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A IMPORTANCIA DA SEGURANÇA NO TRABALHO

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UniAGES 
Centro Universitário 
Bacharelado em Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
GUILHERME DAMACENO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paripiranga 
2021 
 
 
GUILHERME DAMACENO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NO TRABALHO 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada no curso de graduação 
do Centro Universitário AGES como um dos pré-
requisitos para obtenção do título de bacharel 
em Engenharia Civil. 
 
Orientador: M.Sc. Bruno Almeida Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paripiranga 
2021 
 
 
GUILHERME DAMACENO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NO TRABALHO 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como exigência parcial 
para obtenção do título de bacharel em 
Engenharia Civil à Comissão Julgadora 
designada pela Coordenação de Trabalhos de 
Conclusão de Curso do UniAGES. 
 
Paripiranga, ____ de ______________ de 2021. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
__________________________________ 
Prof. M.Sc. Bruno Almeida Souza 
UniAGES 
 
 
 
__________________________________ 
Prof. M.Sc. Raphael Sapucaia dos Santos 
UniAGES 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço à minha família por sempre me apoiar e a todos os amigos que fiz 
durante esses 5 anos, destacando-se Lohan, Kelton, Yuri, Danilo, Vanessa, 
Fernando e Isaías; além dos amigos de longa data, Rafael e João Neto. Nossa 
jornada foi longa, passamos por muitas coisas, muitas preocupações, muitas 
alegrias e muitos momentos engraçados. Guardarei sempre na memória essa turma 
que já faz parte da minha vida, e desejo a todos vocês um futuro promissor, não 
importa qual carreira desejem seguir, vocês serão felizes. Deixo também minha 
homenagem em memória da nossa querida colega Catharina, que infelizmente veio 
a falecer de forma tão precoce, jamais será esquecida e sempre estará em nossos 
corações. 
Gratidão também ao meu grande amigo Everton, que está presente na minha 
vida desde o ensino fundamental até o fim do médio, e ao qual tive a grata surpresa 
em encontrar na universidade. Espero que você sempre continue sendo essa 
pessoa maravilhosa, espontânea e que sabe ser um ótimo amigo, para todos os 
momentos, sei que terá uma grande carreira pela frente, e pode contar comigo 
sempre para o que der e vier. 
Agradeço também à minha grande amiga Giovana, a quem não consigo 
encontrar palavras para descrever o quão importante é para mim. Uma amizade que 
surgiu na faculdade e que estará sempre presente em minha vida; estarei 
recordando e guardando todos os momentos que passamos com muito carinho no 
meu coração, sempre deixando espaço para novas coisas que ainda virão. Desejo 
que permaneça com sua alegria e espontaneidade tão características à sua 
personalidade, que continue guerreira e nunca desista dos seus sonhos. Um grande 
futuro a espera, conte sempre comigo. 
Deixo o meu muito obrigado a todos os professores que me ensinaram 
durante esses cinco anos, tanto pela paciência quanto pela vontade em querer 
transmitir conhecimento para as novas gerações de engenheiros, mesmo nas 
situações mais adversas e até mesmo em época de pandemia. Gratidão pelo 
empenho em nos ensinar as diversas nuances do exercício do profissional de 
engenharia e de quão vastas são as possibilidades nesta área. 
 
 
Agradeço a Franciele, que sempre esteve ao meu lado em todas as situações 
possíveis, dos bons aos maus momentos, me apoiando de todas as maneiras. 
Jamais esquecerei o quão importante você é para a minha vida, me fez aprender um 
pouco mais sobre o mundo e o que há de melhor nele, guardo tudo com muito 
carinho no meu coração. Te desejo um futuro brilhante, cheio de luz e de vitórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A vida não é um jogo de sorte. Se você quer 
vencer, trabalhe duro. 
 
Anime Ahiru no Sora 
 
 
RESUMO 
 
 
A grande exposição dos funcionários a riscos ocupacionais, é uma das causas 
responsáveis pela maior parte dos acidentes que ocorrem na área da construção 
civil. A segurança no trabalho é uma ferramenta importante para a conscientização e 
o desenvolvimento das atividades incorporadas a este ramo, com o objetivo de 
garantir qualidade de vida para o trabalhador, queda do número de acidentes, 
aumento da produtividade da empresa, redução do pagamento de indenizações, etc. 
Além disso, oferece vantagens tanto para o empregador como para o empregado, 
uma vez que os custos dos acidentes podem ser bem elevados e, até mesmo, 
incalculáveis, já que a vida humana não tem preço. Em decorrência desses 
aspectos, a preocupação com as questões de segurança do ambiente de trabalho 
vem aumentando ao longo dos anos, trazendo sempre novas perspectivas de 
melhorias. Destarte, a presente monografia tem como objetivo analisar os acidentes 
de trabalho, quais as suas causas e as tentativas utilizadas para tentar diminuí-los; 
sobre os motivos que levam os trabalhadores a utilizarem ou não os equipamentos 
de proteção individual (EPI); de que maneira as empresas envolvidas no ramo da 
construção civil podem atuar para evitar desastres, e o que dizem as normas 
brasileiras sobre as mais variadas abordagens relacionadas às disfuncionalidades e 
riscos inerentes ao trabalhador e ao ambiente laboral. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Construção civil. Segurança no Trabalho. EPI. Acidentes de 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Employees’ great exposure to occupational hazards is one of the causes responsible 
for most accidents that occur in the construction area. Occupational safety is an 
important tool for awareness and development of activities incorporated in this field, 
with the objective of ensuring quality of life for the worker, decrease the number of 
accidents, increase company productivity, reducing indemnity payments etc. 
Furthermore, it offers advantages for both the employer and the employee, since the 
costs of accidents can be quite high and even incalculable, since human life is 
priceless. As a consequence of these aspects, the concern with safety issues in the 
workplace has increased over the years, always bringing new perspectives for 
improvement. Accordingly, this monograph aims to analyze occupational accidents, 
what are their causes and the attempts used to try to reduce them; about the reasons 
that lead workers to use or not personal protective equipment (PPE); how companies 
involved in the construction industry can act to avoid disasters, and what Brazilian 
norms say about the most varied approaches related to dysfunctions and risks 
inherent to the worker and the work environment. 
 
 
KEYWORDS: Civil construction. Work safety. PPE. Workplace accidents. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
1: Estrutura da Norma ISO 45001:2015 segundo conceito de PDCA. ...................... 22 
2: Nível de gravidade dos acidentes sofridos pelos trabalhadores. ........................... 30 
3: Partes do corpo mais atingidas por acidentes. ...................................................... 32 
4: Exemplo de EPC’s (tela de fachada) na Indústria de construção civil. .................. 41 
5: Exemplo de EPC’s (guarda corpo) na Indústria de construção civil. ..................... 41 
6: Exemplo de EPC’s................................................................................................. 42 
7: Principais EPI´s utilizados na Indústria da Construção Civil. São esses 
classificados como: A (Capacete), B (Óculos de policarbonato), C (Protetor 
auricular), F (Luvas), G (Botina), I (cinturão de segurança). ..................................... 43 
8: Estatísticas de acidentes causados pela falta de EPI. .......................................... 44LISTA DE TABELAS 
 
 
1: Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua 
natureza e a padronização das cores correspondentes. ........................................... 26 
2: Custos das instalações de um canteiro de obras. ................................................. 27 
3: Óbitos por acidentes do trabalho no Brasil, 1997 a 2013. ..................................... 33 
4: Despesas do INSS com o pagamento de benefícios por acidente do trabalho, 
Brasil, 2008 a 2013 (em milhões de reais). ............................................................... 34 
5: Total de acidentes de trabalho na construção civil por estado e região entre 2015 
e 2017. ...................................................................................................................... 38 
6: Importância da segurança no trabalho. ................................................................. 51 
7: Importância da utilização dos EPIs........................................................................ 53 
8: Grau de exigência da utilização de EPI na construção. ........................................ 54 
9: Treinamento sobre segurança no trabalho. ........................................................... 56 
10: Disponibilidade de EPIs para cada trabalhador. .................................................. 57 
11: A satisfação dos trabalhadores em utilizar os EPIs. ............................................ 59 
12: Satisfação em utilizar os EPIs. ............................................................................ 60 
13: Frequência de utilização de todos os EPIS. ........................................................ 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
1: Fatores responsáveis pelos atos e condições inseguras na construção. .............. 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
1: Taxa de Mortalidade por Acidentes e Doenças do Trabalho, 1997-2013 (por 100 
mil trabalhadores segurados). ................................................................................... 33 
2: Total de acidentes de trabalho na construção civil por região entre 2015 e 2017. 38 
3: Pessoal ocupado em 31/12 na construção civil por região entre 2015 e 2017. ..... 39 
4: Importância da segurança no trabalho. ................................................................. 52 
5: Importância da utilização dos EPIs........................................................................ 53 
6: Grau de exigência da utilização de EPI na construção. ........................................ 55 
7: Treinamento sobre segurança no trabalho. ........................................................... 56 
8: Disponibilidade de EPIs para cada trabalhador. .................................................... 58 
9: A satisfação dos trabalhadores em utilizar os EPIs. .............................................. 59 
10: Satisfação em utilizar os EPIs. ............................................................................ 61 
11: Frequência de utilização de todos os EPIs. ......................................................... 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
CAT Comunicação do Acidente do Trabalho 
CLT Consolidação das Leis do Trabalho 
CNAES Classificação Nacional de Atividade Econômica 
DNSHT Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho 
EPC Equipamento de Proteção Coletiva 
EPI Equipamentos de proteção individual 
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social 
MTPS Ministério do Trabalho e Previdência Social 
NRS Normas Regulamentadoras 
NSB National Standards Body 
OIT Organização Internacional do Trabalho 
PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção Civil 
PGR Programa de Gerenciamento de Riscos 
PIB Produto Interno Bruto 
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
SSO Saúde e Segurança Ocupacional 
SST Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 18 
2.1 Segurança no trabalho ..................................................................................... 18 
2.2 Regulamentação da engenharia civil, as leis que compreendem o direito do 
profissional da área ................................................................................................ 19 
2.3 Acidentes de trabalho na Previdência Social ................................................... 23 
2.4 Os fatores que influem nos acidentes e a análise das situações potencias de 
acidentes ................................................................................................................ 24 
2.5 Principais motivos para ocorrerem acidentes no trabalho ................................ 28 
2.6 Acidentes de trabalho ...................................................................................... 31 
2.7 Comparativo entre o total de acidentes de trabalho na construção civil entre 
2015 e 2017 ........................................................................................................... 37 
2.8 EPI E EPC........................................................................................................ 39 
2.9 Profissionais responsáveis pela segurança do trabalho na construção civil .... 45 
2.10 Medicina do trabalho ...................................................................................... 46 
2.11 Ferramentas que podem ser utilizadas por empresas para controle dos riscos 
de acidentes em obras da construção civil ............................................................ 48 
 
