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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Centro de Engenharias/Ceng Programa de Graduação em Engenharia de Petróleo AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE E&P DE PETRÓLEO UTILIZANDO OS PARÂMETROS DE VPL E TIR -- Natan Battisti PELOTAS – RS 2016 2 Natan Battisti AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE E&P DE PETRÓLEO UTILIZANDO OS PARÂMETROS DE VPL E TIR Orientador: Professor Dr. Valmir Francisco Risso PELOTAS – RS 2016 3 Sumário 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14 1.1 MOTIVAÇÃO ........................................................................................................................ 15 2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 16 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 17 3.1 CICLO DE VIDA DE UM PROJETO DE ÓLEO E GÁS .......................................................................... 17 3.2 CÁLCULOS ECONÔMICOS ........................................................................................................ 18 3.3 CAPEX ............................................................................................................................... 19 3.4 OPEX ................................................................................................................................. 20 3.5 RECEITAS ............................................................................................................................. 20 3.5.1 Receita Bruta ........................................................................................................... 20 3.5.2 Receita Líquida da Produção ................................................................................... 20 3.6 INVESTIMENTOS GERAIS .......................................................................................................... 21 3.6.1 Bônus de Assinatura ................................................................................................ 21 3.6.2 Aluguel de área ........................................................................................................ 21 3.6.3 Gastos com Exploração ........................................................................................... 21 3.7 GOVERNMENT TAKE .............................................................................................................. 22 3.7.1 Royalties .................................................................................................................. 22 3.7.2 PIS/COFINS ............................................................................................................... 22 3.7.3 Participação Especial ............................................................................................... 23 4 3.7.4 IR/CSLL ..................................................................................................................... 23 3.8 FLUXO DE CAIXA ................................................................................................................... 23 3.9 VALOR PRESENTE LÍQUIDO ...................................................................................................... 24 3.10 TAXA MÍNIMA ATRATIVIDADE (TMA) ........................................................................................ 26 3.11 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ........................................................................................... 26 3.12 HIPERCUBO LATINO ............................................................................................................... 26 3.13 MODELO BRASILEIRO PARA E&P DE PETRÓLEO ........................................................................... 27 3.13.1 Contrato de Concessão ............................................................................................ 27 3.13.2 Regime de Partilha .................................................................................................. 27 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................ 28 5 METODOLOGIA ............................................................................................................... 29 5.1 RECEBIMENTO E ANÁLISE DO BANCO DE DADOS ........................................................................... 30 5.2 ELABORAÇÃO DA PLANILHA ECONÔMICA ................................................................................... 31 5.3 AVALIAÇÃO DA PLANILHA DE CÁLCULO ....................................................................................... 32 5.4 CÁLCULO DO VPL BASE .......................................................................................................... 32 5.5 ANÁLISE DE RISCO POR HCL .................................................................................................... 32 5.6 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS ..................................................................................... 32 6 APLICAÇÃO ..................................................................................................................... 33 6.1 PLANILHA – VPL/TIR ............................................................................................................ 33 6.1.1 Cálculo das Produções mensais ............................................................................... 33 6.1.2 Produção Equivalente e Receita Bruta..................................................................... 33 6.1.3 Custos Operacionais ................................................................................................ 34 5 6.1.4 Exploração, Poços, Plataformas e Equipamentos de Produção ............................... 34 6.1.5 Tributos .................................................................................................................... 35 6.2 HIPERCUBO LATINO ............................................................................................................... 37 6.3 ANÁLISE DE RISCO DO PROJETO................................................................................................ 38 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................ 39 7.1 PROJETO BASE ...................................................................................................................... 39 7.2 PROJETO HCL....................................................................................................................... 43 7.2.1 Análise Pessimista ................................................................................................... 43 7.3 ANÁLISE PROVÁVEL ................................................................................................................ 47 7.4 ESTRATÉGIA OTIMISTA ............................................................................................................ 