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Trabalho de contratos.docx 1

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Faculdade DOis de Julho
Alex souza dos santos
Direito Civil III - Contratos
Salvador
2014
Alex souza dos santos
Direito Civil III - Contratos
Para Trabalho apresentado ao Curso de Direito – Faculdade Dois de Julho, a disciplina : Direito Civil III; sob a orientação da Prof.Simone Mendeiros.
Salvador
2014
SUMÁRIO
1 Conceito de Boa-Fé......................................................................................03
1.1 conceito nº 1................................................................................................03
1.2 conceito nº 2................................................................................................03
1.3 conceito nº 3................................................................................................03
2 Princípio de Boa-Fé......................................................................................06
2.1 princípio nº 1................................................................................................03
2.2 princípio nº 2................................................................................................03
2.3 princípio nº 3................................................................................................03
3 Função triplice da Boa-Fé............................................................................10
3.1 Interpretativa nº 1.........................................................................................03
3.2 Controladora nº 2.........................................................................................03
3.3 Integrativa nº 3.........................................................................................03
4 Figuras Parcelares.........................................................................................25
4.1 "venine contra factum propuim"....................................................................26
4.2 "Supressio"...................................................................................................27
4.3 "Surretio".......................................................................................................28
4.4 "Tu quoque"..................................................................................................29
4.5 "Duty to mitigate the loss"……………………………………………………….30
4.6 Adimplemento Substancial...........................................................................31
5 Refêrencias....................................................................................................32
Conceito de boa-fé
Visão (Carlos Roberto Gonçalves)
“O princípio da boa-fé se biparte em boa-fé subjetiva, também chamada de concepção psicológica da boa-fé, e boa-fé objetiva, taambém denominada concepção da boa-fé.” (Carlos Roberto Gonçalves, 2011, P.55).
Como destacado em Carlos Roberto Gonçalves (2011) é a objetiva, que proporciona uma norma jurídica sustentada em um princípio genérico do direito, segundo o qual todos devem emanar de boa-fé nas suas relações sinalagmática.
Visão (Stolze; Pamplona).
De acordo com Stolze; Pamplona (2010), dito instituo se divide em boa-fé objetiva e subjetiva, e antes de aprofundados os estudos são necessários que destacassem cada uma de suas modalidades. O estado subjetivo, surgi do reconhecimento da ignorância do agente a respeito de determinada circunstancia como ocorre na hipótese do possuidor de boa-fé que desconhece o vício que deriva a da sua posse.
Distingue-se, portanto, da boa-fé, a qual, tendo natureza de princípio jurídico – delineado em conceito jurídico interinado -, consiste em uma verdadeira regra de comportamento, de fundo ético e exigibilidade jurídica. (Stolze; p. 101).
Visão 
Miguel Reale, em A Boa-fé no Código Civil (2003, p. 3-4), registrou que “a boa-fé apresenta dupla faceta, a boa-fé objetiva e a subjetiva”. A subjetiva, relativa ao sujeito, indivíduo, “corresponde, fundamentalmente, a uma atitude psicológica, isto é, uma decisão da vontade, denotando convencimento individual da parte de obrar em conformidade com o direito”; é aplicável especialmente no direito das coisas – fala-se, por exemplo, em “possuidor de boa-fé” (Gomes, 2007, p. 43).
Esse eminente jurista, no mesmo estudo (Reale, 2003, p. 4), definiu boa-fé objetiva in verbis: “A boa-fé objetiva apresenta-se como uma exigência de lealdade, modelo objetivo de conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever que cada pessoa ajuste a própria conduta a esse arquétipo, obrando como obraria uma pessoa honesta, proba e leal. Tal conduta impõe diretrizes ao agir no tráfico negocial, devendo-se ter em conta, como lembra Judith Martins Costa, ‘a consideração para com os interesses do alter, visto como membro do conjunto social que é juridicamente tutelado’. Desse ponto de vista, podemos afirmar que a boa-fé objetiva, é assim entendida como noção sinônima de ‘honestidade pública’.”
