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CRIME CULPOSO

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CRIME CULPOSO
Previsão Legal: art. 18 II.
Conceito: consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito, não querido ou aceito pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente), ou que era previsível (culpa inconsciente) e que poderia ser evitável, se o agente atuasse com o devido cuidado. Ou art. 33 inc. II
Elementos do Crime Culposo:
a conduta; Inicial voluntária (ação ou omissão)
a inobservância do dever de cuidado objetivo, através da imprudência, negligência ou imperícia; ( a agente atua em desacordo com o esperado pela lei e pela sociedade)
o resultado lesivo involuntário;(mudança no mundo exterior)
Nexo Causal
a previsibilidade: possibilidade que tinha o agente de conhecer o perigo advindo da sua conduta. Não se aplica a culpa consciente.
tipicidade. (art. 18 par. único) No silêncio, o crime é culposo.
É o conhecido CIPRT
- É uma espécie de tipo aberto, isto é, a ação do tipo não está determinada legalmente, necessitando de complementação do juiz na avaliação do caso concreto.
Modalidade da Culpa (INI)
Imprudência: é a atitude em que o agente atua com precipitação, inconsideração, com afoiteza, sem cautelas, não usando de seus poderes inibidores. Ex. manejar ou limpar arma carregada próxima a outras pessoas; (afoiteza)
Negligência:: é a culpa na sua forma omissiva. Implica a abstençãode um comportamento que era devido. Desse modo, ao contrário da imprudência, que ocorre durante a ação, a negligência dá-se sempre antes do início da conduta. P. ex. age negligentemente a mãe que não retira da mesa ao redor da qual brincam crianças, veneno em dose letal, vindo uma delas a ingeri-lo e falecer. . Ex. não colocar avisos junto a valetas abertas para um reparo na via pública. (ausência de precaução)
Imperícia: consiste na falta de conhecimentos técnicos ou habilitação para o exercício de arte ou profissão. É a prática de certa atividade, por alguém incapacitado para tanto, quer pela ausência de conhecimento, quer pela falta de prática. P. Ex. engenheiro que constrói um prédio cujo material é de baixa qualidade, vindo este a desabar e a provocar a morte dos moradores. (falta de aptidão técnica para o exercício de arte, ofício ou profissão)
CONCURSO DO MP: caiu em alguma prova denúncia questão de crime culposo, tem que falar a modalidade da culpa.
Ex. Delegado relatou IP falando que o sujeito foi imprudente, pois passou no sinal vermelho e matou uma pessoa. No decorrer da instrução, verificou-se que ele foi afoito, tinha uma placa PARE, foi negligente pois ocorreu uma ausência de precaução. O juiz pode condenar assim mesmo. Resposta: Não, pois é mutatio libeli, sempre é diante de aditamente de denuncia.
É também chamado crime involuntário. O agente provoca o resultado morte por imperícia, imprudência ou negligência. Ex. atropelamento
Quest. – No crime culposo a conduta é voluntária?
Resp. Sim, pois toda conduta só é conduta ser voluntária. No crime culposo o que é involuntário é o resultado. É o chamado delito de azar. 
Tais elementos se aplicam a todos os crimes culposos. A falta de um deles exclui o crime culposo.
Toda conduta é voluntária, mesmo no crime culposo;
O dever de cuidado é a obrigação que todos nós temos de praticar nossas condutas sem causar danos a terceiros. Esse dever é violado pela imprudência, pela negligência (quando o agente abestem-se de praticar uma conduta que deveria praticar, é uma omissão) ou pela imperícia;
É a possibilidade do resultado ter sido antevisto pelo homem médio. Se resultado não era previsível para o homem médio não há culpa;
O agente não quer o resultado, se quer é crime doloso;
O crime culposo é de caráter excepcional, pois só haverá delito culposo nos casos expressos em lei. Ex. art. 121 § 3°, art. 180,§1°; art. 129§ 6°.