51 7.5 ANÁLISE DE RISCO ................................................................................................................. 55 8 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 58 9 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 59 6 Lista de Figuras Figura 3-1: Compreensão cronológica da E&Pde petróleo (Adaptado de Motta, 2013). ............................................................................................................... 18 Figura 3-2: Avaliação econômica de projetos petrolíferos (Adaptado de Motta,2013). ..................................................................................................... 19 Figura 3-3: Receita Bruta da Produção (Adaptado de Motta,2015). ................. 20 Figura 3-4: Cálculo de Receita Líquida (Adaptado de Motta, 2015). ................ 21 Figura 3-5: Exemplos de impostos governamentais empregados em um projeto de óleo e gás. ................................................................................................... 22 Figura 3-6: Fluxo de caixa (Adaptado de PMOAcademy). ............................... 24 Figura 3-7: VPL representado graficamente (Adaptado de Barrichelo). ........... 25 Figura 7-1: Produção de óleo por mês projeto base. ....................................... 40 Figura 7-2: Gráfico da Produção de água por mês. ......................................... 40 Figura 7-3: Produção de gás por mês. ............................................................. 41 Figura 7-4: Gráfico comparativo entre produção e injeção de líquidos. ........... 41 Figura 7-5: VPL por tempo. .............................................................................. 42 Figura 7-6: FCA atualizado por tempo. ............................................................ 42 Figura 7-7: Multiplicadores otimista, pessimista e provável.............................. 43 Figura 7-8: Vazão de óleo pessimista. ............................................................. 45 Figura 7-9: Vazão de água pessimista. ............................................................ 45 Figura 7-10: Vazão de gás pessimista. ............................................................ 46 7 Figura 7-11: Gráfico comparativo entre injeção e produção de líquidos pessimista. ....................................................................................................... 46 Figura 7-12: VPL pessimista. ........................................................................... 47 Figura 7-13: FCAA pessimista. ......................................................................... 47 Figura 7-14: Produção de óleo provável. ......................................................... 49 Figura 7-15: Produção de água por mês provável. .......................................... 49 Figura 7-16: Produção de gás provável. .......................................................... 50 Figura 7-17: Produção e injeção de líquidos provável comparadas. ................ 50 Figura 7-18: VPL provável. ............................................................................... 51 Figura 7-19: Fluxo de Caixa acumulado e atualizado provável. ....................... 51 Figura 7-20: Produção de óleo otimista. ........................................................... 52 Figura 7-21: Produção de água otimista. ......................................................... 53 Figura 7-22: Produção de gás otimsita. ............................................................ 53 Figura 7-23: Comparativo da produção e injeção de líquidos otimista. ............ 54 Figura 7-24: VPL otimista. ................................................................................ 54 Figura 7-25: Fluxo de Caixa para a análise otimista. ....................................... 55 Figura 7-26: Curva de risco de VPL. ................................................................ 56 Figura 7-28: TIR. .............................................................................................. 57 8 Lista de Tabelas Tabela 1: Dados de Poço. ................................................................................ 30 Tabela 2: Preço de Venda. ............................................................................... 30 Tabela 3: Custos operacionais. ........................................................................ 30 Tabela 4: Custos iniciais. ................................................................................. 31 Tabela 5: Custos com Equipamentos. .............................................................. 31 Tabela 6: Government take. ............................................................................. 31 Tabela 7: Custos operacionais de produção. ................................................... 34 Tabela 8: Tabela referente as alíquotas aplicadas na PE deste projeto. ......... 36 Tabela 9: Tabela de incertezas. ....................................................................... 37 Tabela 10: Tabela 2 de atributos incertos. ....................................................... 38 Tabela 11: Valores de Np, Gp, Wp, Winj, VPL e TIR. ...................................... 39 Tabela 12:Tabela dos valores para o projeto pessimista. ................................ 44 Tabela 13: Valores para provável. .................................................................... 48 Tabela 14: Tabela otimista. .............................................................................. 52 Tabela 15: Tabela do arranjo provável da TIR. ................................................ 56 9 Lista de Equações Equação 3-1: Fórmula geral de VPL de um projeto. ........................................ 25 Equação 2: Fórmula da TIR. ............................................................................ 26 Equação 3: Receita Bruta. ............................................................................... 34 Equação 4: Royalties. ...................................................................................... 35 Equação 5: PIS/COFINS. ................................................................................. 35 Equação 6: Receita líquida de produção. ......................................................... 36 Equação 7: Lucro tributável. ............................................................................. 