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livro de fisiologia 2

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SEMIOLOGIA 
FISIOTERAPÊUTICA
Isadora Rebolho Sisto
Anamnese e exame 
físico geral
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os critérios de anamnese e como se procede à avaliação.
  Determinar as características e os critérios do exame físico geral.
  Relacionar os achados da anamnese com o exame físico geral.
Introdução
Na área da saúde, existe uma preocupação crescente dos diversos profis-
sionais em aprimorar conhecimentos técnicos e científicos, estimulando, 
com isso, seu desenvolvimento e aumentando suas responsabilidades, 
de forma que o nível de assistência prestada ao cliente, à família e à 
comunidade seja qualificado.
A anamnese e o exame físico representam um instrumento de grande 
valia para a assistência, uma vez que permitem ao fisioterapeuta realizar 
o diagnóstico e planejar as ações terapêuticas, bem como acompanhar 
e avaliar a evolução do paciente.
Neste capítulo, você vai identificar os critérios de uma anamnese 
completa e como proceder à avaliação, determinar as características e 
os critérios do exame físico geral e relacionar os achados da anamnese 
ao exame físico geral. 
Critérios de anamnese e como se procede à 
avaliação
A fi nalidade do exame clínico é a coleta de sinais e sintomas para que seja 
possível elaborar hipóteses de diagnóstico. Para isso, deve-se cumprir uma 
sequência lógica, completa e minuciosa em duas fases: anamnese e exame 
físico (BARROS, 2002). 
Na anamnese, são pesquisados os sintomas por meio do relato livre e es-
pontâneo do paciente, sendo possível orientá-lo a manter a cronologia dos fatos 
durante a descrição (LAMPERT, 1996; SANTOS; FERRETTI-REBUSTINI; 
PAULA, 2015). 
É fundamental que haja um clima de tranquilidade, de modo que o paciente 
se sinta à vontade para relatar, da maneira mais fiel possível, sua queixa e 
seus sintomas. Em princípio, a narração não deve ser interrompida, pois 
muitas vezes a sequência ou a livre associação de ideias é importante para 
a elaboração do diagnóstico, principalmente no que diz respeito à avaliação 
de aspectos emocionais. Deve-se levar em conta a personalidade e o nível 
intelectual e cultural do paciente para promover uma interação empática, 
procurando estabelecer confiança mútua e demonstrando sincero interesse em 
seus problemas. Também se deve considerar que o paciente vem apreensivo 
e angustiado à procura de alguém que o ampare, compreenda e o livre dos 
sintomas que o incomodam (LAMPERT, 1996).
A anamnese deve obedecer à seguinte sequência cronológica: 
1. identificação do paciente; 
2. queixa principal/duração; 
3. história da doença atual; 
4. história da doença pregressa;
5. história familiar;
6. história psicossocial.
Identificação do paciente
A anamnese se inicia pela identifi cação do paciente, que não precisa ser feita 
necessariamente pelo clínico, mas pelo recepcionista ou mesmo pelo próprio 
paciente, preenchendo formulários com todos os dados necessários (BARROS, 
2002; LAMPERT, 1996; SANTOS; FERRETTI-REBUSTINI; PAULA, 2015; 
PORTO, 2000, 2008). 
  Nome: deve ser completo, sem abreviações. Recomenda-se constar 
no envelope ou programa informatizado de identificação o último 
sobrenome, seguido de vírgula e do(s) primeiro(s) nome(s). 
  Idade: é importante o registro da idade do paciente devido à ocorrência 
de certas doenças prevalentes em determinadas épocas da vida. 
  Gênero: masculino ou feminino. Certas doenças acometem mais in-
divíduos de um determinado sexo. 
Anamnese e exame físico geral2
  Etnia: algumas doenças têm prevalência em um determinado grupo 
étnico. 
  Estado civil: informar se o paciente é solteiro, casado, viúvo ou 
divorciado. 
  Nacionalidade: refere-se ao país ao qual o paciente está legalmente 
vinculado (nato ou naturalizado). 
  Procedência (naturalidade): local onde o paciente residiu a maior parte 
de sua vida, assim como o local onde esteve recentemente. É impor-
tante conhecer a procedência do paciente para a avaliação de eventuais 
doenças que ocorrem predominantemente em determinada região. 
  Residência: o registro do lugar onde o paciente pode ser encontrado 
é fundamental caso ele necessite de retorno para a complementação 
de um diagnóstico ou tratamento ou para o acompanhamento de um 
processo de cura. 
  Profissão: ocupação principal do paciente ou ocupação que ele tenha 
exercido no maior período de sua vida. Nem sempre o indivíduo exerce 
sua profissão de formação. É comum observar prontuários em que 
consta a profissão aposentado. É importante saber se o paciente não 
exerce nenhuma atividade no momento, o que ele fazia antes de se 
aposentar e se hoje, apesar de aposentado, trabalha em alguma função 
ou se tem alguma ocupação. Além disso, o conhecimento do local e das 
condições em que exerce suas atividades profissionais é fundamental 
para a elaboração do diagnóstico.
Queixa principal
A queixa principal é a referência ao sintoma mais importante. A duração é 
entendida como o tempo decorrido desde o início do sintoma até o momento 
atual.
Alguns indivíduos, quando ansiosos, tornam-se prolixos, mascarando 
a queixa principal. É função do examinador destacar do relato a queixa e a 
duração e transcrevê-las da maneira referida pelo paciente, com suas palavras. 
Outros pacientes, todavia, apresentam-se de forma tímida, pouco falantes ou 
extremamente inibidos. Porto (2008) acredita que, nesses casos, o examinador 
deve auxiliá-los com perguntas do tipo O que sente? e Há quanto tempo? 