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 49 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 51 
4.1 Sobre a importância da segurança no trabalho................................................ 51 
4.2 Opinião sobre a importância da utilização dos EPIs ........................................ 52 
4.3 Grau de exigência da utilização de EPI na empresa ........................................ 54 
4.4 A empresa oferta treinamento sobre segurança no trabalho ........................... 55 
4.5 Grau de disponibilização de EPIs para cada trabalhador................................. 57 
4.6 A satisfação dos trabalhadores em utilizar os EPIs ......................................... 58 
4.7 A satisfação em utilizar os EPIs ....................................................................... 60 
4.8 Frequência de utilização de todos os EPIS ...................................................... 61 
 
 
4.9 Discussão geral sobre os dados obtidos .......................................................... 63 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 64 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 66 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A segurança no trabalho é uma função de negócios, que com o passar dos 
anos se tornou uma exigência conjuntural. As empresas devem procurar minimizar 
os riscos enfrentados pelos funcionários, porque, apesar do avanço tecnológico, 
qualquer atividade envolve um certo grau de insegurança. A falta de um sistema de 
segurança eficaz acabará por levar a problemas de relacionamento humano, 
produtividade, qualidade do produto e/ou serviço de provisão e aumento de custos. 
A pseudoeconomia causada pela ausência de investimento num sistema de 
segurança mais adequado acabará por causarsérios danos, uma vez que acidentes 
de trabalho significam queda na produção, investimentos perdidos em treinamentos, 
entre outros custos (BOZZA, 2010). 
Segundo Bozza (2010), acidentes de trabalho podem ser compreendidos 
como incidentes que não foram previstos e que são evitáveis em sua maioria, sejam 
provocados pelo trabalho, de forma direta ou indireta, lesão corporal, perturbação 
funcional e/ou doença. Em consequência disso, poderá gerar em perda parcial ou 
total, permanente ou temporária da aptidão para o trabalho, induzindo, inclusive, à 
morte. 
De acordo com Chagas et al. (2011), o trabalho pode provocar lesões, 
adoecimento e até a morte, sendo este um fato conhecido desde os tempos mais 
antigos, com citações até mesmo na bíblia. No Novo Testamento, por exemplo, no 
livro de Lucas há o relato do desabamento da Torre de Siloé, que culminou no 
falecimento de dezoito trabalhadores, além de citações sobre doenças que foram 
geradas mediante as condições especiais em que o trabalho era feito. 
Em 1700, um médico chamado Bernardino Ramazzini publicou um livro 
chamado De Morbis Artificum Diatriba, no qual ele descreve doenças relacionadas 
ao trabalho e que foram encontradas em mais de 50 atividades existentes na época. 
Mesmo com todas essas evidências, nenhuma medida foi tomada para melhorar, e 
muito se deve pelo fato de que as pessoas que mais sofriam acidentes eram 
escravas, a parcela social mais pobre (KONZEN et al., 2020). 
Atualmente existe, na grande maioria dos países, uma preocupação muito 
evidente relacionada à saúde e segurança dos trabalhadores de diversas áreas, 
fazendo com que se adote um sistema de prevenção que reconhece qualquer 
16 
 
atividade profissional que expõe as pessoas a riscos de acidente e doenças 
(GONÇALVES, 2009). Por conta disso, foram criadas diversas leis para proteção 
dos trabalhadores, mas mesmo assim, ainda ocorre uma grande quantidade de 
acidentes ao redor do mundo, muitas vezes por negligência do indivíduo ou da 
própria empresa. 
O Brasil foi um país que demorou para aderir à concepção de saúde e 
segurança do trabalhador, principalmente por conta da mão de obra escrava, que 
perdurou durante longos três séculos. Mesmo com vários acidentes que a acometia, 
nada era feito. Foi desenvolvida uma legislação de proteção somente na época da 
República Velha (período entre 1889 e 1930), com o avanço do desenvolvimento 
industrial. A partir da década de 1960, o país alterou os termos de legislação de 
segurança e saúde do trabalho, e já na década de 1970, com a oficialização de 
profissionais na área de engenharia de segurança e medicina no trabalho, a 
legislação ganhou uma nova dimensão de forma específica, surgindo as Normas 
Regulamentadoras (NRS). No entanto, estas só passaram a ser acionadas de forma 
efetiva muitos anos depois (NETO, 2008). 
A construção civil é o setor da economia que gera muitos empregos no Brasil, 
mas o descaso com os trabalhadores continua causando altos índices de acidentes. 
Isso se deve à instabilidade do setor em termos de saúde, segurança, treinamento e 
meio ambiente. De acordo com as estatísticas divulgadas pelo “Anuário Estatístico 
de Acidentes de Trabalho 2010” do Ministério da Segurança Social, foram 
registrados 54.664 acidentes de trabalho na indústria da construção, sendo a 
mesma a de maior número de acidentes registrados, além de ser um dos setores 
que mais emprega operários. O referido segmento não realizou inspeções 
adequadas e eficazes para prevenir e controlar doenças e acidentes ocupacionais. 
Se a empresa desenvolve e implementa planos de saúde e segurança ocupacional e 
dá mais atenção à educação e treinamento dos funcionários, muitos desses 
acidentes podem ser evitados (BARBOSA; FIGUEIREDO, 2015). 
Este trabalho tem como objetivo estudar e demonstrar os métodos atuais de 
análise dos acidentes do trabalho e as tentativas para diminuí-los, desde as práticas 
utilizadas pelos empregadores até as normas pré-estabelecidas e também os fatores 
que influenciam os trabalhadores a utilizarem ou não os equipamentos de proteção 
individual (EPI). A realização deste trabalho tem como justificativa buscar a melhoria 
da gestão de segurança do trabalho na construção civil, com o intuito de contribuir 
17 
 
para a diminuição do número de acidentes e incentivar uma análise mais precisa e 
elaborada das causas e as alternativas para prevenção desses fatores de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
2.1 Segurança no trabalho 
 
 
O objetivo da segurança do trabalho é eliminar ou atenuar riscos aos 
trabalhadores, usando os recursos técnicos disponíveis, treinamento intensivo, 
busca pela conscientização dos trabalhadores sobre os perigos aos quais estão 
expostos, sem negligenciar a máxima de que o ser humano não é uma máquina, e, 
além de serem vitais para a edificação das obras, merecem respeito. Pensar em 
segurança sem ter um planejamento e organização, é uma tarefa deveras difícil. 
Sobre isso, é de vital relevância que se haja um engajamento sagaz das empresas 
do setor e de seus interessados, a fim de idealizar e colocar em prática programas 
efetivos de segurança e prevenção aos riscos ocupacionais (LAGO, 2006). 
Estudos têm demonstrado que os acidentes podem impactar negativamente a 
produção e ter consequências muito sérias, dentre elas a perda de material, redução 
da produtividade, contratação de novos funcionários, atraso nos prazos de 
construção estipulados e até mesmo altos gastos com indenização por vítimas e 
seus familiares. Nas últimas décadas, as mudanças no mundo do trabalho 
impactaram a saúde das pessoas e dos trabalhadores de maneira coletiva. A 
inovação tecnológica e as mudanças organizacionais alteraram, em diferentes 
níveis, a estrutura produtiva dos países capitalistas desenvolvidos e dos países que 
estão em fase de desenvolvimento, como é o caso do Brasil. As condições e 
relações de trabalho converteram-se em conceitos, parâmetros, objetivos e metas. 
As formas de ver e de fazer o trabalho foram mudando de acordo com as 
transformações da realidade social, se adaptando às tarefas e as exigências da 
modernidade (MACHADO, 2015). 
A segurança do trabalho não foca somente no interesse dos trabalhadores, 
pois resulta ser de muita importância para as organizações, já que as consequências 
positivas ou negativas nesses ambientes de trabalho, refletirão de forma direta nas 
finanças e na marca da empresa, sem importar se são de pequeno, médio ou 
grande porte. Ocorre uma melhora na qualidade da obra e na produtividade de uma 
empresa quando existem boas condições de trabalho, condições estas que 
19 
 
requerem investimentos nas pessoas envolvidas a partir de treinamentos e 
equipamentos adequados para a execução do trabalho proposto. Outrossim, gera 
reconhecimento e mais segurança no serviço prestado, mesmo que isso signifique o 
aumento dos custos. É de suma importância que a empresa saiba gerenciar e tornar 
isso um investimento seguro e promissor para que possa colher os frutos mais 
adiante (BARBOSA; FIGUEIREDO, 2015). 
Os empregadores estão dando mais importância para a segurança no 
trabalho, por conta das penalidades passíveis de serem aplicadas pelo Ministério 
Público e sindicatos responsáveis, quando ocorrem acidentes no canteiro de obras. 
Essas punições podem ir desde multas até o embargo da obra em questão, variando 
de acordo com a gravidade do acidente e sua causa. Por conta da cobrança de um 
valor, não importa quanto seja, já se consegue a atenção das empresas do ramo de 
construção civil, justamente porque é uma desvantagem financeira e de impacto 
negativo ao prestígio da empresa que podem ser evitados (MARTINS, 2017). 
 
