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70 SÉRIE TREINAMENTO Apostila 3207 Jairo Fuzeto José Nilson Bezerra Filho 2ª Revisão TECNOLOGIA DE EQUIPAMENTOS Ilha Solteira 1999 71 ÍNDICE P. Introdução ................................................................................................................................03 Fusíveis ....................................................................................................................................03 Questionário .............................................................................................................................12 Pára-raio ...................................................................................................................................15 Questionário .............................................................................................................................24 Central de ar comprimido .........................................................................................................25 Chaves seccionadoras ...............................................................................................................41 Disjuntores ...............................................................................................................................46 Disjuntor de múltipla ruptura ...................................................................................................60 Questionário .............................................................................................................................69 Transformadores ......................................................................................................................70 Secador de ar (com silica-gel) ..................................................................................................86 Questionário .............................................................................................................................97 Transformador para instrumentos ..........................................................................................100 Transformador de potencial com divisor capacitivo ..............................................................114 Bobinas de bloqueio e unidades de sintonia ...........................................................................116 Bibliografia .............................................................................................................................118 72 INTRODUÇÃO A presente apostila tem por objetivo a melhoria do conhecimento dos operadores de subestação e usinas, sobre a tecnologia de seus equipamentos. O conteúdo e indispensável aos operadores de subestação e usinas, tendo em vista que esses conhecimentos, teóricos e práticos, irão auxiliar no desempenho eficiente do operador. FUSÍVEIS Definição O fusível é um condutor de baixo ponto de fusão que, ao ser percorrido por uma corrente cuja intensidade é superior à admissível, se funde, interrompendo a circulação da mesma. Finalidade A circulação de corrente por um condutor provoca aquecimento que, sendo muito elevado, pode destruir a isolação do condutor. Portanto, o fusível tem por finalidade proteger os condutores, instalações e equipamentos nele ligados, contra sobrecargas e curto-circuito. Características Das grandezas elétricas, as mais importantes são as seguintes: − Corrente Nominal: aquela que o fusível suporta continuamente sem se romper ou aquecer acima dos limites especificados; − Corrente de Interrupção: é a corrente cujo valor ultrapassa o máximo admissível para o circuito e que deve ser interrompida o mais rápido possível; − Capacidade de Ruptura: é o valor da potência que o fusível pode interromper com segurança; − Tensão Nominal: o valor desta dimensiona a isolação do fusível. É a tensão máxima de trabalho contínuo. 73 Elo de Fusão O elemento sensor do fusível chama-se elo de fusão e apresenta-se sob várias formas: a b c d a) Elo de fusão com seção constante, normalmente circular; b) Elo de fusão com redução de seção no centro, seção circular ou laminar; c) Elo de fusão com redução de seção, normalmente retangular achatada ou laminar; d) Elo de fusão de lamina, com acréscimo de massa no centro, para sobrecarga e retardamento do fusível; Os elos de fusão apresentam tal redução na parte central porque a fusão deve se dar no centro do invólucro, caso contrário, o arco se desenvolve perto dos extremos, podendo transmitir calor ao ambiente. A fusão pode se dar em dois meios: no ar ambiente ou com elemento de extinção. No ar, existe o perigo do arco se propagar, não sendo recomendados tais fusíveis para instalações de responsabilidade. No ultimo caso, o elo é envolvido por um extintor, geralmente areia de granulação adequada, que se mistura com o metal vaporizado do elo, criando um corpo de alta resistência. a b c d 74 Seletividade A característica seletora é responsável pelo rompimento do fusível certo, num sistema protegido por mais de um fusível. O comportamento seletor entre os fusíveis pode ser observado pelas características de ruptura tempo-corrente que cada fusível possui e também define a característica de ajuste de outros dispositivos de proteção, como os relés dos disjuntores. Tipos de Fusíveis Os critérios mais utilizados para a classificação dos fusíveis são: a) Segundo a tensão de alimentação, alta ou baixa tensão; b) Segundo a característica de desligamento: efeito rápido, ultra-rápido ou retardado. Fusíveis Rápidos: os fusíveis rápidos destinam-se a circuitos onde não ocorre variação considerável de corrente entre a partida e o regime normal de funcionamento, no caso das cargas resistivas em geral. Fusíveis Ultra-rápidos: destinam-se à proteção de circuitos constituídos por semicondutores, onde a sua atuação deve ser muito rápida e com precisão dos valores de tempo-corrente que lhe são característicos. Fusíveis Retardados: os fusíveis retardados suportam sobrecorrente devido a corrente de partida das cargas motoras e semelhantes, pois estas solicitam uma corrente algumas vezes maior que a nominal, não suportando as correntes em grandezas de curto-circuito, tornando-se semelhantes aos fusíveis rápidos. O retardamento é obtido por um acréscimo de massa na parte central do elo, com o objetivo de absorver, durante um certo tempo, parte do calor desenvolvido na seção reduzida do elo, retardando a elevação de temperatura e atuando perante uma corrente de curto- circuito, pois não há tempo para troca de calor entre os setores de menor seção e a massa. Fusíveis de Baixa Tensão: dentre os vários tipos de fusíveis, os mais utilizados nas usinas e subestações são: 75 Fusíveis Tipo Cartucho: apresentam-se sob a forma cilíndrica, com capacidade desde frações de ampères até centenas, variando no tipo de contato (faca ou não) e do invólucro, que pode ser de papel impregnado com verniz de boa qualidade, ebonite, cerâmica ou esteatite. As partes metálicas de ligação ao circuito são de cobre, ou bronze, e por norma é permitido o uso de material ferroso, que provoca oxidação e consequente mau contado Dependendo da importância do circuito a ser protegido, os fusíveis são dotados de um corpo de cerâmica ou esteatite, com elemento extintor e um pino que sinaliza elo interrompido, podendo ser acoplado um microswitch para sinalização luminosa ou bloqueios.76 Fusível Diazed: este fusível é composto de um corpo de cerâmica, cilíndrico, fechado nas suas extremidades por tampas metálicas. O elemento fusível tem um extremo fixado ou preso em uma das tampas e o outro extremo fixado ao pino de sinalização. Geralmente, o elo de fusão é de cobre, e entre o elo de fusão e o corpo de cerâmica é colocado o elemento extintor (areia), preenchendo totalmente o espaço livre entre o elo e o corpo. Os fusíveis diazed são invioláveis, pois exigem a remoção da tampa de fechamento do corpo de porcelana ou esteatite, fazendo com que o conjunto fique danificado, não permitindo uma renovação do elo de fusão. 