36 10 Nomenclatura ANP Agência Nacional do Petróleo Qg Vazão de gás Qo Vazão de petróleo Qwi Vazão de água em poços injetores Qw Vazão de água em poços produtores VPL Valor Presente Líquido Np Produção acumulada de óleo Gp Produção acumulada de gás Wp Produção acumulada de água Rb: Receita Bruta Poç: Preço do óleo corrigido pelo fator qualidade óleo Pgc: Preço do gás corrigido pelo fator qualidade do gás. °API Grau do óleo segundo a American Petroleum Institute Vf Volume do fluido Vp Volume poroso GT Government take TIR Taxa interna de retorno TMA Taxa média de atratividade PIS Programa de integração social COFINS Contribuição para o financiamento da seguridade social Θ Taxa empregada ao PIS/COFINS IR Imposto de renda CS Contribuição social E&P Exploração & Produção FCL Fluxo de caixa líquido Rb Receita bruta da venda de óleo e gás RPL Receita Líquida de Produção (MMUS$); Rb Receita Bruta (MMUS$); BA Bônus Assinatura (MMUS$); IE Investimentos de exploração (MMUS$); 11 IP Investimentos de perfuração (MMUS$); IC Investimentos de completação (MMUS$); DP Depreciação de produção (MMUS$); DPl Depreciação da plataforma (MMUS$); CO (o,a,g) Custo operacional de produção (MMUS$); COinj Custo operacional de injeção de água (MMUS$); DPo Depreciação dos poços (MMUS$); e CA Custo de abandono (MMUS$) Roy Royalties Ø Taxa dos royalties PE Participação Especial CO Custos operacionais de produção IC Investimentos contabilizados como despesas(não depreciáveis) Dep equip Depreciação de equipamentos no ano considerado SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia 12 Glossário Propriedades Estáticas: entende-se estas como propriedades iniciais do reservatório, como porosidade, permeabilidade, volume in situ, saturação de fluídos e etc. Brent: classificação de petróleo. O Brent foi batizado assim porque era extraído de uma base da Shell chamada Brent. Atualmente, a palavra Brent designa todo o petróleo extraído no Mar do Norte e comercializado na Bolsa de Londres. A cotação Brent é referência para os mercados europeu e asiático. Explotação: é o ato de explorar economicamente uma região dotada de reservas de petróleo. Oil-sands: areias betuminosas encontradas na província de Alberta-Canadá. Pré-Sal: formações portadoras de hidrocarbonetos em regiões sub-sal. Reserva: é a diferença entre o volume de hidrocarboneto recuperável e o volume de hidrocarboneto produzido de fato, sendo expressa em condições padrão (standard). Rocha reservatório: formação permeável, situada na região subterrânea (subsuperfície), que abriga certa quantidade de hidrocarbonetos, que apresenta valor econômico que justifique sua exploração e capacidade de explotação de acordo com a tecnologia vigente. Shale-gas: gás encontrado em formações não convencionais como folhelhos. Shale-oil: óleo encontrado em formações não convencionais como folhelhos. Vazão (q): é a quantidade, em unidades de volume, que atravessa uma seção reta por unidade de tempo. 13 Resumo A dificuldade em se encontrar reservas comercialmente viáveis de petróleo vem se tornando cada vez mais clara no mundo todo, para tanto, o uso de tecnologias nas fases de definição quanto ao possível desenvolvimento de certo ativo é tarefa das mais importantes. A correta avaliação econômica de um projeto de E&P pode tornar um projeto viável ou não, pois sabendo onde estão os gargalos do desenvolvimento do mesmo, maiores as chances de se solucionar e avançar buscando melhorias. Este trabalho compreende o cálculo principal de Fluxo de Caixa, VPL e a TIR de um projeto robusto de óleo e gás, que visa simular projetos reais quanto a importância de certos atributos no arcabouço econômico do projeto e fazer a análise de risco sobre as incertezas tidas no desenvolvimento do ativo. Palavras-chave: VPL, TIR, E&P, Fluxo de Caixa, Estratégias de Explotação. 14 1 Introdução De acordo com Powers (1987), o crescimento populacional e a industrialização de países subdesenvolvidos do pós-guerra até meados dos anos 90 fez com que o mundo necessitasse de mais energia para conseguir se sustentar. De acordo com Schwartz (1974), tal fato fez com que todos os ramos de energia buscassem formas de se tornarem otimizados mesmo em ritmo de expansão. Contudo, apenas otimização de antigos projetos não se fez suficiente para a indústria de petróleo suprir a demanda, o que acarretou na mesma desafiando o status quo que o setor vivia no momento e a fizesse galgar projetos cada vez mais desafiadores. Como resultado deste processo, chegamos ao século XXI explorando petróleo em águas profundas como no Pré-Sal brasileiro, shale-oil e shale-gas americano, exploração de ativos no Ártico e o caso das oil- sands do Canadá. Para tanto, não fosse os avanços singulares em tecnologia, nada disso poderia ocorrer. Toda esta demanda fez o preço do barril saltar da casa dos US$ 10,00 em meados de 1950 para cerca de US$ 150,00 antes da crise e derrocada do preço do petróleo no final de 2015 e início de 2016. Contudo, durante todo o período amostrado acima, houveram grandes ciclos e grandes crises como amostra Roberts (1989). Todas elas principalmente marcadas ou pela falta de petróleo no mercado, ou pelo excesso de óleo em estoque, marcado estes últimos principalmente pelo sucesso de grandes projetos exploratórios que culminaram na derrocada de preços do petróleo bruto. Como projetos de petróleo em todas suas etapas são desenvolvidos em períodos longínquos de mais de 20, 30 anos, como amostra Maselli (1987) em seu artigo sobre a Bacia de Campos-RJ, os mesmos devem estar preparados para viverem instabilidades que possam vir a ocorrer no período do projeto. Tais instabilidades são dadas como incertezas de todo tipo, desde as geológicas relacionadas ao modelo de previsão de produção de determinado campo, incertezas políticas, como instabilidade política e social em países com 15 campanha exploratória, bem como as incertezas econômicas que afetam no preço da venda de óleo, preço de equipamentos e de mão de obra qualificada. Visando se proteger de todas estas incertezas, a fase de avaliação da viabilidade econômica exploratória de determinado campo é muito bem fundamentada dentro da indústria de petróleo. Riscos dos mais variados tipos são levados em conta buscando sempre uma maior segurança no retorno de lucro que o projeto pode lhe dar ao final do tempo de projeto. Visando simular um modelo econômico de avaliação de um ativo, este projeto fará uso de cenários que compreendem dados econômicos como royalties e demais government take, custo com poços e equipamentos e dados estimados de produção para um campo durante 29 anos para posterior avaliação da sua viabilidade econômica e operacional. 1.1 Motivação Como explicitado acima, frente as dificuldades de se avaliar a viabilidade de exploração de determinado ativo, a Engenharia Econômica se preocupou em tomar formas como a análise de risco empregado a cenários de exploração de petróleo, para que com isso embasar a tomada de decisões fundamentais em etapas preliminares da explotação de hidrocarbonetos. Para tanto, o que nos motiva na realização deste trabalho é um melhor entendimento das questões econômicas empregadas em projetos de óleo e gás e com ele levar para projetos reais posteriores as respostas que as aplicações da análise de risco nos fornecem. 16 2 Objetivos Este projeto compreende como principal objetivo a avaliação da viabilidade econômica de um projeto de E&P de petróleo analisando as variáveis fundamentais, VPL e TIR. Também compreende um dos principais objetivos deste trabalho a avaliação de parâmetros pela Análise de Risco, em que buscamos avaliar o quão cada parâmetro técnico-econômico pesa com sua variação em valores finais dos parâmetros econômicos acima supracitados. Como objetivo secundário, mas não menos importante a criação de uma planilha automatizada utilizando a ferramenta Excel para cálculo do VPL final do projeto. 