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DISCIPLINA - História das Américas

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DISCIPLINA: História das Américas 
TÓPICO 1: Historiografia e fontes da história da América colonial 
 
DESAFIO 
Ensinar História é evitar anacronismos, desviar das respostas fáceis e auxiliar o estudante a despertar seu 
olhar crítico sobre eventos, fenômenos e processos históricos. Assim, toda forma de abordagem 
essencialista que atribua características inatas e imutáveis a determinados povos, além de ser evitada, deve 
ser refutada com firmeza. Combater esse tipo de abordagem se refere ao uso do método científico, que 
permite desmistificar as aparências dos objetos históricos. 
Pense na seguinte situação: 
 
O seu desafio é descontruir esse discurso com base em argumentação histórica, de forma que o aluno 
compreenda as determinações que fazem com que uma sociedade seja diferente da outra, percebendo que 
isso não é algo a ser considerado negativo. Um exemplo disso pode ser a dicotomia entre a civilização e a 
barbárie. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO 
Em primeiro lugar, pode-se convidar o aluno a refletir sobre a origem desse discurso, se ele serve ou serviu 
a algum interesse. O aluno seria instigado a refletir que os europeus, ao conquistarem as terras do continente 
americano e promoverem a escravidão/exploração/genocídio indígena, necessitavam de justificativas 
ideológicas para colocar em prática tal projeto. Portanto, o aluno deve considerar que era preciso, do ponto 
de vista do conquistador, caracterizar os índios como atrasados, pouco inteligentes, preguiçosos, selvagens, 
etc. 
O aluno deve ser provocado a conectar o seu próprio discurso com suas origens históricas. Isso pode ser 
ilustrado pelo exemplo de que o pensamento atual, a cultura e até o idioma são frutos de décadas ou séculos 
de acúmulo de experiências que resultam no presente como se conhece. O mesmo ocorre no caso dos 
preconceitos contra os índios; eles foram construídos ao longo do tempo, de forma a se enraizarem no senso 
comum e nas opiniões de muitas pessoas sobre os povos pré-colombianos. 
É possível, então, elencar diversas características das civilizações indígenas, começando pelo fato de que 
elas são muitas e, por isso, ricas em sua complexidade. O aluno deve compreender que os povos pré-
colombianos apresentaram cultura, religião, arquitetura, arte e diversos outros elementos que 
frequentemente são usados para caracterizar uma civilização. Da mesma forma, sobre as diferenças entre 
esses povos, e deles em relação aos europeus, é possível afirmar que as características locais, como 
topografia, recursos hídricos, clima, etc., influenciam no desenvolvimento das sociedades, moldando suas 
características. 
Dessa maneira, o aluno poderá compreender que esta ou aquela civilização se desenvolvem de uma ou de 
outra forma através de processos históricos que determinam como elas são. Não existe uma natureza, uma 
essência de um povo; são pelas determinações históricas as quais esteve submetido que se definem. 
 
 
1) No que tange ao estudo histórico da América colonial, existem várias correntes historiográficas. 
Como o estudo da História se transforma ao longo do tempo, sendo ele também histórico, é normal 
que diferentes abordagens e conclusões, não raramente opostas, sejam apresentadas pelos 
historiadores em períodos distintos. Especificamente em relação à história da América colonial, duas 
grandes tradições se consolidaram, sendo uma chamada de cientificista, e a outra, de lascasiana. 
Levando em consideração que essas duas correntes maiores viriam a abrigar as principais 
tendências historiográficas sobre o período colonial das Américas, qual ponto pode ser apontado 
como o de maior diferença entre elas? 
e) A cientificista tende a considerar que os indígenas foram beneficiados pelo contato com a civilização 
europeia, e a lascasiana enfoca somente o sofrimento dos nativos a partir da violência colonial. 
RESPOSTA CORRETA 
A corrente cientificista tem origem nos trabalhos de Ranke, que defendia a necessidade de o trabalho 
histórico ser um discurso científico. Com base em seus escritos, a história da conquista da América é a 
história do choque entre civilização (Europa) e barbárie (América). Por sua vez, Bartolmeu de Las Casas, 
frade espanhol que defendia os direitos dos índios, ao recortar a questão dando ênfase ao sofrimento 
indígena, influenciou a criação de correntes historiográficas que descartam a resistência indígena aos 
invasores. Portanto, embora ambas utilizem variadas fontes produzidas no período colonial, suas 
perspectivas diferem muito. 
 
 
2) Bartolomeu de Las Casas foi um frade dominicano espanhol que conduziu projetos missionários 
logo no início do processo de colonização da América hispânica. Produziu muitos escritos que 
permitem conhecer com detalhes as relações entre o clero, os índios e os conquistadores espanhóis 
no século XVI. Reconhecido como um dos grandes defensores dos direitos dos índios, sua voz 
destoava dos colonizadores, que enxergavam os indígenas apenas como uma massa útil para o 
trabalho escravo ou servil. 
É sabido que Las Casas, ao defender a integridade dos índios, argumentava a partir de perspectivas 
religiosas e humanitárias, mas qual era o pano de fundo que conectava essas duas questões? 
a) O frade tinha como objetivo transferir o controle da questão indígena das mãos do Estado espanhol para 
as da Igreja. 
RESPOSTA CORRETA 
Os índios eram entendidos pela Igreja como potenciais fiéis que deveriam ser catequizados e submetidos 
ao controle eclesiástico. Bartolomeu de Las Casas, de fato, defendia os direitos indígenas, mas também 
disputava o poder com os colonizadores, embora fizesse parte da empreitada colônia. O que o incomodava 
era o fato de que os espanhóis tratavam os nativos com extrema violência, o que considerava um erro, não 
fazendo parte da vontade de Deus. Portanto, a ideia era de que os índios não fossem escravizados e 
fizessem parte dos fiéis católicos. 
 