Nelson Rosenvald (2009, p. 458) conceitua: “Há que salientar que existem duas acepções de boa-fé, uma subjetiva e outra objetiva”. O princípio da boa-fé objetiva – circunscrito ao campo do direito das obrigações – é o objeto de nosso enfoque. Compreende ele um modelo de conduta social, verdadeiro standard jurídico ou regra de conduta, caracterizado por uma atuação de acordo com determinados padrões sociais de lisura, honestidade e correção de modo a não frustrar a legítima confiança da outra parte. [...]
http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11379 
2.0 Princípio de Boa-Fé (Carlos Roberto Gonçalves).
2.1 O princípio de boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratattivas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato. Guarda relação como o princípio de direito segundo o qual ninguem pode beneficiar-se da própria torpeza. Recomenda ao quem alega. Deve este, ao julgar demanda na qual se disculta a relação contratual, dar por pressuposta a boa-fé objetiva, que impõe ao contratante um padrão de conduta, de agir com retidão, ou seja, com probidade, honestidade e lealdade, nos moldes do homem comum, atendidas as peculiaridades dos usos e costumes do lugar.
A regra da boa-fé como já dito, é uma claúsula geral para a aplicação do direito obrigacional, que permite a solução do caso levando em consideração fatores metajuridicos e principios juridicos gerais. O novo sistema civil implantando no pais fornece ao juiz um novo instrumental, diferente do que existia no ordenamento revogado, que privilegiava os princípios da autonomia da vontade e da obrigatoriedade dos contratos, seguindo uma diretriz individulista.
De acordo com gonçalves (2011), a boa-fé pode ser compreendida com a integridade de atuar, em sua maneira rigorossa de cumprir todos os deveres, que são imputados a pessoa. Ficando o juiz obrigado a aplicar no julgamento das relações obrigacionais as cláusulas gerais de boa-fé objetiva, o fim social do crontrato e a ordem pública.
2.2 Princípio de Boa-Fé 
A boa-fé é um importante princípio jurídico, que serve também como fundamento para a manutenção do ato viciado por alguma irregularidade. A boa-fé é um elemento externo ao ato, na medida em que se encontra no pensamento do agente, na intenção com a qual ele fez ou deixou de fazer alguma coisa. Na prática, é impossível definir o pensamento, mas é possível aferir a boa ou má-fé, pelas circunstâncias do caso concreto. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/297765/principio-da-boa-fe 
2.3 Princípio de Boa-Fé (venosa).
[...] Agir de forma correta, eticamente aceita, antes, durante e depois do contrato, isso porque, mesmo após o cumprimento de um contrato, podem sobrar-lhes efeitos residuais. (venosa p. 362)
Na análise do princípio da boa-fé dos contratantes, devem ser examinadas as condições em que o contrato foi firmado, o nívelsociocultural dos contratantes, o momento histórtico e econômico. É ponto da interpretação da vontade contratual. (venosa p. 362).