17 3 Fundamentação Teórica Nesta seção busca-se introduzir os principais conceitos que são costumeiramente abordados em projetos de locação de poços, análise de estratégia e gerenciamento de campos produtores de petróleo. . 3.1 Ciclo de Vida de um Projeto de Óleo e Gás Análise de decisão sobre quais áreas explorar. Esta etapa se refere à decisão sobre quais as áreas, a nível mundial, que têm potencial interesse. Exploração: Os investimentos em exploração são realizados muitos anos antes da primeira produção, por este fato é essencial haver pelo menos um cenário que a produção prevista justifique o investimento realizado. Avaliação: Estuda-se de uma forma mais detalhada as descobertas de hidrocarbonetos realizadas na fase de exploração, com o objetivo de avaliar todo o seu potencial, uma vez que os dados recolhidos até então não conseguemdar informação exata sobre o tamanho, forma e o potencial comercial do reservatório. Para isso, são perfurados novos poços para a avaliação do petróleo e para a delimitação da reserva de petróleo. Desenvolvimento: Com base nos resultados dos estudos de viabilidade, e assumindo que pelo menos a opção é viável, um plano de desenvolvimento do campo pode ser formalizado e executado, passando à fase de desenvolvimento de um projeto de exploração & produção. Produção: 18 A fase de produção começa com as primeiras quantidades de hidrocarbonetos comercializáveis (primeiro óleo) a fluir do poço. Este momento marca uma reviravolta em termos de fluxo de caixa (cash flow) do projeto, uma vez que daí em diante, é gerado dinheiro que irá pagar os investimentos passados, mas também avançar para novos projetos. A produção irá depender em grande escala do perfil de produção projetado. Este último irá determinar as instalações necessárias, o número e tipo dos poços a serem perfurados. Abandono: Por norma, o período econômico de um projeto acaba quando os seus cash flows se tornam permanentemente negativos, entrando assim o projeto na fase de abandono. Normalmente existem duas opções para postergar a fase de abandono, ou através da redução dos custos operacionais ou através do aumento da produção. Existe a taxa de Abandono que depende de um bom planejamento para ter um impacto mínimo em termos ambientais e custos. Figura 3-1: Compreensão cronológica da E&P de petróleo (Adaptado de Motta, 2013). 3.2 Cálculos Econômicos Como descrito acima, todo projeto é dependente de um embasamento econômico para que se consiga avaliar a viabilidade e o quão longínquo é o projeto. Em muitos casos as chamadas participações governamentais desaceleram o investimento na cadeia produtiva de petróleo. Tal fato já era 19 citado por Parson (1986), em que o mesmo citava os problemas dos Estados Unidos quanto a taxação do setor de petróleo. O mesmo citou como quatro pilares importantes da legislação do setor os seguintes pontos. 1. Eficiência do mercado onde as taxas com suas variações não se tornassem incertezas para projetos. 2. Certeza das taxas que serão cobradas em um projeto. 3. Simplicidade e clareza nas regras. 4. Estabilidade das taxações. Figura 3-2: Avaliação econômica de projetos petrolíferos (Adaptado de Motta,2013). 3.3 CAPEX Resumidamente, o CAPEX se refere aos investimentos em capital fixo efetuados no projeto. De acordo com Motta (2013), são custos de capital de um projeto de óleo e gás os seguintes itens: Despesas pré-operacionais (Gastos com Exploração, Avaliação e Desenvolvimento); Imóveis (terrenos, prédios administrativos, etc); Equipamentos (Sondas); Instalações (Plataformas, Dutos, etc); 20 Reservas de contingência. 3.4 OPEX Já o OPEX pode ser definido como os investimentos operacional empregados ao projeto. De acordo com Motta (2013), os custos operacionais podem ser divididos em: Custos fixos (pessoal, energia, transporte, etc); Custos variáveis por barril (bbl) de petróleo produzido; Manutenção das instalações e equipamentos; Gastos administrativos; Impostos e Tributos (ISS e ICMS). 3.5 Receitas 3.5.1 Receita Bruta Receita gerada pela venda do óleo e do gás produzido sem a cobrança de nenhuma taxação. Figura 3-3: Receita Bruta da Produção (Adaptado de Motta,2015). 3.5.2 Receita Líquida da Produção É segundo a ANP, a Receita Bruta, descontados valores depreciáveis, construção, completação ou abandono de poços, aluguel de área, bônus de assinatura, gastos com exploração, custos operacionais de produção de óleo, gás e água além de descontos como PIS/COFINS e Royalties. 21 Figura 3-4: Cálculo de Receita Líquida (Adaptado de Motta, 2015). 3.6 Investimentos gerais 3.6.1 Bônus de Assinatura De acordo com Motta et al (2015) define-se este como sendo o valor oferecido para um determinado bloco como licenciamento para que o mesmo seja explorado. 3.6.2 Aluguel de área De acordo com Eggleston (1968) é o valor pago para exercer o direito de exploração sobre determinada área. O valor é equivalente ao potencial e ao tamanho da mesma. 3.6.3 Gastos com Exploração Conforme Graves (1984) gastos com exploração envolvem custos com sísmica, poços exploratórios (wildcats) e estratigráficos. 22 3.7 Government Take Figura 3-5: Exemplos de impostos governamentais empregados em um projeto de óleo e gás. 3.7.1 Royalties Segundo Robson et al (1989) se define como royalties a parcela definida pelo governo em porcentagem a ser cobrada direto da receita bruta da produção de petróleo. O mesmo é dividido no estado brasileiro com Municípios, Estados e o Governo Federal. 3.7.2 PIS/COFINS Bobb e Veirano (2003) definem este como sendo destinado a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. Estas passaram a financiar o programa de seguro-desemprego e o abono de um salário mínimo anual aos empregados que percebam até dois salários mínimos mensais de empregadores contribuintes do programa. 23 3.7.3 Participação Especial De acordo com Motta et al (2015) define-se como o valor pago em casos que se exceda determinada alíquota de produção variando conforme a mesma. Ela constitui uma compensação financeira extraordinária, paga pelas empresas concessionárias de exploração e produção de petróleo ou gás natural, nos casos de grande volume de produção ou de grande rentabilidade. 3.7.4 IR/CSLL É genericamente atribuída a contribuição da pessoa física ou jurídica conforme a renda. 3.8 Fluxo de Caixa De acordo com Martin et al (1989) o Fluxo de Caixa pode ser definido como um instrumento de gestão financeira que projeta para períodos futuros todas as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa para o período projetado. O mesmo é utilizado na Engenharia de Petróleo como pode se ver abaixo. 24 Figura 3-6: Fluxo de caixa (Adaptado de PMOAcademy). 