Os principais sinais e sintomas apresentados pelos pacientes que procuram 
atendimento fisioterapêutico são:
3Anamnese e exame físico geral
  dor;
  tontura;
  falta de ar;
  cansaço;
  formigamento;
  hipersensibilidade;
  hipossensibilidade;
  queimação;
  edema;
  crepitações;
  atrofia muscular;
  instabilidade articular;
  enrijecimento articular;
  cefaleias;
  contraturas, entre outros.
Sinal vem do latim signalis, que significa manifestação, indício ou vestígio. 
Os sinais são manifestações clínicas visíveis e perceptíveis pelo profissional 
por meio de seus sentidos naturais (p. ex., edema articular, atrofia muscular 
e enrijecimento da articulação) (LAMPERT, 1996).
Sintoma origina-se do grego sympitien, que significa acontecer. Os sin-
tomas são manifestações subjetivas percebidas pelo paciente e relatadas ao 
profissional (p. ex., dor ao repouso, dor ao exercício, cansaço e perda de 
movimento) (LAMPERT, 1996).
A dor é uma das sensações mais frequentes com que o fisioterapeuta se 
depara diariamente em sua clínica, pois muitas vezes é ela que motiva o pa-
ciente a procurar ajuda. Os pacientes nunca permanecem indiferentes diante 
desse sintoma A dor pode estar relacionada com experiências prévias e sempre 
apresenta dois aspectos distintos: um componente objetivo (somático) e um 
componente subjetivo (emocional). Ela deve ser interpretada considerando seu 
tipo de manifestação, de acordo com os critérios de avaliação da sensibilidade 
dolorosa (SANTOS; FERRETTI-REBUSTINI; PAULA, 2015; BARROS, 2016). 
  Intensidade — pode ser leve, moderada ou alta. Quando o paciente 
tem dificuldade de quantificar sua dor, é possível auxiliá-lo solicitando 
que a enquadre em uma escala de 1 a 10, por exemplo. Existe variação 
também conforme o indivíduo e seu perfil emocional em função do 
seu limiar de suportar estímulo doloroso. 
Anamnese e exame físico geral4
  Estímulo — a dor surge espontaneamente ou é provocada? 
  Duração — instantânea ou prolongada? Por quanto tempo? 
  Frequência — refere-se à periodicidade. Quantas vezes e por quanto 
tempo o paciente já sentiu essa dor? É intermitente ou de manifestação 
contínua? 
  Localização — dores podem ser difusas (de difícil localização, pois o 
paciente não é capaz de apontar com precisão) ou situadas (o paciente 
aponta com exatidão o ponto doloroso, que geralmente coincide com 
o ponto desencadeante da dor — ponto gatilho).
  Fatores de alívio ou piora — medicação,frio, calor, abertura da boca, 
alívio espontâneo, sazonalidade, variabilidade ao longo do dia, entre 
outros.
História da doença atual
As palavras relatadas pelo paciente são transcritas entre aspas, pois são mes-
cladas com observações do examinador. Segundo Barros (202), é importante 
enfatizar que esse item consiste no registro do relato da história natural da 
doença desde o seu início, incluindo os fatos antecedentes que possam auxiliar 
o diagnóstico e a sua evolução até a presente data.
Os medicamentos utilizados devem ser incluídos, assim como seus efeitos, 
sejam eles terapêuticos ou colaterais. O mesmo se aplica a cirurgias, exames 
ou quaisquer outros procedimentos realizados que enriqueçam a queixa e a 
duração e auxiliem o diagnóstico (PORTO, 2000). 
Quanto aos pacientes que falam muito, misturando aspectos supérfluos 
para a anamnese, é necessário ter habilidade para extrair de seu discurso 
apenas os aspectos de interesse para a elucidação do quadro clínico. Ainda 
assim, deve-se ouvir com atenção, sem interrupção, deixando que o discurso 
do paciente seja livre e sem interferências, pois tudo o que é dito por ele é 
essencial para compor um perfil. Mesmo que não se transcreva na íntegra o 
que foi ouvido durante a anamnese, é muito importante observar a forma e o 
conteúdo da história apresentada (BARROS, 2002). 
Com base nesses dados, o examinador pode avaliar o indivíduo sob os 
aspectos cultural e emocional, tendo então condições de conhecer melhor seu 
paciente. Isso auxilia tanto na coleta de dados como no diagnóstico, no trata-
mento e no acompanhamento do paciente (SANTOS; FERRETTI-REBUSTINI; 
PAULA, 2015). 
5Anamnese e exame físico geral
História da doença pregressa 
Em relação aos antecedentes gerais, pesquisam-se as doenças que acomete-
ram o paciente, as cirurgias realizadas, bem como as internações prévias e 
os distúrbios sistêmicos. Dessa forma, segundo Porto (2000), adquirem-se 
informações sobre toda a história médica do paciente, inclusive das condições 
que não estejam relacionadas à doença atual.
Histórico familiar
De acordo com Porto (2000), no histórico familiar, são pesquisados os as-
pectos genéticos, como distúrbios ocorridos com descendentes e ascendentes 
do paciente, que possam, de algum modo, estar vinculados com a lesão ou a 
alteração que este apresenta.
Interessa saber se os pais estão vivos e se são saudáveis. Se forem falecidos, 
deve-se investigar a causa da morte. É importante verificar se existem outros 
casos de doença semelhante à que o paciente apresenta nos ascendentes e des-
cendentes. Além disso, os distúrbios sistêmicos que tenham vínculo genético 
devem ser pesquisados, pois podem influir de alguma forma no diagnóstico, 
no prognóstico e no tratamento (BARROS, 2016).
