 metro. 
 Como medir: 
o Mede-se sobre uma superfície firme. 
o A parte fixa da régua ajustada à cabeça da 
criança que será segurada com as duas 
mãos do acompanhante e com o nariz da 
criança apontado para o teto. 
o A região occipital da criança deve – tocar a mesa. 
o A parte móvel na região plantar, onde será feita a leitura. 
o Alinhada escala numérica deve estar alinhada com o corpo. 
 Parietal – ponta fixa da régua. 
Erros: o queixo não pode estar encostado no tórax, não ter o acompanhante, a parte móvel 
não formar um ângulo de 90º com a escala numérica. 
o Examinador: 
 Coloca uma das mãos sobre os joelhos da criança, mantendo-os unidos e 
alinhados com o corpo. 
 Outra mão movimenta a parte móvel até que ela toque a planta de ambos 
os pés e fique em ângulo reto com o eixo do corpo. 
 Como regra a régua tem que estar na linha “lateral”, o que é dificultado. 
Fita métrica para medir bebês (NÃO) 
Criança com mais de 3 anos e maior que 1 metro: usa-se uma régua antropométrica vertical 
que está na balança mecânica (régua mecânica do tipo adulta). 
 Régua antropométrica vertical 
o Preferencialmente na parede. 
o Em pé. 
o Calcanhares juntos, ombros e nádegas encostados na parede. 
o Cabeça erguida e braços estendidos ao longo do corpo. 
o Olho perpendicular ao eixo do corpo. 
o Movimentar a parte móvel da régua até que toque a cabeça da criança. 
 
 
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27 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
PERÍMETRO ENCEFÁLICO 
 Tem que ser medido em toda consulta até os 3 anos com fita 
métrica convencional. 
o Indicador indireto do crescimento de massa encefálica. 
 Fita posicionada horizontalmente em torno da cabeça da criança. 
 Referência anterior: glabela. 
 Referência posterior: região proeminente do occipital. 
PERÍMETRO TORÁCICO E ABDOMINAL 
 Somente ao nascimento. 
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) 
 IMC = Peso/altura²  Desde o nascimento sendo mais utilizado em filhos de 
diabéticos. 
Exercício Físico na Infância 
 Relatório do instituto de medicina, órgão consultor do governo americano: 
Recomenda-se que todas as crianças devem fazer pelo menos 60 min de atividade 
física por dia, todos os dias. 
 Principal foco: 
o Escola. 
o Aproveitar todas as oportunidades  recreios/intervalos. 
 Todos os estudos mostram que o desempenho acadêmico melhora com a prática de 
exercício físico. 
 Eficaz para combater a obesidade infantil  impacto no futuro da sociedade. 
 Brasil: escolas sem instalação adequadas para a prática de exercício físico, diminuição 
das horas dedicadas ao exercício. 
o Mesmo as instituições privadas seguem esse mesmo padrão. 
Dados antropométricos 
 Todos os dados devem ser registrados na ficha/caderneta de saúde. 
 Analisar através das curvas padrão. 
 
 
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28 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 OMS: fez um estudo muticêntrico (1997-2003)  crianças brasileiras, retratando a 
amamentação e dividido por gênero. 
 Curva de percentil: 
o Percentil 50 significa que ele é maior que 50% dos bebês de sua idade. 
o Percentil 10 significa que 90% dos bebês da mesma idade são maiores e mais 
pesados que eles  Isso não é diagnóstico de desnutrição. Significa que ele 
tem baixo peso, mas não significa que ele é desnutrido, ele PODE SER. 
o Não falar que está normal! Falar que está adequado para idade! 
 
FTT (Failure to thrive – Falha no crescimento) 
 Crescimento/desenvolvimento alterado sem causa evidente. 
 O diagnóstico pode exigir muito tempo de acompanhamento. 
 
1) Qual a estatura e peso da criança quando nasceu? 
2) Qual a estatura e peso dos pais e irmãos, tios, tias, primos, etc? 
3) Qual a constituição física dos membros da família? 
4) Como decorreu a gestação e etc? 
 