3.9 Valor Presente Líquido Neste quesito, um dos indicadores fundamentais é o VPL (Valor Presente Líquido) do projeto. Segundo Mezzomo (2006), o VPL de um projeto é realizado transportando-se todos os custos e as receitas para a data inicial do mesmo com a aplicação da taxa mínima de atratividade. Este indicador representa o resultado esperado com os inputs dado para este projeto. No caso da análise de projetos de desenvolvimento e gerenciamento de campos de petróleo, as simulações fornecem valores futuros de receitas e os custos associados são definidos segundo as características do projeto. 25 Figura 3-7: VPL representado graficamente (Adaptado de Barrichelo). Abaixo, podemos ver a equação de VPL utilizada: Equação 3-1: Fórmula geral de VPL de um projeto. N: período de tempo do projeto i: taxa de desconto ou taxa mínima de atratividade; Fct: fluxo de caixa líquido do projeto para o período t considerado; Segundo Balen et al (1988), o conceito de VPL é um dos critérios mais utilizados pela indústria para avaliar cenários de simulação numérica. 26 3.10 Taxa mínima atratividade (TMA) Segundo Vendite (2010), TMA é uma taxa de juros que ao se fazer um investimento o investidor espera um retorno pelo menos igual a essa taxa. A TMA é única para cada investidor e não existe fórmula matemática para calculá- la, pois ela pode variar com o tempo. Esta taxa é formada a partir de 3 componentes básicas: Custo de oportunidade: remuneraçãoobtida em alternativas que não as analisadas. Exemplo: caderneta de poupança, fundo de investimento, etc. Risco do negócio: o ganho tem que remunerar o risco inerente de uma nova ação. Quanto maior o risco, maior a remuneração esperada. Liquidez: capacidade ou velocidade em que se pode sair de uma posição no mercado para assumir outra. 3.11 Taxa Interna de Retorno (TIR) Pode ser definida como uma taxa de desconto hipotética que, quando aplicada a um fluxo de caixa, faz com que o investimento inicial, trazido ao valor presente, seja igual aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor presente. Equação 2: Fórmula da TIR. 3.12 Hipercubo Latino De acordo com Risso (2010), o método de Hipercubo Latino pode ser usado no treinamento das redes neurais, selecionando valores aleatoriamente de forma 27 dependente. Tal método divide a distribuição em intervalos com probabilidades iguais de sorteio e seleciona um valor aleatório pertencente a cada um dos intervalos. 3.13 Modelo Brasileiro para E&P de Petróleo O modelo brasileiro em alguns pontos se parece com os de outros países, porém a alta carga tributária e alguns itens discutíveis entram em contrato tanto de partilha (vigente para campos do Pré-Sal) como para contratos de concessão. Vale ressaltar que o governo é representado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) em resoluções contratuais. 3.13.1 Contrato de Concessão Segundo Souza (2013), no regime de concessão de áreas para exploração de petróleo a empresa vencedora do contrato tem a obrigatoriedade de seguir o seguinte contrato: Assumir todo risco e custo em exploração. Assumir todos os custos operacionais de produção. É dona do óleo produzido. Possui exclusividade da explotação. Paga taxas, participações e demais adendo dos contratos. 3.13.2 Regime de Partilha É segundo a ANP o regime de exploração e produção de petróleo no qual o contratado exerce, por sua conta e risco, as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção e, em caso de descoberta comercial, adquire o direito à apropriação do custo em óleo, do volume da produção correspondente aos royalties devidos, bem como de parcela do excedente em óleo, na proporção, condições e prazos estabelecidos em contrato. 28 4 Revisão Bibliográfica A presente seção busca trazer conclusões de trabalhos feitos anteriormente que estão correlatos a etapas descritas neste trabalho, e que de certa forma serviram como base para a construção de nosso estudo. Conforme Nekhom (1979) o primeiro sistema econômico de análise foi desenvolvido em 1960 em uma máquina IBM 7070. O mesmo foi desenvolvido para a avaliação de riscos empregados nas suposições de certas propriedades em projetos de óleo e gás americanos. Posterior a este, foram feitas melhorias no sistema de avaliação econômica se utilizando de estratégias de Monte Carlo. Segundo Sinha et al (1987), a TIR e o VPL são os dois principais métodos de se analisar projetos de óleo e gás. Contudo, Terry et al (1985) em seu artigo IRR: Friend or Froe? (TIR: amiga ou inimiga?) confronta o uso da mesma em projetos de E&P. Simpson et al (1995) mostraram como se pode usar de cálculos de VPL na avaliação de potenciais reservas a serem explotadas. E de acordo com Motta et al (2000), avaliar o VPL de um projeto em estratégias de desenvolvimento de um ativo se faz fundamental. De acordo com Barbosa et al (2001), as novas regras impostas pela Lei do Petróleo nacional de 1997 introduziram novas taxações ao sistema brasileiro de petróleo como por exemplo Bônus de Assinatura, Participação Especial e aluguel de área. Segundo Fawthrop (2013), o modelo brasileiro de contrato brasileiro afasta investidores estrangeiros devida a alta carga tributária colocada sobre o mesmo em comparação a novas e boas fronteiras exploratórias como África e México. De acordo com Marques (2015), a aplicação correta dos GT atualizados é imprescindível na avaliação econômica do desenvolvimento de um projeto, visto que o mesmo pode mudar de acordo com cenários políticos e administrativos de cada local. 29 5 Metodologia Nesta seção buscamos elucidar de que forma o trabalho foi feito. Abaixo vemos um organograma dos trabalhos realizados. Recebimento e análise do banco de dados Elaboração da planilha econômica Avaliação da planilha de cálculo Cálculo do VPL do Projeto Base Análise de Risco por HCL Avaliação dos resultados obtidos 30 5.1 Recebimento e Análise do banco de dados Nesta etapa do projeto, foram recebidos os valores sintéticos base de um projeto de E&P de petróleo que serviria de base para a elaboração do projeto aqui descrito de construção da planilha automatizada para cálculo de VPL e posterior cálculo da viabilidade exploratória deste ativo. Tais dados estão descritos abaixo. Tabela 1: Dados de Poço. Tabela 2: Preço de Venda. Tabela 3: Custos operacionais. 