77 Um detalhe importante dos fusíveis e a não permissão da troca de um fusível menor por outro de maior capacidade, pois são calibrados em uma de suas extremidades, de acordo com o seu valor de corrente nominal, apresentando diâmetros diferentes para cada capacidade em ampères. São fabricados nos tipos de ação rápida, ultra-rápida e retardada, para intensidades desde décimo de ampère até 200 ampères, e para tensão de até 500V. Os mais utilizados seguem-se na tabela abaixo, de acordo com o código de cores dado pelo fabricante. Corrente Cores 2A 4A 6A 10A 16A 20A 25A 35A 50A 63A Rosa Marrom Verde Vermelho Cinza Azul Amarelo Preto Branco Ouro 78 Quanto às cores, os fusíveis são identificados pelo botão de sinalização e, nas bases pela pintura em sua parte frontal. Estas cores são visíveis no botão de sinalização e nos parafusos de ajuste dos fusíveis. Fusível NH São fusíveis de corrente nominal elevada e alta capacidade de ruptura, destinados a proteção de sistemas industriais. Construtivamente, são semelhantes ao diazed. Seu elo de fusão é de cobre, em forma de lamina, vazada em determinados pontos, reduzindo a seção condutora e facilitando o rompimento do elo para correntes superiores a nominal. Seu formato é retangular ou redondo e seu invólucro geralmente de cerâmica, possuindo, no interior, areia para extinguir o arco. 79 As extremidades do invólucro são fechadas com peças metálicas de cobre prateado, dotadas de facas perfuradas ou não, destinadas ao encaixe na base de instalação. Os fusíveis NH são dotados de dispositivos de sinalização, indicando a ruptura do elo. Quando se deseja obter outros tipos de informações, os fusíveis NH são dotados (acrescidos) de um microswitch, para sinalização luminosa ou bloqueio de outros circuitos. Geralmente são retardados, pois são utilizados como fusíveis gerais ou como proteção de cargas motoras, para correntes de 6 a 1200 ampères, com capacidades de ruptura até 100kA e uma tensão de 600V. Para casos de curto-circuito, sua atuação é instantânea. Com o objetivo de facilitar a troca, isto é, a retirada e colocação do fusível NH, existe um punho (sacador de fusível com até duas adaptações), evitando que se faça o contato direto com o fusível. 80 Fusíveis de Alta Tensão O funcionamento dos fusíveis de alta tensão baseiam-se nos mesmos princípios dos fusíveis de baixa tensão, devendo apresentar uma elevada capacidade de ruptura e, devido a diferença de potencial mais elevada, os materiais isolastes devem ser bem dimensionados. O corpo externo é, em geral, de porcelana, esteatite, fibra especial, ebonite ou tubo de vidro. 81 QUESTIONÁRIO 01. O que são fusíveis? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 02. Qual a finalidade dos fusíveis? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 03. Cite três características dos fusíveis. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 04. Como podem ser os elos de fusão? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 05. Qual a função da seletividade em um circuito protegido por vários fusíveis? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 82 06. Qual a finalidade dos fusíveis de ação rápida? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 07. Qual a finalidade dos fusíveis de ação retardada? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 08. Qual a finalidade dos fusíveis de ação ultra-rápida? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 09. Quais são as características dos fusíveis diazed? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 10. Quais são as características dos fusíveis cartucho? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 83 11. Quais são as características dos fusíveis NH? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 12. Quais são as características dos fusíveis de alta tensão? __________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 84 PÁRA-RAIOS É um equipamento destinado a descarregar para terra correntes elevadas, provenientes de sobretensões que ocorram no circuito protegido. Estas sobretensões são provocadas por: . Sobretensões de manobras . Sobretensões de freqüência industrial . Descargas atmosféricas Sobretensões de Manobras Devido a operação de disjuntores, energização de linhas a vazio, acoplamento de capacitores e desligamento de reatores, com duração de alguns milisegundos até alguns ciclos. Sobretensões de Freqüência Industrial (Perturbação) Resultantes de anomalias no sistema (perda de carga), com duração de alguns ciclos até alguns segundos. Descargas Atmosféricas Grande parte das sobretensões que surgem nas instalações elétricas são provocadas pelo raio. A formação de um raio tem por causa o fato das nuvens se carregarem com um potencial de polaridade diferente do da terra, potencial este adquirido pelo transporte de partículas elementares da terra para as nuvens. 85 As nuvens apresentam-se com um potencial negativo em relação a terra, que por sua vez, apresenta-se com um potencial positivo (podendo ocorrer o inverso), existindo entre ambas o ar como dielétrico. Com o aumento do acúmulo de cargas nas nuvens e na terra e com a diminuição da rigidez dielétrica do ar provocada pela umidade, há o rompimento do dielétrico, provocando a descarga. Como vimos anteriormente, a descarga atmosférica ocorre sempre entre a nuvem e a terra, através do ar; portanto se houver um condutor melhor que o ar entre ambas, a descarga escoará por este condutor, sendo assim comum a descarga atingir estruturas metálicas, edifícios, instalações elétricas, árvores, etc. 86 Aliado ao fato de termos muitas vezes um condutor entre a nuvem e a terra, existe ainda o poder das pontas que consiste no maior acúmulo de cargas eletrostáticas nas pontas dos condutores, que atrai o raio para os mesmos. Como sabemos, os efeitos de uma descarga atmosférica (raio) são catastróficos, pois o potencial de um raio pode atingir alguns milhões de volts e a corrente é da ordem de alguns KA, com duração de alguns microssegundos. Estes efeitos em edifícios e estruturas metálicas são facilmente atenuados ou eliminados com a instalação do pára-raios de Franklin, que se baseia no poder das pontas. 87 Nas instalações elétricas os problemas são mais complexos, pois temos condutores energizados. Os efeitos do raio sobre instalações elétricas são bastante atenuados com a instalação de pára- raios de Franklin e cabo pára-raios (cabo guarda), evitando assim a incidência direta do raio sobre os condutores energizados. Porém os efeitos dos raios sobre os condutores não são eliminados com estas medidas, pois a queda de um raio sobre o cabo-guarda ou próximo à linha de transmissão pode induzir uma tensão muito elevada nos condutores, que são perigosas para o isolamento dos equipamentos elétricos. A queda de um raio no cabo-guarda ou na torre pode fazer surgir nos mesmos um potencial maior que a capacidade da cadeia de isoladores, devido a alta resistividade da terra no local, estabelecendo assim um arco elétrico da torre para o condutor, provocando uma sobretensão nos mesmos. 88 Aliados a estes fatos, temos ainda as sobretensões de manobras e sobretensões de freqüência industrial, que são prejudiciais ao bom funcionamento das instalações elétricas. A fim de atenuar estes efeitos nas instalações são instalados dispositivos de proteção contra sobretensões. Um dispositivo de proteção contra sobretensões muito comum nas instalações é o gap, que têm a finalidade de proteger as cadeias de isoladores, buchas e outros equipamentos contra sobretensões. 