 É uma criança sadia? 
 Alimenta-se bem? 
 É bem-humorada? 
 É ativa, participando satisfatoriamente do meio ambiente? 
 Seu DNPM é compatível com a idade? 
 Existem dentre os familiares, indivíduos miúdos? 
Deficiência Alimentar 
 Oferta de leite. 
 Problemas anatômicos (fenda palatina, malformação de orofaringe). 
 Desnutrição fetal: sífilis, rubéola, citomegalovírus, tabagismo, cardiopatia, 
toxoplasmose. 
 Diarreia prolongada: parasitária, doença celíaca, intolerância a lactose, tuberculose. 
 
 
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29 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Vômito: estenose de piloro, RGE, hipertensão intracraniana. 
Em casos de urgência em que não é conveniente realizar a antropometria: 
 Peso: quebra galho: 
o 3 a 11 anos: 
 Peso = (idade x 2) + 9 
 Altura = (idade – 3) x 6 + 95 
o Gráficos de ganho: ponderal, estrutural e perímetro cefálico 
o Ganho mensal: 
 
 
 
DADOS VITAIS 
Seção III - Capítulo 18 
PRESSÃO ARTERIAL E ALTERAÇÃO DA PA 
A criança hipertensa geralmente é assintomática, o que reforça a importância de medidas 
rotineiras da pressão arterial durante avaliações médicas. 
O exame clínico tem como objetivos verificar se existe elevação da pressão arterial, avaliar 
lesões de órgãos-alvo, identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares e diagnosticar 
a etiologia da HÁ. 
EXAME FÍSICO 
 Verificar se as fáceis e o aspecto físico são sugestivos de hipertensão secundária. 
 O peso deve ser verificado (sem roupa). Calcular IMC. 
 O exame do pescoço deve constar de palpação e ausculta das artérias carótidas, 
observando a presença de estase venosa e palpando a tireóide. 
 Os sinais vitais devem incluir a medida da temperatura corporal e as FC e FR. 
 
 
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30 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Realizar exames dos sistemas: respiratório e cardiovascular. 
 Medir a PA conforme técnica descrita a seguir. Até os 3 anos de idade, a medida da 
pressão arterial é realizada com a criança deitada. Após esta idade, a posição 
recomendada é sentada, com as costas recostadas de maneira confortável no encosto 
da cadeira e o braço apoiado de modo que continue posicionado no nível do coração. 
A palma da mão ficar em supinação. Caso necessário verificar a pressão em posição 
ortostática, o braço é apoiado de modo que continue posicionado no nível do coração. 
 Exame do pré-cordio: localizar o íctus e verificar se o exame sugere hipertrofia ou 
dilatação do VE. Durante a ausculta ficar atento a arritmias, terceira bulha, quarta 
bulha e etc. 
 Pesquisar a presença de edema. 
 Exame neurológico sumário. 
 Exame de fundo de olho. 
MEDIDAS DE AFERIÇÃO DE PRESSÃO 
É realizada de modo direto ou indireto. 
 Método direto: cateter intravenoso. 
o Invasivo. 
o Hemodinâmica: registros das seguintes pressões: 
 PIA: pressão intra-arterial. 
 PAP: pressão da artéria pulmonar. 
 PCP: pressão de capilar pulmonar. 
 PAE: pressão de átrio E. 
 DC: débito cardíaco. 
 Cânula intra-venosa ou de um cateter de SWAN-SANZ. 
 Método indireto: manguito 
o Estetoscópio. 
o Esfigmomanômetro ou coluna de mercúrio. 
 Os aparelhos vêm calibrados de fábrica, mas são sensíveis a 
temperatura e devem ser calibrados a cada 6 meses ou sempre que a 
agulha localizada no manômetro não estiver no 0. 
o Manguito estreitos e pequenos tendem a aumentar a pressão arterial, 
enquanto manguitos largos e longos tendem a diminuir. 
o Manguito em adultos e adolescente grande: envolver pelo menos 80% do 
braço e deve cobrir 40% de largura. 
o Manguitoem criança: envolver até 100% do braço e cobrir até 75% de 
largura. 
Na infância e adolescência, os valores dos percentis da pressão arterial para cada faixa etária 
são normalizados de acordo com o percentil da estatura. Consideram-se como PA normal 
valores de medida abaixo do percentil 90, tanto para PA sitólica como para diastólica. Valores 
entre os percentis 90 e 95 são considerados na faixa normal limítrofe, valores maiores que o 
percentil 95, em três determinações em ocasiões diferentes, definem hipertensão. 
Fatores que influenciam a PA: sexo, raça, sono, emoções alimentações e mudanças de 
posição. 
 
