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Teste de Resistências Elétricas Em Laboratório

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CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO IPOJUCA – UNIFAVIP 
 
 
 
 
 
 
 
UTILIZAÇÃO DO CÓDIGO DE CORES DE RESISTORES E 
MULTÍMETRO PARA MEDIDAS DE RESISTÊNCIAS ELÉTRICAS 
 
 
 
 
 
 
 
JORDAN GULIT SILVA PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARUARU – PE 
2016 
 
ÍNDICE 
 
1 – INTRODUÇÃO 
2 – ARCABOUÇO TEÓRICO 
3 – METODOLOGIA 
4 – RESULTADOS 
5 – CONCLUSÃO 
6 – REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS 
8 – ANEXOS 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Durante o decorrer do curso das disciplinas de Física III (Eletricidade e 
Magnetismo) e Eletrotécnica (Eletricidade Aplicada), nos deparamos com conceitos como 
“Resistência Elétrica”, “Resistores”, “Resistividade”, “Associação em Série ou Paralelo”, etc. 
São conceitos bastante importantes para análise de circuitos elétricos que, infelizmente, 
algumas vezes se tornam um pouco vagos para o estudante, gerando algumas dúvidas. Essas 
dúvidas, por sua vez devem ser sanadas o mais breve possível para que o estudante se aproprie 
do assunto em sua totalidade. 
 Seguindo esta linha de raciocínio, este experimento teve como propósito principal 
a familiarização do estudante com o uso do aparelho conhecido como multímetro e com o 
código de cores utilizado atualmente. Outro objetivo, foi esclarecer o que de fato é um resistor 
e se os conceitos de “Resistência Equivalente” para associações em série e em paralelo são 
realmente válidos. Verificou-se também se as resistências dos resistores testados estavam 
dentro do intervalo de tolerância especificado pelo seu código de cores. 
 
 
ARCABOUÇO TEÓRICO 
 
 Em 1827, um físico alemão de nome Georg Simon Ohm publicou a monografia 
Estudo Matemático da Corrente Galvânica, cujo conteúdo esclarecia as diferenças entre 
intensidade e quantidade de corrente elétrica. O resumo dessa monografia é o que conhecemos 
agora como Lei de Ohm. Segundo Riedel (2009), a Lei de Ohm é a relação algébrica entre 
tensão e corrente para um resistor. Essa relação pode ser expressa por 𝑽 = 𝑹 ∙ 𝑰, onde “V” é a 
tensão (expressa em Voltz), “I” é a corrente (expressa em Ampéres) e “R” é a resistência 
(expressa em Ohm – homenagem à Georg Ohm). 
 Um resistor, portanto, é um dispositivo que oferece dificuldade à passagem de 
corrente elétrica (dissipando energia), de forma que, quanto maior for a corrente, menor será a 
resistência (são inversamente proporcionais). Os resistores possuem tamanho muito reduzido, 
não sendo viável imprimir seu valor de resistência na sua superfície. Com base nisso, foi criado, 
1920, o “Código de Cores Eletrônico”; desenvolvido pela extinta Radio Manufacturers 
Association e integra a atual norma internacional IEC-60062 (Marcação e códigos para 
resistores e capacitores). 
 
 
Figura 1 - Representação de um resistor de filme de carbono. Fonte: http://www.areaseg.com/sinais/resistores.html 
 
 Não se fabricam resistores com todos os valores de resistências, apenas com um 
conjunto de valores discretos. Resistências intermediárias são obtidas com associação de 
resistores. Cada faixa de cor impressa no resistor representa uma informação única, da maneira 
descrita a seguir: 
 
1ª Faixa: Representa o primeiro algarismo do valor da resistência; 
2ª Faixa: Representa o segundo algarismo do valor da resistência; 
3ª Faixa: Representa a potência de 10 pela qual devemos multiplicar os dois 
primeiros algarismos; 
 
4ª Faixa: É opcional e representa a variação do valor da resistência; 
 
Tabela 1 - Código de Cores. Fonte: https://www.mundodaeletrica.com.br/codigo-de-cores-de-resistores/ 
 
 Para o cálculo da resistência equivalente em associações em série, podemos dizer 
que 𝑹𝒆𝒒 = ∑ 𝑹𝒊
𝒏
𝒊 . Ou seja, na associação em série, a resistência equivalente é a soma algébrica 
de todas as resistências no percurso do circuito. 
 No caso de a associação ser em paralelo, o cálculo da resistência equivalente exige 
um pouco mais de esforço computacional nos cálculos. O inverso da “Req” será a soma 
algébrica dos inversos das resistências envolvidas no circuito. Entretanto, pode-se simplificar 
os cálculos se forem utilizadas duas resistências por vez, fazendo 𝑹𝒆𝒒 =
𝑹𝟏×𝑹𝟐
𝑹𝟏+𝑹𝟐
, repetindo esse 
processo até que todas as resistências estejam associadas. 
 