89 Com o surgimento de uma tensão acima de um valor pré-fixado, há o rompimento do dielétrico entre a ponta energizada e a ponta aterrada, escoando assim uma corrente para a terra. O arco elétrico entre as pontas do gap só é extinto com o desligamento do equipamento através da operação dos relés de neutro ou com uma acentuada queda de tensão, o que não é conveniente para a instalação. Pára-raios Tipo Válvula Os pára-raios válvula funcionam para os sistemas elétricos assim como uma válvula de alívio de pressão para um reservatório de ar comprimido. Os pára-raios escoam para terra as correntes elevadas provenientes de sobretensões e isolam a tensão nominal não permitindo que a corrente nominal flua para terra. Constituição Básica CENTELHADOR ELEMENTO RESISTIVO 90 Com a tensão nominal o centelhador e o elemento resistivo isolam a linha da terra e não há escoamento de tensão. Com uma sobretensão forma-se um arco no centelhador e a tensão é escoada para terra através do mesmo e do elemento resistivo, até o seu desaparecimento. CENTELHADOR ELEMENTO RESISTIVO A resistência variável constitui o elemento válvula que possui uma característica tensão-corrente não linear, comportando-se como uma resistência de pequeno valor, quando percorrida por correntes elevadas, limitando, dessa forma, a queda ôhmica nos bornes dos pára-raios durante o curso da descarga. Em condições normais, esta resistência é mais elevada para as correntes de fuga, que são muito menores, cujos valores são moderados e facilmente cortados pelos centelhadores. Principais Características Tensão Nominal: é a tensão máxima que o pára-raios suporta em regime contínuo. Tensão Disruptiva: é a tensão que o pára-raios passa a conduzir para a terra, deve ser menor que a máxima tensão suportável pelos equipamentos (NBI). Essa tensão disruptiva normalmente é obtida pela fórmula )35,12( ××Vnom 91 Tensão de Resselagem: é a tensão que o pára-raios passa a isolar a linha da terra. Deve ser maior que a tensão de operação, caso contrário o pára-raios provoca um curto-circuito fase terra, desligando o sistema. Tensão Residual: é a diferença de potencial entre os bornes do pára-raios durante a descarga. Define a eficiência do mesmo, pois é a tensão que atinge os equipamentos. Gráfico de descarga de um pára-raios. 1. Tensão disruptiva 2. Tensão residual 3. Tensão que atingiria o equipamento sem o pára-raios 4. Tensão nominal 5. Tensão de resselagem 92 Corrente de Descarga: é a corrente máxima que pode fluir pelo pára-raios durante a descarga, sem que o mesmo se danifique. Quando ocorre uma descarga acima desse valor, normalmente o pára-raios se danifica, e fica conduzindo permanentemente. RES A Alguns pára-raios são equipados com dispositivo-disparador que isola o pára-raios da terra quando a corrente de descarga ultrapassa os valores nominais, retirando assim o pára-raios de operação. 93 QUESTIONÁRIO 01. Descreva corretamente o funcionamento dos pára-raios tipo válvula. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 02. Qual a constituição do pára-raios tipo válvula? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 03. As sobretensões transitórias que surgem no sistema elétrico são provenientes do que? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 04. O que é tensão disruptiva? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 05. O que é tensão de resselagem? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 94 CENTRAL DE AR COMPRIMIDO Pneumática: O termo pneumática tem sua origem na palavra grega “pneuma” que significa respiração ou sopro, e como pneumática entende-se o estudo da tecnologia dos processos que podem ser realizados através do ar comprimido ou vácuo. A pneumática tem alcançado um destaque cada vez maior, sendo hoje indispensável para a automatização e racionalização de processos industriais. Principais vantagens da pneumática: − O ar é encontrado em quantidade ilimitada na natureza, e pode ser comprimido, armazenado e distribuído através de tubulações a grandes distâncias; − O trabalho realizado com ar comprimido não é sensível às oscilações de temperatura; − O escape de ar para a atmosfera não polui; − Os elementos de trabalho desenvolvem velocidades elevadas e podem ser facilmente reguladas; − Não há perigo de sobrecarga, e a força é facilmente obtida; − A construção dos componentes em geral é simples, facilitando a manutenção. Limitações da pneumática: − Os processos de produção, preparação e distribuição elevam o custo do ar comprimido; − Devido a compressibilidade do ar não é possível obter velocidade constante com a variação de carga; − Elevado ruído no escape de ar para a atmosfera, que pode ser reduzido com o uso de silenciadores. 95 Compressores Conceito: Compressores são máquinas para comprimir ar ou qualquer fluido gasoso. 96 Tipos de compressores Compressores de êmbolo (pistão) Este compressor é composto de um êmbolo que tem movimento linear através do acionamento de um sistema biela-manivela. Quando o êmbolo está no ponto morto superior as duas válvulas (admissão e escape) estão fechadas por ação de molas. Com a descida do êmbolo, cria-se uma pressão cada vez menor, até que a válvula de admissão se abre e o ar atmosférico entra ocupando todo o volume do cilindro. Atingido o ponto morto inferior a válvula de admissão se fecha. Com o início da subida do êmbolo interior as duas válvulas estão fechadas e começa a ocorrer uma redução de volume, o que implica em um aumento de pressão e temperatura. Quando a pressão for suficiente para abrir a válvula de escape o ar comprimido é descarregado no reservatório. Devido ao atrito entre as partes deslizantes é necessário que este compressor tenha um sistema de lubrificação, transferindo para o ar comprimido resíduos de óleo. Este compressor é econômico até a pressão de 4 bar, acima da qual a relação de compressão torna-se muito elevada e acarreta um aquecimento muito grande do ar, diminuindo o seu rendimento. Para pressões maiores é apropriado um compressor de êmbolo de dois estágios. 97 Constituição de um compressor de êmbolo Compressor de êmbolo de dois estágios Este compressor é composto de dois êmbolos. O ar é admitido da atmosfera e passa pela primeira compressão, depois é resfriado e novamente comprimido. Como a pressão final não é obtida de uma única vez, mas através de duas compressões sucessivas com resfriamento intermediário, o aquecimento do ar é menor, conferindo ao compressor um melhor rendimento. Compressor de parafusos Ao contrário dos compressores já vistos, que tinham movimento linear, este possui um movimento rotativo. A. válvula de aspiração S. válvula de saída P. pistão e. cilindro CR. carte M. manivela B. biela NO. nível de óleo 98 Dois fusos helicoidais são montados dentro de uma carcaça. Somente um fuso é acionado pelo motor, o movimento é transmitido ao outro através de um par de engrenagens localizadas fora da câmara de compressão. Os fusos não tem contato entre si e nem com a carcaça, não sendo necessária lubrificação dentro da câmara de compressão, permitindo o fornecimento de ar isento de resíduos de óleo. Mas, apesar disto, alguns modelos são lubrificados, para que num eventual contato entre os fusos exista lubrificação e também para que a fina película de óleo funcione como vedação, reduzindo as fugas. O ar à pressão atmosférica ocupa o espaço entre os fusos e depois com rotação é preso e comprimido em direção a saída. O fornecimento de ar é contínuo e sem pulsações, o que não acontece com os compressores alternativos (êmbolo). Compressor de palhetas Este compressor, também rotativo, é composto por um rotor com rasgos onde se alojam as palhetas. O rotor é excêntrico em relação à carcaça. Quando acionado, giram o rotor e as palhetas, sendo estas forçadas contra carcaça pela força centrífuga. Quando o espaço entre o rotor e a carcaça aumenta, o ar é admitido da atmosfera, e depois com a rotação é preso no espaço entre rotor, carcaça e palhetas, e a partir daí com a redução de volume inicia-se a compressão até a liberação para a saída. 99 Compressor de membrana O princípio de funcionamento é idêntico ao compressor de êmbolo, porém, há uma membrana que impede o contato do ar com o êmbolo, o que permite o fornecimento de ar comprimido isento de resíduos de óleo. Turbo-compressores Os turbo-compressores são compressores dinâmicos e são adequados para o fornecimento de grandes vazões. O ar é acelerado por uma ou mais turbinas e a energia cinética é transformada em energia de pressão. − Turbo-compressor axial A compressão se realiza pela aceleração do ar em sentido axial. − Turbo-compressor radial A compressão se realiza pela aceleração do ar em sentido radial. 