Sílvio de Salvo Venosa expressa: “ A boa-fé objetiva, por outro lado, tem compreensão diversa. O intérprete parte de um padrão de conduta comum, do homem médio, naquele caso concreto, levando em consideração os aspectos sociais envolvidos. Desse modo, a boa-fé objetiva se traduz de forma mais perceptível como uma regra de conduta, um dever de agir de acordo com determinados padrões sociais estabelecidos e reconhecidos”. P.363
3.0 Função Triplice da Boa-Fé
3.1 Interpretação
3.1.1 Carlos Roberto Gonçalves
Toda manifestação de vontade necessita de interpretação para que se saiba o seu significado e alcance. O contrato origina-se de ato volitivo e por isso requer sempre uma interpretação. (direta)
De acordo com golçaves (2011), nem sempre o contrato incidi a exata vontade das partes, existe casos em que as redações são vagas e em seu contexto incerto, apesar do cuidado com a clareza e precisão demosntrada pelas partes, diante das complexidades do negocio juridico em suas caracteristicas próprias. Nestes casos não se deve apenas observar a Lei, também o caso concreto em seu sentito geral. (indireta)
A interpretação contratural é declaratoria quando tem como único escopo a descoberta da intenção comum dos contratantes no momento da celebração do contrato; e cpmstrutiva ou ingrativa, quando objetiva o aproventamento mediante o suprimento das lacunas e pontos omissos deixados pelas partes. (direta)
3.1.2 Stolze
A função interpretativa é, de todas, a mais conhecida por nossa doutrina. O aplicador do direito tem, na boa-fé objetiva, um referencial hermenêutico dos mais seguros, para que possa extrair da norma, objeto de sua investigação, o sentido moralmente mais recomendável e socialmente mais útil. (Stolze, p. 105). [...] Na mesma linha, a boa-fé serve ainda como suporte de colmatação para orientar o magistrado em caso de integração de lacunas. (Stolze, p. 106).
Art. 113. Os negócios Jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
3.1.3 - A função interpretativa da boa-fé objetiva indica a forma como o intérprete irá pautar-se para buscar o sentido adequado de examinar-se o conteúdo contratual fundado na observância da boa-fé nas relações jurídicas contratuais. A boa-fé objetiva apresenta-se assim como cânone interpretativo, como referencial hermenêutico, pautado no paradigma da eticidade, que na teoria dos negócios jurídicos, possui papel essencial, na contemporaneidade.
[...] Destarte, a boa-fé servirá como parâmetro objetivo para orientar o julgador na eleição das condutas que guardem adequação com o acordado pelas partes, com correlação objetiva entre meios e fins. O juiz terá que se portar como um "homem de seu meio e tempo" para buscar o agir de uma pessoa de bem como forma de valoração das relações sociais. (FARIAS; ROSENVALD, 2008, p.20).
http://jus.com.br/artigos/20862/lineamentos-do-principio-da-boa-fe-objetiva-no-direito-contratual-contemporaneo#ixzz3WqZ3j0mI
3.2 Controladora
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Para se avaliar o abuso do direito, a boa-fé objetiva será, pois, um dos parâmetros a ser observado. É a partir dessa premissa que surge a função de controle da boa-fé objetiva. Em outras palavras, a função de controle irá limitar o exercício de direitos subjetivos ou potestativos. Sob o enfoque dessa análise, surgiram várias figuras no direito estrangeiro que gradualmente vem se integrando ao direito pátrio como manifestação da função de controle da boa-fé objetiva. Podemos citar como principais manifestações a teoria dos atos próprios (venire contra factum proprium), o tu quoque, o inadimplemento mínimo e o verwirkung, gênero do qual são espécies a suppressio e a surrectio.
3.2.1 A função de controle da boa-fé objetiva impõe limites ao exercício abusivo do direito subjetivo dos contratantes, para determinar até onde o mesmo é legítimo ou não, e, desta forma, obter o merecimento do ordenamento jurídico.
Nesse escopo, a referida função implica em limitação de direitos subjetivos das partes (MARTINS-COSTA, 2000, p.382-409; AGUIAR JÚNIOR, 1995, p.24), as quais devem, necessariamente, observar os preceitos estabelecidos pela boa-fé objetiva no entabulamento dos negócios jurídicos, no intuito de que o contrato possa cumprir sua função social. A boa-fé objetiva caracteriza-se, assim, como "máxima de conduta ético-jurídica" (FARIAS; ROSENVALD, 2007b, p.65), que visa a coibir o abuso de direito subjetivo, qualificado pelo ordenamento jurídico como ato ilícito, conforme previsão legal do artigo 187 do Código Civil de 2002, de modo a garantir o adimplemento contratual.