Espécies de Culpa:
Culpa Inconsciente: existe quando o agente não prevê o resultado que é previsível. Não há no agente o conhecimento efetivo do perigo que sua conduta provoca para o bem jurídico alheio ( Culpa Comum);
Culpa Consciente: quando o agente prevê o resultado, mas espera sinceramente, que não ocorrerá. Ex. clássico: é o caçador que, avistando um companheiro próximo do animal que deseja abater, confia na sua condição de perito atirador para não atingi-lo quando dispara, causando, ao final, lesões ou morte da vítima ao disparar o tiro.
Culpa consciente
QUESTÃO DPF:
 A previsibilidade objetiva do resultado da conduta é elemento da tipicidade culposa, ao passo que a
previsibilidade subjetiva é elemento da culpabilidade.,
O potencial conhecimento da ilicitude do fato, para a teoria normativa, integra a culpabilidade.
Na culpa consciente, o agente tem a previsão do resultado.
Culpa Própria: gênero de qual são espécies culpa consciente e inconsciente. O agente não quer, nem assume o risco de presumir o resultado.
Culpa Imprópria( culpa por extensão, culpa por assimilação, culpa por equiparação): é aquela em que o agente, por erro, fantasia certa situação de fato, supondo estar acobertado por uma excludente de ilicitude, descriminante putativa, e em razão disto, provoca intencionalmente um resultado ilícito. Apesar de a ação ser dolosa, por razões de política criminal o agente responde por crime culposo quando o erro é evitável.
- A culpa imprópria está no art. 20 par. 1º. Parte final.
- é uma descriminante putativa por situação de fato, fruto de erro evitável.
Ex. vem um desafeto, estou andando na W3 sul, indo embora, vem o desafeto em minha direção, ele coloca a mão atrás da calça, imagino que ele vai tirar uma arma, antes tiro a minha arma, atiro e o mato. Na realidade ele colocou a mão no bolso para tirar um batom. Por erro imaginei uma situação de fato. Se demonstrar que meu erro era evitável, respondo por crime culposo.
 					
	
	CONSCIÊNCIA
	VONTADE
	Dolo Direto
	Previsão
	Quer o resultado
	Dolo Eventual
	Previsão
	Assume o risco
	Culpa Consciente
	Previsão
	Não quer, não assume o risco, acredita sinceramente que não vai produzir o resultado
	Culpa Inconsciente
	Sem previsão, mas tem previsibilidade(possibilidade de prever)
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Situação do Racha: O STJ tem trabalhado com Dolo Eventual. Deve ser analisado a posição do Greco e da maioria dos doutrinadores, onde falam que o racha por si só não caracteriza o dolo eventual, e sim o preenchimento de outros elementos.
No Direito Penal não existe compensação de culpas., mas a culpa concorrente da vítima atenua a do agente( art. 59 Circunstâncias Judiciais)
Mauro no mestrado está querendo defender a tese de “Coisa Caída”. Fica ele e o Harilson discutindo tal assunto. (Coisa caída, quando cai o vaso, etc.).
CRIME PRETERDOLOSO: dá-se crime preterdoloso quando a conduta dolosa produz um resultado culposo mais grave do que o querido pelo agente. Há, como se vê, dolo na antecedente e culpa na conseqüente.
Previsão Legal: art. 19 do CP.
Conceito de crime preterdoloso: previsto no art. 19 do CP, trata-se de uma espécie de delito agravado (tem gente que fala qualificado) pelo resultado, consistente em um misto de dolo (na conduta) e culpa (no resultado).
Crime Qualificado pelo Resultado:é aquele que o legislador, após descrever a típica, acrescenta-lhe um resultado, com a finalidade de aumentar abstratamente a pena.
Espécies de crimes qualificados pelo resultado:
conduta dolosa e resultado agravador doloso: o agente quer produzir a conduta e também o resultado agravador. Ex. latrocínio.
Crime culposo, qualificado culposamente: ex. incêndio culposo qualificado pela morte culposa de alguém.
