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Segurança integrada à gestão do negócio
Reginaldo Pedreira Lapa 
Resumo 
Vivemos uma guerra silenciosa e descomunal no ambiente de trabalho! Cerca de 1,1 milhões de pessoas morrem anualmente em todo o mundo decorrente de acidentes de trabalho afora o exército de mutilados resultante da ocorrência anual de 120 milhões de acidentes, numa população ativa de 2,6 bilhões de pessoas no mundo. Esse índice é maior que a média anual de mortes no trânsito (999 mil), as provocadas por violência (563 mil) e em guerras ( 50 mil). 
Nos últimos três anos, os acidentes no Brasil e doenças profissionais custaram aos cofres públicos 10,0 bilhões de reais, anualmente. Estimativas indicam que temos 10 acidentes de trabalho potenciais por empregado/ano no Brasil. Esse cenário justifica a investigação e a discussão dos aspectos gerenciais envolvidos na gestão da segurança, a busca da compreensão de como e porque os acidentes acontecem, a avaliação das práticas de gestão que estão produzindo esses resultados e de como podemos atuar na sua melhoria, além da discussão do papel dos gerentes na gestão da Segurança e Saúde ocupacional. 
Freqüentemente os custos decorrentes dos acidentes estão ocultos e embutidos nos custos do produto. Quando muito, afloram e são percebidos os custos envolvidos no tratamento médico, reposição de danos físicos a equipamentos e instalações, seguros e indenizações. 
A preservação da integridade e da saúde é um anseio de todas as pessoas e se insere no contexto empresarial como um indicador de desempenho, cujos fatores de causa podem ser perfeitamente gerenciáveis assim como o são todos as demais dimensões de resultados( produção, custos, qualidade de produtos). O que se identifica é a necessidade de estruturar, organizar e integrar essa dimensão na gestão global do negócio, adicionando mais esse indicador. É percebendo as demandas das diversas dimensões de um negócio, incorporando-as ao gerenciamento de maneira integrada que estaremos trilhando o caminho da melhoria contínua, a busca da eficácia da organização e, especificamente na dimensão ocupacional, garantindo a integridade e a saúde das pessoas e dos outros ativos da empresa. 
Acidentes e doenças ocupacionais e seus custos 
Quando avaliamos a contabilidade das empresas dificilmente conseguimos localizar os custos decorrentes dos acidentes e doenças ocupacionais. Freqüentemente, eles estão ocultos e embutidos nos custos do produto/serviços não sendo, portanto, visíveis. Quando muito, afloram e são percebidos os valores despendidos no tratamento médico, reposição de danos físicos a equipamentos e instalações, seguros e indenizações. Na realidade, as perdas e danos são muito mais abrangentes e englobam : 
· Danos físicos, em equipamentos e instalações, produtos, materiais, despesas com aluguel de equipamentos, ferramentas de substituição, arrumação da área ou local do sinistro, multas contratuais, medicamentos, atendimento médico, dentre outros. 
· Perda de produção e produtividade por interrupção do trabalho, baixa moral do grupo após um acidente, no retorno ao trabalho, diminuição da relação de confiança entre empregados e empregadores, etc. 
· Custos administrativos que decorrem de salário do tempo perdido por empregados no socorro, investigação e análise de acidentes, salário do acidentado nos primeiros 15 dias após o acidente, custo de contratação e treinamento de substitutos, tempo despendido em ações administrativas, relatórios, reuniões, horas extras pagas para repor produção ou realizar outras atividades relacionadas ao acidente, etc. 
· Outros custos que envolvem eventuais indenizações a parentes de vítimas, multas e taxas, perda de bônus na renovação de seguro patrimonial e eventual perda de prestígio e de oportunidade de fazer negócios. 