100 Características Principais de um Compressor − Pressão de serviço - dada em kgf/cm2 ou Lbs/pol2. − Vazão efetiva - dada em m3/min. − Potência nominal - dada em CV. − Arrefecimento - por água, através de radiadores ou a ar, através de acionamento de hélices. − Lubrificação - por bombas de engrenagem ou centrífugas. − Filtro de ar - seco ou a óleo. − Pressão máxima - dada em kgf/cm2. − Velocidade a plena carga - dada em RPM. − Número de estágios. Relação entre as várias unidades de medida de pressão 1 atm = 1,033 kgf/cm2 1 atm = 15,18 Lbs/pol2 (PSI) 1 kgf/cm2 = 14,7 PSI 1 BAR = 1,0197 kgf/cm2 1 BAR = 14,98 PSI 101 Reservatóriode ar comprimido As funções do reservatório de ar comprimido são, estabilizar e eliminar as oscilações de pressão na rede, e manter uma reserva para um momento de elevado consumo. Principais componentes de um reservatório: inspeção O tamanho do reservatório de ar comprimido depende do volume fornecido pelo compressor, do consumo de ar e do tipo de regulagem do compressor. 102 Preparação do ar comprimido O ar atmosférico contém vapor de água, e este vapor juntamente com ar, são aspirados pelo compressor. A quantidade de água contida em um metro cúbico de ar é a umidade absoluta. A quantidade máxima de água que o ar consegue reter a uma determinada temperatura é a quantidade de saturação. umidade relativa = Umidade absoluta quantidade de saturacao A tabela a seguir indica, em função da pressão e temperatura, a quantidade em gramas de vapor de água contida em um metro cúbico de ar saturado. Temperatura Pressão efetiva em BAR oC 0 0.4 0.63 1 1.6 2.5 4 6.3 8 10 12.5 16 20 0 4.82 3.45 2.97 2.42 1.87 1.39 0.97 0.67 0.54 0.44 0.36 0.29 0.23 5 6.88 4.93 4.24 3.46 2.68 1.88 1.39 0.85 0.77 0.63 0.52 0.41 0.33 10 9.41 6.74 5.80 4.73 3.66 2.72 1.90 1.30 1.06 0.87 0.70 0.56 0.46 15 12.7 9.08 7.83 6.39 4.94 3.67 2.56 1.76 1.43 1.17 0.95 0.76 0.61 20 17.4 12.5 10.7 8.75 6.77 5.02 3.51 2.41 1.95 1.60 1.30 1.04 0.84 25 23.6 16.9 14.6 11.9 9.18 6.82 4.77 3.27 2.65 2.17 1.77 1.40 1.14 30 30.5 21.8 18.8 15.3 11.9 8.81 6.16 4.22 3.43 2.81 2.29 1.81 1.47 35 39 27.9 24 19.6 15.2 11.3 7.87 5.40 4.38 3.59 2.92 2.32 1.88 40 49.6 35.5 30.6 24.9 19.3 14.3 10 6.87 5.57 4.55 3.72 2.95 2.39 45 63.5 45.5 39.2 31.9 24.7 18.3 12.8 8.79 7.13 5.84 4.76 3.77 3.06 50 81 58 49.9 40.7 31.5 23.4 16.4 11.2 9.10 7.45 6.07 4.82 3.90 103 Resfriador posterior O ar aspirado pelo compressor contém vapor d’água, e na compressão com a redução do volume, a quantidade de vapor por metro cúbico aumenta, e como a temperatura também aumenta, todo o vapor admitido ainda pode ser retido, não ocorrendo condensação no compressor. A condensação ocorre no reservatório e na tubulação quando o ar é resfriado naturalmente, acumulando água. Para evitar este acúmulo o ar é resfriado por um trocador de calor antes de chegar ao reservatório. O resfriador posterior é composto de um tubo cilíndrico com um feixe de tubos internos e um separador do condensado, permitindo a retirada de aproximadamente 80% do vapor contido no ar. Secadores 104 Em locais onde se necessita de ar comprimido mais seco, são instalados secadores que diminuem consideravelmente a quantidade de vapor de água contida no ar comprimido. − Secagem por refrigeração No secador por refrigeração, o ar comprimido entra inicialmente no pré-resfriador 1, sofrendo uma queda de temperatura causada pelo ar que sai do secador. A seguir no trocador de calor 2, através do circuito de refrigeração 4, o ar é resfriado ainda mais, até aproximadamente 2oC condensando grande parte do vapor de água no purgador 3. Na saída o ar passa novamente pelo trocador de calor ar-ar 1. − Secagem por adsorção Adsorção é o processo de depositar moléculas de uma substância, por exemplo água, na superfície de uma outra substância, geralmente sólida. O secador é composto por duas torres, que são preenchidas pelo material responsável pela secagem, normalmente sílica-gel. Enquanto uma das torres recebe ar comprimido para efetuar a secagem, a outra recebe ar quente e seco para regenerar. A secagem por adsorção é um processo físico. 105 Unidade de preparação do ar A boa qualidade do ar comprimido resulta em maior vida útil dos componentes e garantia de perfeito funcionamento. Por isso deve ser instalado, o mais próximo possível dos consumidores de ar comprimido uma unidade de preparação do ar. Esta unidade é composta por: − filtro de ar; − regulador de pressão com manômetro; − lubrificador; − Filtro de ar O filtro de ar retém as partículas sólidas e a água condensada presentes no ar comprimido. 1. entrada do ar 2. saída do ar 3. corpo 4. copo acumulador do condensado 5. porca 6. centrifugador 7. cone 8. elemento filtrante 9. separador 10. parafuso para dreno manual. 106 A entrada do ar é feita pela conexão 1. A peça 6 faz com que o ar chegue ao copo 4 com um movimento de rotação, jogando as partículas sólidas maiores e o condensado contra a parede interna do copo, depositando-as no fundo deste. Em seguida o ar passa de fora para dentro do elemento filtrante 8 em direção à conexão de saída 2. Para a retirada manual da água condensada basta afrouxar o parafuso 10, sem a necessidade de retirá-lo. Em casos onde o acúmulo de condensado é muito grande, recomenda-se a utilização do dreno automático. O sentido de fluxo é único e não pode ser invertido, normalmente ele é indicado por uma seta no corpo do filtro. − Válvula reguladora de pressão A válvula reguladora de pressão mantém a pressão de saída constante, independente das flutuações de pressão da rede, provocadas por consumo variável na instalação. A força da mola 5, ajustável no parafuso 6, levanta a membrana 4 deslocando o pino 9 e mantendo a válvula de assento 3 aberta. Portanto, é uma válvula inicialmente aberta que permite fluxo livre da entrada 1 para a saída 2. A pressão de saída indicada no manômetro atua através do orifício 8 sobre a área superior da membrana 4. Quando a pressão de saída atuando sobre a membrana resultar em uma força superior a da mola, esta é vencida. Então a membrana 4, pino 9, a válvula 3 descem diminuindo ou fechando a passagem do ar. No caso de não estar havendo consumo na saída o assento da válvula 3 fecha completamente a passagem. Quando a pressão cai, a mola volta a abrir a válvula até que seja restabelecido o equilíbrio de forças. Portanto, variar a força da mola significa variar a pressão que irá equilibrá-la. Quando por algum motivo externo a pressão de saída aumentar ou então, quando sem consumo se deseja ajustar um valor menor haverá um escape momentâneo através do orifício 10. 1. entrada do ar 2. saída do ar 3. válvula de assento 4. membrana 5. mola 6. parafuso de ajuste 7. tomada do manômetro 8. orifício 9. pino acionador da válvula 10. orifício de escape 107 − Lubrificador Visando reduzir o atrito e o desgaste das partes deslizantes é necessário fazer uma lubrificação interna dos componentes. Para isto deve-se adicionar ao ar uma neblina de óleo lubrificante. O componente responsável por esta mistura ar-óleo é o lubrificador. A pressão na entrada 1 atua no interior do copo 4 através da passagem livre da retenção 12. Ao passar pelo interior do nebulizador 6 a velocidade do ar aumenta, o que produz uma diferença de pressão entre o copo 4 e a câmara de gotejamento 8 (princípio de Venturi). O óleo é empurrado pelo condutor 10 até o parafuso dosador 7, onde é possível regular o número de gotas que caem, visíveis na câmara 8. Estas gotas são nebulizadas e levadas pelo ar. O lubrificador tem um comportamento proporcional, ou seja, a quantidade de óleo varia com a vazão, o que mantém uma proporção constante da mistura. Todo lubrificador tem uma vazão mínima de funcionamento, sendo esta a que produz uma diferença mínima de pressão capaz de provocar o arraste de óleo. O ajuste indevido com excesso de óleo é muito comum, o que é prejudicial. Na prática verificou-se que no máximo 14 gotas para cada metro cúbico de ar são suficientes. 1. conexão de entrada 2. conexão de saída 3. corpo 4. copo com óleo 5. porca 6. válvulade nebulização 7. parafuso dosador 8. visor de gotejamento 9. canal de alta vazão 10. condutor de óleo 11. retenção 12. retenção 108 Distribuição do ar comprimido Montagem completa de uma estação de produção de ar comprimido. O ar comprimido deverá ser transportado por tubulações até os locais de consumo, as quais devem ser instaladas em local acessível, de forma a permitir uma inspeção e manutenção regular. De preferência a rede deve ter uma inclinação de 1 a 2%, para facilitar o escoamento da água condensada em direção aos drenos (purgadores), onde é retirada manualmente ou automaticamente. As tomadas de ar devem ser feitas pela parte superior da tubulação principal. 