 
3) Em todo o período colonial foram escritos relatos por viajantes, missionários, conquistadores e 
colonos sobre o continente americano. Esses escritos são importantíssimos para o estudo da 
história da América colonial, já que se apresentam como fontes muito ricas que revelam detalhes e 
características do processo colonial. Esses relatos ficaram conhecidos como crônicas coloniais, 
herdeiras de um estilo literário tradicional na Espanha. Contudo, é possível afirmar que não houve a 
simples transposição desse formato da Espanha para as colônias, surgindo, no continente 
americano, novos objetos a serem descritos. 
Levando isso em consideração, acerca da aparição de novas inspirações para os cronistas, quais 
foram os principais temas abordados por eles nessas crônicas coloniais? 
b) As crônicas abordaram, na maior parte das vezes, a natureza, a vida cotidiana, os povos indígenas e o 
processo de conquista e colonização em si. 
RESPOSTA CORRETA 
É evidente que em um período de vários séculos e com todo tipo de autores, as crônicas colonias 
apresentavam para os leitores europeus uma gama enorme de temas. Contudo, é possível identificar alguns 
eixos principais que permeavam esses escritos: a fauna, a flora e a topografia do novo continente, altamente 
diferentes das encontradas na Europa, foram um tema recorrente; a vida cotidiana dos vilarejos e cidades 
também foi objeto dos escritores, bem como a descrição dos costumes indígenas e das suas relações com 
os colonos. Obviamente, o desenrolar do processo de colonização também esteve representado nessas 
páginas. 
 
 
4) Em relação aos modelos de urbanização implementados durante o período colonial, é possível 
efetuar uma distinção entre aqueles encontrados na América hispânica e os vistos na América 
portuguesa. Portanto, está claro que determinações locais atuaram no sentido de promover esta ou 
aquela forma de construir cidades, vilarejos e obras arquitetônicas. 
De que maneira a analogia criada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda sobre o semeador e o 
ladrilhador, usada para ressaltar a diferença do urbanismo portuguêse hispânico nas Américas, 
colabora para a compreensão desse tema? 
c) A urbanização portuguesa ocorreu de forma assistemática, como um semeador que joga suas sementes, 
enquanto que a hispânica obedeceu a planos urbanísticos, como faz um ladrilhador ao assentar ladrilhos. 
RESPOSTA CORRETA 
A metáfora cunhada por Holanda se refere aos diferentes modelos de urbanização colocados em prática 
nas Américas e que têm ligação direta com o tipo de local encontrado pelos colonizadores. Os portugueses 
se depararam com uma terra que oferecia diversos tipos de riqueza quase ao alcance das mãos, com um 
clima pouco hostil. Assim, houve a tendência de baixa urbanização, e quando esta era realizada, não havia 
um maior planejamento, funcionando como um semeador que apenas joga as sementes. Já na América 
hispânica, devido à topografia e ao clima mais hostil encontrados, os espanhóis transpuseram modelos 
urbanos utilizados em seu país, que requeriam planejamento e racionalidade na disposição dos espaços 
públicos. 
 
 
5) A partir do século XVIII, com as reformas postas em prática pelo Marquês de Pombal, novas 
propostas urbanísticas foram desenvolvidas na América portuguesa. As chamadas “reformas 
pombalinas” tinham como um dos seus objetivos reforçar a autoridade dos portugueses sobre a sua 
maior colônia. Dessa forma, ao se constatar que os centros urbanos eram vitais em um 
empreendimento desse tipo, Pombal buscou realizar o que de mais moderno havia em termos 
urbanos e arquitetônicos, trazendo racionalidade para essa área no Brasil. Portanto, é evidente que 
resultados importantes decorreram desse movimento. 
Refletindo a respeito desse processo de alteração urbanística, qual principal resultado prático das 
medidas adotadas nas cidades brasileiras naquele período pode ser apontado? 
d) Foram desenhados novos traçados urbanos, determinando claramente espaços destinados à Igreja, 
praça central, cadeia, prédios públicos e pelourinho. 
RESPOSTA CORRETA 
O principal resultado foi uma maior racionalidade na organização das cidades, inicialmente no Nordeste do 
país. Novos traçados foram utilizados, organizando espacialmente os prédios das principais instituições 
coloniais. Contudo, não houve a mera transposição dos modelos portugueses e europeus para o Brasil, 
havendo a criação de novos modelos urbanos e arquitetônicos, embora inspirados nos modelos da Europa. 
As condições de higiene tenderam a melhorar, já que houve um cuidado com a abertura de vias mais largas 
e construções mais arejadas. No entanto, esses novos modelos ficaram restritos a poucas regiões, 
invariavelmente próximas ao litoral. 
 
DISCIPLINA: História das Américas 
TÓPICO 2: A escravidão africana nas Américas 
 
DESAFIO 
Atualmente, tem se tornado cada vez mais comum (e popular) um certo tipo de literatura histórica – em geral 
produzida por autores sem formação na área – contestando teses solidamente estabelecidas pela 
comunidade de historiadores a respeito da escravidão. 
Nesse tipo de texto, de caráter revisionista, afirmações não embasadas cientificamente dão conta de que 
Zumbi dos Palmares (um dos grandes ícones do movimento negro brasileiro), por exemplo, seria proprietário 
de escravos. Além dessas afirmações, existe ainda outra visão expressa por historiadores amadores 
defendendo a tese de que o instituto da escravidão – mesmo que terrível em si – teria, ao final das contas, 
sido benéfico para os descendentes de escravos, pois os teria inserido na civilização ocidental, entendida 
como a única possível e desejável. 
 
