Buscar

RESENHA HAITI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS-ICHL
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA - DIURNO (IH08)
DISCIPLINA DE HISTÓRIA DA AMÉRICA II
ESIO GIOVANNI CAMPOS PEREIRA-21456416
PROFESSORA: KÁTIA COUTO
RESENHA
MANAUS
2016
Faça uma resenha crítica relacionando os três textos, observando os seguintes aspectos:
a) A revolução negra no Haiti;
b) Aplicação do darwinismo, positivismo e o conceito de raça nas questões sociais presentes na América Latina;
c) A aplicação dessas idéias no México durante o governo de Portírio Dias e sua influência na Revolução Mexicana.
OBS: A independência haitiana acontece em 1804, mas por ter sido implementada por escravos e ex-escravos gerou pânico entre os brancos em outros países da América Latina. Pensem a revolução como ponto de início para discutir a questão racial. Relacione os três textos abordando-os desde uma perspectiva social e cultural.
RESENHA
O Haiti foi o primeiro país latino-americano a se tornar independente da França, por meio da Revolução Haitiana. Havia sido colonizada pelos franceses, que lá estabeleceram grandes fazendas escravistas produtoras de gêneros tropicais como açúcar, algodão e fumo. Denominada de colônia Saint-Domingue, o país era o maior produtor de açúcar do mundo e o principal exportador de café para a Europa No século XVIII, a exportação dessas mercadorias tornou São Domingos a mais rica das colônias francesas. A elite branca da ilha vivia luxuosamente, e muitos mandavam seus filhos estudar na França. Já os africanos escravizados, cerca de 80% da população local, morriam aos milhares, em consequência da fome e das péssimas condições de trabalho. Meio milhão de escravos, submetidos ao poder dos colonos brancos, negaram-se a continuar nessa condição. Contra sua ânsia de liberdade chocavam-se os interesses da população branca , estratificada em dois grupos (os grandes e os pequenos) e dos mulatos e negros libertos, classe intermediária com importantes riquezas, mas discriminados nos aspectos político e social. Percebendo que estavam em maioria, os escravos negros formaram uma rebelião liderada por Toussaint L’Overture e pelo líder religioso Dutty Boukman para se livrar do domínio da França. Apoiando-se nos principais aspectos que lhes unia como a língua, a religiosidade, o desejo de liberdade, a cultura, entre outros, em 1791, L’Overture instigou os escravos a dizimarem a população mandatária branca, que cada vez mais restringia a liberdade de seus vassalos com políticas racistas. As tropas francesas continuaram resistindo por um bom tempo, mas logo foram derrotadas pelos escravos, que receberam apoio de exércitos ingleses e espanhóis.
. Porém, os escravos continuaram demonstrando força e resistência perante os franceses. As lutas dos escravizados nas Antilhas repercutiram também na Europa; os revolucionários franceses aboliram a escravidão em todas as colônias francesas em 1801. L'ouverture, então, ascendeu ao poder e conquistou a parte oriental da ilha, onde libertou os escravos da região. Em 1802, porém, tropas militares, a mando de Napoleão Bonaparte, desembarcaram na ilha e reprimiram duramente o movimento de libertação. L'ouverture foi preso e enviado para a França, onde acabou morrendo numa prisão. As lutas continuaram, comandadas por Jean-Jacques Dessalines, outro líder popular. Usando como lema "Liberdade ou Morte!", o exército de Dessalines conseguiu vencer os franceses e proclamar a Independência, adotando a partir de então o nome indígena Haiti, do aruaque ahiti, que significa " terra montanhosa". Nascia, assim, a República do Haiti, o segundo país da América a se tornar independente. Contudo as nações europeias só reconheceram a independência do Haiti cerca de vinte anos depois.