109 Ao longo de uma rede de distribuição de ar comprimido sempre ocorre uma queda de pressão (perda de carga), que depende basicamente do: consumo de ar da pressão da rede do comprimento e do diâmetro da tubulação. O correto dimensionamento do diâmetro interno dos tubos, faz com que esta queda de pressão se limite a valores aceitáveis ou admissíveis. 110 CHAVES SECCIONADORAS As chaves seccionadoras servem para isolar componentes ou circuitos de quaisquer outras partes sob tensão. É, portanto, uma separadora de tensão. Sob o aspecto de segurança, só podemos considerar um circuito isolado se o mesmo estiver interrompido por uma chave seccionadora. Tipos de seccionadores Quanto à aplicação no circuito, podemos considerar os seguintes tipos de chaves seccionadoras: a) Chave seccionadora simples (abertura a vazio): destinada a abrir circuitos somente à vazio, nunca sob corrente; b) Chaves seccionadoras sob carga: destinados a abrir circuitos sob corrente nominal. Este tipo de seccionadora é encontrado para média e baixas tensões. Em alta tensão somente a SF6. c) Chave de aterramento: destinada a aterrar um componente ou um circuito. São utilizadas em redes com ponto neutro aterrado através de baixa resistência ôhmica e, em particular, para instalações exteriores. Chave de Aterramento 111 As principais cacacterísticas são: − alta segurança para o pessoal de serviço; − aumento da segurança de alimentação; − intertravamento contra conexões às partes já aterradas; − redução do tempo fora de serviço, durante a manutenção e reparos. Tipos de abertura: a) Lateral simples: b) Abertura lateral dupla com uma coluna rotativa c) Abertura lateral dupla com duas colunas rotativas 112 d) Abertura vertical e) Chave pantográfica f) Chave semi-pantográfica 113 Tipos de acionamento − manual − motorizado − ar comprimido Acessórios a) Contatos auxiliares (baixa tensão) Com contatos NA, NF e passantes e operação anterior à movimentação das lâminas principais. b) Lâmina de terra Aterramento logo após a abertura da chave seccionadora conforme figura abaixo. 1 3 5 7 2 4 6 8 Contato Lamina 114 Chave fusível Finalidade Proporcionar operações de manobras em circuitos energizados e interrompê-los quando da ocorrência de defeitos. 115 DISJUNTORES Definição Disjuntor é um equipamento de manobra mecânico, capaz de fechar ou abrir um circuito em condições normais e anormais. Principais Características de um Disjuntor Tensão Nominal: fixa distância de isolamento em relação à massa e entre contatos abertos. Corresponde à tensão mais elevada do circuito em utilização. Ex: 145KV; 15KV Corrente Nominal: dimensiona os contatos. A corrente nominal corresponde ao valor mais elevado que o aparelho pode suportar em regime permanente, sem possibilidade de sobrecarga duradoura. Ex: 800; 1200A Capacidade de Ruptura: é a potência máxima que o disjuntor pode interromper sem sofrer danos. É dada em V.A. - Exemplo: 30.000 MVA. Em alguns disjuntores essa característica é definida pela intensidade de corrente e é dada em KA, e para se transformar a corrente em potência, basta utilizar a seguinte fórmula. S (MVA) = V (KV) x I (KA) . √ 3 Capacidade de Fechamento: a todo disjuntor é associada uma capacidade de fechamento nominal para evitar que os contatos do mesmo se danifiquem quando do fechamento sobre um curto-circuito. A capacidade nominal de fechamento é 2,5 vezes maior que a capacidade de ruptura, o que nos faz afirmar que um disjuntor fecha com grande folga um circuito elétrico, e que os maiores problemas surgem na abertura. Tensão Nominal de Controle: o controle dos disjuntores pode ser feito em C.C. e/ou C.A. Em C.C. utilizam-se baterias estacionárias de 125 VCC e/ou 250 VCC. Em C.A. utiliza-se o serviço auxiliar (trafo) de 127 VCA e/ou 220 VCA. 116 Formação do arco elétrico A formação do arco quando se abre um disjuntor é originada pela remoção dos elétrons, dos átomos e moléculas desses contatos, criando um gás eletricamente condutor. Os principais fatores que influenciam na intensidade do arco elétrico são: − Tensão do circuito; − Corrente a ser interrompida; − Meio existente entre os contatos; − Distância entre os contatos e a velocidade de separação dos mesmos; − Relação X R do circuito. Extinção do Arco Elétrico Uma vez conhecidas as causas que contribuem para formação do arco elétrico, para eliminá-lo ou evitá-lo basta agir contra essas causas. Qualquer que seja o sistema empregado, um ponto comum é a rápida separação dos contatos. Basicamente, pode-se extinguir o arco pelos seguintes artifícios: a. Aumento rápido do comprimento do arco elétrico; b. Resfriamento do arco elétrico; c. Desionização do ar; d. Restabelecimento rápido da rigidez dielétrica. A fim de conseguir tais artifícios, os disjuntores utilizam principalmente os seguintes meios: Câmara de Óleo: os disjuntores com câmaras de óleo podem ser: − Disjuntores a grande volume de óleo; Foram os primeiros disjuntores que responderam satisfatoriamente às exigências dos sistemas elétricos, e por problemas de tecnologia, caíram em desuso. Foram fabricados para tensões até 230 KV. − Disjuntores a pequeno volume de óleo. De tecnologia mais avançada que o grande volumes de óleo, foram muito utilizados em médias tensões (13,8 a 138KV), e chegaram a ser fabricados para tensões de até 500KV Jatos de Ar Comprimido: chamados disjuntores pneumáticos. Disjuntores muito utilizados em altas tensões e extra alta tensão (138 a 750 KV), pois respondem melhor nas elevados potências de curto-circuito. Sopro Magnético: mais utilizado em disjuntores de baixas tensões. 117 Disjuntores de baixa tensão, podendo ser encontrados em tensões de até 34,5 KV Vácuo A necessidade de pleno vácuo, limita a sua construção para tensões de no máximo 15KV Gás SF6: (hexafluoreto de enxofre) Devido ao alto poder isolante, os disjuntores a gás apresentam melhor comportamento em qualquer tipo de interrupção, e tendem a dominar o mercado para tensões de 15 a 750KV. 118 Disjuntores a óleo Grande volume de óleo: diz-se que um disjuntor é de grande volume de óleo quando o óleo é utilizado para isolar as peças sob tensão com relação à massa e serve como agente regenerador do espaço entre os contatos. Nestes disjuntores, o corte da corrente se realiza no interior de um depósito fechado e cheio de óleo isolante, semelhante ao empregado nos transformadores. A cuba de óleo é, em geral, de prancha de aço cilíndrica, inteiramente cheia de óleo,ficando um espaço entre o nível de óleo e a tampa que atua como amortecedor. Esses disjuntores são normalmente de dupla ruptura, onde uma base dispõe de uma travessa móvel que suporta uma vareta em cada extremidade (contatos móveis), que fará conexão com os contatos fixos ligados aos passadores (buchas), fixados na tampa da cuba. 01. Tomada de corrente 02. Câmara de expansão 03. Flange 04. Caixa de conexões 05. TC 06. Junta de vedação 07. Isolante 08. Câmara de extinção 09. Registro 10. Registro 11. Suporte de contato móvel 12. Contato móvel 13. Contato fixo 14. Haste de acionamento 15. Guia de contato 16. Registro 17. Indicador de nível 18. Válvula de segurança 19. Tampa 20. Biela de acionamento 21. Junta 22. Caixa de acionamento 14 15 16 7 8 119 Câmara de extinção Nessas câmaras de extinção, o arco produz uma formação muito intensa de gases pelos quais o óleo não pode escapar devido à parede da câmara que rodeia o ponto de ruptura, onde são produzidos fortes turbilhamentos que lançam o óleo à pressão sobre o arco contribuindo dessa forma para o esfriamento do mesmo e sua rápida extinção. São numerosas as disposições construtivas utilizadas para estas câmaras, e em todas se pretende conseguir a extinção do arco a cada instante da passagem da corrente por 0 (zero), utilizando mediante engenhosos dispositivos, a própria energia liberada pelo arco para obter uma rápida extinção. Legenda I. Disjuntor fechado II. Disjuntor em abertura A. Câmara superior B. Câmara inferior 1. Contato fixo 2. Contato móvel 3. Contato de arco 4. Tabulação do canal anular 120 Disjuntor de pequeno volume de óleo Um disjuntor é dito a pequeno