O seu desafio é apresentar uma argumentação para cada uma delas, de forma que comprove que estão 
incorretas. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO 
Para rebater a ideia de que Zumbi tinha escravos é suficiente afirmar que a produção historiográfica séria, 
feita até hoje, em nenhum momento encontrou evidência de que isso possa ter acontecido. Não existe 
documentação ou qualquer outro tipo de fonte confiável da época que possa embasar a ideia de que a 
escravidão existia dentro dos quilombos, especialmente Palmares. Até mesmo porque isso seria algo muito 
contraditório, pois o quilombo era formado por ex-escravos que enxergavam a liberdade como algo positivo. 
Dessa forma, na impossibilidade de comprovar se havia ou não escravos em Palmares, mas devido ao 
contexto de conquista da liberdade pelos negros, a lógica conduz a encarar a possibilidade de que não 
existiam escravos naquele quilombo como a mais plausível. Portanto, afirmações categóricas como as de 
que Zumbi tinha escravos se tratam de reescrita da história, a partir de um viés ideológico determinado. 
Em relação à segunda ideia, sobre os supostos benefícios trazidos pela escravidão aos próprios negros, é 
preciso apontar para a realidade atual. Além da violência e da crueldade de quase 400 anos de escravidão 
negra, basta observar os índices sociais atuais que demonstram a marginalização imposta à população 
negra. Evidentemente que esses dados não revelam fenômenos que surgiram do nada, pelo contrário, 
demonstram que existe um problema histórico, originado na escravidão, que até hoje não foi resolvido, como 
a violência, a baixa escolaridade, os menores salários, dentre outras mazelas, atingindo a parcela negra da 
população das Américas com maior intensidade. Além disso, se a perspectiva do defensor dessa visão 
distorcida da história da escravidão for a de que os negros foram tirados da barbárie e colocados na 
civilização, é possível afirmar que essa é uma ideia eurocêntrica, que considera a civilização ocidental 
superior às outras, fato que não encontra respaldo na realidade. 
 
 
1) No início do século XV, teve início um processo histórico que é conhecido por colonialismo e que 
está na base da formação do modo de produção capitalista. Nesse processo vigorou, durante 
séculos, a escravidão negra. Portanto, as origens dessa remontam a um período histórico em que, 
de forma pioneira, os portugueses passaram a realizar navegações cada vez mais ousadas pelo 
oceano Atlântico, estabelecendo uma rota marítima até as Índias e chegando ao Brasil. 
Levando em consideração esse quadro, qual é a relação que pode ser estabelecida entre a expansão 
ultramarina portuguesa e os primórdios da escravidão africana nas Américas? 
a) Ao navegarem pela costa africana em direção ao Sul do Atlântico, os portugueses estabeleceram feitorias 
que deram início à escravização dos africanos. 
RESPOSTA CORRETA 
As grandes navegações portuguesas se deram ao longo da costa africana. Assim sendo, ao instalarem suas 
feitorias no litoral da África, os portugueses foram os primeiros a explorar a escravidão negra, levando esse 
tipo de força de trabalho para suas colônias recém-criadas. A escravidão negra era desconhecida pelos 
europeus, porém já existia no interior da África, surgindo como oportunidade de negócios para portugueses 
e demais países europeus. Para facilitar esse processo, também foi utilizada a religião católica, que, de 
acordo com interpretações bíblicas, conferia um status de inferioridade aos negros. Não havia a menor 
possibilidade de os africanos, a partir do início da escravização feita pelos portugueses, atuarem na 
sociedade colonial de outra forma que não fosse como escravos, sendo apenas transportados de navio para 
as Américas na condição de mercadorias. 
 
 
2) Ao falar em escravidão africana, refere-se ao processo de escravização dos nativos da África 
colocado em marcha pelos europeus a partir do século XV. Contudo, quando lá chegaram, os 
conquistadores se depararam com determinados tipos de escravidão que já existiam nas culturais 
locais. Os dois modelos escravagistas apresentavam diferenças muito relevantes, que, em última 
análise, favoreciam ao cativo obter a liberdade em um deles e, no outro, a permanecer para sempre 
escravo. 
Considerando esse contexto, onde duas formas de escravidão se interconectam, qual é a principal 
diferença entre a escravidão africana efetuada pelos europeus e aquela já encontrada em certas 
sociedades africanas?b) A diferença é que na escravidão cultural africana a raça não tinha importância, enquanto a criada pelos 
europeus é do tipo racial. 
RESPOSTA CORRETA 
A escravidão que os europeus impuseram sobre os africanos era de tipo racial, ou seja, o indivíduo 
escravizado por pertencer à raça negra não tinha a possibilidade de deixar de ser escravo, ou, ao menos 
essa era muito remota. No entanto, a escravidão preexistente na África apresentava vários tipos: por dívidas, 
por venda de familiares ou prisioneiros de guerra. Nas Américas, a emancipação do negro era virtualmente 
impossível, tornando-se relativamente mais fácil a partir do século XIX. Todavia, na África, os escravos, 
assim que pagassem a dívida pela qual tinham sido escravizados, podiam se tornar livres novamente. Nas 
Américas, não importava o quanto o escravo produzisse, pois esse fato não impactava em sua liberdade. 
Nas duas formas de escravidão, famílias inteiras eram escravizadas, não havendo nenhum impeditivo para 
isso. 
 
 
3) O trabalho escravo africano foi utilizado em praticamente toda a extensão das Américas. Dessa 
forma, os tipos e as condições de trabalho apresentaram grande variedade. Porém, o trabalho negro 
gerou mais riqueza nos sistemas de “plantation”, isto é, os grandes latifúndios monocultores que 
tinham a sua produção voltada exclusivamente para o mercado externo. As duas maiores 
monoculturas do período colonial foram as plantações de algodão, na América do Norte, e as 
lavouras de cana-de-açúcar, nas Antilhas e na América portuguesa. 
Considerando a importância do trabalho escravo nesse contexto, no qual eles participavam de todas 
as etapas de produção, quais são as etapas mais relevantes tanto na produção do algodão quanto 
do açúcar? 
c) Plantio, colheita e processamento. 
RESPOSTA CORRETA 
Os escravos eram responsáveis pelo plantio, pela colheita e pelo processamento do algodão e da cana, de 
forma que eles pudessem ser vendidos pelos proprietários, que eram responsáveis pelo planejamento do 
cultivo e pela negociação do produto final. Da mesma forma, era vedado ao escravo participar de atividades 
como importação de insumos, exportação de produtos ou importação de mão de obra e sua negociação no 
mercado. Além disso, os escravos não participavam do faturamento dos produtos nem de atividades 
financeiras, muito por conta de não serem alfabetizados. A atividade dos escravos se resumia ao trabalho 
braçal da produção. 
 