Histórico psicossocial
Procura-se conhecer as condições de vida do paciente, seu dia a dia, seus 
costumes, suas atividades e sua dieta. Em relação às condições de residência, 
deve-se levar em conta o tipo de moradia e as condições de saneamento básico 
(água encanada e esgoto). Além disso, é importante pesquisar uma eventual 
exposição a agentes nocivos (MATTOS, 2017).
Os dados obtidos durante a anamnese devem ser anotados em prontuário apropriado. 
Após a exposição, o fisioterapeuta pode intervir com a finalidade de complementar 
certos detalhes, se necessário. A finalidade da anamnese é a coleta dos sintomas 
relatados pelo paciente. 
Anamnese e exame físico geral6
Características e critérios do exame físico geral
Independente do motivo da consulta, o exame físico deve ser completo e feito 
ordenadamente após a anamnese. A integração do exame físico à anamnese 
permite o que se denomina diagnóstico. Todo doente é capaz de distinguir 
um exame apressado e superfi cial de um interessado e cuidadoso. O paciente 
cuja sensação foi a de um exame dedicado e atencioso cria, em relação ao 
profi ssional, o respeito e a confi ança indispensáveis para o tratamento. 
O exame físico deve cobrir todas as regiões anatômicas em busca de altera-
ções clínicas compatíveis, em princípio, com a queixa do paciente. Os sinais são 
obtidos fundamentalmente por meio dos órgãos dos sentidos do examinador, 
direta ou indiretamente, sendo necessário conhecer as estruturas normais 
como parâmetro em relação às alterações apresentadas (BARROS, 2016). 
O exame clínico, portanto, é didaticamente dividido em duas partes: ana-
mnese e exame físico. É difícil, e muitas vezes impossível, obedecer a essa 
divisão, principalmente nessa ordem, pois, ao entrar no consultório, alguns 
dados clínicos já podem ser observados. Frequentemente, ao iniciar o exame 
clínico, o paciente aponta uma lesão que é visivelmente evidenciada. Todavia, 
deve-se, mesmo assim, efetuar um exame completo e sequencial, indepen-
dentemente de já se ter percebido uma lesão em determinada área. Não é 
improvável haver outras lesões não percebidas pelo paciente, às vezes até 
com maior gravidade do que a apontada. Para tanto, deve-se examinar todas 
as estruturas utilizando as manobras de semiotécnica por meio dos sentidos 
inspeção (visão), palpação, percussão e ausculta (LAMPERT, 1996; SANTOS; 
FERRETTI-REBUSTINI; PAULA, 2015; PORTO, 2008).
O exame físico geral é a primeira etapa do exame clínico e, além de com-
plementar a anamnese (entrevista clínica), fornece uma visão do paciente 
como um todo, não segmentada. Devemos ressaltar que, além da anamnese 
e do exame físico, devem ser analisados os exames complementares que o 
paciente realizou (raios X, exames de sangue, tomografia computadorizada, 
ressonância magnética nuclear, entre outros). O exame físico é dividido em 
duas partes: qualitativo e quantitativo, (BARROS, 2002; LAMPERT, 1996; 
SANTOS; FERRETTI-REBUSTINI; PAULA, 2015; PORTO, 2000, 2008; 
PORTO, 2000, 2008).
Exame clínico geral qualitativo
Em geral, as qualidades são organizadas em graus, sendo estes medidos de uma 
a quatro cruzes (p. ex., edema distal no membro inferior direito +/4+ — o que 
7Anamnese e exame físico geral
signifi ca que, do máximo que uma pessoa pode fi car edemaciada [4 cruzes], 
o paciente se encontra com uma cruz) (BARROS, 2016).
a) Avaliação do estado geral: avaliação subjetiva do que o paciente apa-
renta em sua totalidade — nível de consciência, fácies, fala, confusão 
mental, mobilidade, entre outros. O paciente pode estar em bom estado 
geral (BEG), regular estado geral (REG) ou mau estado geral (MEG).
b) Avaliação do grau de palidez: observar mucosa palpebral da conjun-
tiva, mucosa oral, leito ungueal e palma das mãos. O paciente pode estar 
corado (mais avermelhado) ou descorado. Caso se encontre descorado, 
deve-se classificar o grau (em cruzes).
c) Avaliação do grau de hidratação: observar a umidificação da mu-
cosa oral e do globo ocular e o turgor da pele. O paciente pode estar 
hidratado ou desidratado, se estiver desidratado, deve-se classificar o 
grau (em cruzes).
d) Avaliação da presença de icterícia: avaliar a coloração da palma da 
mão, da esclera e do freio da língua. A icterícia é caracterizada por 
apresentar um tom amarelado nessas regiões. O excesso de betacaroteno 
pode se assemelhar à icterícia. Para diferenciar as duas condições, 
observe se o tom amarelado/alaranjado está presente apenas na pele 
(caroteno) ou também na esclera e no freio lingual (icterícia). A esclera 
de pacientes idosos e negros pode ter um tom amarronzado devido 
a uma hiperpigmentação normal observada neles. Esse tom é mais 
importante na porção da esclera que fica exposta à luz. Portanto, para 
facilitar a percepção da presença de icterícia nesses pacientes, deve-se 
observar a porção da esclera que normalmente não fica exposta à luz 
(de baixo da pálpebra). O paciente pode estar ictérico ou anictérico. 