Infelizmente, as estatísticas sobre acidentes do trabalho no Brasil deixam a desejar, dificultando conhecer as perdas reais decorrentes. Sabe-se que cerca de 1,1 milhão de pessoas morrem anualmente em todo o mundo por acidentes do trabalho, segundo divulgou recentemente a OIT - Organização Internacional do Trabalho - no XV Congresso Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho realizado em São Paulo no mês de Abril de 1999. O índice divulgado é maior que a média anual de mortes no transito(999 mil), provocadas por violência (563 mil) e em guerras(50 mil). No Brasil, o registro de acidentes com perda de tempo registrados estão estacionados, nos últimos 8 anos, no patamar de 400 mil acidentes por ano ( Jornal O Estado de São Paulo de 04/04/99 - A13/7 - INSS). Por outro lado, o registro de doenças ocupacionais no Brasil cresce sem parar, especialmente na última década conforme, comprova os dados mostrados na figura1. 
Figura 1- Acidentes, doenças e mortes no trabalho no Brasil - fonte: Folha São Paulo 04/04/99 
Entre 1973 e 1998 o registro de doenças ligadas ao trabalho no país, cresceu 700% . Só entre 1993 e 1998 esse crescimento é de 161%. Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS - ocorrem no mundo anualmente 120 milhões de acidentes numa população ativa de 2,6 bilhões de pessoas, o que significa 46 acidentes por grupo de mil pessoas por ano. A incidência de novos casos de doenças ocupacionais é de 160 milhões por ano o que significa 61 registros por grupo de 1000 empregados/ano em todo o mundo (Folha de São Paulo - 04/04/99). 
Em 1996 os acidentes do trabalho e doenças profissionais no Brasil custaram aos cofres públicos 1,2 bilhões atingindo 2,0 bilhões em 1997 e 1,8 bilhões em 1998. Segundo a OIT e OSHA (Ocuppational Safety Health Agency) os custos colaterais para o setor produtivo (assistência médica, afastamento nos primeiros 15 dias, atividades paralisadas, causas na Justiça do trabalho, horas paralisadas de máquinas, etc.) atingem o equivalente a 5 vezes o valor despendido em assistência oficial. Portanto, segundo essa avaliação, só em 1997, 10 bilhões de reais foram despendidos na conta acidente do trabalho (Revista SOS - n 195/97 pag 14) e outros 9 bilhões em 1998 (Jornal a Crítica - Caderno de Economia 04/10/99). 
O próprio INSS reconhece o efeito da subnotificação de acidentes e mesmo a omissão, o que empobrece as estatísticas e não permite que se obtenha uma visão mais próxima do cenário real (Folha de São Paulo 04/04/99). 
Um trabalho estatístico, desenvolvido por Frank K. E. Bird Jr. (Director of Engineering Service for the Insurance company of North America - INA), com objetivo de conhecer as inter-relações entre os acidentes e quantificar com melhor precisão as perdas decorrentes dos mesmos (Practical Loss Control Leadership - Frank E. Bird Jr.; George L. Germain - International Loss Control Institute - 1992), analisou 1,7 milhões de acidentes informados por 297 empresas representando 21 grupos industriais diferentes, empregando 1,75 milhões de pessoas, correspondente a 3 bilhões de homens/hora trabalhadas. 
O resultado dessa análise foi a construção de uma matriz de probabilidades, reproduzida na figura 2, cuja interpretação é a seguinte: para cada lesão grave relatada (resultante em morte, incapacidade ou perda de tempo), existiam 9,8 lesões menores relatadas (que requeriam atendimentos singelos ou de primeiros socorros); para cada lesão grave relatada, ocorreram 30,2 acidentes com danos à propriedade. 
Figura 2 - Matriz de Probabilidade de acidentes 
O estudo ainda indicou que estatisticamente podemos associar os custos indiretos com os valores despendidos com a lesão. Segundo esse estudo, os custos indiretos variam de 5 a 63 vezes o valor gasto com a lesão, sendo maior ou menor dependendo do ramo de atividade. Como exemplo, o fator multiplicador é 10(dez) na indústria Automotiva; 99(noventa e nove) na indústria de Refino de petróleo; 9(nove) vezes na indústria Siderúrgica e 16(dezesseis) na atividade de Mineração. 