 
 
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31 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Técnica de aferição de pressão: 
 Método palpatório 
 Método auscultatório 
Os familiares, o adolescente e a criança devem ser informados sobre o valor da PA e da 
possível necessidade de acompanhamento. 
Causas de erro na medida da pressão arterial 
 Inerentes ao observador: não dominar a técnica. 
 Relacionadas ao paciente: omissão de informação com relação ao uso de drogas. 
 Ambiente barulhento e estressante. 
 Equipamento: conservação inadequada. 
AFERIÇÃO DA TEMPERATURA 
 Limites normais: 36,1ᵒC a 37,2ᵒC. 
 Variação do ciclo circadiano a partir de 6 meses. A variação corporal é menor pela 
manhã, aumenta ao longo do dia e atinge o máximo por volta do início da noite. Em 
geral a mínima ocorre entre 2 e 6 horas e máxima, entre 17 e 19 horas. 
 A variação ao longo do dia: 
o Até os 2 anos de idade pode chegar a 0,6ᵒC 
o Entre os 2 e 6 anos é de 0,9ᵒC 
o Acima de 6 anos é de 1,1ᵒC. 
 Temperatura da criança aumenta em até 1,1ᵒC com exercícios vigorosos. 
O controle da temperatura é realizado por termorreceptores localizados no SNC e no SNP. O 
hipotálamo faz a integração das informações da vias aferentes térmicas. A temperatura 
compreendida entre 36,7ᵒC e 37,2ᵒC não desencadeia resposta efetora. Criança possui maior 
área corpórea, sendo assim perde calor com mais facilidade. A perda de calor de se dá por 4 
mecanismo: irradiação, condução, convecção, evaporação e sudorese. 
O tônus vascular comanda a vasoconstrição ou a vasodilatação, dependendo da necessidade 
de reter ou irradiar calor. 
O panículo adiposo marrom é o principal responsável pela termogênese química, nos 
primeiros meses de vida, constitui a primeira fonte de proteção de calor, protegendo o recém-
nascido de hipotermia. 
A contração muscular promove a termogênese muscular. Pode ser voluntária ou involuntária. 
A diminuição da temperatura aumenta o tônus e produzem tremores, isto resulta em aumento 
da taxa metabólica, da produção de calor e consumo de oxigênio. 
A temperatura corporal começa a subir se a temperatura externa estiver acima de 34,4ᵒC e o 
ar apresentar saturação de H2O de 100%. Na presença de umidade intermediária, a 
temperatura corporal central máxima tolerada é de aproximadamente 40ᵒC. 
O papel da febre: O aumento da temperatura diminui o crescimento e a virulência de várias 
espécies bacterianas e aumenta a capacidade fagocítica e bactericida dos neutrófilos e efeitos 
citotóxicos dos linfócitos. 
 
 
 
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32 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Locais de monitoramento da temperatura 
 Oral, retal, timpânica, axilar, frontal. 
 Em situações especiais: artéria pulmonar e esôfago, que têm temperatura semelhante 
ao miocárdio, e na orofaringe que, como o tímpano, temperatura semelhante à do 
hipotálamo. 
 A medida da axila é a que apresenta a menor acurácia. 
 A temperatura timpânica é a mais precisa e muito próxima do hipotálamo. 
 O procedimento deverá ser explicado ao paciente ou aos seus familiares. A 
temperatura deve ser medida em repouso no leito ou meia hora após atividade física 
ter sido interrompida e 1 hora após uma refeição. 
 