Imprescindível salientar que "a boa-fé está diretamente relacionada à teoria do abuso de direito nesta sua função de limitar ou mesmo impedir o exercício de direitos que emergem da relação contratual." (NEGREIROS, 2006, p.140).
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/20862/lineamentos-do-principio-da-boa-fe-objetiva-no-direito-contratual-contemporaneo#ixzz3WqcBo2lr
3.2.2 Stolze
“Mas a boa-fé objetiva tem também a importante função criadora de deveres anexos ou de proteção”. (Stolze p.106).
De acordo com Stolze (2010), esta função tem como objetivo não liberar a direção nos aspectos que se identificam dentro do contrato, diante de acontecimentos de deveres de laldade e de confiança recíproca, a boa-fé não atual dentro dos deveres como mero figurante, sua função é de atuar com fundamento normativo. (p.106)
Quando se fala em deveres de lealdade e confiança recíproca, constuma-se denominá-los deveres gerais de uma relação contratual. Isso porque legaldade nada mais é do que a fidelidade aos compromissos assumidos, como respeito aos princípios e regras que norteiam a honra e a proibidade.(Stolze p.107)
3.2.3 Sílvio de Salvo Venosa[23]: 
“O fato de este Código Civil mencionar que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato nesse artigo sob epígrafe e a açular os contratantes a portar-se com probidade e boa-fé (art. 422) abre toda uma nova perspectiva no universo contratual, embora os princípios já fossem plenamente conhecidos no passado. Trata-se de aplicação moderna da nova dialética do Direito.” 
http://jus.com.br/artigos/23434/interpretacoes-da-funcao-social-do-contrato-e-um-contraponto#ixzz3WqXayEFe
3.3 Integrativa
3.3.1 Carlos Roberto Gonçalves
A integração contratual preenche, pois, as lacunas encontradas nos contratos, complementando-os por meio de normas supletivas, especialmente as que dizem respeito à sua função social, ao princípio da boa-fé, aos usos e costumes do local, bem como buscando encontrar a verdadeira intenção das partes, muitas vezes revelada nas entrelinhas. (direta)
3.3.2 Sílvio Venosa
De acordo com venosa, Se os contratantes, por exemplo, estipualrem determinado índice de correção monetária nos paramentos e esse índice é extinto, infere-se que outro índice próximo de correção deve ser aplicado, ainda que assim não esteja expresso que não haja injusto enriquecimento com a desvaloração da moeda. P634
[...] “Em todas essas situações sobreleva-se a atividade do juiz na aplicação do Direito ao caso concreto.” P.364 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
3.3.3 A função integrativa da boa-fé objetiva é fonte criadora de novos deveres especiais de conduta a serem observados pelas partes durante o vínculo obrigacional (NORONHA, 1994, p.157). São os chamados deveres anexos, instrumentais ou colaterais de conduta, que passam a ser observados em toda e qualquer relação jurídica obrigacional.
É através da função integrativa (ou criadora) que seirradiam os deveres anexos de conduta, impostos pela boa-fé objetiva, os quais afluem para todo o Direito Obrigacional, e, por conseguinte, para os demais ramos do Direito. O contrato passa a ser entendido como relação jurídica complexa e dinâmica (COUTO E SILVA, 1976, p.10-11; MARTINS-COSTA, 2000, p.382-409; MARQUES, 2006, p.217-218; NORONHA, 2007, p.75; FARIAS; ROSENVALD, 2007b, p.39-42), compreendido pela obrigação principal acrescida dos deveres anexos da boa-fé objetiva, os quais devem ser observados pelas partes, alterando-se, o vínculo obrigacional estático outrora existente, restrito ao campo da prestação.
