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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/233417073 A Psicologia Cognitiva no Brasil: Um Panorama dos Anos 90 Article · January 2002 READS 327 2 authors: Carlos Manoel Lopes Rodrigues University of Brasília 11 PUBLICATIONS 0 CITATIONS SEE PROFILE Ederaldo José Lopes Universidade Federal de Uberlândia (UFU) 39 PUBLICATIONS 22 CITATIONS SEE PROFILE Available from: Carlos Manoel Lopes Rodrigues Retrieved on: 04 August 2016 A Psicologia Cognitiva no Brasil: Um Panorama dos Anos 90 1 CARLOS MANOEL LOPES RODRIGUES2, EDERALDO JOSÉ LOPES3 RESUMO O objetivo deste trabalho foi traçar o panorama da pesquisa em psicologia cognitiva no Brasil, nos anos 90, enfocando o impacto do paradigma do processamento de informação na produção cientifica nacional, bem como verificar esta produção dentro das principais linhas de pesquisa em psicologia cognitiva. O levantamento resultou em 146 trabalhos em psicologia cognitiva, 92 publicados em periódicos e 54 em anais de reuniões de sociedades cientificas, distribuídos em cinco áreas de pesquisa: memória e representação mental, modelos de memória e recuperação, processamento perceptivo, metodologia e psicolingüistica. Verificou- se um aumento da produção científica relatada em levantamentos anteriores, com uma variabilidade maior de temas pesquisados na área da psicologia cognitiva moderna. PALAVRAS-CHAVE: Psicologia cognitiva; ciências cognitivas; processamento de informação; história da psicologia; representação mental. ABSTRACT This work has aimed to make an outlook of the cognitive psychology in the 90’s decade in Brazil, focusing the impact of the information processing paradigm on the national scientific 1 Projeto financiado pelo PIBIC/CNPq/UFU. 2 Graduando em Psicologia, Faculdade de Psicologia, Universidade Federal de Uberlândia, endereço: R. Iturama, 208, Araguari, MG, CEP 38440-000, e-mail: carlos_ufu@usa.net. 3 Prof. Dr., Faculdade de Psicologia, Universidade Federal de Uberlândia, endereço: R. Antônio Crescêncio, 978, Uberlândia, MG, CEP 38400-636; e-mail: ederaldol@umuarama.ufu.br. research, as well as to evaluate the main research areas of the Brazilian cognitive psychology. It has selected 146 studies, 92 in journals and 54 in meeting’s annals, distributed in 5 areas: memory and mental representation; models of memory and retrieval, perceptual processing, metodology and psycholinguistics. Data have shown an increase of publications and a variability of researchers that cover the range of themes investigated by cognitive psychologists. Key-words: Cognitive psychology; cognitive sciences; human information processing; history of Psychology; mental representation INTRODUÇÃO O surgimento da psicologia cognitiva moderna se insere num movimento mais amplo, o das chamadas “ciências cognitivas” (Soares, 1993) e pode ser circunscrito a um período particularmente fecundo que vai de 1955 até inicio dos anos 60 (Gardner, 1995). Se levarmos em conta as duas características mais marcantes da chamada “revolução cognitiva” (Baars, 1986), ou seja, seu caráter eminentemente interdisciplinar (Dupuy, 1995; Eysenck & Keane, 1994; Gardner, 1995; Thagard, 1998) e por serem as ciências cognitivas “a nova retomada por parte da ciência, das questões filosóficas mais antigas acerca da mente humana, sua natureza, as relações que ela mantêm com o organismo (o cérebro), com outrem e com o mundo.” (Dupuy, 1995, p. 114), poderemos ter um quadro da perplexidade que se constituiu nos primórdios desses estudos. Alguns dos fatores desencadeantes do movimento cognitivista foram, por um lado, o fracasso do behaviorismo em explicar os aspectos mais elevados do comportamento humano a partir do paradigma estímulo-resposta (E®R) e, por outro, pesquisas como aquelas realizadas por Miller, Boadbent, Cherry, e Bruner (Gardner, 1995), que reintroduziram no repertório da