 
METODOLOGIA 
 
 O experimento foi dividido em três etapas, mas, antes de iniciar a medição das 
resistências, escolheu-se aleatoriamente um conjunto de dez resistores que foram nomeados de 
“R1” à “R10” (ver anexo). Na primeira etapa, utilizando o código de cores, determinou-se os 
valores de resistência nominal de cada um dos dez resistores. Houve alguma dificuldade na 
identificação das cores devido ao escurecimento de algumas faixas que ocorre naturalmente 
devido ao envelhecimento da tinta. 
 Com uma tabela de resistências nominais em mãos, deu-se início a segunda etapa. 
A medição das resistências foi realizada utilizando uma matriz de contato (protoboard) e um 
multímetro com visor digital (funcionando na função Ohmímetro). Fotos dos equipamentos 
utilizados se encontram em anexo, ao final do trabalho. Os resultados encontrados foram 
denominados resistências reais e foram registrados em uma segunda tabela. 
 O próximo passo foi verificar se a variação na resistência real se encontrava dentro 
do intervalo de tolerância proposto no código de cores do resistor. Para isso, utilizou-se a 
fórmula 𝑬𝒓𝒓𝒐 = [(𝑹𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝑹𝒓𝒆𝒂𝒍) 𝑹𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍⁄ ] × 𝟏𝟎𝟎. Os valores de imprecisão 
calculados foram registrados ainda na segunda tabela (o memorial de cálculo está em anexo). 
 Por fim, a terceira etapa, onde foram selecionados os resistores R2 e R6 para 
comprovação das regras estabelecidas para o cálculo da Req em associação e série ou em 
paralelo. Regras estas, descritas na seção anterior. O memorial de cálculo para esta etapa 
também se encontra em anexo. 
 
 
Figura 2 - Resistores associados em série (foto da esquerda). Resistores associados em paralelo (foto da direita). 
 
 
RESULTADOS 
 
 A tabela abaixo resume os valores de resistência nominal segundo o código de cores 
impresso nos resistores. Note que todos possuem uma imprecisão de ± 5% no valor de 
RNOMINAL. 
 
RESISTOR CÓDIGO DE CORES RNOMINAL (Ω) 
R1 MARROM – VERMELHO – LARANJA – DOURADO 12 × 103 ± 5% 
R2 VERMELHO – VERMELHO – MARROM – DOURADO 22 × 101 ± 5% 
R3 MARROM – PRETO – AMARELO – DOURADO 10 × 104 ± 5% 
R4 VERMELHO – VERMELHO – AMARELO – DOURADO 22 × 104 ± 5% 
R5 AZUL – CINZA – AMARELO – DOURADO 68 × 104 ± 5% 
R6 VERMELHO – VIOLETA – VERDE – DOURADO 27 × 105 ± 5% 
R7 AMARELO – PRETO – VERDE – DOURADO 40 × 105 ± 5% 
R8 VERMELHO – VERMELHO – VERMELHO – DOURADO 22 × 102 ± 5% 
R9 VERMELHO – VIOLETA – DOURADO – DOURADO 27 × 10-1 ± 5% 
R10 VERMELHO – VERMELHO – VERDE - DOURADO 22 × 105 ± 5% 
Tabela 2 - Valores de resistência nominal segundo o código de cores impresso nos resistores. 
 
 Com o auxílio do multímetro digital, foram aferidas as resistências reais de cada 
um dos resistores. Os valores reais foram comparados com os especificados no código de cores, 
e a imprecisão encontrada foi relatada na tabela abaixo. 
 