Assim, o contrato não envolve, tão somente, a obrigação de prestar, mas, também, uma obrigação de conduta (MARQUES, 2006, p.218) dos contratantes visando a garantir o adimplemento da obrigação.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/20862/lineamentos-do-principio-da-boa-fe-objetiva-no-direito-contratual-contemporaneo#ixzz3Wqcd3sQZ
4.0 Figuras Parceladas
4.1 "venine contra factum propuim" (Carlos Roberto Gonçalves)
Protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição juridica em contradição com o comportamento assumido anteriormente.
A “teoria dos atos próprios”, ou a proibição de venire contra factum prorium “protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição jurídica em contradição com o comporatamento assumido anteriormente. Depois de criar uma certa expectativa, em razão de conduta seguraramente indicativa de determinado comportamento futuro há quebra de principios de lealdade e de confiança se viera ser praticado ato contrário ao previsto, com suipresa e prejuízo à contraparte”.
4.1.2 "venine contra factum propuim" (Stolze; Pamplona)
A primeira repercussão pragmática da aplicação do princípio da boa-fé objetiva reside na consagração da vedação do comportamento contraditório.
De acordo com Sltolze; Pamplona (2010), é quando nos casos concretos existe a vedação do comportamento contraditório, diante do ato de um mesma pessoa, as partes contratantes devem obter um comportamento coerente. A exemplo desta modalidade temos os artigos 973, CC-02; 330, CC-02; 175, CC-02.
4.1.3 venine contra factum propuim (venosa)
[...] Trata-se da circunstância de um sujeito de direito buscar favorecer-se em processo judicial, assumindo conduta que contradiz outra que a precede no tempo e assim constitui um proceder injusto e portanto inadmissível (Stiglitez, 1990:491). Venosa p 365
De acordo com venosa (2008), dito institudo avalia o comportamento contraditório, avaliado a conduta ilícita, observado o caso concreto e a potencialidade do dano, seu caráter é objetivo, bastar a avaliação do comportamento das partes.
De acordo com os autores, o venire contra factum proprium caracterizar-se-á sempre que ocorrer o exercício de uma posição jurídica em contradição com o comportamento anteriormente assumido pelo titular do direito invocado. Nessa hipótese, não restará amparado o direito subjetivo daquele que o invoca de modo contraditório a um comportamento anteriormente adotado.
4.2 "Supressio" (Carlos Roberto Gonçalves)
Um direito não exercido durante determinado lapso de tempo não poderá mais sê-lo, por contrairir a boa-fé.
De acordo com gonçalves, dito instituto é conceito correlato à boa-fé objetiva, tendo sua origem no direito comparado. Com sua principal função na esfera integrativa, preenchendo lacunas do contrato e trazendo deveres tácito as partes. Como assevera Ruy Rosado de Aguiar Junior “um direito não exercido durante determinado lapso de tempo não poderá mais sê-lo, por contrarirar a boa-fé. Enquanto a prescrição encobre a pretensão pela só fluência doi tempo, a suppressio exige, para ser reconhecida a demonstração de que o comportamento da parte era inadmissível, segundo o princípio da boa-fé”.
4.2 "Supressio" (Stolze; Pamplona)
De acordo com Sltolze; Pamplona (2010), consiste na perda (supressão) de um direito pela falata de seui exercício por razoável lapso temporal. Dito instituo é o oposto da prescrição. No suprressio, figurativamente existe a não manifestação do sujeito, através do silêncio, sendo omisso para o exercício de um direito.
O exmplo tradicional de suprressio é o uso de área comum por condômino em regime de exclusivifdade por período de tempo considerável, que implica a supressão da pretensão de conrança de aluguel pelo período de uso.
De acordo com Sltolze; Pamplona (2010), o princípio da boa-fé determina há subordinação da prescrição a pretensão, no que diz respeito unicamente ao seu prazo.
4.3 "Surretio" (Carlos Roberto Gonçalves)
É a outra face da suppressio. Acarreta o nascimento de um direito em razão da continuada prática de certos atos.