Crime culposo, qualificado dolosamente: art. 302 do CTB. Homicídio culposo na condução de veículo automotor, qualificado pela omissão dolosa.
conduta dolosa e resultado agravador culposo: o agente quer praticar um crime, mas acaba se excedendo e produzindo culposamente um resultado mais gravaso que o desejado. Ex. Lesão Corporal seguida de morte, aborto qualificado pelo resultado morte da gestante. (Somente esta hipóteseque pode ser chamada de crime preterdoloso)
- Nesse tipo de delito, o agente produz resultado diverso do pretendido. Há, pois, divergência na sua vontade e o resultado maior produzido. Ex. é o da Lesão Corporal Seguida de Morte ( art. 129 par. 3º.), em que o agente dá um soco na vítima, que durante a queda, bate a cabeça no chão e morre. Note-se que o agente realiza a conduta, com a intenção de ferir, sobrevindo, por culpa, a morte da vítima.
Elementos:
conduta dolosa direcionado a resultado menos grave;
resultado culposo mais grave;
nexo causal entre a conduta dolosa e o resultado culposo.
Crime preterdoloso é Doloso ou Culposo?
Resp. Doloso não é, porque o resultado agravador não foi querido pelo agente, que também não assumiu o risco de produzi-lo. Também não é culposo, porque antes de sobrevir o resultado maior culposo realiza-se um resultado doloso de maior gravidade. 
Reincidência em Crime Preterdolos: deve ser tratado como reincidente em crime doloso, pois antes de integralizar-se o resultado culposo, mais grave, realiza-se, por completo, um crime doloso menos grave.
- 
Exemplos: aborto qualificado pela lesão corporal grave ou morte, lesão corporal seguida de morte, seqüestro com conseqüência lesão corporal grave ou morte.
Latrocínio: nesse delito há duplicidade de resultados: obtenção dos bens e morte da vítima. Se esse dois eventos ingressam no dolo do agente, haverá um delito qualificado pelo resultado. Se porém, houver apenas o dolo de subtrair, mas a morte da vítima sobrevier por culpa do agente, o delito passa a ser preterdoloso.
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
- Com o surgimento da teoria da imputação objetiva, a preocupação não é, à primeira vista, saber se o agente atuou efetivamente com dolo ou culpa no caso concreto. O problema se coloca antes dessa aferição, ou seja, se o resultado previsto na parte objetiva do tipo pode ou não ser imputado ao agente. O Estudo da imputação objetiva, dentro do tipo penal complexo, acontece antes mesmo da análise dos seus elementos subjetivos (dolo e culpa) , pois que, segundo Roxin, “ a tarefa primária da imputação ao tipo objetivo é fornecer as circunstâncias que fazem de uma causação (como limite máximo da possível imputação) uma ação típica, ou seja, que transforma por ex. a causação de uma morte em um homicídio; se uma tal ação de matar também deve ser imputada ao tipo subjetivo, considerando-se dolosa, isto será examinado mais adiante”.
Foi sempre um problema para a teoria da relação de causalidade objetiva a questão do risco de determinada conduta em face de conhecimentos particulares do autor.
Ex. no bairro Zahringen, em Freiburg, na Alemanha, há um bosque conhecido pelo fato de, por razões minerológicas, sucederem-se muitas descargas elétricas durante as tempestades. Suponha-se que um filho, conhecedor desse fato, para ficar com a herança do pai, induzia-o a visitar o bosque no momento que se aproxima a tempestade, vindo uma descarga, mata-lo.
Em todo os hipotéticos casos semelhantes ao do bosque alemão, aplicando-se rigorosamente a teoria do nexo causal material, os sujeitos respondem por homicídio doloso, objetivamente imputado o resultado morte. Essa solução, entretanto, não é correta, uma vez que apenas se aproveitaram os riscos existentes na vida social, alguns normalmente tolerados, os chamados “riscos permitidos”, não tendo realmente criado, com seus convites, artifícios e maquinações, perigo para a vida das vítimas. No caso da tempestade, pe. Ex. a morte do pai ocorre sob o efeito das forças naturais não controláveis pelo filho, que não tem domínio sobre o fato. Ele não pode ser considerado autor. Induzir alguém a visitar um bosque bão é ato executório de homicídio.