348 44 10 6 321 3 53 10 6 320 3 4Número de Poços Pioneiros Intervalo de Abandono Inj. (meses) Dados Poços Início da Injeção (meses) Número de Poços Injetores (meses) Intervalo de Perf. Inj. (meses) Início de Abandono Injetores (meses) Número de Poços Prod Intervalo de Perf. Prod. (meses) Início do Abandono Prod (meses) Intervalo de Abandono (meses) Tempo de Projeto (meses) Início da Produção (meses) 37 0,045 1,08 0,765 Gás (US$/bbl) Fator Qualidade do Óleo Fator Qualidade do Gás Preço Venda Óleo (US$/bbl) 6,36 0,007 0,46 0,53 Custos Operacionais Óleo (US$/bbl) Gás (US$/bbl) Água (US$/bbl) Injeção de Água (US$/bbl) 31 Tabela 4: Custos iniciais. Tabela 5: Custos com Equipamentos. Tabela 6: Government take. 5.2 Elaboração da Planilha Econômica Utilizando o software Excel faz-se colocação dos dados supracitados. Primeiro se ajusta a planilha para a quantidade de meses que o projeto terá vigência e, posterior a isso, parte-se para colocação dos demais dados. Primeiro, o mais interessante se faz colocar os dados acerca da quantidade de poços para o cálculo de quanto o reservatório estará produzindo de óleo, gás e água. Com estes dados, consegue-se estimar os valores gastos com plataformas e equipamentos de produção, bem como os custos operacionais que a produção lhe acrescenta. Além destes, a partir disto, temos a receita bruta da produção, dado o qual podemos fazer o cálculo da participação especial do 348 48 102 1170 352 104 Custos Iniciais Aluguel Anual (US$/km²) Área total (Km²) Tempo de Projeto (meses) Custo dos Poços Pioneiros (MMUS$) Bônus de Assinatura (MMUS$) Sísmica (MMUS$) 348 14 15 44 504 3,12 3,42Abandono por Poço (MMUS$) Tempo de Projeto (meses) Perfuração (MMUS$) Completação (MMUS$) Equipamentos de Produção (MMUS$) Custo Poços (MMUS$) Plataforma (MM US$/100 mil bbl Líquido) Custos Equipamentos e Manutenção 7,64 calculada 9,25 34 12 Taxas e Impostos Royalties (%) Participação Especial (%) PIS/COFINS (%) IR/CSLL (%) Taxa de Desconto (%) 32 projeto, bem como calcular os valores pagos pelo projeto aos chamados government take. 5.3 Avaliação da Planilha de cálculo A partir da criação da planilha, para efeito de segurança de que a planilha criada estivesse correta e segura para a avaliação econômica do projeto em si, fez-se uma troca dos dados de entrada do projeto acima descrito por outros que já possuíam a resposta do VPL definida,a fim de avaliar se a planilha criada geraria resposta final de VPL igual ao que se pretendia. 5.4 Cálculo do VPL base Estando a planilha correta, faz-se o cálculo de VPL e TIR com os dados acima explanados. 5.5 Análise de Risco por HCL Posteriormente, é feito o cálculo da análise de risco pelo método de Hipercubo Latino buscando avaliar o peso que cada atributo teria no cálculo final do VPL do projeto e da TIR. 5.6 Avaliação dos Resultados Obtidos Avaliar os valores de saída das simulações com a indexação dos multiplicadores dados pelas tabelas HCL. 33 6 Aplicação Nesta seção, buscamos apresentar de que forma a metodologia descrita acima fora empregada. Após este, buscaremos demonstrar os resultados obtidos bem como discuti-los. 6.1 Planilha – VPL/TIR 6.1.1 Cálculo das Produções mensais Como descrito na metodologia, os dados obtidos estavam em m³ por dia. Como boa parte da planilha de cálculo necessita da aplicação da produção por mês e em barris, tais procedimentos foram estimados. Primeiramente, foram colocados sequencialmente as produções acumuladas de todos os poços que estivessem abertos em determinado período de tempo (mês) em m³ para óleo, água e gás com a vazão que cada um produzia. Como observado acima, o primeiro poço foi aberto no mês 44 e a cada 6 meses um novo poço a vazão constante de 880 m³/dia de óleo, 118000 m³/dia de gás e 356 m³ de água eram abertos até chegar a um total de 13 poços produtores. Após este, foram colocados ao lado a vazão transformada em m³/mês de água injetada. Foram 10 poços injetores perfurados e completados de 6 em 6 meses marcados da primeira perfuração no mês 55. O abandono dos poços produtores teve início no mês 321 e dos poços injetores no mês 320 e, a cada 3 meses, um poço de cada era fechado até terminar o projeto, no mês 348 sem nenhum poço aberto. 6.1.2 Produção Equivalente e Receita Bruta Primeiramente, todas as produções antes em m³ foram passadas para barris segundo o fator 1m³ ser igual a 6,28981057 barris. Após isto, calculou-se o volume de líquidos produzidos para efeitos de plataforma, visto que o projeto de compra de plataformas deve ter em conta a produção de líquidos (água e óleo). Fato importante foi o cálculo da produção de petróleo equivalente (boe) 34 em barris. Tal cálculo soma a produção de óleo em barris e a de gás, sendo esta última dividida por 1000 para efeitos de compensação usada na indústria, para somar os hidrocarbonetos produzidos. Após esta etapa, com o preço do barril fixado em US$ 37,00 para óleo e US$ 0,045 para o gás, reavaliamos o mesmo pelo fator de qualidade amostrado. Como o óleo produzido possuíra boa qualidade, seu fator avaliava o preço do mesmo como US$ 39,744000000; já o gás, possivelmente seco tinha seu preço reduzido para US$ 0,034578000. Após isto, com a fórmula abaixo calculou-se a receita bruta da produção: Equação 3: Receita Bruta. 𝑅𝑏 = 𝑁𝑝 ∗ 𝑝𝑜𝑐 + 𝐺𝑝 ∗ 𝑝𝑔𝑐 6.1.3 Custos Operacionais Nesta seção foram calculados os custos de produção de óleo, gás e água bem como da injeção. Os valores encontram-se discretizados abaixo. Tabela 7: Custos operacionais de produção. 6.1.4 Exploração, Poços, Plataformas e Equipamentos de Produção Na sequência, foram colocados os valores referentes a sísmica, aluguel de área por ano, poços exploratórios (4 e de mesmo valor que os produtores), valor dos poços, com as perfurações, completações e os custos de abandono dos mesmos quando necessário. Sabendo que cada plataforma utilizada no presente trabalho possui capacidade para 100.000,00 barris por dia ou seja 3.000.000,00 barris por mês foi analisada a produção para avaliar a necessidade de quantas plataformas seriam necessárias. De acordo com o projeto, em seu pico de Custo de Injeção Óleo Gás Água Água (US$/bbl) (US$/bbl) (US$/bbl) (US$/bbl) 6,36 0,0070 0,46 0,53 Custo de produção 35 produção estaríamos produzindo 2.332.261,75927 barris por mês, sendo assim, necessário apenas uma plataforma para a sequência do projeto. 6.1.4.1 Depreciação A depreciação é, neste caso, um parcelamento dos equipamentos colocados no poço com o tempo de projeto restante. A depreciação foi feita para a plataforma, o equipamento de produção da mesma e para os equipamentos de poços tanto produtores quanto injetores. 6.1.5 Tributos Após isso foram calculados, Royalties, PIS/COFINS, Receita Líquida da Produção, Participação Especial, Lucro tributável e IR/CSLL. 6.1.5.1 Royalties Sabendo que nossos encargos em Royalties eram de 7,64%, os mesmos foram calculados para cada mês sobre a receita bruta do projeto. Equação 4: Royalties. 𝑅𝑜𝑦 = 𝑅𝑏 ∗ ∅ 6.1.5.2 PIS/COFINS O mesmo se fez para este, porém a taxa utilizada era de 9,25%. Equação 5: PIS/COFINS. 𝑃𝐼𝑆 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 = 𝑅𝑏 ∗ θ 6.1.5.3 Receita Líquida da Produção O cálculo da receita líquida se dá pela subtração na Receita Bruta de custos com depreciação de equipamentos, plataformas e poços, custos operacionais de produção, investimentos em exploração, perfuração, completação e bônus de assinatura. 36 Equação 6: Receita líquida de produção. 