De acordo com gonçalves, é o oposto do supressio, pois constitui o nascimento de um direito, tonanando-se assim uma fonte de direito subjetivo, de forma continuada a prática de certo atos, a exemplo de uma duradora distribuição de lucros da sociedade comercial em desacordo com os estatutos pode gerar o direito de recebê-los do mesmo modo.
4.3.1 "Surretio" (Stolze; Pamplona)
De acordo com Sltolze; Pamplona (2010), dito instito é o oposto da modalida supressio,pois é o reflexo da perda de um direito pela falta de manifestação, obeservando a atuação de uma das partes, onde se configura o nascimento de um direito necessário.
De fato, se o credo aceitou, durante a execução do contrato, que o pagamento se desse em lugar diverso do convencionado, há tanto uma supressio do direito do credor de exigir o cumprimento do contrato, quanto uma surrectio do devedor de exigir que o contrato seja, agora cumprido no novo lugar tolerado.
4.4 "Tu quoque" (Carlos Roberto Gonçalves)
Proíbe que uma pessoa faça contra outra o que não faria contra si mesmo, consistindo em aplicação do mesmo princípio inspirador de exceptio non adimpleti contractus.
De acordo com Gonçalves, o suijeito que desacatar uma normal legal ou contratual, incidindo com isso determinada posição jurídica, não pode exigir do outro o adimplemento da norma que ele próprio já descumprira. Dito instituto veda que uma das partes faça contra o outro oque não faria contra si mesmo.
4.4.1 "Tu quoque" (Stolze; Pamplona)
A aplicação do Tu quoque se constata em situações em que se verifica um comportamento que, rompendo com o valor da confiança, surpeende uma das partes na relação negocial, colocando-a em situação de injusta desvantage.
Podemos utilizar como exemplo o desdobramento do princípio de boa-fé objetiva reside no instituto do exceptio non adimpleti contractus. Se a parte não executou a sua prestação no contrato sinalagmático, não poderá exigir da outra parte a contra prestação.
4.4.2 A designação da teoria “tu quoque” tem origem na célebre frase de Júlio César ao ser assassinado: “Tu quoque, Brute, fili mi” (traduzido para o português como: “Até tu, Brutus!”). O tu quoque relaciona-se à idéia de que ninguém pode invocar normas jurídicas, após descumpri-las. Exemplo clássico dessa teoria vincula-se à hipótese em que menor, relativamente incapaz, oculta sua pouca idade para driblar a vedação contida no art. 180 do CC e, posteriormente, invoca esse mesmo dispositivo para eximir-se da obrigação contraída. Nessa hipótese, a alegação de nulidade do negócio jurídico não terá acolhida, posto que violada a norma que lhe era protetiva, descabida será a intenção de, posteriormente, furtar-se à obrigação contraída com base nessa mesma norma. Tal situação deixa clara a função de controle exercida pela boa-fé objetiva, vez que, ao agir em contrariedade ao dever anexo de informação, não encontrará o mesmo proteção do ordenamento jurídico, já que tal conduta será equiparada a um ato ilícito (art. 187, CC).
4.5 "Duty to mitigate the loss"
4.5.1 - Importante figura, desenvolvida no Direito Norte-Americano, e que, especialmente nos últimos tempos, tem despertado a atenção da nossa doutrina e da jurisprudência pátria, consiste no duty to mitigate the loss(dever de mitigar o prejuízo). A sua noção é simples. Como decorrência do princípio da boa-fé objetiva, deve, o titular de um direito (credor), sempre que possível, atuar para minimizar o âmbito de extensão do dano, mitigando, assim, a gravidade da situação experimentada pelo devedor. [...] Neste caso, se ficar demonstrado que o credor poderia ter atuado para minimizar o dano evitável (“avoid his avoidable damages”), não fará jus a um carro novo. Apenas receberá, por aplicação do duty to mitigate, o valor correspondente à colisão inicial. 
(https://www.facebook.com/pablostolze/posts/456895234390663, Acesso 09/04/2015).