A Revolução do Haiti trouxe uma disjunção no tempo histórico do mundo americano, inaugurando simultaneamente o declínio da escravidão colonial caribenha francesa e inglesa e a ascensão dos novos espaços escravistas do século XIX, compreendeu tanto a crise da estrutura histórica do escravismo norte-atlântico, como a montagem da nova estrutura histórica do escravismo oitocentista, causando uma profunda transformação social nos países da América Latina. Para um melhor entendimento do processo de Independência do Haiti se faz necessário nos remeter ao conceito de alteridade onde o europeu se reconhece no ameríndio e o ameríndio se constrói na relação com esse europeu, numa situação elaborada na relação de contraste com o outro. Não necessariamente numa luta pelo poder de dominação, como o pensamento do europeu, mas de liberdade e igualdade de direitos sociais e políticos, num ardente desejo de reconhecimento de sua humanidade.
Em fins do século XIX e início do XXI as teorias racistas se intensificaram com o desenvolvimento científico como o darwinismo e o positivismo. Tais teorias vinham envoltas em um novo discurso, com a autoridade que a ciência lhe conferia. A instabilidade política, a dependência do capital estrangeiro, em decorrência das novas relações econômicas – importação de manufaturas e máquinas, e exportação de matérias-primas –; e os problemas sociais, comuns à maioria dos países latino-americanos na época, faziam com que proliferassem conjeturas acerca da incapacidade do continente de incorporar a modernização e alcançar o progresso. Nesse contexto, surgiu uma ensaística que procurou analisar a realidade latina americana. Para tanto, esta recorreu ao paradigma das ciências naturais tendo em vista que o seu desenvolvimento, desde meados do Oitocentos, permitiu que determinados critérios das ciências fossem empregados para explicar o homem e a sociedade. E adotaram a ciência como uma forma de conhecimento progressista. A “raça” passou a ser tomada como categoria explicativa primordial de todos os processos humanos. Dessa forma, o destino da humanidade foi percebido como sendo conduzido por um constante combate entre as raças, e o seu resultado era sempre imutável: o elemento étnico mais poderoso preponderava e a partir disso impunha o seu domínio sobre as demais. Herbert Spencer (1820-1903) foi um filosofo e sociólogo inglês, responsável pela teoria do darwinismo social, considerado um seguidor de Comte e representante do positivismo. Acreditava que a evolução seria um principio universal, sempre operante. Muito conhecido na sua época, Spencer fez parte do circulo de amigos de Charles Darwin, autor de “A origem das espécies”, obra publicada em 1859. Este último foi responsável pelo conceito de seleção natural e pela teoria da evolução a partir da lei do mais forte. Spencer seguiu esta linha de pensamento e tentou aplicar as idéias de Darwin ao contexto da vida do homem em sociedade, originando o chamado darwinismo social. O qual influenciou o pensamento sociológico, o planejamento organizacional e o sistema Educacional. Para ele, todas as transformações possuem um caráter comum, compondo uma lei que, uma vez desvendada, permite prever as futuras transformações, embora esta previsão seja apenas parcial. Acontece que toda causa produziria mais de um efeito, portanto, mais de uma modificação, constituindo novas causas e novos efeitos, multiplicados indefinidamente. Dentro deste contexto, Spencer aplicou a lei do mais forte às estruturas sociais, chegou à conclusão que a seleção natural se aplicaria a sociedade quando pensada em termos de cooperação entre indivíduos em prol da supremacia de um grupo, assim, não se trata somente do individuo mais forte prosperar, mas do grupo mais coeso e forte tornar-se hegemônico, formando a elite dirigente de uma civilização.