 
2.2 Regulamentação da engenharia civil, as leis que compreendem o direito 
do profissional da área 
 
 
 O ministério do Trabalho, utilizandoa Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho 
de 1978, admitiu as Normas Regulamentadoras (NRs), que se trataram de um 
grande salto na qualidade das ações prevencionistas, encorajando uma atuação 
mais eficiente por parte das empresas, sindicatos, Ministério do Trabalho, entre 
outros (GOMES; OLIVEIRA, 2012). 
Nos dias atuais, existem 37 NR’s que tratam sobre Segurança e Saúde no 
Trabalho em diversos ramos, trazendo procedimentos, programas, treinamentos e 
outras finalidades que são direcionadas à preservação da integridade e da saúde 
dos funcionários. Com o fim do Ministério do Trabalho em 2019, as NR’s e outros 
assuntos dessa área de fiscalização do trabalho se integraram à Secretaria de 
Inspeção do Trabalho, que pertence ao Ministério da Economia. Na área da 
construção, a NR 18-Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção, é a principal das normas que regulamenta as atividades da construção 
civil (RESENDE, 2019). 
20 
 
Normas regulamentadoras Aplicadas a Construção civil: 
 NRs 1 a 5 - Disposições Gerais (CIPA) 
 NR 6 - Equipamentos de Proteção individual 
 NR 7 - Exames médicos 
 NR 8 - Edificações 
 NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
 NR 10- Segurança em instalações e serviços em eletricidade 
 NR 11- Transporte, movimentação, Armazenagem e manuseio de 
materiais 
 NR 12- Segurança do trabalho em máquinas e equipamentos 
 NR 13- Caldeiras, vasos de pressão e tubulação 
 NR 14- Fornos 
 NR 15 – Atividade e operações insalubres 
 NR 16 – Atividades e operações perigosas 
 NRs 17 a 22 - Ergonomia, explosivos, inflamáveis e trabalhos a céu aberto 
 NR 23 – Proteção contra Incêndios 
 NRs 24 e 25 Condições sanitárias e resíduos industriais 
 NR 26 – Sinalização de Segurança 
 NRs 27 e 28- Registro profissional, fiscalização e penalidades 
 NR 33- Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados 
 
A NR 18 é uma norma regulamentadora que foi publicada pela primeira vez 
em 8 de julho de 1978, por meio da portaria nº 3. 214. Inicialmente era focada em 
“obras da construção, demolição e reparos”. Em 1995, no mês de julho, houve uma 
nova publicação no diário oficial da União, agora utilizando o nome de “Condições e 
Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção”. Em 11 de fevereiro de 
2020, foi publicada a sua última atualização pela Portaria SEPRT n.º 3.733, agora 
com o título “Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da 
Construção”, trazendo uma reformulação completa. 
A NR 18 tem como principais propósitos, garantir a saúde e integridade dos 
trabalhadores, definir as funções e responsabilidades do pessoal da gestão, prever 
os riscos durante a implementação do projeto, determinar medidas de proteção e 
prevenção para evitar comportamentos e situações perigosas e aplicar técnicas de 
execução para minimizar o risco de doenças e acidentes (BRASIL, 2018). 
Uma parte importante da NR 18, ainda segundo Brasil (2018), é o Programa 
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil 
(PCMAT), programa este que estabelece procedimentos administrativos, 
planejamento e organização para a implementação de medidas de controle e 
sistemas de segurança preventiva no processo. Em suma, o PCMAT prevê uma 
21 
 
série de medidas de segurança para serem adotadas durante o processo de 
desenvolvimento do trabalho. Procedimentos de segurança são criados para prever 
riscos e desenvolver estratégias que visam o impedimento de acidentes de trabalho 
e doenças ocupacionais. O PCMAT se torna obrigatório para ser elaborado em 
estabelecimentos com 20 trabalhadores ou mais, em companhia do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). 
 Com a nova reformulação da NR 18, muitas mudanças foram implementadas: 
o PCMAT e o PPRA foram excluídos, dando lugar a um único sistema, chamado de 
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), tendo a mesma estrutura dos antigos 
programas, porém exigindo a aplicação da NR 01, obrigatória para qualquer tipo de 
obra, sem importar o número de trabalhadores. O profissional qualificado em 
segurança do trabalho pode elaborar o PGR em obras que tenham, no máximo, 10 
trabalhadores e até 7 metros de altura. Em edificações que tenham configuração 
diferente, continuará sendo exclusiva do profissional legalmente habilitado em 
segurança do trabalho. A adoção de medidas deve levar em conta a hierarquia 
apresentada na NR 01, onde a vestimenta de trabalho será de acordo com a NR 24 
e o levantamento de cargas deverá ser de acordo com a NR 17 (BRASIL, 2020). 
Em março de 2018, foi lançada a Norma ISO 45001, mais precisamente no 
dia 12, aprovada depois que os membros do ISO National Standards Body (NSB) 
passaram por uma votação final surpreendente de 93%. Logo, a ISO 45001 é o novo 
padrão internacional para Saúde e Segurança Ocupacional (SSO), substituindo a 
OHSAS 18001. Ainda de acordo com a ISO 45001, o risco de Segurança e Saúde 
Ocupacional é uma combinação da probabilidade de ocorrência de um incidente ou 
problema de saúde, que pode ser causado por um evento ou exposição. De acordo 
com essa norma, a investigação e reavaliação de riscos são as etapas básicas para 
a implantação e manutenção do sistema de gestão de SSO, principalmente na 
prevenção de acidentes. Seu formato é baseado no padrão do Anexo SL utilizando 
do princípio do Método Interativo de gestão de quatro passos (PDCA) para a 
melhoria do controle de processos e produtos, estruturando o sistema de gestão de 
SSO. Na etapa de planejamento (P – Plan), a norma propõe o levantamento dos 
riscos, através dos itens Contexto da Organização (4) e Planejamento (6) 
(BARACHO, 2018). 
 
 
22 
 
 
Figura 1: Estrutura da Norma ISO 45001:2015 segundo conceito de PDCA. 
Fonte: Disponível em: https://certificacaoiso.com.br/iso-45001-prevencao-de-acidentes-e-o- modelo-
do-queijo-suico/ 
 
O fluxo proposto é que baseado nos riscos encontrados desde o item 
“Contexto da Organização” à Etapa de Planejamento, propõe ações para: 
 Garantir que o sistema de gestão da SSO possa alcançar seu(s) 
resultado(s) pretendido(s); 
 Prevenir ou reduzir efeitos indesejáveis; 
 Alcançar a melhoria contínua. 
 
Na etapa de planejamento, tem como objetivo, inclusive, identificar os perigos 
e avaliar os riscos de SSO, para que assim os Controles Operacionais e Ações 
Emergenciais sejam definidos e decretados com foco na prevenção de incidentes e 
acidentes (BARACHO, 2018). 
 
 
 
 
23 
 
2.3 Acidentes de trabalho na Previdência Social 
 
 
O instrumento formal de registro dos acidentes do trabalho e equivalentes na 
Previdência Social é a Comunicação do Acidente do Trabalho (CAT). O Decreto 611, 
de 21.07.1992, em seu artigo 142, diz que a empresa deve disponibilizar uma cópia 
da CAT ao acidentado ou dependentes, e ao sindicato da categoria do trabalhador. 
Em casos que a empresa não emitir o CAT, podem formalizar a comunicação do 
acidente: o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o 
médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública (LAGO, 2006). 
A definição do acidente de trabalho deve ser feita pelo INSS, conforme 
designa o artigo 143 do Decreto 611/92: 
1 – De forma administrativa, por meio do setor de benefícios do INSS, que criará a 
associação entre o trabalho praticado e o acidente; 
2 – De forma técnica, por meio da Perícia Médica do INSS, que identificará a relação 
de causa e efeito entre: 
I) o acidente e a lesão; 
II) a doença e o trabalho; 
III) a "causa mortis" e o acidente. 
 
Os primeiros quinze dias de tratamento do acidente ou da doença profissional 
devem ser remunerados integralmente pelo empregador; por conta disso, acredita-
se que seja um dos motivos do sub-registro dos acidentes leves. Caso o 
afastamento se prolongue além dos quinze dias, o paciente terá que se submeter à 
Perícia de Acidente do Trabalho. Ao se comprovaro nexo causal, o trabalhador terá 
acesso aos benefícios do Seguro de Acidente do Trabalho do INSS, que é 
financiado por contribuições das empresas, tendo percentual de acordo com a folha 
de pagamento proporcional ao grau de risco da atividade por ele exercida (LAGO, 
2006). 
 