4.5.2 - O Duty to mitigate the loss que significa o dever de mitigar, foi desenvolvido pelo direito norte-americano e de uns tempos para cá tem-se tornado objeto de análise de nossos juristas, seja na doutrina e como na jurisprudência. A fundamentação desse dever de mitigar nasce do princípio da boa-fé objetiva, onde o titular de um direito – o credor – sempre que possível – deve atuar de forma a minimizar o âmbito de extensão do dano. Evitando assim, que a situação se agrave.
Assim, utilizando o exemplo de Pablo Stolze [11], caso ocorra uma colisão de veículos automotores, o proprietário do automóvel que foi abalroado deverá ser indenizado por aquele que causou o prejuízo, mas imaginemos que enquanto o proprietário do veículo que gerou o ilícito – que bateu no carro foi acionar o guincho e o motorista do carro que sofreu o dano verifica que tem algumas fagulhas saindo do motor do carro, ao invés de providenciar um extintor de incêndio, deixa as fagulhas se espalharem para que o valor da indenização seja maior, e na ocorrência de perda total daquele veículo o motorista que gerou a batida deverá lhe pagar um novo carro. 
http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12702 Acesso 09/04/2015
4.5.3 - O art. 37 , § 6º , da CF/1988 prevê uma garantia para o administrado de buscar a recomposição dos danos sofridos diretamente da pessoa jurídica que, em princípio, é mais solvente que o servidor, independentemente de demonstração de culpa do agente público. Vale dizer, a Constituição , nesse particular, simplesmente impõe ônus maior ao Estado decorrente do risco administrativo; não prevê, porém, uma demanda de curso forçado em face da Administração Pública quando o particular livremente dispõe do bônus contraposto. Tampouco confere ao agente público imunidade de não ser demandado diretamente por seus atos, o qual, aliás, se ficar comprovado dolo ou culpa, responderá de outra forma, em regresso, perante a Administração. 
Assim, há de se franquear ao particular a possibilidade de ajuizar a ação diretamente contra o servidor, suposto causador do dano, contra o Estado ou contra ambos, se assim desejar. A avaliação quanto ao ajuizamento da ação contra o servidor público ou contra o Estado deve ser decisão do suposto lesado. Se, por um lado, o particular abre mão do sistema de responsabilidade objetiva do Estado, por outro também não se sujeita ao regime de precatórios. Doutrina e precedentes do STF e do STJ. 
A publicação de certidão equivocada de ter sido o Estado condenado a multa por litigância de má-fé gera, quando muito, mero aborrecimento ao Procurador que atuou no feito, mesmo porque é situação absolutamente corriqueira no âmbito forense incorreções na comunicação de atos processuais, notadamente em razão do volume de processos que tramitam no Judiciário.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28377636/duty-to-mitigate-the-loss acesso 09/04/2015
4.6 Adimplemento Substancial
4.6.1 O Código Civil de 2002 não previu, formalmente, o adimplemento substancial. Sua aplicação vem se realizando com base nos princípios da boa-fé objetiva (CC, art. 422), da função social dos contratos (CC, art. 421), da vedação ao abuso de direito (CC, art. 187) e ao enriquecimento sem causa (CC, art. 884).
A teoria do adimplemento substancial tem admitido o impedimento da rescisão do contrato pelo credor nos casos de cumprimento de parte expressiva do contrato por parte do devedor; porém, importante ressaltar, aquele não perde o direito de obter o restante do crédito, podendo ajuizar ação de cobrança para tanto. O adimplemento substancial não é argumento para incitar fraudes e nem é essa a intenção, e sim, serve apenas para manter a lídima justiça do negócio jurídico e a preservação do contrato.