pesquisa psicológica os termos “mentalistas”, banidos pelo rigor artificial do behaviorismo. (Eysenck & Keane, 1994; Gardner, 1995; Thagard, 1998). Somem-se a isso, os trabalhos de Chomsky (Ver Sternberg, 2000) sobre a linguagem e principalmente o surgimento da modelagem computacional da mente, que só foi possível graças ao movimento cibernético (Dupuy, 1995) e ao advento da Inteligência Artificial (Cf. Crane, 1995; Eysenck & Keane, 1994; French & Colman, 1995; Thagard, 1998). Em termos de metodologia de pesquisa, os avanços nas pesquisas em pacientes com lesão cerebral (Eysenck & Keane, 1994; Gardner, 1995), a retomada do tempo de reação na medida dos processos mentais (Galera & Lopes, 1995), e, no campo da epistemologia, as mudanças paradigmáticas (Cf. Eysenck & Keane, 1994; Masterman, 1979; Popper, 1979) levaram alguns cientistas de renome a se unirem em torno desse novo paradigma para a investigação dos fenômenos mentais. O estudo dos processos cognitivos da perspectiva do processamento da informação tem, então, caracterizado a psicologia cognitiva nos últimos 50 anos. Embora esse novo movimento tenha surgido numa tentativa interdisciplinar de estudar a mente (Gardner, 1995, Soares, 1993), é preciso lembrar que o enfoque dos eventos mentais foi dado sob a óptica da metodologia experimental em psicologia, que recebeu grande contribuição dos psicólogos que levaram adiante o objetivo de estudar o homem como um processador de informações. Nessa linha de raciocínio, pode-se dizer que Donald Broadbent (1958) foi o primeiro a fazer uma síntese e dar uma fundamentação teórica ao processamento humano de informação. Dessa síntese resultou o primeiro modelo de processamento da informação, que pode, ao mesmo tempo, ser considerado como um modelo atencional, bem como um protótipo do que seriam, mais tarde, outros modelos de memória (e.g., Atkinson & Shiffrin, 1968; para maiores detalhes, ver também Eysenck & Keane, 1994). A preocupação central dentro do paradigma do processamento de informação reside nos modos pelos quais as informações podem ser representadas em nossa memória e como as representações podem ser colocadas em uso (Lachman, Lachman, & Butterfield, 1979; Massaro & Cowan, 1993). Muito embora o processamento da informação não tenha fornecido uma teoria abrangente da cognição humana, tem servido como um paradigma (ou arcabouço), ou seja, um conjunto maleável de idéias que podem ser utilizadas na formulação de teorias cognitivas. De acordo com Eysenck e Keane (1994), o arcabouço do processamento de informações possui as seguintes características básicas: 1. “ As pessoas são consideradas seres autônomos e intencionais que interagem com o mundo externo; 2. a mente através da qual elas interagem com o mundo é um sistema de processamento de símbolos de uso geral; 3. nos símbolos atuam vários process os, que os manipulam e os transformam em outros símbolos que, por fim, terão relação com as coisas do mundo externo; 4. a meta da pesquisa psicológica é a de especificar os processos simbólicos e representações subjacentes ao desempenho de todas as tarefas cognitivas; 5. os processos cognitivos levam tempo. Sendo assim, suposições sobre os tempos de reação podem ser feitas ao se presumir que certos processosocorrem em seqüência e/ou possuem alguma complexidade especificável; 6. a mente é um processador que tem limitações tanto estruturais quanto de recursos; 7. o sistema simbólico depende de um substrato neurológico, mas não está inteiramente limitado por este.” 4 Considerado, então, um arcabouço, uma espécie de “guia” para as pesquisas em psicologia cognitiva, o processamento da informação se constitui numa maneira de focalizar os aspectos mentais, mas de forma alguma é a única maneira. Assim, para os nossos objetivos, é preciso levantar alguns aspectos sobre as pesquisas que enfocam as áreas da psicologia cognitiva. Em especial e dado