 
4) A partir do século XVI, a escravidão se tornou um dos pilares da sociedade colonial, tanto na 
colônia inglesa da América do Norte, que viria a se tornar os Estados Unidos, quanto na América 
portuguesa, que se tornaria o Brasil. Um dos impactos duradouros foi o surgimento de uma grande 
população negra em ambos os países que, contudo, apresenta características sociais muito 
diferentes. Enquanto que nos Estados Unidos a miscigenação entre brancos, negros e índios foi 
ínfima, no Brasil, ela ocorreu de maneira generalizada. Dessa forma, é possível perceber a 
contribuição diversa que os escravos negros levados às América deram ao formato étnico dos dois 
países. 
Tendo em vista esse cenário, que conecta a escravidão africana às características étnicas atuais dos 
Estados Unidos e do Brasil, qual fator no período colonial brasileiro facilitou a miscigenação entre 
brancos e negros? 
d) A ausência de legislação – existente nos Estados Unidos – que proibisse os matrimônios entre pessoas 
de diferentes etnias. 
RESPOSTA CORRETA 
Nos Estados Unidos houve dura repressão ao casamento entre pessoas negras e brancas, sendo proibido 
por lei. Tanto os casais quanto os pastores ou padres que realizassem tais uniões eram punidos com a 
prisão. No Brasil nunca houve lei e tal tipo, favorecendo que negros, brancos e índios formassem famílias 
multiétnicas. Contudo, nunca houve, de maneira inversa, o estímulo por parte do Estado para que isso 
ocorresse. Seria contraditório e anacrônico afirmar que houve a organização, por parte da sociedade, de 
movimentos que exigissem liberdade para o casamento em uma colônia escravista. A Igreja muito menos 
teria estimulado isso, pois aceitava a escravidão negra, embora realizasse os casamentos. 
 
 
5) A Revolução de São Domingos (Haiti) se trata de um grande evento da passagem do século XVIII 
para o XIX, em função de ter realizado a primeira revolta de escravos bem-sucedida da história e 
proclamado a independência do Haiti. A colônia de São Domingos era, naquele momento, a mais 
rentável da França, sendo responsável pela maior parte do seu comércio ultramarino. Assim sendo, 
tinha uma população de aproximadamente 500 mil escravos, dez vezes maior que a população 
branca, responsável pela grande produção açucareira da ilha. Entretanto, no contexto da Revolução 
francesa, de 1789, os escravos se rebelaram e deram início a um processo revolucionário que duraria 
mais de dez anos, acabando por fim na independência do Haiti. 
Levando em conta o impacto mundial da Revolução francesa, por que a historiografia classifica os 
revolucionários de São Domingos como “jacobinos negros”? 
e) Essa classificação se dá pelo fato de que os jacobinos foram a ala mais radical da Revolução francesa, 
intransigentes na defesa da liberdade e da igualdade. 
RESPOSTA CORRETA 
A historiografia classifica os revolucionários de São Domingos como jacobinos negros, pois eles aderiram 
completamente aos ideais dos jacobinos franceses, em busca da completa igualdade e liberdade dos negros 
escravizados na ilha. Portanto, a relação se dá no campo intelectual e político, sem que os haitianos tenham 
desenvolvido uma teoria própria nem estabelecido qualquer aliança com os seus correspondentes 
franceses. Da mesma forma, eles não tinham contato direto com os jacobinos, sabendo de sua luta por meio 
de publicações. Os jacobinos franceses se opunham à burguesia marítima francesa, que explorava o açúcar 
da colônia, portanto, eles não tinham interesses comerciais nesse produto. 
 
 
DISCIPLINA: História das Américas 
TÓPICO 3: Crise colonial e origens da independência na América 
 
DESAFIO 
O processo de independência na América foi um fenômeno de longa duração, forjando resultados distintos 
a partir das singularidades de cada sociedade em que esses eventos foram gerados. Dessa forma, é 
fundamental a compreensão histórica desses acontecimentos para que não sejam realizadas análises 
subjetivas, superficiais e até mesmo anacrônicas acerca desses fatos. 
Considere que você faz parte do corpo docente de uma escola de Educação Básica e ministra aulas nas 
turmas do 8.º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais. Sua prática docente é balizada pelos debates 
contemporâneos sobre a educação nacional, ancorada na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Sabe-
se que, nessa etapa, a unidade temática trata de Os processos de independência nas Américas, e que os 
alunos devem ser capazes de desenvolver as habilidades (EF08HI07) e (EF08HI08), quais sejam: 
 
Durante uma aula, na qual você aborda o projeto colonizador português na América, são demonstradas as 
características desse processo e é feita uma comparação com a situação das outras colônias americanas. 
Após essa explicação, é aberto o diálogo para que sejam sanadas possíveis dúvidas referentes ao assunto. 
Nesse momento, três questionamentos levantados pelos alunos são pertinentes: 
a) Um dos seus alunos questiona se o problema do Brasil não seria o fato de termos sido colonizados pelos 
portugueses. 
b) Aproveitando a fala do colega, outro aluno pergunta se nossa situação seria melhor se no lugar dos 
portugueses tivéssemos sido colonizados pelos ingleses, tornando a situação do Brasil mais próxima dos 
Estados Unidos, ou seja, uma potência econômica e bélica. 
c) E por fim, um terceiro aluno questiona se as nações protestantes, como Inglaterra e Holanda, não foram 
melhores colonizadores do que os reinos católicos, como Portugal, Espanha e França. 
Como você, no papel de professor, responderia essas questões? 
 