Verifica-se que constitui uma questão de tipicidade, e não de antijuridicidade, prévia e prejudicial à imputação do tipo subjetivo (dolo e culpa).
Para essa teoria, o resultado de uma ação humana só pode ser objetivamente imputado a seu autor quando sua atuação tenha criado, em relação ao bem jurídico protegido, uma situação de risco (ou perigo) juridicamente proibido, e que tal risco se tenha materializado num resultado típico, ou seja, a imputação do tipo pressupõe que o resultado tenha sido causado pelo risco não permitido criado pelo autor. Significa dizer, enfim, que, estando o risco produzido dentro do que normalmente se admite e se tolera socialmente, não caberá a imputação objetiva do tipo, ainda e se tolera socialmente, não caberá a imputação objetiva do tipo, ainda quando se trata de uma ação dolosa e que cause lesão ao bem jurídico em questão.
Conceito: imputação objetiva significa atribuir a alguém a realização de uma conduta criadora de um risco relevante e juridicamente proibido e a produção de um resultado jurídico.
Missão: a imputação objetiva tem a missão de resolver, do ponto de vista normativo, a atribuição de um resultado penalmente relevante a uma conduta, segundo os fins da responsabilidade penal. 
Não é uma teoria definitiva. É amplamente dominante na doutrina Alemã e Espanhola.
- Assim, os tipos penais incriminadores passam a conter um elemento normativo, qual seja, a imputação objetiva: sem ela a conduta ou o resultado são atípicos.
Exemplos. Mandar sogra sempre andar de avião com a esperança que caia; 
imprescindível, quando não inevitável; é o que chega sem ser esperado e por força estranha a vontade do homem que não o pode impedir. Com a ocorrência do caso fortuito, não deixa de existir conduta, mas não será ela atribuida ao agente por ausência de dolo ou culpa em sentido estrito. Não se pode atribuir o resultado lesivo decorrente da ruptura do mecanismo de direção quando se desenrola a condução do veículo em condições normais, do incêndio provocado pelo cigarro que é derrubado do cinzeiro por um golpe de ar inesperado.
ELEMENTOS DO TIPO:
ELEMENTOS OBJETIVOS, NORMATIVOS E SUBJETIVOS.
1) Elementos Objetivos: tem a finalidade de descrever a ação, o objeto da ação e, em sendo o caso, o resultado, as circunstâncias externas do fato e a pessoa do autor. Há tipos penais que descrevem, ainda, o sujeito passivo, como no caso do estupro.
Finalidade Básica: é fazer com que o agente tome conhecimento de todos os dados necessários à caracterização da infração penal.
2)Elementos Normativos: são aqueles criados e traduzidos por uma norma ou que, para sua efetiva compreensão, necessitam de uma valoração por parte do intérprete. São aqueles elementos para cuja compreensão se faz necessário socorrer a uma valoração ética ou jurídica. Conceitos como “mulher honesta” (arts. 215, 216 e 219) “dignidade” e decoro” (art. 140), sem justa causa (arts. 153, 154, 244), podem variar de acordo com a interpretação de cada pessoa. São considerados, portanto, elementos normativos, pq sobre eles, necessariamente, deve ser realizado um juízo de valor.
Elementos Subjetivo do tipo: dolo e culpa.
TIPICIDADE CONGLOBANTE (Zafaroni)
Conceito: trata-se de um corretivo da tipicidade penal. Esta (tipicidade penal) tem como requisitos, a tipicidade formal+tipicidade conglobante (constituída de tipicidade material e a antinormatividade do ato)
Consequência: o estrito cumprimento de um dever legal e o exercício regular de um direito incentivado deixam de configurar excludentes da antijuridicidade eleminando a própria tipicidade (atos normativos).
- Espera-se de um ordenamento jurídico ordem, isto é, os vários direitos determinando e incentivando os mesmo fatos (é uma incoerência o direito penal tipificar comportamentos que os outros ramos determinam ou incentivam)
Conceito: é a comprovação de que a conduta legalmente típica está também proibida pela norma, o que se obtém desentranhando o alcance da norma proibitiva conglobada com as restantes normas de ordem normativa. 