 
24 
 
2.4 Os fatores que influem nos acidentes e a análise das situações 
potencias de acidentes 
 
 
É preciso buscar o entendimento de que o ambiente e as condições de 
trabalho não se limitam a elementos materializados, como edificações, instalações e 
máquinas; mas incluem também a informação e sua plena divulgação e 
disponibilidade, relacionamento interpessoal e estilos de gestão eficazes em cada 
departamento. O nível de organização e a programação diária de cada trabalhador 
são planejados de acordo com as tarefas prescritas e a forma de controle do seu 
trabalho. Além de proporcionar, mais ou menos cansaço, cada um desses fatores, 
individual ou coletivamente, contribui para o sentimento e a satisfação ou 
insatisfação com o trabalho realizado, devido à combinação das exigências que os 
trabalhadores recebem ao longo de sua trajetória profissional (BARBOSA, 2011). 
Um grande problema da construção civil que afeta muito a saúde dos 
trabalhadores é a busca pela produtividade. Os funcionários são incentivados a 
aumentar sua produtividade, mas isso não ocorre em um período de tempo limitado, 
os empregadores querem isso do início ao fim. Entretanto, quanto maior a 
quantidade de horas trabalhadas, maior será o risco de surgirem doenças 
ocupacionais e de acontecerem acidentes de trabalho (VENTURA; ARAÚJO, 2007). 
O ser humano não é uma máquina que pode trabalhar durante um longo período de 
tempo sem interrupções, pois mesmo as máquinas utilizadas em grande produção, 
começam a apresentar problemas. Se até a tecnologia vez ou outra, possui falhas 
de sistema, há de se levar em consideração o que ocorre com as pessoas ao 
ultrapassarem seus limites físicos e mentais no ambiente laboral. Tudo isso tem que 
ser levado em conta na obra, a fim de proteger a integridade física dos operários. 
Como em qualquer atividade do setor privado, a construção é principalmente 
focada na obtenção do lucro, então existe uma busca pela redução dos custos do 
trabalho. No entanto, é escolhida uma forma que acaba tirando os investimentos em 
segurança do trabalho (ROCHA et al., 2000). Isso ocorre porque alguns profissionais 
do setor não percebem o impacto da segurança do trabalho na produtividade da 
empresa, mantendo esse aspecto em segundo plano. 
 Qualquer pessoa está exposta aos mais diversos ambientes que podem 
condicionar acidentes ou danos, seja dentro ou fora do local de trabalho, podendo 
25 
 
afetar sua qualidade de vida. A possibilidade de tal dano é chamada de risco. 
Portanto, o risco é uma combinação da probabilidade de ocorrência e da gravidade 
do evento indesejado (FUNDACENTRO, 2004). De acordo com o Anexo 5 do 
decreto nº 25 do Ministério do Trabalho e Emprego de 29 de dezembro de 1994, a 
atividade laboral em condições inseguras no ambiente de trabalho expõe os 
trabalhadores a cinco tipos de riscos ocupacionais (BRASIL, 1994). 
 
Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V 
Risco Físico 
Risco 
Químico 
Risco 
Biológico 
Risco 
Ergonômico 
Risco 
de 
Aciden
tes 
Ruídos Poeiras Vírus 
Esforço físico 
intenso 
Arranjo 
físico 
Inadequa
do 
 
Vibrações 
 
Fumos 
 
Bactérias 
Levantamento e 
transporte 
manual de peso 
Máquinas 
e 
equipament
os 
sem proteção 
Radiações 
ionizantes 
 
Névoas 
 
Protozoários 
Exigência de 
postura 
Inadequada 
Ferrament
as 
inadequad
as 
ou defeituosas 
Radiações não 
ionizantes 
 
Neblinas 
 
Fungos 
Controle rígido de 
Produtividade 
Iluminaç
ão 
Inadequa
da 
 
Frio 
 
Gases 
 
Parasitas 
Imposição de 
ritmos 
Excessivos 
 
Eletricidade 
 
Calor 
 
Vapores 
 
Bacilos 
Trabalho em 
turno e noturno 
Probabilidade 
de incêndio ou 
explosão 
26 
 
 
Pressões 
anormais 
Substâncias 
compostas ou 
produtos 
químicos em 
geral 
 
Jornadas de 
trabalho 
Prolongadas 
 
 
Armazenamen
to 
Inadequado 
Umidade 
 Monotonia e 
Repetitividade 
Animai
s 
peçonhent
os 
 
Outras situações 
causadoras de 
estresse 
físico e/ou 
psíquico 
Outras 
situações de 
riscos que 
poderão 
contribuir para 
a 
ocorrência de 
acidentes 
Tabela 1: Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua natureza 
e a padronização das cores correspondentes. 
Fonte: Adaptada da portaria nº 25 do MTE, 29/12/1994 (BRASIL, 1994). 
 
A primeira etapa para um programa de gerenciamento e controle de riscos 
ocupacionais é o reconhecimento da existência destes e das possibilidades em que 
podem surgir, mas isso não adianta se nada for proposto para colaborar no controle 
da exposição dos trabalhadores a estes riscos (GOMES; OLIVEIRA, 2012). Saliba 
(2004) argumenta que, no Brasil, a NR 09 (Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais - PPRA) e a NR 15 (Atividades e Operações Insalubres), são as normas 
que devem ser usadas como base para determinar os níveis de risco e as medidas 
de controle. 
Em uma análise sobre os principais riscos oferecidos aos trabalhadores da 
construção civil, temos: 
 Queda de pessoas e de cargas; 
 Queda de altura; 
 Espaços confinados; 
 Cargas instáveis que se deslocam; 
 Colisão com outros veículos; 
 Fadiga causada por longas viagens; 
27 
 
 Carga física e riscos elétricos; 
 Falta de manutenção em equipamentos; 
 Falta de treinamento de capacitação; 
 Falto de uso de EPI E EPC. 
Rocha et al. (2000) entendem que existe a possibilidade de evitar e/ou 
minimizar a taxa de acidentes de trabalho utilizando medidas de cunho gerencial 
associadas à implantação de instalações físicas de segurança. É necessário que as 
empresas voltem sua atenção para o desenvolvimento de um programa de 
segurança, com intuito de observar que os diversos fatores que influenciam no 
canteiro estejam sobre vigilância regularmente, deixando de lado a prática simplista 
de se preocupar somente com a implantação das instalações de segurança. 
 A NR 09 trata como obrigatório a elaboração, por parte de todo e qualquer 
empregador, do PPRA. Esse programa visa identificar os riscos ambientais físicos, 
químicos e biológicos no ambiente de trabalho, de forma que todos os trabalhadores 
entendam os perigos desse local a partir de suas atividades (BRASIL, 2017). 
Frota e Feitosa (2001) fizeram uma pesquisa em obras de edificações na 
cidade de Belém, verificando que os custos de segurança e da instalação de um 
canteiro, podem chegar a cerca de 3% do custo total de uma obra, conforme a 
tabela abaixo: 
 
 
Tabela 2: Custos das instalações de um canteiro de obras. 
Fonte: Frota & Feitosa (2001). 
 
Considerando esses aspectos, Rocha et al. (2000) apontam que os 
regulamentos da NR 18 ainda não estão assimilados pelos profissionais do setor, já 
que é possível identificar a existência de questionamentos acerca de sua 
28 
 
interpretação e viabilidade técnica e econômica, partindo de algumas das exigências 
estabelecidas em norma. 
 
 
2.5 Principais motivos para ocorrerem acidentes no trabalho 
 
 
Segundo a FUNDACENTRO (1980), as principais causas de acidentes de 
trabalho podem ser divididas em duas categorias: 
a) Causas objetivas - englobam as causas que se prendem aos métodos e 
utensílios de trabalho. São as condições perigosas de trabalho que colocam 
em risco as máquinas, os equipamentos e a integridade física e mental do 
trabalhador. 
b) Causas subjetivas – compreendem as causas que dependem do trabalhador. 
São atos sem segurança que, conscientes ou não, podem provocar algum 
dano a ele ou às máquinas e aos materiais e equipamentos. 
 
Alguns dos principais fatores que, segundo a FUNDACENTRO (1980) levam 
atos inseguros ou condições inseguras:Situação Fator
es 
 
A
to
s
 I
n
s
e
g
u
ro
s
 
Inadaptação entre homem e função: Muitas vezes indivíduos são 
colocados a desenvolver atividades específicas de determinada 
função para as quais não se encontram preparados, isto é, não há 
coerência entre a atividade e as condições do indivíduo para 
executá-la. 
Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los: 
muitos dos atos inseguros são resultantes do desconhecimento, por 
parte dos trabalhadores, dos riscos a que ficam expostos durante a 
realização de determinadas atividades. 
Desajustamento: muitos indivíduos não se enquadram, não se 
acostumam ou, mesmo, não aceitam determinadas situações de 
trabalho, impossibilitando seu ajuste às condições existentes, mesmo 
que estas sejam adequadas. 
 
C
o
n
d
iç
õ
e
s
 
In
s
e
g
u
ra
s
 No canteiro de obras: áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares, 
excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e limpeza, 
instalações impróprias ou com defeitos, falta de sinalização, etc. 
29 
 
Na maquinária: localização imprópria, falta de proteção em partes 
móveis e pontos de agarramento, defeitos, etc. 
Na proteção do trabalhador: insuficiente ou totalmente ausente, 
roupas e calçados impróprios, equipamento de proteção com defeito, 
etc. 
Quadro 1: Fatores responsáveis pelos atos e condições inseguras na construção. 
Fonte: FUNDACENTRO (1980). 
 
Os fatores internos e externos, isolados ou conjuntamente, podem gerar 
acidentes, mesmo que com reflexos diferentes sobre o trabalhador (OPITZ, 1988). 
Esses fatores podem ser reunidos em cinco grupos: 
1º) Acidentabilidade: se refere à aptidão da pessoa a sofrer acidentes - 
predisposição é entendida como as circunstâncias, ou conjunto de 
circunstâncias, que levam alguns indivíduos, quando colocados num 
grupo com condições iguais de trabalho, sofrerem mais acidentes 
que os demais. 
2º) Idade e antiguidade profissional: a experiência profissional 
contribui para entender melhor sobre a necessidade de se ter uma 
atitude permanente no sentido de se evitar o acidente. Quando não 
se tem a mesma experiência que as pessoas mais velhas, ocorre 
uma maior tendência de que os jovens sofram mais acidentes. 
3º) Aptidão profissional: se o profissional é instruído para a tarefa que 
vai realizar, as chances de ocorrer um acidente são bem baixas. 
4º) Influência social: o convívio social, as relações com a família, 
educação, salário, posição no meio social e os costumes, podem 
ocasionar traumas psíquicos, que podem degenerar em neuroses e 
acabar afetando o comportamento do empregado, assim o expondo 
a acidentes. 
5º) Fatores ambientais: formado pelas condições anormais do 
ambiente de trabalho ou dos sistemas de trabalho. 
 