Caso se encontre ictérico, o grau (em cruzes) precisa ser classificado.
e) Avaliação da presença de cianose: avaliar uma coloração mais azulada 
no lábio, no leito ungueal e em outras extremidades (cianose), pois isto 
indica a redução da oxigenação do sangueou a redução da perfusão 
sanguínea. O paciente pode estar com a coloração mais azulada por uma 
hipoperfusão sanguínea em razão de frio (cianose periférica causada 
pela vasoconstrição periférica induzida pelo frio), nesse caso, tente 
esquentar a mão do paciente e observar se melhora. O paciente pode 
estar cianótico ou acianótico.
f) Avaliação do padrão respiratório: observar se há dificuldades para 
respirar ou se o paciente está usando força excessiva (uso de musculatura 
acessória) para inspirar. O paciente pode estar eupneico ou dispneico 
Anamnese e exame físico geral8
(com dificuldades de respirar). Deve-se avaliar a frequência respira-
tória (o paciente pode estar bradipneico — poucas inspirações — ou 
taquipneico — muitas inspirações). Exemplo: um paciente com esforço 
para respirar e com frequência respiratória aumentada se encontra 
taquidispneico.
Exame clínico geral quantitativo
O exame clínico geral quantitativo avalia os aspectos mensuráveis do paciente, 
como medidas de pressão arterial (PA), peso, altura, índice de massa corpó-
rea (IMC), circunferência abdominal, frequência cardíaca (FC), pulsação e 
frequência respiratória.
PA — a aferição da PA requer preparação do paciente e escolha do material 
adequado (Figura 1) (MALACHIAS et al., 2016).
Figura 1. Modelos de esfigmomanômetro.
Fonte: Barros (2016, p. 123).
Outro modelo muito utilizado, principalmente em domicílio, é o aparelho 
de pressão digital. Antes de aferir a PA, deve-se perguntar ao paciente se: 
  fumou ou bebeu café ou outros estimulantes há menos de 30 minutos; 
  está sentindo dor; 
  está com a bexiga cheia; 
  está em repouso há menos de 3 minutos.
9Anamnese e exame físico geral
Se a resposta para todas as perguntas for não, podemos prosseguir com 
o procedimento. O braço que terá a PA aferida deve estar apoiado sobre um 
suporte, na altura do coração. O paciente pode estar em pé, sentado ou deitado 
(para o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, utilizamos os resultados 
quando o paciente está sentado). Esse braço não pode ter manga de roupa e 
não pode estar edemaciado ou ter fístula arteriovenosa. 
Podemos, então, colocar o manguito. Para isso, devemos escolher aquele 
cuja câmara tenha uma largura de cerca de 40% da circunferência do braço 
e um comprimento de cerca de 80% da circunferência do braço (na prática, a 
maioria dos pacientes se encaixa na faixa normal, mas, se ele for obeso, faça 
as medições e peça o manguito de obeso, caso seja muito magro, solicite o 
manguito infantil). Depois de palpar o P da artéria braquial (fica logo abaixo do 
bíceps), para verificar se há P viável, o manguito correto deve ser posicionado 
obedecendo à sinalização da artéria braquial (Figura 2).
Figura 2. Exemplo da forma correta de avaliação da PA.
Fonte: kurhan/Shutterstock.com.
Uma vez preparado o paciente, a aferição da PA (que é medida em mmHg) 
segue o seguinte protocolo: 
1. medir a circunferência do braço do paciente;
2. selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço;
3. colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital (cerca de 
2 a 3 cm);
Anamnese e exame físico geral10
4. centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria 
braquial;
5. estimar o nível da pressão sistólica pela palpação do P radial. Palpar 
o P radial e inflar o manguito até seu desaparecimento e desinflar. O 
seu reaparecimento corresponderá à pressão arterial sistólica (PAS);
6. palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do 
estetoscópio sem compressão excessiva;
7. inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg do nível estimado da 
pressão sistólica obtido pela palpação;
8. proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo);
9. determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som (fase I de 
Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares, e, em 
seguida, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação;
10. determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V 
de Korotkoff);
11. auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do nível do som para confirmar 
seu desaparecimento e, depois, proceder à deflação rápida e completa.
12. se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão 
diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar os 
valores da sistólica/diastólica/zero;
13. esperar em torno de 1 minuto antes de novas medidas;
14. informar os valores de PA obtidos para o paciente;
15. registrar os valores sem arredondamentos e o membro no qual foi 
aferida a PA.
Segundo a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (MALACHIAS 
et al., 2016), os limites de PA considerados normais sã o arbitrá rios, entretanto, 
os valores que classificam o comportamento da PA em adultos por meio de 
medidas casuais ou de consultório estão expressos no Quadro 1. Classifica-se 
como normotenso quando as medidas de consultó rio sã o ≤ 120/80 mmHg. 
A PA é caracterizada pela presença de PAS entre 121 e 139 e/ou PAD entre 
81 e 89 mmHg. Os pré-hipertensos têm maior probabilidade de se tornarem 
hipertensos e maiores riscos de desenvolvimento de complicações cardiovas-
culares quando comparados a indivíduos com PA normal (≤ 120/80 mmHg), 
necessitando de acompanhamento periódico.
11Anamnese e exame físico geral
 Fonte: Adaptado da Malachias et al. (2016). 
Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Normal ≤ 120 ≤ 80
Pré-hipertensão 121–139 81–89
Hipertensão estágio 1 140–159 90–99
Hipertensão estágio 2 160–179 100–109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
Quando a PAS e a PAD estão em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada 
para classificação da PA.
Considera-se hipertensão sistólica isolada se a PAS ≥ 140 mmHg e PAD < 90 mmHg, 
devendo esta ser classificada em estágios 1, 2 e 3.
 Quadro 1. Classificação dos valores da PA para adultos > 18 anos 
Frequência respiratória (FR) — contar a quantidade de inspirações em 1 
minuto, observando os movimentos da caixa torácica ou da parede abdominal. 