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO 
a)O processo de colonização é realizado a partir de um pressuposto de conquista, iniciado com a ocupação 
de um território, enfrentamento e submissão da população nativa, bem como a imposição de um aparato 
técnico e administrativo que corresponda aos interesses da metrópole. Nesse sentido, o problema em si não 
está nos portugueses, mas sim na gestação da nação, que foi realizada em um contexto de exploração. 
b) As singularidades dos desdobramentos dos processos de independência ocorridos na América dizem 
menos respeito aos colonizadores do que ao contexto das sociedades coloniais. A Coroa britânica possuiu 
colônias na América, África, Ásia e Oceania, e, em cada uma dessas localidades, a relação foi diferenciada. 
Então, o que ocorreu nos Estados Unidos da América não poderia ser restrito ao fato de terem sido 
colonizados por ingleses. 
c) A relação entre metrópole e colônia, em todos os aspectos, sempre foi sustentada pela dependência e 
pelo pacto colonial. Uma diferença percebida nessa questão foi interpretada por Max Weber em A ética 
protestante e o espírito do capitalismo, em que nações protestantes, como Inglaterra e Holanda, adotaram 
valores calvinistas como a valorização do trabalho, a poupança e o lucro em oposição ao ideário católico, 
que compreendia o trabalho como um castigo divino. 
 
1) A expansão ultramarina europeia foi resultado de uma troca de conhecimentos náuticos e 
cartográficos entre diversos povos. Esse processo deu gênese ao processo expansionista europeu 
culminando na conquista e na colonização do território americano. 
Quais fatores foram determinantes nesse contexto? Assinale a alternativa correta. 
e) A descoberta de instrumentos e de técnicas de navegação desconhecidos pelos europeus, como a 
bússola, o quadrante e o astrolábio, que foram desenvolvidos e aprimorados por chineses e árabes, facilitou 
a expansão ultramarina. 
RESPOSTA CORRETA 
Os europeus ampliaram gradativamente seu conhecimento náutico, desenvolvendo técnicas de cartografia 
e utilizando instrumentos que auxiliavam na navegação. Bússola, astrolábio e quadrante, desenvolvidos por 
árabes e chineses, foram fundamentais na expansão ultramarina europeia. O conhecimento técnico 
específico, as trocas entre os povos e as condições históricas influenciaram o processo expansionista e 
colonizador europeu, conseguindo atravessar o Oceano Atlântico no final do século XV. 
 
 
2) O grande historiador britânico Eric Hobsbwam afirmou que, entre os anos de 1789 e 1848, o mundo 
passaria por uma onda revolucionária, período denominado por ele como a Era das Revoluções. O 
final do século XVIII foi responsável por uma onda revolucionária que atingiu o mundo atlântico. 
Quais características a seguir definem corretamente o surgimento e os desdobramentos desses 
eventos? 
d) A Revolução Industrial, surgida na Inglaterra, ao longo do século XVIII, modifica as relações de produção 
existentes na sociedade. A Revolução Americana, finalizada em 1783, enfrenta o domínio colonial existente 
nas Américas, e a Revolução Francesa, de 1789, ataca o modelo do antigo regime. 
RESPOSTA CORRETA 
A Revolução Industrial altera as relações de produção existentes na sociedade, fortalecendo a burguesia 
como classe dominante. Por sua vez, a Revolução Americana e a Revolução Francesa são eventos que 
compartilham o ideal de liberalismo e de republicanismo, respectivamente, lançados ao mundo e 
interpretados de maneiras distintas por vários povos ao redor do globo. 
 
 
3) Em 1927, o pintor mexicano Diego Rivera finaliza o quadro La sangre de los mártires 
revolucionarios ferlización la tierra (O sangue dos mártires da revolução fertilizando a terra), no qual 
são retratados os corpos de revolucionários como Emiliano Zapata semeando os ideais 
revolucionários latino-americanos. A partir desse contexto, pode-se afirmar que a independência da 
América espanhola é um processo de longa duração, iniciado no século XIX e finalizado no século 
XX. Qual alternativa a seguir se encaixa nas características oriundas desse fenômeno? 
b) O processo de independência das colônias espanholas foi fruto da ação dos criollos, a elite colonial 
americana, em oposição aos chapetones, espanhóis que exerciam funções administrativas nas colônias. 
RESPOSTA CORRETA 
O processo de independência da América espanhola é um processo percebido na longa duração. Iniciado 
em 1811, com a independência do Paraguai e finalizado com a independência de Cuba, em 1909. De 
maneira geral, esse processo foi fruto da ação da elite criolla, insatisfeita tanto com as ações da coroa 
espanhola quanto com as atitudes da elite chapetone. Entretanto, esse fenômeno tem que ser entendido 
com base nos interesses dos grupos sociais que participaram desse processo, pois interesses distintos 
levam a participações e a motivações diferenciadas, e nem todas foram atendidas no processo 
revolucionário. 
 
 
4) "O Terror é a luta da liberdade contra seus inimigos." (Maximilien de Robespierre - líder jacobino). 
“Salvei a minha pátria. Vinguei a América... Nunca mais um colono europeu porá o pé neste território 
com o título de amo ou de proprietário.” (Jean Jaques Dessalines - líder da Revolução Haitiana). 
Os gritos de liberdade, igualdade e fraternidade ecoaram por todo o mundo atlântico de maneira 
diversificada, sendo ouvidos e interpretados de diversas formas por indivíduos distintos, que 
ocupavam posições sociais diversificadas e realizaram revoluções a partir do seu lugar social. Qual 
alternativa a seguir se encaixa, em concordância com os eventos históricos, com os reflexos de 1789 
no continente americano? 
d) Na Ilha de São Domingos, ocorreu o modelo mais extremo dos ideais revolucionários. Liderados por 
Toussaint L'Overture, os escravizados assassinam a população branca declarando a independência do Haiti. 
RESPOSTA CORRETA 
Os ideais revolucionários foram percebidos de diversas formas no mundo atlântico. Iniciados com a 
Revolução Americana, em 1776, que pôs fim ao domínio colonial, seguido pela Revolução Francesa, em 
1789, atacando o antigo regime. Esses ideais serviram de modelo para os mais variados contextos políticos 
e sociais. 
No Brasil, os ideais republicanos serviram de modelo tanto para a Inconfidência Mineira (1789-1792), mas 
nesse modelo não havia necessidade de rompimento com a ordem escravista, como para o ideal federalista 
dos pernambucanos, que se revoltaram contra o domínio português, em 1817, e depois, no pós-
independência, formaram a Confederação do Equador, em 1824. 
Na América espanhola, a elite criolla se aproxima dos ideais revolucionários e luta contra o domínio 
espanhol, sobretudo nas figuras de Simón Bolívar e José de San Martín, buscando criar modelos autônomos 
de repúblicas para os recém-independentes. 
Mas de todos, o modelo mais extremo de revolução foi o caso da ilha de São Domingos, quando a população 
escravizada, liderada por Toussaint L'Ouverture, massacra a população branca e declara independência da 
ilha, criando a República do Haiti, em 1804. 
 