Ao se analisar os aspectos gerais de cada um desses grupos de fatores, são 
possíveis identificar características específicas. No grupo acidentabilidade, existe 
uma predominância de aspectos psicológicos do trabalhador. No grupo idade e 
antiguidade profissional, é focado os aspectos relacionados à experiência 
30 
 
profissional. No grupo aptidão profissional, há ênfase nos aspectos de qualificação e 
formação profissional. No grupo influência social, tem-se a perspectiva dos aspectos 
psicológicos ligados às relações sociais que vivem o indivíduo. No grupo fatores 
ambientais, foca-se nos aspectos conectados ao ambiente e às condições de 
trabalho. 
O acidente de trabalho pode afetar de forma direta ou não o trabalhador e, em 
função do seu nível de gravidade, ter reflexos maiores ou menores sob o seu estado 
de saúde: 
 
 
Figura 2: Nível de gravidade dos acidentes sofridos pelos trabalhadores. 
Fonte: FUNDACENTRO (1981). 
 
Relacionando condições ruins de trabalho com a baixa produtividade, os 
estudos da OIT (Organização Internacional do Trabalho) apontam o desgaste físico 
e mental e os elevados custos como as principais consequências dos acidentes de 
trabalho. Se os desgastes forem analisados após ocorrer o acidente, na maioria das 
vezes, a repercussão econômica negativa de altos custos não parece de forma 
imediata, nem de forma clara na contabilização da empresa (OIT, 1996). Os 
acidentes resultam não somente em custos diretos como assistência médica, 
indenizações, etc. mas também em custos indiretos, como: 
a) tempo perdido pela vítima; 
b) diminuição da produtividade ao substituir-se o acidentado
 e ao incorporá-lo à atividade após um período de interrupções da 
produção; 
c) danos materiais; 
d) atrasos; 
e) investigações do acidente; e 
31 
 
f) gastos judiciais. 
 Como é visível, os acidentes afetam os custos globais das empresas e, 
consequentemente, seus lucros. 
 
 
2.6 Acidentes de trabalho 
 
 
Os acidentes de trabalho são os maiores problemas para a saúde dos 
trabalhadores. Eles não ocorrem por falta de legislação, e sim pelo não cumprimento 
das normas de segurança, essas que visam à proteção da integridade física do 
trabalhador ao desempenhar suas atividades, e também o controle de perdas. 
Somado ao descumprimento das normas, está a falta de fiscalização e a pouca 
conscientização do empresariado (VENDRAMA, 2001). 
No Brasil, milhões de trabalhadores sofrem acidentes ou ficam doentes por 
conta do seu trabalho. Segundo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), 
mais de 700 mil casos ocorrem a cada ano, mas esse número está bem longe da 
quantidade real de vítimas. A literatura sobre esse tema mostra que o número de 
acidentes não notificados (isso inclui doenças ocupacionais e acidentes de trajeto) 
pelos empregadores pode atingir mais de 80% do total. Segundo um levantamento 
feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi estimado que, em 
2013, cerca de 4,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais, sofreram acidentes de 
trabalho no Brasil, número esse 7 vezes maior que o valor obtido pelo INSS (DA 
SILVA et al, 2015). 
 
32 
 
 
Figura 3: Partes do corpo mais atingidas por acidentes. 
Fonte: Disponível em: https://kadeshcalcados.com.br/2019/02/18/brasil-4-pais-onde-mais-acontecem-
acidentes-de-trabalho/ 
 
Segundo Silva et al. (2015), a construção civil é a atividade econômica que 
mais tem vítimas fatais no Brasil, considerando somente os empregados que estão 
formalmente vinculados aos CNAES (Classificação Nacional de Atividade 
Econômica). De acordo com os dados registrados, são mais de 450 trabalhadores 
mortos no setor a cada ano no país, atingindo quase 20% do total de acidentes 
fatais registrados no Brasil. Verifica-se que a chance de um trabalhador morrer na 
construção é mais do que o dobro da média nacional; e a probabilidade de se 
incapacitar permanentemente é de 60% superior ao restante do mercado de 
trabalho. 
https://kadeshcalcados.com.br/2019/02/18/brasil-4-pais-onde-mais-acontecem-acidentes-de-trabalho/
https://kadeshcalcados.com.br/2019/02/18/brasil-4-pais-onde-mais-acontecem-acidentes-de-trabalho/
33 
 
 
Gráfico 1: Taxa de Mortalidade por Acidentes e Doenças do Trabalho, 1997-2013 (por 100 mil 
trabalhadores segurados). 
 Fonte: Dataprev; Datasus. 
 
Ano Óbitos 
1997 2.819 
1998 3.793 
1999 3.896 
2000 3.094 
2001 2.753 
2002 2.968 
2003 2.674 
2004 2.839 
2005 2.766 
2006 2.798 
2007 2.845 
2008 2.817 
2009 2.560 
2010 2.753 
2011 2.938 
2012 2.768 
2013 2.797 
Tabela 3: Óbitos por acidentes do trabalho no Brasil, 1997 a 2013. 
Fonte: Previdência Social. 
 
 
 
34 
 
 
Pensões 
Acidentárias 
 
Aposentadoria 
por Invalidez (AT) 
 
Auxílio-
Doença (AT) 
 
Auxílio-Acidente 
(AT) 
Auxílio- 
Suplementar 
(AT) 
 
T
O
T
A
L 
2008 1.214 1.628 1.676 1.455 308 6
.
2
8
1 
2009 1.328 1.850 2.103 1.468 124 6
.
8
7
3 
2010 1.393 2.082 2.408 1.675 112 7
.
6
7
0 
2011 1.514 2.371 2.628 1.818 125 8
.
4
5
5 
2012* 1.839 2.656 2.942 2.162 240 9
.
8
3
8 
2013* 2.033 2.994 3.375 2.378 197 1
0
.
9
7
7 
Total 9.320 13.581 15.132 10.955 1.105 5
0
.
0
9
4 
Tabela 4:Despesas do INSS com o pagamento de benefícios por acidente do trabalho, Brasil, 2008 a 
2013 (em milhões de reais). 
Fonte: Previdência Social 
(*) Estimativa. Não foram divulgados os dados de 2012 e 2013 
 
Os custos dos acidentes de trabalho podem ser divididos em três categorias: 
custos diretos, custos indiretos e custos humanos. De maneira geral, os custos 
diretos se constituem em componentes relacionados com o tratamento e reabilitação 
médica; os custos indiretos se relacionam com as oportunidades perdidas para o 
trabalhador que sofreu danos, o empregador, os colegas de trabalho e a sociedade, 
envolvendo custos previdenciários, custos salariais, custos relacionados à 
administração e perdas de produtividade, por último, os custos humanos se referem 
à piora na qualidade de vida do trabalhador e de sua família (BRASIL, 2015). 
Segundo a estimativa da OIT (Organização Internacional do Trabalho) cerca 
de 4% do produto interno bruto mundial (PIB), 2.8 trilhões de dólares são perdidos 
35 
 
por ano em custos diretos ou indiretos relacionados aos acidentes de trabalho e 
doenças que decorrem do mesmo (BRASIL, 2015). 
Pastore (2011) estimou que o custo anual de acidentes do trabalho para as 
empresas brasileiras era de 41 bilhões de reais, para a previdência seria de 14 
bilhões e, para os trabalhadores e suas famílias, o custo chegaria a 16 bilhões. A 
partir disso, o impacto dos acidentes e doenças do trabalho alcançariam 71 bilhões 
de reais por ano, o equivalente a cerca de 9% da folha salarial do Brasil, e algo que 
está cima dos custos; é o que sofre o trabalhador e suas famílias, e isso não pode 
ser quantificado. 
Benite (2004) diz que ao ocorrer um acidente, resultando ou não em lesões 
aos trabalhadores, gerará um prejuízo econômico de forma significativa, porque 
qualquer custo, seja direto ou indireto, será creditado no valor da produção, 
revertendo isso em ônus para a empresa, em detrimento das outras partes 
interessadas. Mas essas despesas diante de acidentes de trabalho só existem 
quando a SST (Saúde e Segurança do Trabalho) é tratada pela empresa de forma 
inadequada, uma vez que existe uma relação direta entre causa e efeito que irá 
permitir nomeá-los como custos da não-segurança: 
 Custos do transporte e atendimento médico do acidentado; 
 Prejuízos resultantes dos danos materiais e ferramentas, máquinas, 
materiais e aos produtos; 
 Pagamento de benefícios e indenizações aos acidentados e suas famílias; 
 Pagamentos de multas e penalizações; 
 Tratamento de pendências jurídicas, tais como processos criminais por 
lesões corporais, indenizatórias e previdenciárias; 
 Tempo não trabalhado pelo acidentado durante o atendimento e no 
período em que fica afastado; 
 Tempo despendido pelos supervisores, equipes de SST e médica durante 
o atendimento; 
 Baixa moral dos trabalhadores, perda de motivação e consequente queda 
de produtividade 
 Tempo de paralisação das atividades pelo poder público e 
consequentemente prejuízo à produção 
 Tempo para a limpeza e recuperação e reinício das atividades; 
36 
 
 Tempo necessário para o (re)planejamento das atividades; 
 Tempo dos supervisores para investigar os acidentes, preparar relatórios e 
prestar esclarecimentos às partes interessadas: clientes, sindicatos, MTE, 
imprensa, etc. 
 Tempo de recrutamento e capacitação de um novo funcionário na função 
do acidentado, durante seu afastamento; 
 Perda da produtividade do trabalhador acidentado após seu retorno; 
 Aumento dos custos dos seguros pagos pelas organizações (voluntários e 
obrigatórios); 
 Custos econômicos relativos ao prejuízo da imagem da empresa frente à 
sociedade e clientes. 
 