Não se deve contar ao paciente que a sua frequência respiratória está sendo 
verifi cada, pois, inconscientemente, mudamos nosso padrão respiratório. 
É importante verificar também o ritmo da respiração, que pode conter 
pausas, períodos de inspiração/expiração profunda ou ser arrítmica, o uso 
de musculatura acessória e a tiragem (retração dos espaços intercostais, da 
fossa supraclavicular ou da região epigástrica), pois esses fatores evidenciam 
a dificuldade para respirar. Observar se não há tempo expiratório prolongado 
(o normal é o tempo da inspiração ser maior do que o da expiração, o que pode 
se inverter em situação de broncoespasmo — crise de asma). A unidade de 
medida utilizada é incursões respiratórias por minuto (irpm) (BARROS, 2016). 
Altura e peso — para aferir a altura, o paciente deve estar com os pés des-
calços, em postura ereta e olhar para o horizonte. O peso deve ser aferido 
preferencialmente em balança analítica, pois esta pode ser calibrada conforme 
o ambiente em que está situada. Além de doenças do desenvolvimento, o peso 
e a altura são importantes para determinar o IMC: IMC = peso/altura² (kg/m²). 
Veja o Quadro 2.
Anamnese e exame físico geral12
Conforme a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da 
 Síndrome Metabólica, o IMC categoriza o paciente em magreza, eutrofia, 
sobrepeso e graus de obesidade. É importante notar a proporção massa mus-
cular/massa de gordura, pois isto pode levar a interpretações errôneas acerca 
do IMC, conforme demonstrado no Quadro 2.
 Fonte: Adaptado de ABESO (2016). 
IMC (kg/m2) Classificação
Obesidade 
grau/classe
Risco de doença
< 18,5 Magro ou baixo peso 0 Normal ou elevado
18,5–24,9 Normal ou eutrófico 0 Normal 
25–29,9 Sobrepeso ou 
pré-obeso
0 Pouco elevado 
30–34,9 Obesidade I Elevado 
30–39,9 Obesidade II Muito elevado 
≥ 40,0 Obesidade grave III Muitíssimo elevado 
 Quadro 2. Classificação internacional da obesidade segundo o IMC e o risco de doença 
(OMS) que divide a adiposidade em grausou classes 
Circunferência abdominal — a relação circunferência abdominal/quadril 
(RCQ) foi, inicialmente, a medida mais comum para avaliar a obesidade 
central, mas, há aproximadamente 20 anos, reconheceu-se que ela pode ser 
menos válida como medida relativa. No entanto, na população brasileira, a 
RCQ também demonstrou estar associada ao risco de comorbidades. A medida 
da circunferência abdominal refl ete melhor o conteúdo de gordura visceral 
que a RCQ e também se associa muito à gordura corporal total. Com o passar 
do tempo, sugeriram vários locais e padrões para avaliar a circunferência 
abdominal. Solicita-se que o paciente fi que em posição supina para que inspire 
profundamente e, ao fi nal da expiração, seja realizada a medida. Pode-se 
realizar a medida no maior perímetro abdominal entre a última costela e a 
crista ilíaca, segundo recomendações da OMS (ABESO, 2016) (Figura 3).
13Anamnese e exame físico geral
Figura 3. Região para medição da circunferência abdominal. 
Fonte: FotoDuets/Shutterstock.com.
FC e pulso (P) — nem sempre as medidas serão equivalentes. Para a aferição 
da FC, pode-se auscultar o coração e contar os batimentos cardíacos em 1 
minuto. Para aferir o P, normalmente se palpa a artéria radial com o segundo 
e o terceiro dedo, contando os batimentos em 1 minuto. É importante também 
comparar a FC e o P. Na palpação do P, entre outras coisas, o mais importante 
é verifi car o ritmo (em alguns pacientes é possível ver alterações). A unidade 
de medida utilizada é batimentos por minuto (bpm).
A média de FC em repouso para adultos é de 60 a 80 bpm, sendo a média 
da FC em repouso das mulheres normalmente de 7 a 10 bpm mais alta que a 
dos homens. FCs baixas (bradicardia) — de 28 a 40 bpm — foram identifica-
das em atletas de resistência altamente condicionados, enquanto indivíduos 
mal-treinados e sedentários podem ter FC que exceda 100 bpm (taquicardia) 
Pulmonar
O exame pulmonar é dividido em inspeção (estática e dinâmica), palpação, 
percussão e ausculta (SANTOS; FERRETTI-REBUSTINI; PAULA, 2015; 
PORTO, 2008; BARROS, 2016). 
Anamnese e exame físico geral14
Inspeção
A inspeção pode ser dividida em duas partes: estática e dinâmica (PORTO, 
2008).
Estática — basicamente, deve-se olhar a aparência do tórax e se o paciente 
tem desvios da coluna (escoliose quando há uma espécie de S; cifose nos 
casos em que há uma espécie de corcunda; e lordose, sendo esta uma entrada 
aprofundada na coluna lombar). Além disso, no exame estático, é importante 
observar a estrutura do esterno, das costelas e das vértebras, pois isto pode 
ser indicativo de certas alterações estruturais, como o pectus excavatum 
(tórax escavado ou tórax de sapateiro), no qual há a inversão da concavidade 
do esterno, ou o tórax em barril, que apresenta uma retifi cação das colunas 
vertebrais e a elevação do esterno (tórax comum em enfi sematoso).