que existem poucas pesquisas sob essa óptica, consideraremos duas publicações, que também motivaram a realização desta pesquisa. De um lado, o trabalho de Murray White (1983) sobre as publicações mais proeminentes em psicologia cognit iva, levantou o problema de se avaliar as pesquisas em termos do número de citações num determinado período, o que é um indicador bastante útil para se revelar o estado da arte de uma disciplina ou teoria. A avaliação do autor levou em conta trabalhos citados entre 1979 e 1982 no Social Science Citation Index (SSCI), que mostra, para um determinado ano, a freqüência com a qual uma publicação foi citada na literatura científica (livros e artigos em periódicos especializados). Conquanto haja vários dados importantes na pesquisa de White (1983), vamos nos ater aos pontos que assinalam a diversidade do campo de pesquisa em psicologia cognitiva. Dessa maneira, vamos apresentar a classificação das áreas de pesquisa em psicologia cognitiva levantadas pelo autor: 1. Área ligada à representação da informação na memória, incluindo imagem e memória semântica, bem como a representação do conhecimento lingüístico. 2. Área ligada aos modelos de memória estruturados temporalmente, recuperação da informação na memória e níveis de processamento. 3. Área ligada à atenção e processamento perceptivo. 4. Área ligada às contribuições metodológicas em psicologia cogntiva. 5. Área ligada à pesquisa em psicolingüística. De outro lado, o trabalho de Seidl de Moura (1989) levantou as vertentes da psicologia cognitiva no Brasil. Numa perspectiva diferente da de White (1983), mas também de grande importância, o trabalho desta autora mostra que, muito mais que dividir a psicologia cognitiva em áreas a partir das citações feitas por outros autores, no Brasil, há poucos trabalhos na área e, por vários motivos, a área da psicologia cognitiva ainda está incipiente. Entre esses motivos, a autora destaca a falta de desenvolvimento teórico, a falta de integração de esforços de pesquisa, e a realização de réplicas de trabalhos, em detrimento de pesquisas originais. Um fato que chama a atenção é que a grande maioria dos trabalhos na área da psicologia cognitiva se enquadra no que se pode chamar de epistemologia genética. Outro fato é que os trabalhos se concentram na área da percepção, psicofísica e memória. O fato de a psicologia cognitiva brasileira se assentar na epistemologia genética demonstra um viés devido, em grande parte, ao emprego dessa forma de pensar o cognitivo dentro do campo educacional. Fica, pois, uma lacuna importante nos estudos cognitivos que é, justamente, o que vamos tentar levantar nesta pesquisa: qual o peso da psicologia cognitiva moderna (processamento da informação) nas pesquisas cognitivas brasileiras nos anos 90? MÉTODO Material. Para a realização desta pesquisa bibliográfica, utilizaram-se as seguintes fontes: 1) A base de dados on-line INDEX PSI, organizada pela PUC-Campinas e pelo Conselho Federal de Psicologia que reúne cerca de 60 periódicos na área de Psicologia e/ou áreas afins; 2)Os anais da Sociedade Brasileira de Psicologia; 3) Os anais da Sociedade de Psicologia do Triângulo Mineiro. Procedimento. A pesquisa foi feita a partir de três etapas, com os seguintes objetivos: a) Fazer um levantamento bibliográfico exaustivo da área de psicologia, com enfoque na psicologia cognitiva. b) Levantar os trabalhos na área e classificá-los de acordo com as principais áreas de pesquisa em cognição; c)Levantar a freqüência de trabalhos que podem ser classificados em termos do paradigma do processamento de informação humana. Procedeu-se ao levantamento bibliográfico, que compreendeu os trabalhos produzidos nos anos 90. A coleta dos dados foi feita visando obter os resumos das pesquisas com as respectivas palavras-chave, quando existiam. A partir dos resumos e das palavras-chave, fez-se a análise do material para