Tipicidade Penal= Tipicidade Legal+ tipicidade conglobante
Tipo Legal = o que vem descrito em lei.
 Suponhamos que somos juízes e que é levada a nosso conhecimento a conduta de uma pessoa que, na qualidade de oficial de justiça, recebeuuma ordem, emanada por juiz competente, de penhora e seqüestro de um quadro, de propriedade de um devedor a quem se executa em processo regular, por seu legítimo credor, para a cobrança de um crédito vencido, e que, em cumprimento desta ordem judicial e das funções que a lei lhe competem, solicita o auxilio da força pública, e com, todas formalidade requeridas, efetivamente seqüestra a obra, colocando-a à disposição da justiça. O mais elementar senso comum indica que esta conduta não pode ter qualquer relevância penal, que de modo algum pode ser delito, mas por quê?
- A lógica mais elementar nos diz que o tipo não pode proibir o que o direito ordena e nem o que ele fomenta
CRIME CONSUMADO ART. 14, I
Conceito: é aquele em que foram realizados todos os elementos constantes de sua definição legal.
O que é? É o caminho que o crime percorre. Desde o momento em que a idéia criminosa surge na mente do agente, até o instante em que essa idéia se realiza inteiramente no mundo físico.
Iter Criminis: (trajetória do delito): é o caminho do crime; as etapas que deve percorrer.(é o caminho que o crime percorre, desde o momento em que a idéia criminosa surge na mente do agente, até o instante em que essa idéia se realiza inteiramente no mundo físico).
Etapas ou Fases:
Cogitação: o agente apenas mentaliza, idealiza, prevê, antevê, planeja , deseja, reprsenta mentalmente a prática do crime. Nessa fase o crime é impunível, pois cada um pode pensar o que bem quiser. O crime só é passível de punição após a ruptura do claustro psíquico que aprisiona a conduta; (a idéai criminosa surge na mente do agente (a cogitação não é punível E. vou matar Malmal.
Preparação: prática dos atos imprescindíveis à execução do crime. Nessa fase ainda não se iniciou a agressão ao bem jurídico. O agente não começou a realizar o Verbo Núcleo do Tipo, logo o crime ainda não pode ser punido.(o agente se prepara; compra a arma e estuda a “tocaia” (não são puníveis, salvo quando o próprio ato preparatório constitue crime autonomo; por exemplo, se a arma for comprada ilegalmente). Ex: pronto, já comprei a arma. Agora vou ficar aqui, na portaria da EURO. Quando Malmal passar.....bang, já era!
Como regra não são puníveis, salvo figuras específicas: Ex. art. 288, arrt. 291 Petrochos para falsificação de moedas, porte de arma, contravenção de manter a micha
Execução: o bem jurídico começa a ser atacado. Nessa fase o agente inicia a realização do núcleo do tipo e o crime já se torna punível. ( o agente já começa a realizar o crime. Há o ataque direto ao bem jurídico penalmente tutelado. A vítima senta a ação do agente, que coloca em movimento a causalidade criminosa. Ex. olha lá o Malmal! Preparar....apontar....fogo...bang...bang...”. Ao efetuar o primeiro tiro, já está ocorrendo os atos de execução.
Consumação: todos os elementos que se encontra descritos no tipo penal foram realizados. (é a última fase do iter criminis. O agente realiza todos os elementos que descrevem o fato típico (no exemplo, temos o homicídio). Ex.:É...matei o Malmal. Vou fugir)
TENTATIVA (ART. 14 II)
Conceito: é a não consumação do crime, cuja execução foi iniciada, por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Elementos:
início da execução;
não consumação;
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Formas:
tentativa imperfeita (ou inacabada): há interrupção do processo executório; o agente não chega a praticar todos os atos de execução do crime, por circunstâncias alheias à sua vontade;
tentativa perfeita ou acabada (também conhecida como crime falho): o agente pratica todos os atos de execução do crime, mas não consuma o crime por circunstâncias alheias à sua vontade. (Alessandro descarrega toda a munição, mas nção consegue matar Malmal).