Segundo Benite (2004), o elevado número de custos da não-segurança, deve 
ser conhecida por todos os empregadores; assim, vendo a quantidade de recursos 
desperdiçados diante da ocorrência de um acidente, poderá servir como um 
argumento para estimular os investimentos na sua redução ou eliminação. Mas isso 
está bem longe da realidade brasileira, já que a grande maioria ainda visualiza 
somente os custos diretos relacionados aos acidentes, enquanto os custos indiretos 
chegam a valores maiores que 3 a 10 vezes. A seguir estão alguns exemplos de 
principais gastos envolvidos em acidentes, tanto diretos ou indiretos, e que podem 
possuir menor ou maior relevância de acordo com as características do acidente, 
despesas da segurança: 
 Tempo dos trabalhadores utilizado durante as atividades de treinamento; 
 Custos dos treinamentos, conscientização e capacitação dos 
trabalhadores; 
 Custos com exames médicos de monitoramento de saúde; 
 Manutenção de equipes de SST e respectivos encargos sociais; 
 Aquisição de equipamento de proteção individual; 
 Tempo para desenvolvimento de projetos e instalação de proteções 
coletivas; 
 Placas de identificação e orientativas de SST; 
 Manutenção da infraestrutura nos canteiros (áreas de vivencia, refeitórios, 
alojamento, sanitários); 
37 
 
 Custos com realização de medidas de condições ambientais (ruído, 
iluminação, vapores, etc.). 
A NR 15 descreve operações e atividades de trabalho relacionadas à 
insalubridade. As atividades realizadas em um ambiente laboral nocivo, resultarão 
inevitavelmente em ajuda adicional para os trabalhadores, e este auxílio depende do 
grau de insalubridade. Os transtornos físicos ou mentais causados por níveis além 
dos limites estabelecidos de ruído, choque, temperatura, vibração, etc., representam 
atividades nocivas. De acordo com a norma, ao eliminar a insalubridade do 
ambiente, acabará também com o adicional recebido (BRASIL, 2014). 
 
 
2.7 Comparativo entre o total de acidentes de trabalho na construção civil 
entre 2015 e 2017 
 
 
Esses dados foram obtidos através do site Ministério da Previdência Social, e 
se referem aos valores totais dos acidentes de trabalho por estado e por região: 
 
REGIÃO TOTAL DE ACIDENTE_______________________________ 
 2015 2016 2017 
BRASIL 38.926 33.063 26.959 
NORTE 3350 2490 1778 
ACRE 121 74 84 
AMAPÁ 49 55 47 
AMAZONAS 460 395 314 
PARÁ 1716 1303 917 
RONDÔNIA 751 374 180 
RORAIMA 96 91 86 
TOCANTINS 157 198 150 
NORDESTE 6168 5346 4456 
ALAGOAS 294 237 172 
BAHIA 1708 1285 1333 
CEARÁ 953 942 718 
MARANHÃO 620 625 481 
PARAÍBA 354 297 242 
PERNAMBUCO 1198 1018 847 
PIAUÍ 350 439 268 
RIO GRANDE DO NORTE 453 328 275 
SERGIPE 238 175 120 
SUDESTE 20305 16868 13373 
ESPÍRITO SANTO 836 623 525 
MINAS GERAIS 4271 3422 2893 
RIO DE JANEIRO 4304 3232 2001 
SÃO PAULO 10894 9591 7954 
SUL 6184 5631 5031 
PARANÁ 2515 2256 2077 
38 
 
RIO GRANDE DO SUL 2053 1775 1512 
SANTA CATARINA 1616 1600 1442 
CENTRO-OESTE 2919 2728 2321 
DISTRITO FEDERAL 555 533 499 
GOIÁS 963 1031 844 
MATO GROSSO 962 683 531 
MATO GROSSO DO SUL 439 481 447 
Tabela 5: Total de acidentes de trabalho na construção civil por estado e região entre 2015 e 2017. 
Fonte: Ministério da fazenda (2017). 
 
O comparativo dos dados referentes à evolução dos acidentes de trabalho no 
tempo está exposto no gráfico 2: 
 
 
Gráfico 2: Total de acidentes de trabalho na construção civil por região entre 2015 e 2017. 
Fonte: Ministério da fazenda (2017). 
 
Observando os dados, é possível notar um decréscimo nos acidentes de 
trabalho relacionados à construção civil em todas as regiões. A região Sudeste é a 
que detém o maior número de acidentes, chegando a quase metade do total, isso 
por ser o maior polo gerador de empregos desse tipo. Por haver uma maior 
concentração de obras, consequentemente, terá mais acidentes. 
O gráfico a seguir, demonstra dados da quantidade de trabalhadores na 
construção civil entre 2015 e 2017 no Brasil e por regiões: 
39 
 
 
Gráfico 3: Pessoal ocupado em 31/12 na construção civil por região entre 2015 e 2017. 
Fonte: IBGE (2017). 
 
Com isso, é possível observar que, ao longo dos anos, diminuiu a quantidade 
depessoas envolvidas com construção civil, resultando numa grande baixa. Por 
consequência disso, a quantidade de acidentes diminuiu, pois quanto menos 
pessoas envolvidas, menos são os indivíduos suscetíveis aos riscos presentes no 
canteiro de obras. Outros fatores que podem ter contribuído para a baixa dos 
acidentes, incluem a maior informação dos profissionais acerca dos equipamentos e 
medidas de segurança, mais investimento por parte dos empregadores em técnicas 
de segurança do trabalho e maior aplicação das normas vigentes por lei. Mesmo 
com essa diminuição significativa do número de acidentes, ainda é um valor 
considerado elevado, que deve servir de estímulo para impulsionar as empresas 
envolvidas no ramo da construção civil, instigando-as a diminuí-los ainda mais. 
 
 
2.8 EPI E EPC 
 
 
A Constituição Federal brasileira determinou que todos os trabalhadores têm 
direito à segurança ao realizarem as suas atividades, além da proteção de sua 
saúde e integridade física e moral. É de grande responsabilidade do empregador 
garantir isso para os profissionais envolvidos no ambiente de trabalho, de forma a 
realizar os serviços em condições que contribuam para a melhoria da qualidade de 
40 
 
vida e a realização social e pessoal dos indivíduos em questão (BARBOSA; 
FIGUEIREDO, 2015). 
Na construção civil, muitos são os fatores que tornam os trabalhadores 
sujeitos a acidentes, como a insuficiência de instalações temporárias, jornada 
prolongada, serviço noturno, a falta do uso ou uso de maneira incorreta do 
Equipamento de Proteção Individual (EPI) e a ausência do Equipamento de 
Proteção Coletiva (EPC). Outros fatores que devem ser considerados são os de 
ordem social, como baixos salários, que podem fazer com que os trabalhadores se 
alimentem mal, causando desnutrição e tornando-os vulneráveis às doenças 
(ARAÚJO, 2008). 
Treinamentos e capacitações são formas de prevenir e reduzir o risco de 
acidentes e, somado a isso, também existem os equipamentos de proteção, 
servindo para amenizar ou eliminar os riscos em relação aos trabalhadores; são 
estes: Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) e os Equipamentos de Proteção 
Individual (EPI’s). 
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é todo dispositivo ou sistema de 
âmbito coletivo que tem como objetivo preservar a integridade física e a saúde dos 
trabalhadores, a exemplo de: proteção de partes móveis de máquinas e 
equipamentos, corrimão de escadas, sinalização de segurança, etc. (BRASIL, 2018). 
Segundo SESI (2015), são elementos que irão servir de barreira entre o perigo e o 
trabalhador, ou seja, são algumas das medidas de segurança tomadas numa obra 
para proteger uma ou mais pessoas. Dentre os principais EPC’s usados na 
construção civil, destacam-se: 
 Linha de vida; 
 Guarda corpo; 
 Tela de fachada 
 Sinalização de segurança (placas, cones, etc.). 
 