se chegar às áreas em que se subdividiam as publicações (White, 1983). Entretanto, quando o resumo e as palavras- chave não eram explícitos o suficiente para se fazer a classificação, era feita uma leitura completa do texto. Após a classificação, calculou-se a freqüência dos trabalhos que se encaixavam no paradigma de processamento da informação. RESULTADOS Foram selecionados 92 artigos de periódicos e 54 trabalhos publicados em anais, somando 146 trabalhos. A distribuição dos artigos classificados, em termos percentuais, por ano de publicação, pode ser observada na Figura 1. A classificação dos trabalhos levantados dentro de cada área de pesquisa está apresentada na Tabela 1. Tabela 1: Distribuição dos artigos de psicologia cognitiva publicados em periódicos/anais, nos anos 90, por área de pesquisa. Área de pesquisa N Representação da informação na memória, imagem e memória semântica, representação do conhecimento lingüístico. 29 Modelos de memória estruturados temporalmente, recuperação da informação na memória e níveis de processamento. 32 Atenção e processamento perceptivo. 46 Contribuições metodológicas em psicologia cognitiva. 22 Pesquisa em psicolingüística 17 TOTAL 146 Em termos relativos, a distribuição das publicações pode ser melhor visualizada a partir da Figura 2. Figura 1: Distribuição percentual dos artigos de psicologia cognitiva publicados em períodicos/anais, no Brasil, nos anos 90, por data de publicação. 0 5 10 15 20 25 30 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Ano de Publicação Fr eq üê nc ia (% ) Artigos Figura 2: Distribuição percentual dos artigos por área de pesquisa, segundo White (1983). (Legenda: A= representação da informação na memória; B = modelos de memória; C = atenção e processamento; D = Contribuições metodológicas; E = psicolingüística). 0 5 10 15 20 25 30 35 A B C D E Áreas da Psicologia Cognitiva Fr eq üê nc ia ( % ) 8 DISCUSSÃO Os dados obtidos, em comparação com dados anteriores (Seidl de Moura, 1989) , obtidos no Brasil, demonstram uma penetração cada vez maior do paradigma do processamento de informação como referencial teórico no estudo da cognição humana. Observando-se os dados, pode-se ainda notar uma tendência maior de pesquisas nas áreas de atenção e percepção, o que não difere aparentemente em do estudo de Seidl de Moura (1989). Entretanto, há um aumento dos estudos de outros processoscognitivos, sobretudo aqueles ligados à memória humana. Os estudos em psicolingüística figuram em menor número em relação aos demais e grande parte deles foi realizada em contextos escolares ou sobre problemas de aprendizagem, o que sugere uma predileção pela utilização do referencial do processamento de informação para a investigação de temas relacionados a aspectos aplicados. Na área de contribuições metodológicas, o que se observa são pesquisas voltadas principalmente para o desenvolvimento de programas que auxiliem as pesquisas, bem como a avaliação de programas estrangeiros com adequação para a pesquisa em nossa realidade social e cultural. Resta, ainda, uma quantidade razoável de trabalhos voltada para questões epistemológicas (35,72%), e um pequeno número (13,33%) sobre análises estatísticas. As pesquisas nas demais áreas (representação da informação na memória, imagem e memória semântica, representação do conhecimento lingüístico e a área ligada aos modelos de memória estruturados temporalmente, recuperação da informação na memória e níveis de processamento) constituem duas faces de um grande grupo de pesquisas que se centram no estudo da memória, e formam, assim, um dos campos mais representativos da produção cientifica da psicologia cognitiva, tanto pelo número de publicações quanto pela repercussão no meio acadêmico e na sociedade em geral. Quanto à distribuição por ano de publicação, observa -se uma aparente falta de regularidade, o que necessita de uma pesquisa específica