Dinâmica — a inspeção dinâmica visa a defi nir o padrão respiratório do 
paciente, podendo apresentar os seguintes padrões: 
1. eupneico: respiração normal sem dificuldades e com frequência normal; 
2. taquipneia: respiração com frequência aumentada;
3. bradipneia: respiração com frequência diminuída. Há também alguns 
outros padrões, mas estes não serão abordados agora.
Palpação
A realização da palpação pode ser dividida em duas fases, sendo elas (SANTOS; 
FERRETTI-REBUSTINI; PAULA, 2015; PORTO, 2008):
a) Expansibilidade — deve ser realizada no ápice, na base e entre elas. 
Para ser realizada no ápice, colocam-se as mãos na base do pescoço, 
com os polegares juntos na região da proeminência das vértebras cer-
vicais na pele (processo espinhoso) e os dedos sobre a região acima 
da escápula de cada lado. Peça para o paciente realizar movimentos 
inspiratórios e expiratórios profundos, devendo ambos os lados estarem 
com expansibilidade simétrica (as duas mãos devem fazer a mesma 
amplitude de movimento). Deve-se repetir o processo mais duas vezes 
até a base (aproximadamente até a vértebra T12). Com isso, procura-se 
encontrar assimetrias entre os campos pulmonares (direito ou esquerdo) 
e entre os terços pulmonares (superior, médio e inferior).
15Anamnese e exame físico geral
b) Frêmito toracovocal (FTV) — é como se define a vibração sentida 
quando o paciente emite um som estridente, como quando requisitado 
a falar 33. Isso é importante, pois auxilia no diagnóstico de processos 
patológicos, tais como derrame pleural ou consolidações pulmonares. 
Nos derrames, o frêmito se encontra diminuído devido ao fato de haver 
líquido entre a pleura e o pulmão, o que dificulta a propagação do som 
até a parede torácica, enquanto nas consolidações — uma espécie de 
massa (p. ex., pneumonia ou tumor) — o som está aumentado, haja vista 
que o meio sólido da consolidação permite maior transmissibilidade 
por meio da árvore brônquica. 
Percussão
A percussão deve ser realizada com a mão dominante, usando-se a falange 
distal (ponta do dedo) do terceiro dedo sobre o segundo ou o terceiro dedo 
da outra mão, que deve estar inteiramente em contato com a pele e com os 
dedos bem separados. Você irá prosseguir batendo a falange contra os outros 
dedos, realizando sempre a comparação entre os sons produzidos na porção 
de um hemitórax com a do outro hemitórax. É possível identifi car quatro sons 
pulmonares (você, no entanto, só conseguirá diferenciar com clareza quando 
tiver ouvido um som alterado e o comparar com o normal) (LAMPERT, 1996):
  som claro pulmonar: som da percussão do pulmão normal. Entre a 
macicez e o timpanismo;
  som timpânico: som característico de estruturas mais ocas, ou seja, 
com grande quantidade de ar no parênquima pulmonar ou na cavidade 
torácica. Pode ser encontrado em casos de enfisema pulmonar e de 
pneumotórax;
  som submaciço: ocorre quando há líquido interposto entre o parênquima 
pulmonar e a parede torácica, como em derrames pleurais (uma espécie 
de líquido na camada que reveste o pulmão);
  som maciço: obtido quando se percute regiões mais densas, ou seja, 
quando há uma diminuição da quantidade de ar no pulmão ou em suas 
proximidades, o que está presente em tumores periféricos e em pneu-
monias (consolidação). Você irá sentir que está percutindo algo sólido. 
A percussão pode apresentar certas alterações que não determinam 
estados patológicos. É importante ressaltar que abaixo do sexto espaço 
intercostal direito é possível encontrar um som maciço que corresponde 
Anamnese e exame físico geral16
ao fígado (principalmente quando a percussão é executada na porção 
anterior do tórax).
Ausculta pulmonar
Para a ausculta, devemos pedir ao paciente que realize inspirações e expirações 
profundas com a boca entreaberta, sem realizar barulho, uma vez que isso 
pode gerar alguns ruídos adventícios (sons anormais e não esperados em um 
exame normal). Assim como na percussão, deve-se realizar uma comparação 
entre duas regiões simétricas do hemitórax, indo do ápice até a base em pelo 
menos 4 pontos (Figura 4).
Os sons respiratórios normais podem ser classificados como som traqueal, 
respiração brônquica e murmúrios vesiculares. Os murmúrios vesiculares 
são o som normal escutado no pulmão e representam o som causado pela 
entrada e saída de ar dos pulmões. Esses murmúrios podem estar ausentes 
ou diminuídos (se houver algo que obstrua seu caminho ou que impeça que 
o ar entre e saia do pulmão). Em situações patológicas, é possível auscultar 
ruídos adventícios (sons anormais), os quais são indicativos, cada um deles, 
de certas alterações. Veja, a seguir, os príncipais indicativos e quais são as 
suas classificações e características (LAMPERT, 1996). 
  Estertores finos (crepitações): são tipos de sons nítidos e descontínuos 
semelhantes ao friccionar dos cabelos (faça o teste de friccionar os 
cabelos uns nos outros próximo à orelha e perceba que o som é similar 
ao de abrir um velcro). Esses sons são gerados quando o ar entra em 
um alvéolo pulmonar que contém líquido (p. ex., pneumonia, edema 
pulmonar)e ocorrem no final da inspiração. 
  Estertores grossos: são sons menos agudos e duram mais do que os 
finos, os quais sofrem nítida alteração com a tosse e podem ser ouvidos 
em todas as regiões do tórax. São audíveis no início da inspiração e 
durante toda a expiração e têm origem na abertura e no fechamento 
de vias aéreas contendo secreção viscosa e espessa, bem como pelo 
afrouxamento da estrutura de suporte das paredes brônquicas, sendo 
comuns na bronquite crônica e nas bronquiectasias. 