No mesmo sentido é o entendimento da Quarta Turma do STJ, ao julgar o Resp. 761.944, que assevera quando o comprador, após ter pagado parte substancial da dívida, torna-se inadimplente em razão da incapacidade de arcar com o restante das prestações devidas, tem a possibilidade de promover a extinção do contrato e de receber de volta parte do que pagou, sem deixar de indenizar o vendedor pelo rompimento. 
Diante de todo o exposto, o adimplemento substancial é empregado somente em casos específicos em que o devedor já cumpriu quase que a totalidade do contrato e durante seu cumprimento torna-se incapaz de adimpli-lo. Sobrevindo referido argumento com a finalidade de preservar o contrato e o negócio jurídico entabulado sem qualquer prejuízo às partes contraentes de boa-fé. 
http://jus.com.br/artigos/24209/adimplemento-substancial-a-preservacao-do-vinculo-contratual 
4.6.2 Como regra geral, se houver descumprimento de obrigação contratual, “a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos”, conforme dispõe o artigo 475 do Código Civil (CC). Entretanto, a doutrina e a jurisprudência têm admitido o reconhecimento do adimplemento substancial, com o fim de preservar o vínculo contratual. 
Segundo a teoria do adimplemento substancial, o credor fica impedido de rescindir o contrato, caso haja cumprimento de parte essencial da obrigação assumida pelo devedor; porém, não perde o direito de obter o restante do crédito, podendo ajuizar ação de cobrança para tanto.  
http://stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=106897 
4.6.3 As relações obrigacionais nascem com o desígnio de seu término, sendo certo afirmar que o adimplemento é uma das espécies do gênero da extinção das obrigações, quando forem satisfeitos os interesses de ambas as partes, credor e devedor. A jurisprudência tem reconhecido casos de adimplemento substancial, para não se extinguir o contrato e tão só cobrar o efetivo cumprimento da obrigação, após satisfeita boa parte do contratado. Trata-se da teoria do adimplemento substancial fundamentada nos princípios da boa-fé objetiva (art. 422), da função social dos contratos (art. 421), da vedação ao abuso de direito (art. 187) e ao enriquecimento sem causa (art. 884). Visa garantir aos devedores de boa-fé a esperança para saldar suas dívidas sem sofrer privações e medidas coercitivas no caso concreto. Esta teoria tem sido bastante debatida nos tribunais, frequentemente impondo que nas hipóteses em que a extinção da obrigação pelo pagamento esteja muito próxima do final, exclua-se a possibilidade de resolução contratual, sendo coerente o credor procurar a tutela adequada à percepção da prestação faltante, por meio de uma ação de cobrança do saldo em aberto. A presente edição da Revista contém, na íntegra, dezenas de julgados selecionados que aplicam ou que excluem a Teoria do Adimplemento Substancial, no formato de um estudo comparativo da jurisprudência nacional. Para tanto, foram pesquisadas decisões judiciais dos diversos Tribunais dos Estados da Federação Brasileira e no Superior Tribunal de Justiça. http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/30463/teoria-adiplemento-substancial.pdf 
5 REFERENCIAS
STOLZE, Pablo, PAMPLONA, Rodolfo, Novo Curso de Direito Civil – Parte Geral, Editora Saraiva, 13ª ed, São Paulo: 2011, p.315 - 328;
Carlos Roberto Gonçalves – Direito Civil Brasileiro parte Geral, Editora Saraiva, 9ª edição, 2011.
Silvio de Salvo Venosa – Direito Civil ParteGeral- Editora Atlas -11ª edição 2011.
SILVA, Mauro; FERNANDES, Marcos de Oliveira. Direito tributário. Coleção Para Aprender Direito. V. 07. 5. ed. São Paulo: Bafisa, 2008, p. 94-95;
LOBO, Júlio César Matias. Prescrição extintiva e decadência no novo Código Civil, 2005;
CHAVES, Rodrigo Costa. Prescrição e decadência no Direito Civil - Linhas Gerais, 2004.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Decad%C3%AAncia_(direito_civil).<Acesso em 01.06.2014>.

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