 Essas concepções acabaram contribuindo para que tanto a história da Europa como as suas tensões políticas fossem aos poucos sendo identificadas como decorrentes das lutas entre diferentes raças europeias. Essa situação se refletia de forma geral no pensamento europeu ocidental e encontrou terreno fértil nos países que passavam por crises decorrentes de políticas desastrosas.Também na América foram recorrentes as análises que utilizaram categorias raciais para explicar os fracassos de seus países frente aos países europeus e aos Estados Unidos, e fazer previsões sobre o futuro. As discussões envolvendo as “raças” ainda permaneceram no cenário político e intelectual latino-americano e europeu na virada do século XIX para o XX. Outras questões, impostas ao contexto latino-americano, contribuíram para reforçar tais posições, como por exemplo, a guerra hispano-americana, em 1898, que foi capaz de promover ao mesmo tempo duas atitudes paradoxais: -Se por um lado encorajavam as proposições de que os Estados Unidos eram os representantes da raça anglo-saxônica na América e modelo a ser seguido, por outro, abriam espaço para o fortalecimento de uma corrente que partia em defesa da latinidade/hispanidad, e convertia a Espanha em herdeira direta da cultura latina. A guerra hispano-americana acentuou ainda mais a polaridade entre latinos e anglos saxões, o que revelou uma grande capacidade convocatória. Diversos atos públicos e levantamentos populares foram realizados em “defesa da latinidade”. Assim, a polaridade entre as raças permitiu acirrados debates no cenário político e intelectual, tanto na América quanto na Europa Ocidental. Em ambos os continentes, intelectuais influenciados por esses debates, defenderam ou rechaçaram ora a raça latina, ora a anglo-saxônica, contribuindo, dessa forma, para a criação e consolidação de estereótipos relativos aos povos originados de uma ou outra “raça”. o cerne das proposições racistas mais recorrentes foi organizado a partir do pensamento positivista do início do Novecentos. Com a definição do Estado em fins do século anterior, os positivistas assumiram a função de determinar o “contingente” nacional, o que significava estabelecer os que estariam presentes e os que ficariam de fora do projeto político. Índios, negros e mestiços, estavam associados à ideia de crise e fracasso frente ao progresso. Diante disso, muitos positivistas culparam o povo pelo atraso do continente, uma vez que os percebiam como incapazes de assimilar a ciência e a técnica. Dessa forma, o positivismo, depois de amadurecer por várias décadas do XIX, no início do XX, se apresentaria como um conjunto de ideias sociais em pleno florescimento na América Latina. As elites estavam convictas de que a sociedade era um organismo comparável à natureza, e que, portanto, estava sujeito a mudanças no tempo.
Ainda pretendemos relacionar a estas idéias e conflitos desse período A Revolução Mexicana, de 1910, foi uma das primeiras grandes movimentações populares contra a opressão imperialista e latifundiária, que uniu o sul basicamente rural e o norte pouco mais industrializado. É considerada um dos grandes marcos históricos mexicanos por trazer mudanças singulares em sua política e economia, apresentando o governo ditatorial de Porfírio Diaz. O Porfiriato possuía características excludentes que já existiam bem antes da independência, como o domínio da elite agrária no país e a ênfase na exportação de matérias-primas tropicais e minérios. Contudo, esse período é considerado como um dos primeiros processos de desenvolvimento capitalista mexicano, com a introdução de capital e indústrias estrangeiras no país, mas ainda com uma política que beneficiava as elites. Boa parte da população era analfabeta e explorada pelo regime ditatorial e essa massa, composta majoritariamente por descendentes indígenas, foi a base do movimento armado, que se formou nas periferias das grandes cidades e dos grandes debates intelectuais políticos. Portanto, foi um movimento marginal às discussões ideológicas e de caráter essencialmente popular.  o México teve grandes transformações econômicas que tiveram conseqüências danosas às políticas sociais. Um dos casos famosos foi a reformulação das leis sobre as demarcações de propriedades, estas foram desapropriadas de Igrejas e assentamentos indígenas. Essas leis auxiliavam grandes latifundiários a arrecadarem mais terras, em detrimento dos camponeses, que passavam a viver a mercê do trabalho disponibilizado por essa minoria privilegiada.