41 
 
 
Figura 4: Exemplo de EPC’s (tela de fachada) na Indústria de construção civil. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
 
Figura 5: Exemplo de EPC’s (guarda corpo) na Indústria de construção civil. 
Fonte: Imagens da aluna Angélica Diemer Crusius, disponível em: 
https://www.ufrgs.br/eso/content/?p=523 
 
https://www.ufrgs.br/eso/content/?p=523
42 
 
Figura 6: Exemplo de EPC’s. 
Fonte: Disponível em: https://medium.com/@renato.2017057/o-que-%C3%A9-um-epc-994d12949fda 
 
A NR 18 especifica a necessidade de uma tela de fachada (Figura 4) em todo 
o perímetro da edificação, com objetivo de evitar que objetos, ferramentas e detritos 
acabem caindo fora da área da edificação, causando assim danos aos funcionários, 
pedestres e construções próximas ao local da obra (BRASIL, 2018). 
O Equipamento de Proteção Individual (EPI) está na legislação ordinária, nos 
artigos 166 e 167 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), onde informa e 
estabelece os tipos destes equipamentos. As empresas são obrigadas a fornecê-los 
para os empregados, sempre que as condições de trabalho exigirem, resguardando 
a saúde e a integridade física dos trabalhadores (BRASIL, 1943). 
A NR 06 Equipamentos de Proteção Individual – EPI ainda de acordo com 
Brasil (2018), define o EPI como qualquer dispositivo ou produto de uso individual 
que será utilizado pelo trabalhador, tendo o objetivo de protegê-lo dos riscos e 
garantir a sua segurança e saúde no trabalho. O empregador, além de entregar os 
equipamentos, também está a cargo de fiscalizar o uso por parte de seus 
empregados, ademais de promover ações que os conscientizem sobre a importância 
do uso de EPI. 
Segundo a NR 06 (BRASIL, 2018), os equipamentos de proteção individual 
podem ser classificados em diferentes grupos: 
 A - EPI para proteção da cabeça; (ex: capacete aba total PVC); 
 B - EPI para proteção dos olhos e face; (ex: óculos de policarbonato); 
https://medium.com/@renato.2017057/o-que-%C3%A9-um-epc-994d12949fda
43 
 
 C - EPI para proteção auditiva; (ex: protetor auricular tipo concha alcochoada 
e regulagem para acoplamento ao capacete); 
 D - EPI para proteção respiratória;(ex: respirador descartável contra poeira e 
névoa); 
 E - EPI para proteção do tronco; (ex: macacão eletricista); 
 F - EPI para proteção dos membros (ex: luva nitrílica); 
 G - EPI para proteção dos membros inferiores; (ex: botina inteira vaqueta 
cabedal em couro hidro fugado com biqueira); 
 H - EPI para proteção do corpo inteiro (ex: vestimenta condutiva para 
proteção de todo o corpo contra choques elétricos); 
 I - EPI para proteção contra quedas com diferença de nível (ex: cinturão de 
segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em 
altura). 
 
 
Figura 7: Principais EPI´s utilizados na Indústria da Construção Civil. São esses classificados como: 
A (Capacete), B (Óculos de policarbonato), C (Protetor auricular), F (Luvas), G (Botina), I (cinturão de 
segurança). 
Fonte: Disponível em: https://www.saudeevida.com.br/importancia-do-uso-de-epi/ 
 
 
 
https://www.saudeevida.com.br/importancia-do-uso-de-epi/
44 
 
 
Figura 8: Estatísticas de acidentes causados pela falta de EPI. 
Fonte: Disponível em: https://onsafety.com.br/seguranca-do-trabalho-depende-do-epi/ 
 
Em relação ao uso de EPI’s, SESI (2015) destacou que uma regra necessária 
e importante a ser considerada, é o desenvolvimento de um plano de segurança do 
trabalho. No entanto, algumas organizações não eliminam ou neutralizam o risco na 
fonte geradora, só protegem o individual, continuando a existir os perigos no 
ambiente de trabalho. A proposta do sistema de gestão, deve ser voltado com 
atenção ao monitoramento, procedimentos e métodos de utilização dos 
equipamentos de proteção individual e coletiva, ao mesmo tempo em que são 
exigidos treinamentos em larga escala, palestras nos canteiros de obras e a 
qualificação dos profissionais, aumentando a chance de diminuir os índices de 
acidentes do trabalho. 
Nos estudos científicos de Oliveira e Pilon (2003), o EPI não pode prevenir 
acidentes, apenas evita a ocorrência de acidentes de lesão ou diminuem a sua 
gravidade, protegendo o corpo e o organismo de substâncias químicas (tóxicas, 
sensibilizantes, etc.) que possam determinar doenças ocupacionais. Mesmo o alto 
índice de funcionários que recebem os equipamentos, a quantidade de profissionais 
que os utilizam regularmente é bem baixo e, por consequência disso, o número de 
acidentes causados pela falta do uso de EPI é bem elevado. 
Como é proposto na NR 6, cabe ao empregador: 
• Adquirir o equipamento adequado ao tipo de risco oferecido por cada 
atividade; 
• Exigir seu uso; 
https://onsafety.com.br/seguranca-do-trabalho-depende-do-epi/
45 
 
• Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional 
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; 
• Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e 
conservação; 
• Substituir imediatamente, quando danificado ouextraviado; 
• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, 
• Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. 
 
Essa norma também reforça a responsabilidade dos órgãos públicos ligados 
ao MTE de fiscalizar e orientar quanto ao uso de forma adequada e a qualidade dos 
EPI’s e, também, aplicar as penalidades cabíveis pelo descumprimento da NR 6. 
 
 
2.9 Profissionais responsáveis pela segurança do trabalho na construção 
civil 
 
 
Segundo Jackson e Amorim (2001), os engenheiros de segurança são 
pessoas especializadas com o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes e 
doenças dentro de um local de trabalho. De forma externa às situações de trabalho, 
agem sobre as máquinas e sistemas (projeto de sistemas de proteção), sobre as 
normas, procedimentos e trabalhadores (treinamentos). Esses profissionais 
encontram muitas dificuldades dentro das empresas, devido a várias restrições de 
tempo e orçamento, gerando assim, análises superficiais dos problemas. 
Além de ser formado em engenharia, Moreira (2003) salienta que para poder 
atuar na área de segurança do trabalho, é necessário um curso de especialização 
em engenharia de segurança do trabalho, ministrado por uma universidade ou 
instituição especializada, que seja reconhecida e autorizada pelo MTPS (Ministério 
do Trabalho e Previdência Social), através do DNSHT (Departamento Nacional de 
Segurança e Higiene do Trabalho). 
O engenheiro de segurança do trabalho, segundo a NR4, tem como 
responsabilidades: a aplicação dos conhecimentos de engenharia de segurança do 
trabalho ao ambiente de serviço e todos os seus componentes, como máquinas e 
equipamentos, reduzindo e eliminando os riscos à saúde do trabalhador; é 
46 
 
responsável por orientar quanto ao cumprimento das NRs que são aplicadas a 
determinadas atividades que estão sendo executadas no local; esclarecer e 
conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças 
ocupacionais, estimulando para que ocorra a prevenção; analisar e registrar em 
documentos específicos todos os acidentes e doenças ocupacionais que ocorram na 
construção (MOREIRA, 2003). 
O técnico de segurança do trabalho tem uma função semelhante à do 
engenheiro de segurança do trabalho, que é identificar, avaliar e informar os riscos 
presentes nos processos de trabalho. Esses profissionais trabalham juntos com os 
demais integrantes do SESMT, elaborando e executando medidas para proteger à 
saúde dos trabalhadores (INOUE; VILELA, 2014). 
 
 
2.10 Medicina do trabalho 
 
 
A área de saúde ocupacional, procura desenvolver ações preventivas 
planejando evitar e/ou eliminar danos à saúde do indivíduo no local de trabalho. 
Essas ações, segundo Gomes (1987), compreendem: 
1. Promoção da saúde: a realização de exames médicos pré-emprego 
volta-se para a adequação do indivíduo ao cargo ou função que melhor se 
enquadre de acordo com suas condições de saúde. 
2. Proteção específica: a prevenção do risco específico, que ocorre através 
da imunização, é uma aliada na proteção do indivíduo contra doenças que 
podem dar origem a acidentes do trabalho. 
3. Diagnóstico: a partir de exames audiométricos, radiológicos, testes 
ergométricos, etc., a medicina consegue fazer um diagnóstico antecipado 
de possíveis ou futuros danos à saúde do trabalhador. 
4. Reabilitação: se as medidas preventivas não forem implementadas de 
forma suficiente, os resultados do agravamento da saúde do trabalhador 
tendem a assumir dimensões que podem limitar permanentemente a 
capacidade de trabalho do mesmo. Nesse sentido, a medicina trabalha na 
reabilitação do acidentado ou do doente ocupacional. 
 
47 
 
Essa medicina é importante, porque estudam casos de lesões por esforço 
repetitivo e também outras doenças ocupacionais, identificando ações necessárias 
para um atendimento rápido aos empregados e para sua reabilitação. Os médicos 
se apoiam em estudos da ergonomia, que visam preservar o indivíduo da fadiga, do 
desgaste físico e mental, assim o deixando apto para trabalhar, com objetivo de 
aumentar a produtividade do sistema (CARVALHO, 1984). Técnicas ergonômicas 
aplicadas acabam reduzindo significativamente os problemas musculares como, por 
exemplo, as lombalgias. Ao serem aplicadas, acabam reduzindo o esforço ao 
levantar, movimentar e transportar pesos e cargas. 
Medidas ligadas à medicina do trabalho com o intuito de defender a saúde do 
empregado podem ser destacadas, como as relacionadas a seguir (DALCUL, 2001): 
a) criar estímulos constantes à prevenção de acidentes; 
b) detectar os sintomas que levam à ocorrência do acidente; 
c) acompanhar adequadamente cada caso, estabelecer as medidas 
corretivas que impeçam a repetição dos casos e insistir na 
readaptação profissional do trabalhador acidentado; 
d) identificar as atividades mais afetadas e mais sujeitas a riscos; 
e) dar maior relevância ao exame de seleção feito antes da admissão do 
trabalhador e cuidar para que os novos trabalhadores, com menos 
experiência ou menor conhecimento das condições de trabalho 
vigentes, não fiquem expostos aos riscos. 
f) manter prontuários médicos de todos os trabalhadores da empresa, 
fornecendo cópia dos mesmos aos dispensados, 
independentemente dos motivos da dispensa – a pedido, demissão, 
incapacidade – e exigir dos admitidos a apresentação de tais 
prontuários e, ainda, desenvolver exames de seleção por médicos 
realmente capacitados. 
 