𝑅𝐿𝑃 = 𝑅𝑏 − 𝐵𝐴 − 𝐼𝐸 − 𝐼𝑃 − 𝐼𝐶 − 𝐷𝑃 − 𝐷𝑃𝑙 − 𝐶𝑂(𝑜, 𝑎, 𝑔) − 𝐶𝑂𝑖𝑛𝑗 − 𝐷𝑃𝑜 − 𝐶𝐴 6.1.5.4 Participação Especial Para a participação especial, deve-se obedecer às regras propostas pela ANP. Em nosso projeto, foi-se utilizada a alíquota referente a campos onde a lavra ocorre em áreas de concessão situadas na plataforma continental em profundidade batimétrica até quatrocentos metros, como pode ser visto na tabela abaixo. Tabela 8: Tabela referente as alíquotas aplicadas na PE deste projeto. Volume de Produção Fiscalizada no Período-Base (em milhares de metros cúbicos de petróleo equivalente) Parcela a Deduzir da Receita Líquida no Período-Base (em reais) Alíquota (em %) Até 750 - isento Acima de 750 até 1.200 750 x RLP ÷ VPF 10 Acima de 1.200 até 1.650 975 x RLP ÷ VPF 20 Acima de 1.650 até 2.100 1.200 x RLP ÷ VPF 30 Acima de 2.100 até 2.550 465 ÷ 0,35 x RLP ÷ VPF 35 Acima de 2.550 1.481,25 x RLP ÷ VPF 40 6.1.5.5 Lucro Tributável O lucro tributável, como o próprio nome diz, refere-se à taxação sobre o lucro conforme é visto na equação abaixo: Equação 7: Lucro tributável. 𝐿𝑇 = 𝑅𝐿𝑃 − 𝑅𝑜𝑦𝑎𝑙𝑡𝑖𝑒𝑠 − 𝑃𝐼𝑆 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 − 𝑃𝐸 6.1.5.6 IR/CSLL O imposto de renda e a contribuição sobre o lucro líquido também foram aplicados ao projeto. A porcentagem aplicada foi de 34% do lucro líquido. 𝐼𝑅. 𝐶𝑆𝐿𝐿 = 𝐿𝑇 ∗ 𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎. 37 6.1.5.7 VPL O Valor Presente Líquido foi calculado ao final pela Equação 3-1 descrita acima. 6.1.5.8 TIR A TIR do projeto foi calculada utilizando a Equação 3-2. 6.1.5.9 Fluxo de Caixa Líquido 𝐹𝐿𝐶 = 𝐿𝑇 − 𝐼𝑅. 𝐶𝑆𝐿𝐿 + 𝐼𝐷 − 𝑃𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 − 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 6.2 Hipercubo Latino Buscando analisar como se comportaria a viabilidade econômica do projeto sobre incertezas, avaliamos 8 atributos incertos do projeto sob o método de Hipercubo Latino. Primeiro, estabeleceu-se que os 8 atributos incertos seriam os abaixo com seu respectivo range de variação, tipo de distribuição e os percentis utilizados na distribuição dos mesmos. Tabela 9: Tabela de incertezas. Mínimo Média Máximo Pessimista Provável Otimista NORMAL 0,82 1,00 1,18 89,00 50,00 11,00 Mínimo Média Máximo Pessimista Provável Otimista TRIANGULAR 0,84 1,00 1,16 84,00 50,00 16,00 Mínimo Média Máximo Pessimista Provável Otimista TRIANGULAR 0,85 1,001,15 86,00 50,00 14,00 Mínimo Média Máximo Pessimista Provável Otimista UNIFORME 0,84 1,000 1,160 83,33 50,00 16,67 MULTIPLICADOR PERFURAÇÃO E COMPLETAÇÃO Distribuição INCERTEZAS PERCENTIS MULTIPLICADOR PRODUÇÃO DIÁRIA DE ÓLEO, ÁGUA E GÁS Distribuição INCERTEZAS PERCENTIS Distribuição INCERTEZAS PERCENTIS MULTIPLICADOR TAXA DE DESCONTO ANUAL MULTIPLICADOR PREÇO DO ÓLEO E DO GÁS Distribuição INCERTEZAS PERCENTIS 38 Tabela 10: Tabela 2 de atributos incertos. Para se obter os valores a serem expostos a tabela de HCL, utilizou-se a planilha de distribuição normal, uniforme e triangular criada pelo Coordenador do Projeto, Professor Dr. Valmir F. Risso. Após isto, foram colocados cada atributo de uma vez na tabela de sorteios de HCL e de lá foram extraídos 100 valores de cada propriedade, que serviriam de multiplicadores na sequência que os mesmos apareceram no sorteio de HCL. 6.3 Análise de Risco do Projeto Com os dados multiplicadores para as 8 propriedades, decidiu-se por não serem feitas as análises de sensibilidade para cada atributo; mas sim, utilizar o total delas variando em conjunto para uma melhor visualização da implicação, no VPL e TIR do projeto base, das alterações dos 8 multiplicadores. Após este, foram calculados 100 novos valores de VPL e TIR pelo uso dos multiplicadores. Com estes, após a classificação de maior a menos do VPL e TIR, fez-se a probabilidade simples e depois a acumulada de cada fenômeno. Após isto, foram plotados os gráficos da análise de risco do projeto. Mínimo Média Máximo Pessimista Provável Otimista UNIFORME 0,75 1,00 1,25 83,33 50,00 16,67 Mínimo Média Máximo Pessimista Provável Otimista UNIFORME 0,82 1,00 1,18 83,33 50,00 16,67 Mínimo Média Máximo Pessimista Provável Otimista NORMAL 0,83 1,00 1,17 87,00 50,00 13,00 Mínimo Média Máximo Pessimista Provável Otimista NORMAL 0,84 1,00 1,16 86,00 50,00 14,00 MULTIPLICADOR ROYALTIES Distribuição INCERTEZAS PERCENTIS MULTIPLICADOR CUSTO DA PLATAFORMA Distribuição INCERTEZAS PERCENTIS MULTIPLICADOR IMPOSTO DE RENDA Distribuição INCERTEZAS PERCENTIS MULTIPLICADOR CUSTO DE PRODUÇÃO DO ÓLEO, ÁGUA E GÁS Distribuição INCERTEZAS PERCENTIS 39 7 Resultados e discussões Abaixo, demonstraremos os resultados das aplicações vistas no capítulo anterior e junto disso realizaremos uma breve discussão a respeito dos fenômenos observados. 7.1 Projeto Base O projeto base foi aquele elaborado sem a adição de nenhum multiplicador como em outras etapas. Nele, após a averiguação e correção da planilha, chegamos aos seguintes valores para o projeto. Tabela 11: Valores de Np, Gp, Wp, Winj, VPL e TIR. Como se pode notar, o projeto obteve em 29 anos de desenvolvimento um VPL de US$ 686 milhões o que torna o projeto lucrativo. Ao analisarmos a TIR, notamos que a mesma possui rentabilidade quando comparada, por exemplo, com a taxa SELIC que vem sendo aplicada no Brasil de 14,15% ao ano. Np (MM bbl) 437,5443825 Gp (MM bbl) 58670,72401 Wp (MM bbl) 177,0065911 Winj (MM bbl) 705,9337444 VPL (MM US$) 686,5875087 TIR % 18% VPL Projeto Base 40 Figura 7-1: Produção de óleo por mês projeto base. Figura 7-2: Gráfico da Produção de água por mês. 41 Figura 7-3: Produção de gás por mês. No gráfico abaixo, vemos que a quantidade de líquido injetado foi maior que a produção do mesmo (óleo mais água). Figura 7-4: Gráfico comparativo entre produção e injeção de líquidos. Abaixo, notamos as curvas de VPL e FLC. Nota-se que a curva do fluxo de caixa não possui uma caída ao final 42 Figura 7-5: VPL por tempo. Abaixo, no gráfico de fluxo de caixa acumulado atualizado, nota-se que diferentemente de outros projetos o fluxo de caixa permanece constante sem decaimento. Figura 7-6: FCA atualizado por tempo. 43 Tal fato foi analisado e uma possível resposta se dá devido ao projeto possuir produção perto do máximo para apenas 1 plataforma, o que representa uma utilização quase total deste bem. Outro ponto fundamental, deve-se ao fato de ao final o projeto ter seus poços produtores fechados a cada 3 meses, o que representa que se chegou ao final do projeto com uma boa quantidade dos mesmos em produção. 7.2 Projeto HCL Com o Hipercubo Latino, foram gerados 100 valores para cada propriedade variando de acordo com o range identificado. Tais multiplicadores foram colocados junto dos valores base do projeto e assim calculado o VPL e a TIR de todos eles em combinação. Ao analisarmos o VPL extraímos os multiplicadores de pessimista, provável e otimista como se pode ver na tabela abaixo. Figura 7-7: Multiplicadores otimista, pessimista e provável. Tais valores geraram os seguintes dados de saída. 