  Roncos: são ruídos longos, graves e musicais gerados pelo turbilhão 
aéreo que se forma com a movimentação de muco e de líquido dentro 
da luz das vias aéreas (geralmente brônquios de grosso calibre). Indicam 
asma brônquica, bronquites, bronquiectasias e obstruções localizadas. 
Aparecem na inspiração e, com maior frequência, na expiração. São 
17Anamnese e exame físico geral
fugazes e mutáveis, surgindo e desaparecendo em curtos períodos de 
tempo. 
  Sibilos: são sons contínuos, musicais e de longa duração. Como as cre-
pitações, os sibilos também têm sua origem nas vias aéreas e requerem 
o fechamento prévio dos brônquios. As paredes brônquicas devem ser 
trazidas aos pontos de oclusão para que ocorram os sibilos. Por outro 
lado, em vez de acontecer uma reabertura súbita, as paredes brônquicas 
passam a vibrar ao serem atingidas por fluxo aéreo em alta velocidade. 
Os sibilos acompanham as doenças que levam à obstrução de fluxo 
aéreo. Em geral, são múltiplos e disseminados por todo o tórax quando 
provocados por enfermidades que comprometem a árvore brônquica 
toda, como acontece na asma e na bronquite (DPOC — doença pulmonar 
obstrutiva crônica). 
  Atrito pleural: ocorre por um processo inflamatório das pleuras vis-
ceral (estrutura que reveste o pulmão) e parietal (estrutura que recobre 
o interior da parede torácica), o que torna a superfície das pleuras 
irregulares, gerando o atrito pleural. 
  Estridor: o estridor pode ser considerado como um tipo especial de 
sibilo, com maior intensidade na inspiração, sendo audível a distância, 
e que acontece nas obstruções altas da laringe ou da traqueia, fato que 
pode ser provocado por laringites agudas, câncer da laringe e estenose 
da traqueia.
Você sabe como reconhecer alguns destes sons? Veja as dicas a seguir. 
  O ronco tem um som característico, similar ao de uma pessoa roncando quando 
dorme (só que absolutamente mais baixo e suave). 
  O sibilo se apresenta como uma espécie de miado de gatoou apito de chaleira.
  O atrito pleural possui o som similar ao atrito de um pano velho. 
Anamnese e exame físico geral18
Figura 4. Regiões para realizar a ausculta pulmonar posterior.
Fonte: Barros (2016, p. 229).
Neste capítulo, abordou-se o exame físico geral. É importante salientar que, para 
cada área específica do conhecimento, o exame físico pode ser mais aprofundado, 
como, por exemplo, os materiais úteis ao exame cardiorrespiratório — estetoscópio, 
esfigmomanômetro e peak flow —, ao exame neurológico — martelo para reflexos, 
alfinetes/esponjas, etc. —, ao exame dermatofuncional — lupa, adipômetro, fita 
métrica e balança — e ao exame traumato-ortopédico — fita métrica, simetrógrafo 
e goniômetro.
Relação dos achados da anamnese ao exame 
físico geral
O conjunto dos vários sinais e sintomas apresentados pelo paciente durante 
o exame físico geral irá suscitar a necessidade de um exame mais detalhado 
de algum segmento. O fi sioterapeuta experiente utiliza o exame geral como 
um recurso para estabelecer uma relação profi ssional de confi ança com o 
19Anamnese e exame físico geral
paciente e, então, proceder ao exame específi co minucioso dos sistemas que 
julgar necessário 
Em relação à avaliação da postura e da capacidade de locomoção, é impor-
tante observar o posicionamento preferencial adotado pelo paciente no leito, 
bem como o ritmo, a amplitude e a natureza dos movimentos. A atitude do 
paciente caracteriza seu comportamento, que pode ser classificado como ativo 
ou passivo. O decúbito assumido pelo paciente pode ser ventral, lateral, dorsal 
ou supino, sendo de caráter obrigatório ou opcional. Em algumas patologias, 
tais como insuficiência cardíaca esquerda, o paciente tem preferência pela 
posição sentada, enquanto na DPOC ele pode adotar essa mesma posição, 
mas se inclinando para a frente com os braços apoiados 
O indivíduo portador de hipertireoidismo costuma apresentar movimentos 
frequentes e rápidos, enquanto aquele em depressão pode assumir uma postura 
desleixada, acompanhada de movimentos lentos. Também é importante avaliar 
o tipo de marcha, verificando se o paciente caminha sem dificuldades, com 
um bom equilíbrio ou se apresenta algum desconforto ao caminhar, como 
claudicação, perda do equilíbrio ou outras alterações no funcionamento motor 
A avaliação da expressão facial (fácies) engloba o conjunto de aspectos 
exibidos na face do paciente, sendo de fundamental importância, pois o formato 
do rosto e a fisionomia expressa pelo paciente podem ser sinais indicativos 
de algumas patologias ou do uso de alguns medicamentos. A face deve ser 
observada em vários momentos no decorrer do exame físico, seja com o 
paciente em repouso, durante a conversa sobre assuntos específicos ou na 
interação com outras pessoas. 