 
 
48 
 
2.11 Ferramentas que podem ser utilizadas por empresas para controle dos 
riscos de acidentes em obras da construção civil 
 
 
As ferramentas a seguir podem ser utilizadas pelas empresas para controle e 
correção dos comportamentos de riscos identificados entre os operários (COSTA; 
GASPAR, 2019): 
 Inspeções técnicas: as inspeções técnicas podem ser realizadas 
diariamente pelo engenheiro de segurança e/ou pelo técnico de segurança 
do trabalho contratado pela empresa, que vão identificar as condições de 
risco do local e tomar as devidas providências; 
 Campanhas de segurança: desenvolver campanhas de segurança 
durante o projeto, sendo realizadas de muitas formas, como treinamentos 
em sala, atividades práticas ou de forma lúdica. Essas campanhas podem 
ser feitas de acordo com os principais desvios de comportamento 
identificados no local, e também alinhando com o momento do projeto. 
Exemplo: se estão sendo realizados muitos trabalhos em altura, tem que 
ser feito um treinamento voltado para os riscos existentes nesse tipo de 
atividade; 
 Outra forma que pode ser utilizada para sensibilizar os funcionários a 
trabalharem de forma segura são as campanhas que associem o trabalho 
seguro realizado dentro da obra com o benefício que isso trará para a vida 
pessoal do trabalhador. Isso pode ser ativado através de vídeos enviados 
pela família dos trabalhadores pedindo para que eles trabalhem de forma 
segura para voltarem bem para casa, apelando assim para o lado 
emocional; 
 Reconhecimento por bom desempenho em segurança: a cada mês 
deve ser feita uma avaliação dos funcionários que desempenharam 
melhor papel com relação à segurança, e dar algum tipo de premiação e 
reconhecimento, assim servindo de exemplo para os demais, como um 
incentivo para todos fazerem o mesmo. 
 
 
49 
 
3 METODOLOGIA 
 
 
A metodologia, seguindo os estudos de Prodanov e Freitas (2013), é a 
aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observadas para construir o 
conhecimento, com intuito de comprovar a sua validez e utilidade nos variados 
âmbitos da sociedade. Já a pesquisa, segundo os mesmos autores, é procurar 
respostas para as dúvidas propostas, é buscar conhecimento, e isso pode ser feito 
consultando livros, revistas, trabalhos acadêmicos, conversando com pessoas com o 
intuito de coletar dados, etc. 
Esse trabalho foi feito inicialmente no formato de pesquisa bibliográfica. Ainda 
considerando Prodanove Freitas (2013), é o tipo de pesquisa elaborada a partir de 
um material que já foi publicado, como livros, revistas, artigos, etc. Esta pode ser 
construída por meio de uma revisão de literatura utilizando metodologia sistemática, 
realizando seleção e extração das informações relevantes. As dissertações, teses, 
artigos e outros meios foram consultados para construir a base de dados, sendo 
fontes consultadas e obtidas na plataforma de pesquisa Google Acadêmico. 
 A estratégia de busca adotada resumiu-se na consulta dos temas: 
 Segurança do trabalho; 
 Construção civil e a saúde do trabalhador; 
 Acidentes de trabalho na construção civil; 
 Equipamentos de proteção na construção civil; 
 Normas Regulamentadoras relacionadas a construção civil; 
 Como diminuir os acidentes na construção civil. 
 
Essas pesquisas foram feitas na intenção de identificar o porquê de 
acontecerem tantos acidentes nas obras da construção civil e quais os meios que 
podem ser utilizados para evitá-los ou diminuí-los. 
A partir dos resultados e discussões a pesquisa passou a ser de caráter 
qualitativo uma vez que se buscou identificar os motivos que levam o trabalhador da 
construção civil a utilizar ou não, os equipamentos de proteção individual, que são 
obrigatórios para garantir a sua saúde no ambiente de trabalho. A pesquisa 
qualitativa é um grande processo investigativo no qual o pesquisador, de forma 
gradativa, compreende o sentido de um fenômeno social ao comparar, reproduzir, 
50 
 
catalogar e classificar o objeto de estudo, utilizando uma interação contínua entre 
pesquisador e participante, tendo a finalidade de identificar perspectivas e 
significados dos mesmos. 
Esta pesquisa teve um delineamento do tipo exploratório, que tem atribuição 
de expandir o conhecimento sobre o fenômeno, esclarecer conceitos, definir 
prioridades para pesquisas futuras e, também, informar sobre a aplicação prática em 
situações da vida real. Um bom exemplo sobre isso, parte do levantamento de 
hipóteses sobre os motivos que fazem com que o trabalhador da construção civil 
utilize ou deixe de utilizar os equipamentos de segurança. Outro tipo de pesquisa 
que fundamentou este trabalho acadêmico, é o descritivo, apresentando 
características da população ou do fenômeno estudado, tendo o objetivo de, a partir 
dos resultados encontrados, possibilitar a produção de novos conhecimentos. E por 
fim, a pesquisa em campo, que é aquela utilizada para conseguir informações 
envolvendo um problema ao qual está sendo buscado a resposta, ou de uma 
hipótese que precisa ser comprovada. Consiste na observação de fatos e 
fenômenos tal como ocorrem de forma espontânea, ocorrendo o registro das partes 
mais relevantes para ocorrer a análise (PRADANOV; FREITAS, 2013). 
Para a coleta de dados foi aplicado um questionário com questões fechadas a 
20 trabalhadores de obras variadas de construções de casas térreas e também de 
sobrados localizados na cidade de Paripiranga, no estado da Bahia. Por serem 
obras pequenas, não foram contratadas empresas especializadas e sim, 
contratantes independentes e informais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 
4.1 Sobre a importância da segurança no trabalho 
 
 
1- Qual a sua opinião sobre a importância da segurança no 
trabalho? 
 entrevistado nenhuma pouca razoável bastante extrema 
 
1 
 
2 
 
 
 
3 
 
4 
 
5 
 
6 
 
7 
 
8 
 
9 
 
10 
 
11 
 
 
 
12 
 
13 
 
14 
 
15 
 
16 
 
17 
 
18 
 
19 
 
20 
 
Tabela 6: Importância da segurança no trabalho. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
52 
 
 
Gráfico 4: Importância da segurança no trabalho. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
Como é visível na Gráfico 4, quanto à opinião sobre a importância da 
segurança no trabalho, 45% das pessoas entrevistadas classificam bastante 
importante e 55% extremamente importante. Isso demonstra que os trabalhadores 
têm consciência de que é algo preocupante e que influencia diretamente em sua 
saúde, já que estão sujeitos a riscos de acidentes e doenças e, por conta disso, toda 
a prevenção é necessária e indispensável. 
 
 
4.2 Opinião sobre a importância da utilização dos EPIs 
 
 
2- Qual a sua opinião sobre a importância da utilização dos EPIs? 
 entrevistado nenhuma pouca razoável bastante extrema 
 
1 
 
2 
 
 
 
3 
 
4 
 
5 
 
 
 
6 
 
0%0%0%
45%
55%
Qual a sua opinião sobre a importância da 
Segurança no Trabalho?
Nenhuma Pouca Razoável Bastante Extrema
53 
 
7 
 
8 
 
9 
 
10 
 
11 
 
 
 
12 
 
13 
 
14 
 
15 
 
16 
 
17 
 
18 
 
19 
 
20 
 
Tabela 7: Importância da utilização dos EPIs. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
 
Gráfico 5: Importância da utilização dos EPIs. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
Nos resultados sobre a importância da utilização dos EPIs, visível no gráfico 
5, 65% dos entrevistados acham bastante importante e 35% extremamente 
importante. É possível visualizar que os trabalhadores acabam tendo uma opinião 
bastante positiva com relação ao tema, e isso reforça a questão anterior sobre a 
preocupação com a saúde e integridade física. 
0%0%0%
65%
35%
Qual a sua opinião sobre a importância da 
utilização dos EPIs?
Nenhuma Pouca Razoável Bastante Extrema
54 
 
4.3 Grau de exigência da utilização de EPI na empresa 
 
 
3- Qual o grau de exigência da utilização de EPI na 
construção? 
 entrevistado nenhuma pouca razoável bastante rigorosa 
 
1 
 
 
 
 
 
2 
 
3 
 
4 
 
5 
 
6 
 
7 
 
8 
 
9 
 
10 
 
11 
 
12 
 
13 
 
14 
 
15 
 
16 
 
17 
 
18 
 
19 
 
20 
 
Tabela 8: Grau de exigência da utilização de EPI na construção. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
55 
 
 
Gráfico 6: Grau de exigência da utilização de EPI na construção. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
No Gráfico 6 é mostrado sobre o grau de exigência da utilização de EPI na 
empresa, desses resultados 25% assinalaram em pouca e 75% razoável. Isso 
implica dizer que por não se tratarem de empresas especializadas em construção e 
sim contratantes independentes, não ocorre tanta preocupação com a integridade 
física dos trabalhadores. 
 
 
4.4 A empresa oferta treinamento sobre segurança no trabalho 
 
 
4- Com que frequência a empresa oferta treinamento sobre segurança 
no trabalho? 
 entrevistado nenhuma pouca razoável bastante rigorosa 
 
1 
 
 
 
2 
 
3 
 
4 
 
5 
 
6 
 
7 
 
8 
 
0%
25%
75%
0%0%
Qual o grau de exigência da utilização de EPI 
na construção?
Nenhuma Pouca Razoável Bastante Rigorosa
56 
 
9 
 
10 
 
11 
 
12 
 
13 
 
14 
 
15 
 
16 
 
17 
 
18 
 
19 
 
20 
 
Tabela 9: Treinamento sobre segurança no trabalho. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
 
Gráfico 7: Treinamento sobre segurança no trabalho. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021). 
 
Quanto à oferta de treinamento sobre segurança no trabalho pela empresa, 
dos dados mostrados no gráfico 7, 55% afirmaram como pouca e 45% razoável. Isso 
só reforça ainda mais o item anterior sobre a exigência do uso de equipamentos. 
 
 
 
0%
55%

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