Obs. Tentativa Branca ou Incruenta: é aquela em que o objeto material não é atingido. Exemplo: “A” atira em “B”, mas erra o alvo. Importante frisar, que a tentativa branca pode ser perfeita ou imperfeita. No primeiro caso, o agente realiza a conduta integralmente, sem, contudo, conseguir ferir a vítima (erra todos os tiros); no segundo, a execução é interrompida, sem que a vítima seja atingida (após o primeiro disparo errado, o agente é desarmado).
Obs. o Juiz leva em conta essas espécies no momento de dosar a pena da tentativa.
Infrações Penais que não admitem tentativa:
culposa (salvo a culpa imprópria, para parte da doutrina);
preterdolosas;
contravenções penais (a tentativa não é punida – art. 4 da LCP);
omissivos próprios (são crimes de mera conduta);
habituais (ou há a habitualidade e o crime se consuma, ou não há e inexiste o crime;
Teorias da Punição do Crime Tentado:
subjetiva: a tentativa deve ser punida da mesma forma que o crime consumado, pois o que vale é a intenção do agente;
objetiva: a tentativa deve ser punida de forma mais branda que o crime consumado, porque objetivamente produziu um mal menor. Essa teoria é a adotada pelo nosso CP.
Art. 14 parágrafo único.
Critério para a redução da pena: a pena do crime tentado será a do consumado, diminuída de um a dois terços . Quanto mais próximo o agente chegar à consumação, menor será a redução e vice-versa. Assim, na tentativa branca a redução será sempre maior do que naquela em que a vítima sofre ferimentos graves.
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz: 
são espécies de tentativa abandonada ou qualificada. Nelas o resultado não se produz por força da vontade do agente, ao contrário da tentativa, em que atuam circunstâncias alheias a essa vontade. São incompatíveis com os crimes culposos, uma vez que se trata de uma tentativa que foi abandonada. Pressupõe um resultado que o agente pretendia produzir, mas que, num segundo momento desistiu ou se arrependeu.
Conceito de Desistência Voluntária (tentativa abandonada): o agente interrompe voluntariamente a execução do crime, impedindo, desse modo, a sua consumação. Ex. o agente tem um revólver municiado com seis projéteis. Efetuam um disparo contra a vítima, podendo prosseguir atirando, desiste por vontade própria e vai embora. Exemplificar com o furto e o estupro.
Frank: existira a Desitência Voluntária sempre que o agente pode prosseguir mas não quer; se ele quer e não pode é tentativa. Ex. da Sopa.
Fuga ou impossibilidade de êxito: ocorre a tentativa.
Espontaneidade: é necessário a voluntariedade, mas não a espontaneidade, cuja idéia possa emanar de uma terceira pessoa ou até da própria vítima.
Situação de um só projétil na arma de fogo, que o autor do disparo erra: segundo Manzini, ocorre a tentativa perfeita ou crime falho, caso contrário, seria impossível a concretização da tentativa.
Conceito de Arrependimento Eficaz: o agente, após encerrar a execução do crime, impede a produção do resultado. Só é possível nos crime materiais, nos quais há resultado naturalísitico. Aqui a execução do crime é realizada inteiramente, e o resultado é que vem a ser impedido. P. ex. O agente descarrega a sua arma de fogo na vítima, ferindo-a gravemente , mas arrependendo-se, presta-lhe imediato e exitoso socorro, impedindo o evento letal. Dessa forma, afasta-se a possibilidade de se aplicar a pena a título de tentativa, e o agente so responde pelos atos até então praticados, como delitos autônomos.
Distinção: na desistência voluntária, o agente interrompe a execução; no arrependimento eficaz, a execução é realizada inteiramente, o resultado é que vem a ser impedido. Assim, a desistência voluntária só é possível com relação à tentativa imperfeita, ao passo que o arrependimento eficaz só pode ocorrer na tentativa perfeita.