volume de óleo quando o óleo não é utilizado para isolar as peças sob tensão com relação à massa, mas serve unicamente como agente regenerador do espaço entre os contatos e não necessita de uma grande quantidade de óleo; basta o suficiente para suportar um número dado de extinções sem deterioração sensível do mesmo. Esse disjuntor comporta um elemento separado para cada fase ou pólo, que se constitui de dois isoladores, suportando: − Um contato fixo, a câmara de extinção e uma das tomadas de corrente; − Um contato móvel e a tomada ou terminal de corrente correspondente; o contato móvel é ligado ao mecanismo de manobra por biela isolante. As vantagens dos disjuntores com pequeno volume de óleo são: − Pequena quantidade de óleo; − Facilidade de manutenção; − Tamanho reduzido; Câmara de Extinção O arco se desenrola nos gases comprimidos que, posteriormente, se refrigeram o suficiente para desionizar e impedir desta forma a corrente quando passa pelo seu valor nulo. Esses gases comprimidos são produzidos pelo mesmo arco, que são produtos da decomposição do óleo devido ao efeito do calor produzido nas proximidades do arco. 121 Qualquer que seja a disposição que se utilize para extinguir o arco, os disjuntores de pequeno volume de óleo têm uma qualidade fundamental: são auto-reguladores, isto é, quanto maior for a corrente que vai cortar, maior é a quantidade de gases produzida, e portanto, mais energética é a ação extintora desses gases. Nas câmaras de extinção, o sopro do arco pode ser longitudinal e transversal. Câmara transversal Câmara axial A grande limitação dos disjuntores a óleo está na sua característica lenta na abertura, cerca de 3 a 4 ciclos, quando comparados com os disjuntores a ar comprimido, cujo tempo de abertura e de 1,5 a 2 ciclos. 122 Disjuntor de pequeno volume de óleo de sopro misto Nos disjuntores providos destas câmaras e a partir do contato fixo se situam primeiro as câmaras de sopro transversal, depois as de sopro longitudinal. Contatos Para qualquer tipo de disjuntor os contatos devem oferecer uma resistência muito baixa a passagem da corrente elétrica, garantindo assim uma boa continuidade do circuito elétrico e evitando aquecimento interno. 1 - NÍVEL DE ÓLEO 2 - CONTATO FIXO 3 - COBERTURA ISOLANTE 4 - CONTATO MÓVEL 5 - CONTATO DESLIZANTE MÓVEL 123 Os contatos normalmente são de cobre, recobertos por uma camada de prata, e para que não sofram desgaste com o arco elétrico, os mesmos possuem pontas ou saliências de material de alto ponto de fusão, normalmente tungstênio. Ponta do contato móvel (Tungstênio) Novo Desgastado 124 Disjuntores de hexafluoreto de enxofre sf6 Generalidades Em vista do aumento constante da potência dos sistemas, houve a necessidade de melhorar as características de ruptura de seus disjuntores, a fim de protegê-los das elevadas potências de curto-circuito a que estão expostos. Os disjuntores de grande ou pequeno volume de óleo e os pneumáticos possuem suas vantagens e desvantagens, que estão determinadas pela natureza do fluido extintor. Os disjuntores de sf6 possuem as vantagens dos anteriores e, ao mesmo tempo, não têm nenhum de seus inconvenientes. Características do Gás Hexafluoreto de Enxofre (SF6) O gás é incolor, inodoro, não tóxico e não inflamável. É um dos compostos químicos mais estáveis e também um dos gases mais pesados. Seu coeficiente de transmissão de calor é 1,6 vezes maior que o ar a uma pressão de 2 kgf/cm2. Esta é uma propriedade interessante, pois facilita uma rápida dissipação do calor e reduz, desta maneira, o aumento de temperatura do equipamento. À temperatura do arco elétrico, o sf6 se decompõe em fluoreto de enxofre inferior, porém o grau de decomposição é muito pequeno. A maioria dos produtos resultantes de decomposição, se combinam imediatamente para formar novamente o hexafluoreto de enxofre, fazendo com que o mesmo permanece intacto depois de várias manobras. O SF6 tem excelentes propriedades dielétricas e seu grande poder de extinção do arco elétrico é estimado em 10 vezes melhor que o ar quando comparado na mesma pressão. Vantagens do SF6 Resumindo, o uso do SF6 para interrupção de arcos elétricos apresenta as seguintes vantagens: − Uma constante de tempo, da coluna do arco, muito pequena (rápida extinção do arco); − Alta rigidez dielétrica; − Uma rápida recuperação do poder isolante depois da extinção do arco; − Muito alta capacidade de ruptura. 125 Os disjuntores SF6 operam em circuitos fechados. Esta construção possui algumas vantagens indiscutíveis, tais como: − Ausência completa de chamas; − Redução do ruído de ruptura; − Sua construção hermética e a pressão interna, eliminam a possibilidade de entrada de ar úmido no disjuntor. Câmara de Extinção Os primeiros disjuntores a SF6 utilizavam um jato de SF6 a alta pressão para extinção do arco elétrico, semelhante aos disjuntores pneumáticos. Este método tornou-se inviável, pois o SF6 se liqüefaz a 10°C a uma pressão de 16 BAR, necessitando de resistências de aquecimento no reservatório de alta pressão. Como solução, os fabricantes adotaram a câmara de extinção com pistão insuflador. Neste tipo de disjuntor a pressão de serviço é 3 a 6 BAR, e no momento da abertura o pistão insuflador é movido contra o pistão fixo (contato fixo), elevando assim a pressão de 2 a 6 vezes a pressão normal de serviço na câmara de ruptura. 0 SF6 a alta pressão flui pelos orifícios dos contatos, forma de sopro axial, para o reservatório de pressão inferior. Obs.: Quando submetido a intenso arco elétricoo SF6 se decompõe formando um pó branco tóxico composto de Enxofre (S) Flúor (F), Cobre (Cu), Níquel (Ni), Tungstênio (W) e ácido fluorídrico. A presença deste produto nos equipamentos é facilmente detectada quando da abertura para manutenção, pois exalam um forte cheiro de ovo podre, mesmo à distâncias que não colocam em risco as pessoas. 126 Disjuntores pneumáticos Sopro de ar comprimido Um disjuntor é dito a sopro de ar comprimido quando o ar é utilizado sob forma de jato, a grande velocidade, como agente regenerador do espaço entre os contatos, sendo o isolamento à massa realizada por isolantes sólidos. O princípio de corte por sopro de ar consiste em enviar uma forte corrente de ar ao centro do arco, desionizando-o e extinguindo-o. O corte do arco por ar comprimido pode ser utilizado para todas as tensões e para todas as capacidades de ruptura, tanto para disjuntores de montagem interna como externa. Tais disjuntores comportam um elemento separado por fase, acoplado a mecanismos de comando único. Sistema elementar Vantagens As vantagens do disjuntor a ar comprimido são as seguintes: − melhor comportamento em qualquer tipo de interrupção; − não há risco de incêndio por não conter óleo; Desvantagens − custo inicial muito alto; − só executa as operações de fechamento e abertura se existir ar comprimido; − obter o ar sempre seco e limpo; − alto nível de ruído. Arco Elétrico CONTATO CONTATO Jato de Ar Comprimido 127 Câmara de extinção 1. Contato fixo 2. Contato móvel (pistão) a- Válvula de exaustão do contato fixo b- Válvula de exaustão do contato móvel c- Válvula de fechamento d- Válvula de abertura 128 Funcionamento Fechamento 1. Fecha a válvula d, retirando a alimentação de ar na câmara de ruptura; 2. Abre as válvulas a e b de exaustão, aliviando a pressão de ar na câmara; 3. Abre a válvula c, alimentando o pistão no sentido de fechamento; 4. Após o fechamento dos contatos, fecha as válvulas de exaustão a e b. Abertura 1. Fecha a válvula c, retirando a alimentação de ar do pistão no sentido de fechamento; 2. Abre as válvulas a e b de exaustão para extinção do arco; 3. Abre a válvula d, alimentando o pistão no sentido de abertura; 4. Após a abertura dos contatos, fecha as válvulas de exaustão a e b. Obs.: Quando o disjuntor estiver aberto a válvula de abertura d é mantida aberta para manter a câmara pressurizada, garantindo a isolação entre o contato fixo e móvel. Caso haja uma queda de pressão na câmara de extinção do disjuntor, o mesmo fecha-se automaticamente, evitando assim uma abertura de arco na câmara de extinção, provocada pela perda de isolação. 