Em 1998 ocorreram 401 mil acidentes do trabalho no Brasil, considerando mortes, acidentes com perdas e doenças incapacitantes, segundo os dados oficiais (Anuário Estatístico Brasileiro), conforme mostraa figura 3 abaixo. 
Figura 3 - Acidentes no Brasil em 1998 - Fonte: Anuário Estatístico Brasileiro 
Aplicando a matriz de probabilidades mostrada na figura 2, podemos simular a ocorrência de acidentes no Brasil como forma de conhecer o potencial de acidentes englobando aqueles não retratados pelas estatísticas oficiais. O resultado dessa simulação é mostrado na figura 4. 
Figura 4 - Simulação de acidentes no Brasil em 1997 baseado na Matriz de probabilidades de Frank Bird e na estatística brasileira de 1997 publicada no Anuário Estatístico Brasileiro 
Os chamados incidentes ou quase acidentes constituem acidentes potenciais que não resultaram em lesão ou perda por uma questão de tempo, espaço ou acaso fortuito. Isso permite avaliar o potencial de acidentes a que estão submetidas as pessoas no Brasil, nas atividades do trabalho. São 10 acidentes potenciais por empregado/ano. Quando projetamos esse conceito considerando a série histórica de acidentes, verificamos que esse indicador permanece estável nos últimos anos, conforme mostra a figura 5. Uma das interpretações sobre essa tendência é que não estamos investindo adequadamente, nesse período, em prevenção e eliminação de riscos no ambiente de trabalho como deveríamos, embora seja visível e notável o progresso expresso pela redução do número de acidentes mostrados pelas estatísticas oficiais, os quais vale lembrar refletem apenas os acidentes com lesão consideradas sérias. 
Figura 5 - Simulação de Acidentes potenciais no Brasil com base na matriz de 
probabilidades de Frank Bird e na estatística brasileira de acidentes. 
A evolução do gerenciamento 
Nesse mundo, as relações e as percepções estão sendo reconhecidos como elementos mutantes que tem influenciado tanto o mercado como as abordagens de negócio. Os diversos atores que compõem esse cenário tem contribuído para essa mudança: 
Sindicatos: Em vários países, e especialmente no Brasil em diferentes estados, negociações coletivas tem exercido um importante papel na melhoria da segurança do ambiente de trabalho nos anos mais recentes. A influencia dos sindicatos não se resume em negociações diretas mas também através do suporte a pesquisas em segurança e saúde, lobbies junto ao legislativo e nas ações junto à justiça abordando os passivos das empresas. Hoje essa ação é mais vigorosa e tende a ser maior ainda, considerando que a ‘bandeira’ de melhores salários se agita menos em função da estabilidade da moeda. 
Consumidores: a influencia dos consumidores é mais recente. O cenário em que isso ocorre é a Qualidade de vida. Consumidores tem enfocado aspectos relativos a produtos manufaturados, muitos de uso comum banidos do mercado ou com severas restrições. São exemplos, os aditivos de alimentos, roupas de lã de carneiro, mobília, embalagens, etc. Como exemplo, a suspeita de defeitos em recém nascidos causados pelo uso da acrilonitrila numa embalagem plástica resultou no fechamento de 4 unidades da Monsanto, uma redução no lucro de 15 milhões de dólares e uma perda de faturamento de 100 milhões de dólares. Mais recentemente vivenciamos a discussão a cerca do uso de fibras de amianto nas suas aplicações convencionais, da benzina em serviços de limpeza de peças, ambos considerados substancias cancerígenas. 