Conseqüências: em ambas as formas de tentativa abandonada, não são circunstâncias alheias a vontade do agente que impedem o resultado, pelo contrário, é a sua própria vontade que evita a consumação. Assim, afasta-se a tentativa e o agente só responde pelos atos até então praticados. 
Ausência de um Delito Autônomo: ex. ladrão desiste do furto, depois de ingressado no automóvel, sem danificá-lo. Nesse caso a impunidade é total.
Comunicabilidade da DesistênciaVoluntária e do Arrependimento Eficaz no Concurso de Agentes: Há duas posições: 1ª Fragoso, que preconiza o carátes estritamente subjetivo da desistência voluntária e do arrependimento eficaz, subsistindo, assim, a responsabilidade do partícipe em relação à tentativa abandonada pelo autor; 2ª posição: Hungria, FAMB, Teoria Monista da Ação, por conseqüência, a responsabilidade penal do partícipe deve ser a mesma do autor. 
Natureza Jurídica: exclusão de tipicidade.
Arrependimento Posterior
Natureza Jurídica: causa obrigatória de redução de pena.
Conceito: causa de diminuição de pena que ocorre nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, em que o agente, voluntariamente, repara o dano ou rstitui a coisa até o recebimento da denúncia ou queixa.
Requisitos:
crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa: na jurisprudência, prevalece o entendimento de que a lei só se refere à violância dolosa, podendo a diminuição ser aplicada aos crimes culposos em que há violência;
reparação do dano ou restituição da coisa: deve sempre ser integral a não ser que a vítima ou seus herdeitos aceitem parte, renunciando ao restante;
voluntariedade do agente: o que não significa espontaneidade;
até o recebimento da denúncia ou queixa: se posterior, é causa atenuante genérica (art. 65 III, “b”, do CP)
Critérios para a redução da pena: o juiz deve reduzir a pena de um a dois terços.
Comunicabilidade : comunica-se ao partícipe. Ex. crime de recptação, comunica-se ao autor do furto.
Negativa da vítima em receber a indenização ou a coisa: Segundo Nucci, pode ocorrer a hipótese de o ofendido recusar-se a receber a coisa subtraída ou a correspondente reparação do dano, por várias razões, dentre as quais destaque-se o desejo de prejudicar o agente. Nesse caso, parece-nos sensata a possibilidade de utilização da ação de consignação em pagamento para desonerá-lo. Assim que o juiz autorizar o depósito, pode-se juntar prova no inquérito, antes do recebimento da denuncia ou queixa, como exige o art 16 e está configurada a possibilidade de haver a redução da pena em virtude do advento do arrependimento posterior. Em certos casos, não é preciso ingressar com a consignação, pois, em se tratando de devolução da coisa furtada, por exemplo, pode-se entregá-la diretamente à autoridade policial, que mandará lavrar o auto de apreensão, para posterior restituição à vítima.
Diferença entre arrependimento posterior e eficaz:
1ª) AE aplica-se também aos crime cometidos com violência ou grave ameaça (agente descarrega a rma na vítima e depois se arrepende, a socorre e evita sua morte); o posterior só incide sobre crimes cometidos sem violência ou grave ameaça;
2ª) o AE faz com que o agente não responda pelo resultado visado, mas somente pelos atos até então praticados; o posterior é uma simples causa de diminuição de pena, prevista na Parte Geral;
3ª) O AE é anterior à consumação, enquanto o AP, o nome já diz, pressupõe a produção do resultado.
Súmula 554 do STF: o pagamento do cheque emitido sem provisão de fundos antes do recebimento da denúncia exclui a justa causa para a propositura da ação penal. Essa sumula, idealiza exclusivamente para o delito de fraude no pagamento mediante cheque, tipo derivado de estelionato (171, § 2°, VI), com o advento do art. 16 do CP, introduzido na reforma penal de 1984, deixou de existir
Delito Putativo: o sujeito acredita estar praticando um delito, mas na realidade esta praticando um indiferente penal. Exs. incesto, subtração de coisa própria.

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