Como exemplos de fácies relacionadas a algumas patologias, pode-se citar: 
a face imóvel do indivíduo portador de Parkinson (fácies parkinsoniana); o 
olhar fixo e a presença de olhos salientes e brilhantes do portador de hiper-
tireoidismo (fácies basedowiana); o edema palpebral e a palidez cutânea do 
portador de síndrome nefrótica (fácies renal); a face arredondada e averme-
lhada, com aumento da quantidade de pelos e de acne do indivíduo que faz 
uso de corticoide (fácies cushingoide); o rosto arredondado, com nariz e lábios 
grossos e os cabelos fracos e sem brilho do portador de hipotireoidismo (fácies 
mixedematosa); o rosto com aspecto de cara de leão com a pele espessa, o 
nariz alargado, os lábios grossos e proeminentes e as bochechas e o mento 
que se deformam pelo aparecimento de nódulos, característico do paciente 
com Hanseníase (fácies leonina); e o aumento das proeminências ósseas do 
crânio no portador de acromegalia (fácies acromegálica) 
Anamnese e exame físico geral20
Em relação à avaliação dos sinais vitais, devem ser verificados e anotados 
o P e a FC, a frequência respiratória, a temperatura corporal e a PA. Essa 
avaliação poderá ser realizada no início do exame 
Para realizar a avaliação de pele, mucosas e anexos, é necessário considerar 
uma série de fatores, como, por exemplo, a questão da etnia. Em pessoas de 
pele escura, a melanina poderá mascarar outros pigmentos, dificultando a 
identificação de palidez, vermelhidão incomum ou cianose. Nesse sentido, 
devemos observar a cor, a umidade, a temperatura, a textura, o turgor e a 
presença de lesões e edemas (LAMPERT, 1996).
A avaliação da coloração da pele deve ser realizada em um ambiente claro, 
de preferência à luz do dia. A cor normal depende, principalmente, de quatro 
pigmentos: a melanina, o caroteno, a oxiemoglobina e a desoxiemoglobina. A 
quantidade de melanina é determinada geneticamente, sendo aumentada por 
meio da exposição à luz solar. O caroteno é um pigmento dourado, que existe 
na gordura subcutânea e nas regiões queratinizadas do corpo, como as regiões 
palmar e plantar. A oxiemoglobina é um pigmento vermelho, predominante 
em artérias e capilares, que causa vermelhidão na pele quando em excesso e 
palidez quando escasso. Caso a oxiemoglobina perca parte de seu oxigênio 
para os tecidos, ela se transforma em desoxiemoglobina, que é um pigmento 
mais escuro, menos avermelhado e mais azulado. Quando ocorrem grandes 
concentrações desse pigmento nos vasos sanguíneos da pele, tornando-se 
uma coloração azulada, há um quadro denominado cianose, que pode ser 
um sinal indicativo de má perfusão sanguínea periférica ou, em casos mais 
graves, central (LAMPERT, 1996; BARROS, 2016).
A cianoseé avaliada ao observar os lábios, a mucosa bucal e a língua e 
também pela verificação do enchimento capilar das extremidades, apertando-se 
a polpa digital e observando o tempo de retorno da circulação nesse local. A 
coloração amarelada da pele é denominada de icterícia e pode estar associada 
à presença excessiva de caroteno ou a distúrbios hepáticos ou à hemólise de 
hemácias. Para a verificação da icterícia, devem ser observadas as escleróticas, 
as conjuntivas palpebrais, os lábios, o palato duro e embaixo da língua. Em 
relação à umidade da pele, deve ser observada a presença de ressecamentos, 
oleosidades e sudorese 
Quanto à temperatura, utiliza-se o dorso dos dedos para a identificação 
de calor ou frio generalizados da pele ou de quaisquer áreas que estejam 
avermelhadas e apresentem sinais de inflamação. A avaliação da textura da 
pele é importante, pois pode estar relacionada a alguma doença, como no caso 
de apresentar aspereza no hipotireoidismo. Já o turgor pode estar associado a 
estados de desidratação, sendo avaliada por meio da formação de uma prega 
21Anamnese e exame físico geral
cutânea, verificando-se a facilidade com que ela é deslocada e a velocidade 
de seu retorno (PORTO, 2000, 2008).
Após a leitura deste capítulo, você deve estar um 
pouco mais curioso sobre a aplicabilidade da anam-
nese. Acesse o link a seguir para assistir a uma aula 
explicativa sobre exame físico geral. 
https://goo.gl/HvNGwG
ABESO. Diretrizes brasileiras de obesidade 2016. 4. ed. São Paulo: ABESO, 2016. 
BARROS, A. L. B. D. (org.). Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem 
no adulto. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
BARROS, E. E. A. Exame clínico: consulta rápida. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
LAMPERT, J. B. O. Orientação semiotécnica para o exame clínico. Santa Maria: UFSM, 1996.
MALACHIAS, M. V. B. et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros 
de Cardiologia, v. 107, no. 3, supl. 3, p. 1–83, set. 2016. Disponível em: http://publicacoes.
cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf. Acesso em: 19 fev. 2019.
MATTOS, W. E. Semiologia do adulto: diagnóstico clínico baseado em evidências. Rio 
de Janeiro: MedBook, 2017.
PORTO, C. C. Exame clínico: bases para a prática médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2000.
PORTO, C. C. Exame clínico: bases para a prática médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2008. 
SANTOS, E. R. D.; FERRETTI-REBUSTINI, R. E. D. L.; PAULA, M. D. F. C. Exame físico na prática 
clínica da enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
Anamnese e exame físico geral22
Leituras recomendadas
HOPPENFELD, S. Propedêutica ortopédica: coluna e extremidades. 5. ed. São Paulo: 
Atheneu, 2008. 
PORTO, C. C. Exame clínico: base para a prática médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-
-Koogan, 2008. 
O’SULLIVAN, S.; SCHMITZ T. Fisioterapia: procedimentos, avaliação e tratamento. 4. ed. 
Barueri, SP: Manole, 2004.
SANVITO, W. L. Propedêutica neurológica básica. São Paulo: Atheneu, 2000.
23Anamnese e exame físico geral

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