Tecnologia: A tecnologia tem criado uma necessidade de programas de segurança extensivos e dinâmicos. Nos últimos 50 anos, cientistas e engenheiros tem desenvolvido mais equipamentos e processos que nos últimos 1000 anos anteriores. As tarefas aumentam em complexidade e a conseqüência potencial de erros é mais onerosa. Por outro lado, as pessoas sentem e percebem que o trabalho pode e deve ser seguro. Como resultado, o processo de tomada de decisão tem exigido a aplicação de técnicas mais sofisticadas. Resumidamente, o progresso tecnológico sugere duas considerações vitais para as lideranças: primeiro problemas potenciais relativos a segurança e saúde tem sido gerados mais rapidamente e na mesma velocidade do crescimento tecnológico; segundo, nenhum problema no ambiente de trabalho é suficientemente grande ou complexo que não seja compreendido pelo gerenciamento profissional. 
Mudanças na força de trabalho: As características das pessoas tem modificado substancialmente na ultima década. Trabalhadores atuais tendem a ter melhor nível de formação conhecimento e eles esperam mais de seu trabalho que simplesmente remuneração. Cada um desses fatores introduz novas demandas e novos desafios para o gerenciamento da segurança. 
Legislação : Adicionalmente à discussão anterior sobre a legislação, os grupos legislativos tem respondido positivamente à ações de indivíduos e grupos de influencia. Eles criam novas leis onde percebem necessidade ou desejo. De uma maneira geral, o desenvolvimento e o envolvimento das empresas na prevenção é mais decorrente de pressões de grupos e de legislação que de iniciativa própria. E devido à inércia das empresas ao assumir suas responsabilidades de liderança sobre esses aspectos. O desafio para os gerentes é claro: Segurança através do exercício da liderança é mais efetivo, recompensador, econômico e de sucesso que segurança obtida através de imposição de grupos e intervenção do governo. Iniciativa e liderança positiva pode controlar a erosão da liberdade de gerenciamento das organizações decorrentes dessas imposições legais. 
Pesquisas médicas: As substancias toxicas tem sido recente, permanente e largamente debatido abordando os riscos que elas significam no ambiente de trabalho. Pesquisas tem sido conduzidas buscando identificar seus efeitos. Controles e limites de exposição tem sido estabelecidos para minimizar esses riscos. A lista de doenças potenciais que podem ser causadoras e que significam danos físicos e/ou mentais crescem. 
Dessa forma, especialistas em segurança estão migrando de seu papel de inspetor para o de assessor. Segurança esta deixando de ser uma unidade de prevenção de lesões e acidentes para se tornar uma unidade de gerenciamento de perdas. No enfoque anterior, segurança é custo. No enfoque mais moderno, segurança é investimento. 
Durante a primeira parte do século 20 a industrialização trouxe um extensivo uso de máquinas . Maquinas projetadas com pouca ou nenhuma consideração com a segurança e o bem estar do operador. A mão de obra disponível era despreparada e de baixo nível de habilidade no uso desses equipamentos. Fontes de energia evoluíram rapidamente de força bruta das pessoas para força animal ( cavalos), vapor, eletricidade, combustão interna. Jornadas de trabalho de 11-13 horas aumentavam a exposição aos riscos. Cuidados e procedimentos de emergências eram inadequados e socorro médico praticamente inexistia. Como resultado, mortes e mutilações atingiam níveis elevados. Naturalmente, a atenção começou a focalizar as lesões, mortes e mutilações: segurança orientada para lesão. Com o passar do tempo o foco foi mudando para a prevenção de lesões. Produção máxima era o grande objetivo. Segurança era uma das mais baixas prioridades nas escalas de importância da atividade gerencial. 
A evolução na direção de integrar a segurança no gerenciamento profissional começou acontecer nos anos 60, devagar mas de forma consistente. Profissionais de segurança e gerentes operacionais não acreditavam ser economicamente viável ou administrativamente pratico prevenir todo e qualquer acidente ou criar um ambiente totalmente seguro. O conceito de controle gerencial começou a ser desenvolvido como parte do gerenciamento profissional. Esse conceito reconhece a importância de não só prevenir acidentes mas também minimizar as perdas na ocorrência de uma acidente. Assim é que as ultimas duas décadas pode ser caracterizada como a ‘era internacional da evolução das praticas de gerenciamento de segurança e de perdas’. 
