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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ Resp./Título/Crea No Ademir Carnevalli Guimarães Engenheiro Eletricista Nº 6274-D Este documento não pode ser reproduzido, copiado ou transmitido de qualquer forma ou por qualquer meio, mecânico, eletrônico, fotocopiativo ou outro, nem utilizado para outros propósitos que não os firmados nos termos contratuais. OCORRÊNCIA COM A PROTEÇÃO DIRECIONAL DE SOBRECORRENTE DE FASE (67) DOS DISJUNTORES DE ENTRADA DO GRUPO 800 (DISJUNTORES 815 E 811) Distribuição 01 01 Re Data Descrição Por Ver. Apr. Aut. 0 1 2 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 2 SUMÁRIO 1 DESCRIÇÃO DA OCORRÊNCIA 3 2 SISTEMA ELÉTRICO A SER ANALISADO 3 3 CONDIÇÃO OPERACIONAL ATUAL 4 4 CARACTERÍSTICAS DO RELÉ 4 5 INSTALAÇÃO 4 6 CONCLUSÃO 7 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 3 1 DESCRIÇÃO DA OCORRÊNCIA Foi observado que os relés direcionais de sobrecorrente de fase (67) estavam batendo contato da unidade direcional, ou seja, o contato da unidade direcional abria e fechava intermitentemente. 2 SISTEMA ELÉTRICO A SER ANALISADO O sistema elétrico a ser analisado está apresentado na figura 1 abaixo: Figura 1 – Diagrama unifilar do sistema. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 4 3 CONDIÇÃO OPERACIONAL ATUAL Atualmente a TRT opera com uma geração entre 11 e 12 MW e, nesta condição o fluxo de ativo pelo disjuntor 815 é praticamente nulo. O reativo para suprir a carga é da ordem de 7 a 8 MVAr e flue do trafo 88-13,8kV para a barra do grupo 800. Para esta condição o relé 1 fica com a sua unidade direcional operando intermitentemente (abrindo e fechando seu contato). 4 CARACTERÍSTICAS DO RELÉ O relé instalado na posição 1 tem as seguintes caracterísiticas: • Fabricante: ABB (original Westinghouse); • Modelo: CR; • Ângulo de Torque Máximo: 30º. 5 INSTALAÇÃO De acordo com a documentação (Diagramas Trifilar e funcional) o relé deveria estar instalado em uma conexão 90º, ou seja, o relé da fase A deveria receber corrente da fase A e tensão VBC. Com esta conexão, conforme mostrado no diagrama da figura 2, a unidade direcional não poderia estar operando intermitentemente, para a condição operacional mencionada no item 3. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 5 Figura 2 – Diagrama fasorial do relé 1 considerando as conexões mostradas nos diagramas. Nesta condição o relé não deveria estar com a unidade direcional operando intermitentemente e sim estar com o contato aberto, pois a corrente está claramente no sentido de bloqueio do relé. Com base na análise acima foi feito um levantamento de campo para a verificação da alimentação do referido relé, cujo resultado mostrou que o relé está recebendo as seguintes informações: Relé Corrente Tensão Fase A AI uur ACV uuur Fase B BI uur BAV uuur Fase C CI uur CBV uuur O diagrama da figura 3 ilustra a situação encontrada em campo. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 6 Figura 3 – Diagrama fasorial do relé 1 conforme levantamento em campo. Do diagrama acima observa-se que o relé na conexão levantada é na verdade um relé com função 32 (Controle da componente ativa da corrente). Como a componente ativa da corrente está próxima de zero, qualquer inversão na componente ativa implica na mudança do sinal de torque desenvolvido pelo relé, daí o fato do relé estar operando intermitentemente. Vale salientar que, além do problema de estar operando intermitentemente, a corrente de defeito (curto-circuito) que deveria ser detectada pelo relé, vai estar na região próxima à linha de torque zero o que é absolutamnte indesejável. A boa prática determina que as situações a serem identificadas pelos relés direcionais, devem corresponder àquelas que a corrente esteja próxima à linha de torque máximo do relé, de forma a permitir uma decisão precisa do relé. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 7 6 CONCLUSÃO Em vista dos aspectos mencionados no item 5 as seguintes ações devem ser tomadas imediatamente. 6.1 Refazer as ligações do relé para que o mesmo seja alimentado através de uma conexão 90º, ou seja, o relé 1 seja alimentado como indicado a seguir: Relé Corrente Tensão Fase A AI uur BCV uuur Fase B BI uur CAV uuur Fase C CI uur ABV uuur A figura 4 mostra o diagrama fasorial do relé 1 , após as mudanças a serem implementadas. Figura 4 – Diagrama fasorial do relé 1 após correção das conexões. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 8 6.2 Ajuste da unidade de sobrecorrente A figura 5 mostra o diagrama unifilar do sistema em análise bem como as correntes de curto-circuito, na região de trip do relé, para um curto-circuito no 13,8 e 88kV. Figura 5 – Diagrama unifilar grupo 800 As correntes para os defeitos F1 e F2, vistas pelo relé 1 são as seguintes: • Defeito F1: 2530 84º( )CCI A= −& • Defeito F2: 14365 84º( )CCI A= −& UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 9 Afim de garantir a operacionalidade plena do sistema em questão, a unidade de sobrecorrente do relé 1 deverá ser ajustada acima da corrente que possa ser exportada para o sistema de 88kV via disjuntor 815 ou 811, que na hipótese mais otimista corresponderia a potência nominal da TRT (23MVA), ou seja, I = 962,3 (A). Desta forma podemos ajustar a corrente de partida da unidade de sobrecorrente do relé 1 em 900(A). A figura 6 mostra o diagrama fasorial do relé 1 , na situação correta onde a corrente de curto-circuito se apresenta próxima a região de torque máximo do relé, como sempre deve ocorrer. Figura 6 – Diagrama fasorial do relé 1 , após correção da conexão. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 10 Ajutes da Unidade de Sobrecorrente: Dados do TC: • 1200 - 5A • Tape: 2 / 2,5 / 3 / 3,5 / 4 / 5 / 6 (A) • DT: 0,5 - 11 Ajuste desejado: 900 (A) na linha. A corrente no relé, então, é: 5900 3,75( ) 1200RELE I A= ⋅ = O tape será ajustado para o valor mais próximo, assim: 4( )TAPE A= O que corresponde a 960(A) na linha. O dial de tempo será ajustado de forma a retirar defeitos no 88kV em torno de 300(ms). Para a Icc em 88kV, tem-se: 2530( ) 2530 2,64 960 CCI A Multiplo M = = = Nas curvas do relé, para M=2,64 e tempo de 0,3(s), com característica “Definite Time” (CR-6), tem-se o dial de tempo DT=1. Será mantido o dial de tempo atual que é de 1,5. 1,5DT = Para esse DT, o tempo de atuação para defeitos no 13,8kV será: 14365 14,96 960 M = = Nas curvas do relé, para M=14,96 e DT=1,5, tem-se: 0,28( )t s≅ UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUIBÁ 11 1 DESCRIÇÃO DA OCORRÊNCIA 2 SISTEMA ELÉTRICO A SER ANALISADO 3 CONDIÇÃO OPERACIONAL ATUAL 4 CARACTERÍSTICAS DO RELÉ 5 INSTALAÇÃO 6 CONCLUSÃO
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