 
5) "As elites brasileiras que tomaram o poder em 1822 compunham-se de fazendeiros, comerciantes 
e membros de sua clientela, ligados à economia de importação e exportação e interessados na 
manutenção das estruturas tradicionais de produção cujas bases eram o sistema de trabalho escravo 
e a grande propriedade. [...] Formados na ideologia da Ilustração, expurgaram o pensamento liberal 
das suas feições mais radicais, talhando para uso próprio uma ideologia essencialmente 
conservadora e antidemocrática. A presença do herdeiro da Casa de Bragança no Brasil ofereceu-
lhes a oportunidade de alcançar a Independência sem recorrer à mobilização das massas." 
(Emília Viotti da Costa, em Da Monarquia à República). 
Na introdução da obra Da Monarquia à República, a historiadora Emília Viotti da Costa analisa a 
gênese do processo de independência realizado pela elite brasileira, expondo suas características e 
os grupos que tomaram a frente do carro-chefe revolucionário brasileiro. Aindependência do Brasil, 
ocorrida em 1822, teve seu pontapé a partir dos eventos iniciados entre 1807 e 1808, em Portugal. 
Com base nos seus conhecimentos sobre o período, qual alternativa a seguir é verdadeira? 
e) A independência do Brasil foi um processo ocorrido sem grandes mudanças sociais. Houve uma 
independência política de Portugal, mas as bases da sociedade foram mantidas, como o sistema 
monárquico, a grande lavoura e o trabalho escravo. 
RESPOSTA CORRETA 
A transferência da corte portuguesa para o Brasil, ocorrida em 1808, transforma o modelo administrativo 
luso-brasileiro. Apesar da presença do Rei, algumas medidas tiveram que ser realizadas para modernizar o 
aparelho burocrático. Entre essas medidas estão a liberação de criação de manufaturas, a criação da 
imprensa régia e abertura de estradas, objetivando um contato maior entre as províncias. 
Já existia, tanto em Portugal como no Brasil, medidas que pensavam na possibilidade da transferência da 
corte e uma administração do Império ultramarino português do lado ocidental do Atlântico. 
O contato com uma elite portuguesa gerou ressentimentos na elite local, que se viu em uma posição em que 
a balança de poder foi equilibrada novamente. No final do processo, houve uma independência política de 
Portugal, mas sem revoluções na estrutura, sendo mantida a ordem anterior, com a grande propriedade e o 
modelo escravista. 
 
 
DISCIPLINA: História das Américas 
TÓPICO 4: A Declaração de Independência e a Constituição Americana 
 
DESAFIO 
Com base na Bill of Rights britânica, os Estados Unidos deram aos direitos humanos a qualidade de direitos 
fundamentais, isto é, direitos reconhecidos expressamente pelo Estado. 
 
Agora, imagine esse cenário nos Estados Unidos. Com base nas disposições da Constituição americana, 
qual seria o seu parecer? 
 
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO 
A primeira emenda da Constituição americana dispõe que o Congresso não legislará no sentido de 
estabelecer uma religião, ou proibindo o livre exercício dos cultos; ou cerceando a liberdade de palavra, ou 
de imprensa, ou o direito do povo de se reunir pacificamente e de dirigir ao Governo petições para a 
reparação de seus agravos. Logo o Projeto de Lei seria inconstitucional, visto que viola a primeira emenda 
da Constituição dos Estados Unidos ao tentar legislar sobre a liberdade de crença dos cidadãos. 
 
 
1) Como funcionava o regime político de confederação? 
d) Os negócios eram regidos internamente, sendo os estados independentes entre si. 
RESPOSTA CORRETA 
No regime político de confederação, cada estado era um “país independente” e regia seus negócios 
internamente, sem se preocupar com os demais estados. Existiam 12 moedas diferentes em circulação na 
Confederação, e os estados taxavam as mercadorias uns dos outros. 
 
 
2) Qual era o objetivo inicial da Declaração de Direitos? 
a) Proteger os indivíduos contra o poder central. 
RESPOSTA CORRETA 
O documento original da Declaração de Direitos dos Estados Unidos da América era composto por dez 
emendas ao texto constitucional original, as quais foram escritas por James Madison – um dos delegados 
da Virgínia – e tinham forte influência da Declaração de Direitos da Virgínia, que foi elaborada por George 
Mason, também delegado da Virgínia. Estabelecido em concepções federalistas, o documento foi concebido, 
originalmente, para proteger os indivíduos contra o poder central. 
 
 
 
3) Dentre as Leis Proibitivas impostas no período pré-declaração de independência dos EUA, qual 
delas foi a mais significativa no contexto histórico? 
d) Imposto sobre o chá, pois, após uma revolta dos colonos em Boston, teve origem um dos mais sólidos 
movimentos políticos conservadores. 
RESPOSTA CORRETA 
Dentre as Leis Proibitivas, o imposto sobre o chá foi o mais significativo. Após uma afronta aos ingleses no 
porto de Boston, em que os colonos se disfarçaram de índios e jogaram sacas de chá da Companhia das 
Índias Orientais no mar, teve origem um dos mais sólidos movimentos políticos conservadores dos Estados 
Unidos. As insatisfações constantes do povo, demonstradas por meio de movimentos como o de Boston, 
fizeram com que Richard Lee propusesse ao Congresso que fosse declarada a independência dos EUA em 
relação à Grã-Bretanha. 
 