Seu governo foi tipicamente uma república positivista, com base ideológica no Positivismo de Augusto Comte e no Darwinismo Social de Herbert Spencer. Politicamente, foi marcado por uma centralização extrema, uma unificação do poder através da repressão aos líderes caudilhos regionais. Sua política regional foi pautada na tríade repressão / cooptação / conciliação. Dentre as medidas adotadas pelo governo de Diaz, tipicamente positivistas, destacam-se as obras para fortalecimento das vias de transporte e a estruturação de um sistema educacional. O governo visava, através da modernização institucional, o crescimento econômico, que ocorreu em proporções únicas. De 1876 a 1900 o México cresceu 8% ao ano, a maior taxa de crescimento do continente, superando o crescimento da economia estadunidense no mesmo período, e sendo ate hoje um caso rarissimo de crescimento prolongado, mantido por incríveis vinte e quatro anos seguidos.
A ênfase econômica era na exportação de produtos primários e minérios, e foi no governo de Diaz que o petróleo passou a ser explorado. Contudo, as concessões pertenciam a empresas internacionais, mostrando que os investimentos de capital estrangeiro no país cresciam cada vez mais, alterando consideravelmente o patamar econômico mexicano. Contudo, a má administração do dinheiro público causou uma crise econômica sem precedentes naquele país e os setores que apoiavam Porfírio Diaz, como os militares e os grandes proprietários de terras, que passaram a desgostar do regime. O Porfiriato apresentava contradições evidentes em quatro questões principais: a agrária, a social, a nacional e a democrática. Outro problema constitucional era a reeleição constante de Diaz e em 1910 passou a causar ainda mais incômodo a alguns setores da população e uma situação difícil administrativa, fez com que a revolução tomasse forma. Porfírio Diaz disse que se retiraria ao fim de seu mandato, o que causou uma movimentação dos seus opositores políticos. Francisco Madero foi um dos mais célebres articuladores contra o regime ditatorial e passou a percorrer o país formando alianças e um partido político que concorresse nas próximas eleições. Alguns de seus aliados foram Emiliano Zapata e Pancho Villa, grandes personagens da Revolução. Considera-se que a Revolução foi o movimento que derrubou o regime ditatorial e permitiu a ascensão de Madero ao poder com apoio de camponeses, indígenas e operários. Contudo, as promessas de reforma agrária e política não tomavam forma e o desagrado crescia contra o governo, novamente. Os líderes marginais, como Zapata e Villa organizaram outro levante contra Madero, outrora aliado.
Em todos esses aspectos podemos perceber a grande influência ideológica construída nesse período para a manutenção proposital do poder nas mãos das minorias brancas europeias nas Américas, e ao mesmo tempo como elas foram utilizadas pelas chamadas classes inferiores para sua afirmação no cenário social em construção, diante dos desafios os levantes foram necessários, as revoltas, mesmo que sangrentas, foram primordiais para a renovação do contexto sócio-econômico, onde os pequenos proprietários, comerciantes, criollos, índios, mestiços, pudessem afirmar suas novas condições sociais, emergindo como parte fundamental da construção do Novo Mundo, e principalmente consolidar a sua liberdade, mesmo que gradativamente, como elemento fundamental de sua humanidade.
BIBLIOGRAFIA
. 
MARIA, José Luís M. Haiti, uma História breve. In “La colônia francesa de Saint Domingue”. Instituto de Investigações. 1. Ed. México, D.F., Editorial Pátria, 1988.Pag 11-67
BETHELL, Leslie. História da América Latina, 1870 á 1930. In “As idéias políticas e Sociais na América Latina, 1870-1930”. Tradução de Geraldo Gerson de Souza. EDUSP, São Paulo/Funag – Brasília, 2002. Pag. 331-413.
CARMÍM, Aguliar H.; MAYER, Lorenzo. Á Sombra da RevoluçãoMexicana: História Contemporânea, 1910-1989. In “No caminho de Madero,1910-1913; As revoluções são a revolução: 1913-1920”. Tradução Celso Mauro Paciomik, São Paulo, EDUSP, 2000. Pag. 13-95.

Outros materiais