Segundo explica Alexandre Bruno Moreno de Carvalho no texto “Diversidade e Integração”- Revista Banas Qualidade, edição especial - Dez anos de Qualidade: 
“Atualmente no Brasil, praticamente nãohá empresário que deixe de compreender que o êxito de seus negócios não depende apenas ou quase exclusivamente da redução de custos e da satisfação do cliente e do mercado. Há um entendimento global de que a eficácia para a prosperidade representa tudo que o que é necessário para ser compreendido, aprendido, planejado, alinhado, pactuado, executado, verificado, otimizado e demonstrado, de forma participativa por todas as pessoas que são afetadas e que afetam a organização, direta e indiretamente, para que a organização perpetue-se como um empreendimento essencial e responsável perante os valores correntes de uma nova sociedade que compartilha um mundo cada vez mais globalizado, e que não há manutenção de resultados satisfatórios: 
Sem liderança, incluindo responsabilidade ética e social. 
Sem planejamento estratégico da gestão de negócios. 
Sem foco no cliente e no mercado, incluindo as relações com a sociedade em geral 
Sem informações e análises, incluindo, gestão do conhecimento, indicadores de desempenho, melhoria e aprendizados continuo. 
Sem gestão de pessoas, incluindo fatores ocupacionais, não ocupacionais e de motivação, criatividade e inovação. 
Sem gestão de processos, incluindo a gestão dos aspectos ambientais. 
Esses empresários reconhecem que o espectro de partes interessadas e de dimensões que influenciam o sucesso de suas organizações é diverso conforme ilustra o Quadro 1. 
Portanto, nada mais natural que estejamos testemunhando o aparecimento de inúmeras iniciativas voltadas para a normalização de sistemas de gestão que exploram as várias dimensões de um negócio, sem se limitar as aspectos de custos e qualidade apenas, mas que abordam e integram o meio ambiente, a segurança e a saúde ocupacional, a responsabilidade ética e social e a segurança da informação, conforme resume o quadro 2. 
Desde o início dos anos 90 a gestão da qualidade ganhou impulso no país e, atualmente mais de seis mil empresas já estão certificadas segundo a série ISO 9000. A mesma evolução vem sendo registrada na adoção de sistemas de gestão ambiental. Somente em 1999, o número de empresas certificadas segundo a norma internacional ISO 14000 cresceu 87% em relação ao ano anterior, repetindo a mesma tendência de adoção registrada para o sistema de gestão da qualidade de produtos e serviços verificada na década de 90. Mais recentemente, em 1999, tivemos a edição da OHSAS 18001, cuja adoção será tão ou mais acelerada quando comparada com introdução dos sistemas de gestão da qualidade e do meio ambiente nas empresas, no Brasil e no mundo. Concorre com essa expectativa a facilidade de integração desses sistemas de gestão, proporcionando uma visão circular e ampla dos elementos que constituem fatores de sucesso dos negócios presentes e futuros. 
Apresenta-se, portanto, mais uma oportunidade de investimento na melhoria da eficácia operacional e da competitividade empresarial através do gerenciamento adequado dos riscos de acidentes e doenças ocupacionais. É mais um convite e um desafio que se apresenta às lideranças empresariais e aos gerentes para integrar à sua rotina de gerenciamento, de forma sistêmica e estruturada, os aspectos relativos à segurança e à saúde, assim como estão sendo integrados os aspectos associados à qualidade de produtos e serviços e ao meio ambiente, com reflexos positivos na rentabilidade, na redução de custos, na melhoria do clima organizacional e na melhoria da imagem das organizações. Haverá de chegar o momento em que o elemento segurança e saúde ocupacional estará intrinsecamente associado à estratégia das organizações por uma decisão das lideranças, impulsionados pelas forças externas e internas que interagem e determinam o sucesso ou insucesso de um negócio.

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