7.2.1 Análise Pessimista Na análise pessimista teve-se ao mesmo tempo o pior VPL e a pior TIR das simulações. TAXA DE DESCONTO ANUAL PREÇO DO ÓLEO E DO GÁS PERFURAÇÃO E COMPLETAÇÃO PRODUÇÃO DIÁRIA DE ÓLEO, ÁGUA E GÁS PESSIMISTA 1,027588839 0,980704379 1,067269526 0,843374466 PROVÁVEL 0,897969249 1,025228347 0,992869023 0,953854753 OTIMISTA 1,018332015 1,124681246 0,995950214 1,147238667 IMPOSTO DE RENDA CUSTO DE PRODUÇÃO DO ÓLEO, ÁGUA E GÁS ROYALTIES CUSTO DA PLATAFORMA PESSIMISTA 0,791894394 1,173921114 1,12209252 1,01081677 PROVÁVEL 1,058906399 0,85456207 1,024083894 0,917900204 OTIMISTA 1,059134004 1,047993124 1,162007353 1,067148138 MULTIPLICADORES 44 Tabela 12:Tabela dos valores para o projeto pessimista. Abaixo, temos os gráficos de vazão de óleo, gás e água para poços produtores e de injeção. Cabe ressaltar, que embora estejamos colocando aqui como esta vazão no projeto pessimista, a mesma pode não ser a pior entre os valores simulados. A análise pessimista se dá pelo arranjo dos multiplicadores das 8 propriedades que culminaram nessa vazão ser de análise pessimista. A mesma avaliação deve ser feita para as análises otimista e provável. Np (MM bbl) 369,0137598 Gp (MM bbl) 49481,39052 Wp (MM bbl) 149,2828392 Winj (MM bbl) 705,9337444 VPL (MM US$) 368,79644 TIR % 15% VPL Projeto Pessimista 45 Figura 7-8: Vazão de óleo pessimista. Figura 7-9: Vazão de água pessimista. 46 Figura 7-10: Vazão de gás pessimista. Figura 7-11: Gráfico comparativo entre injeção e produção de líquidos pessimista. Nota-se que o gráfico de VPL e FCAA sofrem uma grande queda em comparativo aos valores base do projeto. O VPL reduzido drasticamente, e como ele é a função objetivo do projeto, este se tornou o arranjo péssimo. 47 Figura 7-12: VPL pessimista. Figura 7-13: FCAA pessimista. 7.3 Análise provável Na análise mais provável entre o arranjo dos dados sorteados por HCL, tivemos os seguintes valores gerados pela simulação na tabela Excel. 48 Tabela 13: Valores para provável. Notamos que da análise pessimista para esta a aqui provável a TIR aumentou em 4% e o VPL praticamente dobrou. Np (MM bbl) 417,3537889 Gp (MM bbl) 55963,34897 Wp (MM bbl) 168,8385782 Winj (MM bbl) 705,9337444 VPL (MM US$) 691,4411571 TIR % 19% VPL Projeto Provável 49 Figura 7-14: Produção de óleo provável. Figura 7-15: Produção de água por mês provável. 50 Figura 7-16: Produção de gás provável. Abaixo, temos a produção e injeção de líquidos comparadas e vemos que da análise pessimista para esta, a produção de líquidos teve uma ascensão significativa, o que colaborou para a melhora do VPL final.Figura 7-17: Produção e injeção de líquidos provável comparadas. Abaixo a avaliação do gráfico VPL provável e FC acumulado atualizado. 51 Figura 7-18: VPL provável. Figura 7-19: Fluxo de Caixa acumulado e atualizado provável. 7.4 Estratégia otimista Nesta, vemos uma grande melhora nos indicadores, porém a mesma encontra-se com poucas chances de ocorrer, sendo ela a mais otimista entre todas as combinações feitas pelo sorteio do Hipercubo Latino. 52 Tabela 14: Tabela otimista. Nota-se que a TIR avançou em 4% do projeto provável para o otimista, tornando o investimento mais certo quanto ao lucro e ao rápido retorno. Figura 7-20: Produção de óleo otimista. Nota-se que a produção de óleo avançou 20% da quantia provável. Np (MM bbl) 501,9678343 Gp (MM bbl) 67309,32324 Wp (MM bbl) 203,0688057 Winj (MM bbl) 705,9337444 VPL (MM US$) 1213,382409 TIR % 23% VPL Projeto Otimista 53 Figura 7-21: Produção de água otimista. Figura 7-22: Produção de gás otimsita. 54 Figura 7-23: Comparativo da produção e injeção de líquidos otimista. No gráfico abaixo, nota-se a evolução do VPL pelo tempo, e nota-se que o mesmo dobra o valor final do provável e quadriplica o valor tido pelo pessimista. Comparando com o valor base o mesmo quase dobra o valor final do VPL base. Figura 7-24: VPL otimista. 55 Figura 7-25: Fluxo de Caixa para a análise otimista. 7.5 Análise de Risco Quanto a análise de risco, fora feito uma distribuição probabilística com os valores de VPL e TIR com a colocação da possiblidade de cada uma existir, sendo a de maior valor a otimista, e a de menor valor a pessimista, como se pode notar no gráfico abaixo. Nota-se abaixo que nenhuma das combinações de valores do sorteio que gerou os multiplicadores das 8 variáveis foram capazes de fazer com que o VPL (nossa função objetivo principal) fosse negativo. 56 Figura 7-26: Curva de risco de VPL. Já a TIR teve seu valor provável na simulação 43, em que a mesma teve o seguinte valor 18,484%. Os multiplicadores que resultaram nela foram os seguintes: Tabela 15: Tabela do arranjo provável da TIR. Cabe ressaltar que os valores otimistas e pessimistas foram os mesmos para a TIR e para o VPL. TAXA DE DESCONTO ANUAL PREÇO DO ÓLEO E DO GÁS PERFURAÇÃO E COMPLETAÇÃO PRODUÇÃO DIÁRIA DE ÓLEO, ÁGUA E GÁS PROVÁVEL 1,020556027 0,994410942 0,970266565 0,986121108 IMPOSTO DE RENDA CUSTO DE PRODUÇÃO DO ÓLEO, ÁGUA E GÁS ROYALTIES CUSTO DA PLATAFORMA PROVÁVEL 1,060204928 1,047024185 1,038231449 0,948173662 MULTIPLICADORES 57 Figura 7-27: TIR. Como pode-se ver, a TIR provável teve seu valor muito próximo do cálculo base do projeto. 58 8 Conclusões A partir deste projeto, pudemos notar o quão importante se faz a averiguação de itens econômicos como VPL, Fluxo de Caixa, TMA e TIR, em projetos como os da Engenharia de Petróleo. Os mesmos podem definir tempo de projeto, quantidade de recurso a ser despendido em um ou outro local dependendo da disponibilidade. Como se pode ver acima, o melhor projeto segundo a avaliação dos multiplicadores tidos no sorteio foi com a TIR 23%, contra 18% do projeto base e o VPL avançando de US$ 686,6 milhões para US$ 1213,4 milhões de dólares. Contudo, como trata-se de incertezas, deve-se ter precaução e avaliar a pior possibilidade a fim de se decidir seguir com o andamento do projeto de E&P de petróleo, e este trabalho mostrou que mesmo na pior das hipóteses tidas no simulador, ainda teríamos uma resposta positiva do VPL e a TIR acima da SELIC brasileira, por exemplo. Também este se fez muito importante, mesmo com dados sintéticos, para servir de planilha e base para o projeto de Locação de Poços de petróleo e Análise de Estratégia já feito. 59 9 Bibliografia Balen, R. M., Mens, H.-Z., & Economides, M. J. (1988, January 1). Applications of the Net Present Value (NPV) in the Optimization of Hydraulic Fractures. Society of Petroleum Engineers. doi:10.2118/18541-MS Barbosa, D. H., & Gutman, J. (2001, January 1). Government Share and Economic Analysis: Case Study of Campos Basin, Brazil. Society of Petroleum Engineers. doi:10.2118/69593-MS Bobb, F. J., & Veirano, R. C. (2003, January 1). Challenges Facing Contractors in the Brazil Offshore Market. Offshore Technology Conference. doi:10.4043/15050-MS Eggleston, W. S. (1968, January 1). The Cost Of Petroleum Exploration. Society of Petroleum Engineers. Fawthrop, A. L. (2003, January 1). Offshore Brazil: Viewpoint of a Large U.S.-Based Independent. 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