 
4) Como é classificada a Constituição americana? 
c) Orgânica, sintética, dogmática e rígida. 
RESPOSTA CORRETA 
A Constituição americana pode ser classificada, quanto à sua forma, como orgânica, por ser escrita, e 
sintética, por contar com poucos dispositivos, visto que a redação original contava com sete artigos (com 21 
seções); quanto à sua origem, é legítima ou dogmática, uma vez que seu texto foi elaborado e promulgado 
em convenção formada por delegados eleitos nos estados ainda confederados; e quanto à sua revisão, pode 
ser conceituada como rígida, pois as emendas constitucionais só são incorporadas à Constituição após 
aprovação de dois terços dos componentes das duas casas do Congresso e ratificação por parte de três 
quartos das Legislaturas dos estados-membros da Federação. 
 
 
5) Qual o intuito das dez emendas da Constituição americana? 
e) Limitar o poder estatal com a inserção da separação dos poderes, juntamente com a positivação de 
diversos direitos humanos fundamentais. 
RESPOSTA CORRETA 
A Constituição americana, aprovada em 1789 e ratificada em 1791, pretendeu, em suas dez emendas, limitar 
o poder estatal com a inserção da separação dos poderes, juntamente com a positivação de diversos direitos 
humanos fundamentais, tais como: liberdade religiosa, inviolabilidade de domicílio, devido processo legal, 
julgamento pelo Tribunal do Júri, ampla defesa, impossibilidade de aplicação de penas cruéis ou aberrantes. 
 
 
DISCIPLINA: História das Américas 
TÓPICO 5: O fim da escravidão e problemas étnicos 
 
DESAFIO 
Nas diferentes sociedades latino-americanas, a abolição da escravidão não significou uma incorporação dos 
africanos e dos afro-americanos ao conjunto da cidadania. Se não houve políticas inclusivas, não é possível 
afirmar que não houve nenhuma política de Estado em relação à população negra latino-americana. Veja o 
que afirma o sociólogo Karl Monsma (2016, p. 11) sobre essa questão: "Dizer que os libertos foram 
abandonados à própria sorte seria equivocado, porque em diversos contextos eles foram alvo de um leque 
de medidas repressivas do Estado — leis antivadiagem, tutelagem, trabalho forçado, criminalização da vida 
cultural e religiosa e prisões por pequenas violações — desenhadas para forçá-los a aceitarem empregos 
com salários baixos e impedir lutas coletivas para condições melhores." 
Hoje em dia, mesmo que muitos Estados latino-americanos tenham aprovado constituições pluriétnicas e 
outros desenvolvam políticas de ações afirmativas, sabe-se que o racismo segue pautando a violência e o 
preconceito em relação à população negra. 
Dessa forma, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o 
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana instituem as bases filosóficas e pedagógicas para 
uma educação antirracista. Em um dos trechos, o documento afirma ser compromisso dessa prática 
educativa a "desconstrução, por meio de questionamentos e análises críticas, objetivando eliminar 
conceitos, ideias, comportamentos veiculados pela ideologia do branqueamento, pelo mito da democracia 
racial, que tanto mal fazem a negros e brancos" (CNE, 2004). 
Considerando o exposto, imagine a situação a seguir: 
 
Elabore um texto descrevendo de que forma você abordaria a ideologia do branqueamento. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO 
A ideologia do branqueamento forjou-se a partir do momento em que se identificou a população branca 
europeia como sinônimo de civilização e progresso, e sua cultura passou a ser difundida como parâmetro 
para as demais etnias. 
Uma forma muito efetiva de trabalhar com esse tema em sala de aula é recuperar sua historicidade, 
demonstrando aos alunos quando e como esse pensamento sedesenvolveu na América e foi apontado 
como solução para os Estados multiétnicos latino-americanos. 
Nos dias de hoje, a ideologia do branqueamento ainda pauta os preconceitos em relação à cultura e à 
religiosidade africana e afro-brasileira. Isso porque há uma tendência, por parte das pessoas brancas, de 
racializar apenas o outro, ignorando seu pertencimento racial (como raça branca). 
Dessa forma, a abordagem da ideologia do branqueamento na sala de aula deve evidenciar para os alunos 
as tentativas históricas da população branca de compreender-se como o "sujeito universal" e a racialização 
ocorrer somente com o outro (os indígenas e os negros, por exemplo). Como a cultura, os costumes e os 
hábitos a serem imitados eram os europeus. Esses valores foram universalizados, ignorando as 
especificidades étnicas de cada um dos componentes das sociedades latino-americanas. 
 
 
1) A abolição da escravidão na América Latina ocorreu ao longo do século XIX, paralelamente ao 
processo de formação dos Estados pós-independência e à reorganização das relações econômicas 
e de trabalho. O Brasil foi um dos últimos Países a extinguir a escravidão e, sobre esse fato, Bernardo 
Buarque de Hollanda, João Maia e Ynaê Santos (2019, p. 1-2) afirmam: “Durante os anos 
subsequentes, o Treze de Maio foi comemorado como data máxima da liberdade nacional. Mas, assim 
como a independência parecia ser uma data velada, num País que mantinha a escravidão, a forma 
como a Primeira República festejou o Treze de Maio camuflou um sem-número de personagens e 
tramas que estiveram diretamente relacionados com a assinatura da Lei Áurea, bem como silenciou 
grande parte das violências e exclusões que marcaram os corpos e vidas de homens e mulheres 
cingidos pela escravidão.” 
A partir da leitura do trecho acima e de seu conhecimento sobre o processo de abolição da 
escravidão na América Latina, assinale a alternativa correta: 
a) A extinção da escravidão foi resultado da luta de abolicionistas e da resistência de escravizados; após a 
abolição, a situação da população negra seguiu muito precária. 
RESPOSTA CORRETA 
A abolição da escravidão foi uma consequência da luta do movimento abolicionista e da resistência de 
africanos e afro-americanos, luta essa que encontrou resistência das elites caudilhas por questões 
econômicas, raciais e sociais. Após a extinção da escravidão, a condição de vida da população negra não 
se alterou em relação ao exercício da cidadania, seguindo precária e submetida à repressão. 
 