129 DISJUNTOR DE MÚLTIPLA RUPTURA Para garantir a perfeita isolação entre contatos em um disjuntor de extra alta tensão é necessária uma distância relativamente grande entre ambos. Esta distância é proporcional à diferença de potencial. Sabemos que a eficiência de um disjuntor depende diretamente da velocidade de deslocamento do contato móvel, e que, quanto maior a distância de deslocamento maior é o seu impacto com as partes fixas. Isto inviabiliza a construção de disjuntores de extra alta tensão com uma única câmara de ruptura. Exemplo: Disjuntor PK6A da Delle Alsthon P = pneumatique (pneumático) K = kilometrique (quilométrico) 6 = 6 câmaras de ruptura A = indica que o disjuntor só possui capacitores em paralelo com os contatos C1 = capacitores de 1000 pF C = capacitores de 800 pF CONTATO FIXO CONTATO MÓVEL 130 A solução encontrada para os problemas anteriores é a divisão da câmara, formando o que chamamos de múltipla ruptura. Nestes disjuntores o arco se extingue em várias câmaras elevando o seu poder de ruptura. Para isto é necessário que a tensão seja distribuída uniformemente entre as câmaras. Isto é conseguido com a instalação de capacitores em paralelo aos contatos principais. O comportamento de um disjuntor durante uma manobra depende das características do circuito no qual ele está inserido. Para circuitos indutivos, especialmente na manobra de reatores, os problemas apresentam-se mais complicados na abertura, pois surgem elevadas sobretensões nas câmaras e no sistema elétrico. Os disjuntores de reatores possuem uma resistência de pré inserção na abertura, instaladas em paralelo com os contatos principais. Exemplo: Disjuntor PK6B da Delle Alsthon Vnom = 460 kV C = Capacitor Cp = Contato principal CA = Contato auxiliar R = Resistor de pré inserção na abertura (1600Ω) Para uma manobra de fechamento o disjuntor simplesmente fecha o contato principal CP. Para uma manobra de abertura ele executa as seguintes operações: a - fecha CA; b - abre Cp; c - abre CA. 131 Para os circuitos capacitivos, linhas de transmissão sem carga, os disjuntores necessitam de resistências de pré inserção no fechamento, pois as cargas capacitivas comportam-se de maneira contrária às cargas indutivas. Exemplo: Disjuntor PK6D da Delle Alsthon - Vnom = 460 kV CP = Contato principal C = Capacitores CF = Contato auxiliar R = Resistor de pré inserção no fechamento ≅ 800Ω Funcionamento Para um fechamento: a - fecha CF; b - fecha Cp; c - abre CF. Para abertura abre CP. Os disjuntores de acoplamento de barras ou de transferência que podem substituir outros disjuntores, são providos de resistências de inserção na abertura e no fechamento, e denominados pela Delle Alsthon de PK6C. 132 Sistema de acionamento por mola Este é o sistema mais utilizado nos disjuntores de baixa tensão, e consiste em fechar os contatos pela ação de molas. Fechamento Dá-se por meio de uma mola de fechamento previamente tensionada, que, ao ser destravada, desloca rapidamente o contato para posição fechada, ficando este travado nesta posição. Nesta operação, a mola de abertura é carregada (mecanicamente). O disparo da abertura se dá soltando a trava do mecanismo, que libera a mola de abertura. Como se pode notar, para que o disjuntor se feche, é necessário o prévio carregamento da mola de fechamento. Em disjuntores com comando manual, tanto o carregamento da mola como os dispositivos que destravam as molas são feitos manualmente através de manivelas ou alavancas. Além do comando mecânico, existem dispositivos elétricos, tais como motor e bobinas que comandam as operações de carregamento e liberação das travas. Estando o disjuntor fechado e a mola de fechamento carregada, o disjuntor é capaz de fazer imediatamente três operações: ABRE - FECHA - ABRE Após estas três operações, para se conseguir novo fechamento é necessário esperar o carregamento da mola de fechamento. 133 Sistema de acionamento por ar comprimido O ar comprimido é produzido por compressores individuais instalados em cada disjuntor ou por uma central única alimentando todos os disjuntores. O mecanismo de operação dos disjuntores é constituído de: − Um armário de controle contendo os componentes; − Reservatório de ar comprimido; − Compressor de ar comprimido + reservatório. Funcionamento a. Fechamento por ar e abertura por mola: o compressor alimenta um cilindro de ar a uma certa pressão. Com o impulso de fechamento, é liberado e comprimido um êmbolo e a energia do sistema é utilizada para movimentar os contatos móveis. A abertura é realizada por molas carregadas durante o fechamento. A grande vantagem deste tipo de acionamento é a elevada quantidadede energia, que é obtida com altas pressões de ar, permitindo grandes velocidades para abertura e uma série de religamentos. 134 b. Fechamento e abertura por ar comprimido: esses disjuntores, normalmente, são acionados por pistões e estes ficam submetidos à pressão do ar em suas extremidades. Os movimentos de abertura ou fechamento são resultantes da eliminação temporária da pressão sobre uma das duas extremidades. Funcionamento Para uma abertura Um impulso elétrico sobre uma eletroválvula provoca a abertura de uma válvula-piloto, pondo em movimento um pistão que comanda os movimentos das hastes de acionamento do pistão de movimento dos contatos. Com o movimento dessas hastes será aliviada a pressão de uma das extremidades desse pistão, estabelecendo assim uma diferença de pressão e conseqüente movimento no sentido de abrir o disjuntor. Para um fechamento Os elementos do comando de fechamento são idênticos aos de abertura e funcionam da mesma maneira. Contudo, as válvulas de fechamento aliviam a pressão na fase oposta do pistão (com relação à abertura), provocando dessa maneira o fechamento dos contatos. 135 Acionamento hidráulico O acionamento hidráulico de disjuntores é realizado com óleo sob pressão, e um reservatório de ar, normalmente nitrogênio, separados por um pistão que mantém a pressão do óleo através da expansão do nitrogênio. O sistema trabalha com uma pressão aproximada de 300 BAR, o que permite armazenar grandes quantidades de energia e a utilização de pistões que apesar de possuírem pequeno diâmetro desenvolvem uma grande força. A regulagem dos tempos de abertura e fechamento são obtidos através dos orifícios das válvulas que não apresentam desgaste e em conseqüência não desregulam. Por ser armazenado a alta pressão o sistema de acionamento hidráulico apresenta como vantagens: a) Realizar diversas manobras sem a necessidade de recarga; b) Ausência de ruído nas manobras. Funcionamento Exemplo: Comando hidráulico Tipo CH4 (disjuntor Delle alsthon da S.E. Vicente de Carvalho). O disjuntor estando em posição "fechado'', a pressão do circuito hidráulico em alta pressão está atuando na face "F" do pistão dos macacos (8) (ver representação na figura). Abertura A emissão de tensão simultânea nas três bobinas dos eletroimã de abertura (1, 2 e 3), inverte o sentido do fluxo hidráulico nos três inversores (5) e a alta pressão do circuito hidráulico age na face "O" do pistão dos macacos (8), provocando a abertura do disjuntor. O óleo expulso dos macacos (8) pelo movimento do seu pistão, retorna sob pressão reduzida para o reservatório (10), através das válvulas (9). Completada a manobra, os inversores (5) conservam sua posição e a face "O" do pistão dos macacos (8), permanece sob alta pressão. Ao curso desta operação, a posição dos contatos dos interruptores auxiliares (11, 12 e 13), é invertida. 136 Fechamento A emissão de tensão na bobina do eletroimã de fechamento age simultaneamente nas três válvulas intermediárias que, consequentemente, acionam os inversores (5) de maneira inversa a da manobra de abertura. No estado de repouso (disjuntor fechado ou aberto), o redutor (14) assegura, sob uma pressão reduzida, o preenchimento permanente dos condutos de ordens dos macacos não submetidos à alta pressão. As válvulas (9) (limitadoras de pressão), permitem ao redutor (14), o preenchimento dos condutos de ordens sem debitar o óleo do reservatório (l0) e evitam que os mesmos não sejam submetidos a sobre-pressão anormal. 