para a compreensão deste fenômeno e as contingências que o determinam. Com efeito, pode-se hipotetizar que as pesquisas na psicologia brasileira ainda não dispõem, com raríssimas exceções, de grandes grupos determinados por linhas específicas de pesquisas. Os departamentos de psicologia no Brasil muitas vezes dispõem de um ou dois pesquisadores na área cognitiva, enquanto que, em outros países, é possível ter departamentos inteiros ligados nesta área de pesquisa. Além disso, muitas pesquisas nessa área necessitam de programas computacionais e de computadores com características diferenciadas, o que encarece a pesquisa e faz com que o pesquisador mude de foco ou mesmo faça outro tipo de pesquisa. Neste ponto, a disponibilidade de programas talvez seja crucial e só recentemente temos disponíveis esses programas construídos em outros países, o que ainda carece de adaptação. Apesar dos resultados mostrarem uma tendência mais positiva com relação ao desenvolvimento de pesquisas na área cognitiva do processamento de informação, ainda é comum encontrar sob a denominação de psicologia cognitiva linhas teóricas diversas, principalmente o que se convencionou chamar epistemologia genética. A evidência de consolidação da psicologia cognitiva no Brasil está presente também na constituição de pólos já reconhecidos de pesquisa, como por exemplo na Universidade de Brasília e na Universidade Federal de Pernambuco, de onde provém um numero representativo de publicações. Outro ponto digno de nota, apesar de não fazer parte dos objetivos deste trabalho, é a 10 presença constante nos levantamentos da denominada terapia cognitiva, o que sugere uma mudança paradigmática também na psicologia clínica. CONCLUSÕES O paradigma do processamento de informação vem-se consolidando, pouco a pouco, como referencial teórico dentro da pesquisa em psicologia cognitiva no Brasil nos últimos anos. Isto significa um interesse pela retomada da mente em psicologia por um lado e, por outro, representa a entrada da psicologia brasileira num contexto mundial cujo paradigma é a psicologia cognitiva moderna (Eysenck & Keane, 1994; ver também Sternberg, 2000). A exemplo do behaviorismo importado nos anos 60, quando já se encontrava em decadência na América do Norte, chega no Brasil, com quase 30 anos de atraso, o movimento da psicologia cognitiva, já quase suplantado pela revolução computacional (traduza-se, modelos conexionistas; ver, p. ex., Dupuy, 1995; Eysenck & Keane, 1994; Gardner, 1995; Thagard, 1998). Apesar desse atraso, o volume crescente, porém descontínuo, de publicações na área acenam com um movimento que está se estabelecendo e criando características próprias, uma vez que várias de suas publicações se voltam para questões metodológicas e/ou práticas que referendem uma psicologia cognitiva inovadora e criativa. Esta inovação, todavia, deve ser analisada num contexto típico, subdesenvolvido, onde o pragmatismo cego, aliado ao pouco número de cientistas e ao baixo financiamento, cria o meio propício para fazer da ciência da mente um arsenal de técnicas de cura e/ou de soluções impensadas para a problemática humana, cujo final é a descaracterização de um modo de pensar e um movimento construído e sustentado ao longo de 50 anos. 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINSON, R.C. & SHIFFRIN, R.M. Human memory: A proposed system and its control processes. In K.W. Spence & J.T. Spence (Eds.). The psychology of learning and motivation, Vol. 2. London: Academic Press, 1968. BAARS, B.J. The cognitive revolution in psychology. New York: Guilford Press, 1986. BROADBENT, D.E. Perception and communication. London: Pergamon, 1958. CRANE, T. The mechanical mind: A philosophical introduction to minds, machines and mental representation. London: Penguin Books, 1995. DUPUY, J.P. Nas Origens das Ciências Cognitivas. 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