 
2) A proibição da escravização dos povos originários ocorreu ainda no século XVI. Já a proibição do 
tráfico negreiro e a extinção da escravidão ocorreram ao longo do século XIX. Mesmo com a 
proibição legal, essa forma de trabalho de africanos, afro-brasileiros e indígenas seguiu sendo 
utilizada. Sobre esse tema, leia as afirmações a seguir: 
I – A ilegalidade da escravidão contava com a conveniência e a omissão das autoridades, 
principalmente quanto à impunidade. 
II – A escravidão africana seguiu sendo empregada após a proibição do tráfico em função da 
rentabilidade econômica para os grandes latifundiários e mineradores. 
III – Africanos, afro-brasileiros e indígenas preferiam seguir trabalhando como escravizados, práticas 
que reproduziam em suas comunidades originárias. 
Qual(is) afirmativas está(ão) correta(s)? 
d) Apenas I e II. 
RESPOSTA CORRETA 
Mesmo com a proibição do tráfico e a extinção da escravidão, muitos africanos, afro-americanos e indígenas 
seguiram trabalhando nesses moldes, pela ausência de oportunidades e pela grande lucratividade que 
geravam para os grandes latifundiários e mineradores. Ainda que a escravização fosse uma prática 
encontrada em comunidades africanas e indígenas, ela se diferia significativamente do sistema escravista 
desenvolvido com o colonialismo. Para seguir traficando escravos clandestinamente e empregando sua 
força de trabalho, os grandes proprietários e mineradores necessitavam da conivência e da omissão das 
autoridades, que ignoravam as medidas ilegais, gerando a impunidade dos que desrespeitavam as leis. 
 
 
3) O sociólogo mexicano Pablo González Casanova criou a expressão colonialismo interno para se 
referir às práticas empregadas pelas elites latino-americanas no pós-independência em relação às 
populações de seus próprios Países. 
Sobre esse conceito e seu emprego para análise da conjuntura do pós-independência, são feitas as 
seguintes afirmações: 
( ) Com o conceito de colonialismo interno, González Casanova procurava evidenciar a continuidade 
de algumas práticas coloniais, agora empregadas pelas elites nativas. 
( ) A ideia de colonialismo interno auxilia na compreensão da reprodução das estruturas econômicas 
e jurídicas coloniais na organização dos novos Estados. 
( ) O conceito de colonialismo interno é utilizado para relativizar a noção de independência, já que 
os novos Estados permaneceram submissos às antigas metrópoles. 
( ) O colonialismo interno é uma categoria que permite compreender as políticas de branqueamento 
e europeização das sociedades pluriétnicas latino-americanas. 
Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas. 
e) V – V – F – V. 
RESPOSTA CORRETA 
A relação correta é: V – V – F – V. 
O conceito de colonialismo interno forjado pelo sociólogo mexicano Pablo González Casanova auxilia na 
compreensão da reprodução, por parte das elites nativas, das estruturas coloniais de dominação 
anteriormente empregadas pelas metrópoles contra suas próprias populações. Mesmo com a emancipação 
política, essas estruturas foram mantidas de forma a controlar o sistema produtivo e organizar as relações 
étnico-raciais, motivos de tensões em Estados pluriétnicos como os latino-americanos. Assim, esse conceito 
também permite que compreendamos as medidas de uniformização cultural e racial empregadas pelos 
caudilhos, como o branqueamento e a europeização. 
 
 
4) Na formação dos Estados pós-independência na América Latina e nos processos de construção 
da identidade nacional, os caudilhos, orientados por reflexões de intelectuais, desenvolveram 
políticas públicas visando à uniformização cultural e étnica da sociedade. 
Sobre essas políticas, assinale a alternativa correta: 
c) Os caudilhos incentivaram a política imigratória de populações brancas para “branquear” a população, 
assim como propagavam a cultura europeia como civilizada e orientada para o progresso, devendo ser 
copiada. 
RESPOSTA CORRETA 
As elites caudilhas empreenderam políticas para promover a uniformização cultural e étnica das sociedades 
latino-americanas, buscando, dessa forma, a construção da identidade nacional e a resolução dos 
problemas étnico-raciais. Assim, incentivaram e financiaram a imigração de populações brancas para a 
América, a fim de “branquear” essa população, e difundiram aspectos culturais, costumes e hábitos europeus 
como sinônimos de civilização e progresso. Essas medidas não foram as primeiras empregadas para 
extinguir as manifestações culturais e religiosas das populações não brancas — lembrando que, desde o 
período colonial, sua cultura e religiosidade procurou ser reprimida. 
 
 
5) As relações étnico-raciais no pós-abolição da América Latina organizaram-se de forma muito 
conflituosa. Havia não somente uma hierarquização entre as raças, mas também em relação à 
cidadania. Entre os setores subalternizados, africanos, afro-americanos e indígenas não contavam 
com os mesmos direitos civis, políticos e sociais. 
Sobre as relações étnico-raciais na região do Rio da Prata, são feitas as seguintes afirmações: 
I – Diferentemente dos africanos e dos afro-americanos, os indígenas tinham direito ao voto. 
II – Os problemas étnico-raciais na região do Prata eram menores, já que a população negra era 
diminuta e os indígenas haviam sido exterminados. 
III – Como forma de resistência ao branqueamento da população, os afro-argentinos continuaram se 
identificando como negros, associando-se e organizando-se. 
Qual(is) afirmativas está(ão)correta(s)? 
d) Apenas I e III. 
RESPOSTA CORRETA 
As afirmações corretas são I e III. 
As relações étnico-raciais na região do Prata foram muito tensas, independentemente do número de 
africanos ou indígenas existentes, que era significativo. Contudo, havia diferenças entre esses grupos, tendo 
os indígenas conquistado direitos negados à população negra, como o direito ao voto. Como forma de 
desenvolver apoio mútuo e resistir às estratégias de branqueamento da população, os afro-argentinos 
positivaram sua identidade e organizaram associações e organizações de auxílio mútuo.

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