1. Eletroimã de abertura do polo A 2. Eletroimã de abertura do polo B 3. Eletroimã de abertura do polo C 4. Eletroimã de fechamento dos pólos A, B e C 5. Inversor do sentido do fluxo hidráulico 6. Acumulador de alta pressão 7. Garrafa-reservatório do acumulador 8. Macaco de um polo 9. Válvula de baixa pressão (limitador de pressão) 10.Reservatório de óleo 11.Interruptor auxiliar de ordens elétricas do polo A 12.Interruptor auxiliar de ordens elétricas do polo B 13.Interruptor auxiliar de ordens elétricas do polo C 14.Redutor 15.Válvula de segurança 16.Bomba a alta pressão 17.Contato elétrico à pressão 18.Motor da bomba 19.Contato do motor da bomba 20.Contato de parada da bomba 21.Contato de entrada da bomba 22.Contato de bloqueio de fechamento 23.Contato de bloqueio de abertura 24.Contato de abertura automática (com borne interruptível) 25.Borne interruptível 137 9 10 138 QUESTIONÁRIO - DISJUNTORES 1. O que é disjuntor? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2. Quais as principais características de um disjuntor? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3. O que é tensão nominal? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4. O que é corrente nominal? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 5. Como se dá a formação de arco elétrico nos disjuntores? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 6. Quais são os meios de extinção do arco elétrico? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 139 7. Quando um disjuntor é dito a volume de óleo reduzido? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 8. Quais são as vantagens dos disjuntores a pequeno volume de óleo? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 9. Como e feito o sistema de acionamento por molas? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________10. Quantas e quais operações podemos fazer se o disjuntor estiver fechado e com mola de fechamento carregada? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 11. Quais são as características principais do gás SF6? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 12. Quais são as vantagens do disjuntor a gás SF6? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 140 TRANSFORMADORES Definição É um equipamento destinado a elevar ou abaixar a tensão sem alterar a potência passante. Principais Elementos de um Transformador N1 - Enrolamento primário: recebe corrente, portanto está conectado à fonte. N2 - Enrolamento secundário: fornece corrente, portanto está conectado à carga. c - Circuito magnético: onde são montados os enrolamentos primário e secundário. 72 73 Classificação dos transformadores (Associação Americana de Normas - ANSI) a) Transformadores de tensão constante, de potência ou trafos de força: são aqueles utilizados no sistema de transmissão de energia, trafos de grande potência. b) Transformadores de distribuição: são destinados a alimentar diretamente os consumidores geralmente de potência e tensão menores que os de transmissão. c) Transformadores de medidas ou instrumentos: TP - Transformador de Potencial ou Tensão TC - Transformador de Corrente d) Autotrafos: são transformadores que possuem um único enrolamento, sendo que parte deste serve ao mesmo tempo para o primário e o secundário. São utilizados geralmente onde a relação de transformação não é muito grande, ex: 440/138kV, 440/230kV, 138/69kV, etc. 74 e) Trafos de aterramento: são utilizados para criar um ponto neutro num sistema eletricamente isolado. Ex.: Transformador de aterramento da SE Ilha Solteira - 138 kV Constituição dos órgão magnéticos dos transformadores Núcleo - deve favorecer o fluxo magnético, oferecendo pouca dificuldade à sua circulação. O núcleo é construído com chapas de aço silício de aproximadamente 0,3 mm isoladas entre si por uma camada de óxido ou verniz. Esta construção é necessária para reduzir o valor da corrente de Foucault (corrente parasita). Formatos dos núcleos: a. Tiras b. Chapas em forma de E e I 75 Obs: Os formatos b e c são os mais usados. Constituição dos Órgãos Elétricos dos Transformadores Bobinas: feitas geralmente de fio de cobre esmaltado ou isolados com papel, podendo também ser usado fio de alumínio. Entretanto, o alumínio não é bem aceito pelo mercado, devido à dificuldade de boa soldagem com outros materiais, e sua baixa resistência mecânica. c. Em forma de F e F d. Forma TOROIDAL (anel) 76 Tomadas de Corrente (Passadores ) As tomadas de corrente (buchas ou passadores) são os bornes pelos quais se encontram conectados os terminais de entrada e de saída dos bobinados. Quando o transformador está introduzido em uma cuba de ferro, que é o caso mais geral, na tampa ou nas laterais devem possuir passadores isolantes, em cujo interior estão localizados os terminais do transformador. Estes isoladores têm diversas formas construtivas que dependem da tensão e da pressão do óleo que devem suportar, da corrente de serviço e da possibilidade do transformador destinar-se a uma montagem externa ou interna. Para tensões até 30kV, são empregados passadores de porcelana de um só corpo, lisos no interior e com campana no exterior. Para as tensões entre 30 e 138 kV, são empregados geralmente passadores de porcelana de tubos concêntricos para assegurar a homogeneidade, reduzindo, ao mesmo tempo, as paredes individuais. Outras vezes, para mesma margem de tensão, utilizam-se passadores de porcelana, ocos e repletos de óleo ou de pasta compound, com o objetivo de diminuir o campo elétrico nos pontos mais perigosos, perto do condutor, sendo que estas substâncias possuem mais rigidez dielétrica que a porcelana. 77 Para tensões até 440kV, são utilizados passadores de porcelana, cujo interior é constituído por um grupo de cilindros isolantes, concêntricos, de pequena espessura, que contêm armaduras metálicas para fazer uma divisão do campo elétrico. 1. cilindros isolantes 2. indicador de nível de óleo 3. conexão de rede 4. câmara de vidro 5. isolador de porcelana 6. junta metálica de fixação 7. condutor 78 Para tensões até 750kV, são utilizados passadores cuja constituição baseia-se num corpo isolante de papel baquelitizado. No isolamento são inseridas armaduras semicondutoras , de forma que se forme uma série de capacitores cilíndricos e coaxiais que repartem convenientemente a tensão entre o tubo de cobre e uma junta de fixação introduzida no corpo isolante. Uma envoltura exterior de porcelana protege o corpo isolante das influências atmosféricas. Atualmente estão sendo muito utilizadas buchas de porcenala oca com gás SF6 em seu interior. 01. corpos de papel 02. tubo metálico 03. junta de fixação 04. isolador exterior de porcelana 05. juntas de união 06. cobertura 07. junta de dilatação 08. papel fenoplástico 09. ponto de desgaseificação 10. borne de medida 79 Cuba dos transformadores A cuba do transformador, além de ser o recipiente que contém as partes ativas (enrolamento), isoladores e óleo, é o elemento que transmite para o ar ambiente o calor produzido pelas perdas. A cuba apresenta-se de várias formas: a) redonda b) oval c) retangular De acordo com a quantidade de calor que deve ser liberada, os transformadores têm a cuba lisa, nervurada ou equipada com radiadores. Os radiadores podem ser tubulares ou em forma de câmara plana. 80 Transformadores Auto-resfriados O resfriamento faz-se pela circulação natural do óleo que, ao atravessar os canais de resfriamento previstos nas bobinas e no núcleo, arrasta o calor, levando-o até a superfície de dissipação, de onde é retirado graças à ação natural de resfriamento do ar. Quando o óleo se aquece nos canais, baixa o seu peso específico e forma-se uma corrente de óleo que força o óleo que está na parte de cima do tanque a descer ao longo das paredes da caixa, relativamente frias, ou a penetrar nos tubos, ou ainda nos radiadores, onde então se resfria e desce para o fundo do tanque, a fim de renovar o mesmo ciclo de deslocamento. Este movimento do óleo no interior do transformador é chamado de termossifonagem. Transformador auto-resfriado 81 Transformadores a óleo, com resfriamento por ventilação forçada É aquele no qual o núcleo e as bobinas acham-se imersos em óleo, ativando-se o resfriamento com ar jogado contra as superfícies resfriadoras. Sopra-se ar sobre as faces externas de resfriamento, tais como
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