 Oral 
 Acomodar o paciente em decúbito dorsal. 
 Instruir o paciente sobre o que será feito, orientar para manter a boca aberta, até o 
termômetro estar na posição adequada. 
 O termômetro deve ser deslizado sob a boca. 
 O fechamento cuidadoso da boca deve ser orientado, e após aviso sonoro ou após 2 
minutos de uso, deve ser removido. 
 Não é considerado método invasivo. 
 A temperatura oral é em geral 0,5○ C maior que a axilar. 
 Vantagem: facilidade técnica em atendimento de urgência. 
 
 Retal 
 Vantagem: Temperatura visceral e vantagem técnica quanto à introdução. 
 Desvantagem: Desconforto físico e emocional, visceral e presença de fezes no reto 
comprometem a exatidão. 
 Termômetro tem que possuir maior calibre/bulbo arredondado. 
 É considerada uma temperatura precisa. 
 O termômetro deve ser introduzido 5cm no reto do lactente e 7cm no do 
adolescente e do adulto. 
 Tempo ótimo para medicação é de 2 minutos. 
 A temperatura retal em geral é: 
o 0,5○ C a 0,6○ C maior que a oral. 
o 0,8○ C a 1○ C maior que a axilar. 
 Crianças de até 3 anos apresentam valores mais elevados de temperatura retal. 
 
 Timpânica 
 Explicar o procedimento e orientar quanto à rotação da cabeça em 20ᵒ do lado em que 
será medido a temperatura. 
 Acomodar o paciente em decúbito dorsal ou sentado. 
 Avaliar o conduto auditivo (Ex.: cera). 
 Tracionar gentilmente a orelha para cima e para trás até o final da aferição da 
temperatura. 
 Ligar o termômetro e introduzir no conduto auditivo delicadamente e aguardar o 
sinal sonoro. 
 Como critérios de febre adotam-se valores acima 37,8ᵒC. 
 
 
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33 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Vantagem: temperatura próxima da central hipotalâmica, rápida, medidas exatas. 
 Desvantagens: custo do aparelho, dificuldade de obter posicionamento correto para 
que a medida seja confiável, temperatura ambiente e cerúmen podem atrapalhar a 
aferição. 
 
 Frontal 
 Termômetro posicionado sobre a fronte. 
 Após emitir sinal sonoro, a medida pode ser lida no visor. 
 Testa seca e sem oleosidade. 
 Vantagem: facilidade de operação e relativa precisão. 
 Varia com o ambiente (ambiente não pode estar muito frio ou quente). 
 
 Axilar 
 Não são tão acuradas. 
 Acomode o paciente em decúbito dorsal. 
 Exponha a axila. 
 Posicione o termômetro paralelamente à parede medial da axila e encoste sua 
extremidade no ápice da paciente. 
 Após adução do braço para fechar a cavidade axilar e flexão do antebraço para apoiá-
la sobre o tórax, paciente deverá permanecer nesta posição. 
 Nos termômetros digitais o tempo é calculado por um sinal sonoro, e nos termômetros 
de mercúrio é aproximadamente de 3 a 5 min. 
 A temperatura axilar normal, varia de 36,5ᵒC pela manhã a 37, 2ᵒC à tarde. 
 Vantagem: é de fácil aferição e é um método não invasivo além de possuir facilidade 
de deslocamento. 
 Desvantagem: não refere a temperatura central. 
PULSO ARTERIAL 
 Palpação: 
o Radial. 
o Braquial. 
o Subclávia. 
o Axilar. 
o Aorta. 
o Carótida. 
o Temporal. 
o Femoral. 
o Poplíteo. 
o Tibiais posteriores. 
o Tibiais anteriores. 
o Pediosos. 
A avaliação dos pulsos deve constar de frequência, ritmo, velocidade, simetria, tensão e 
características da onda (amplitude e forma). A frequência e o ritmo informam sobre a 
atividade elétrica do coração, devendo ser pesquisados, preferencialmente no pulso radial. A 
amplitude e a regularidade traduzem a função do VE e devem ser pesquisadas, 
preferencialmente, nos pulsos centrais, sendo o mais adequado o carotídeo direito. 
 
 
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34 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Frequência cardíaca: Pode ser averiguada em qualquer local em que o pulso for palpável.

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