RESISTOR RNOMINAL (Ω) RREAL (Ω) IMPRECISÃO (%) 
R1 12 × 103 ± 5% 11,84 × 103 1,33 
R2 22 × 101 ± 5% 21,96 × 101 0,18 
R3 10 × 104 ± 5% 99,60 × 103 0,40 
R4 22 × 104 ± 5% 22,08 × 104 0,36 
R5 68 × 104 ± 5% 68,50 × 104 0,74 
R6 27 × 105 ± 5% 26,26 × 105 2,74 
R7 40 × 105 ± 5% 47,20 × 105 18,00 
R8 22 × 102 ± 5% 21,57 × 102 1,95 
R9 27 × 10-1 ± 5% 58,00 × 10-1 114,81 
R10 22 × 105 ± 5% 22,04 × 105 0,18 
Tabela 3 - Comparação entre os valores nominais e reais de resistência. Imprecisão da resistência em porcentagem.Para o teste das regras de associação, foram selecionados os resistores R2 e R6, cujas 
as resistências reais são 21,96 × 101 Ω e 26,26 × 105 Ω, respectivamente. Na associação em 
série o multímetro exibiu o valor de 26,25 × 105 Ω, um pouco diferente do valor esperado, que 
era o de 26,2622 × 105 Ω (valor aproximado). Na associação em paralelo o multímetro aferiu a 
resistência de 21,73 × 101 Ω. Este valor é bastante próximo do que se esperava, que era de 
21,96× 101 Ω. 
 
ASSOCIAÇÃO RESISTÊNCIA ESPERADA (Ω) RESISTÊNCIA AFERIDA (Ω) 
SÉRIE 26,2622 × 105 26,25 × 105 
PARALELO 21,96× 101 21,73 × 101 
Tabela 4 - Comparação entre os valores de resistência esperados e os valores aferidos. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 Ao findar o presente trabalho, verificou-se aquisição de conhecimento prático sobre 
o funcionamento de um multímetro, sobretudo na medição de resistências, efetuadas quando o 
aparelho se encontra na função ohmímetro. Observou-se também uma pequena dificuldade na 
identificação das cores impressas nos resistores, pois algumas cores foram facilmente 
confundidas com outras. Isso ocorreu devido a alterações na coloração da tinta, que ocorrem 
em função de diversos fatores (envelhecimento, aquecimento, etc.). 
 Verificou-se também que a maioria dos resistores apresentou precisão bastante 
aceitável, com variações muitas vezes menores que 1%. Apenas os resistores R7 e R9 que 
apresentaram grandes variações. Isso demonstra eficiência na fabricação do tipo de resistor 
utilizado. Sobre as regras de associação de resistores, percebeu-se que houve divergência entre 
os valores aferidos e os valores que se esperava (previamente calculados utilizando as regras). 
Este fato era esperado, uma vez que as resistências envolvidas nas associações possuíam ± 5% 
de imprecisão. Logo, conclui-se que as regras, pelo menos nesse caso, não representam o valor 
real da resistência equivalente, mas uma aproximação de nível bastante aceitável (distanciando-
se menos de 1,5% do valor real). 
 A partir das conclusões expostas acima, percebe-se que o objetivo do trabalho (à 
saber: familiarização com o multímetro e com o código de cores para medidas de resistências 
elétricas) foi indubitavelmente atingido, afirmando assim a grande importância deste 
experimento no aprendizado da disciplina de Eletrotécnica (Eletricidade Aplicada). 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
MARANGON, Carlos Alberto. “Código de Cores de Resistores”, Area Seg. Disponível em 
<http://www.areaseg.com/sinais/resistores.html>. Acesso em 06 de setembro de 2016. 
 
OLIVIEI, Antônio Carlos. “Biografia de Georg Simon Ohm”, Uol Biografias. Disponível em 
<http://educacao.uol.com.br/biografias/georg-simon-ohm.htm>. Acesso em 06 de setembro de 
2016. 
 
SILVA, Domiciano Correa Marques Da. “Código de Cores Para Resistores”, Brasil Escola. 
Disponível em < http://brasilescola.uol.com.br/fisica/codigo-cores-para-resistores.htm>. 
Acesso em 06 de setembro de 2016. 
 
Commission Electrotechnique Internationale. “Marking Codes For Resistors And Capacitors”. 
Disponível em <https://webstore.iec.ch/p-preview/info_iec60062%7Bed5.0%7Den.pdf>. 
Acesso em 06 de setembro de 2016. 
 
NILSON, James W., e RIEDEL, Susam A. Circuitos Elétricos. Pearson Prentice Hall, 8ª 
edição. São Paulo, 2009. 
 
 
 
ANEXO 
 
I) Resistores utilizados no experimento: 
 
 
 Figura 3 – Resistores Utilizados. Figura 4 – Resistores Utilizados. 
 
 
 Figura 5 – Resistor R1. Figura 6 – Resistor R2. 
 
 
 Figura 7 – Resistor R3. Figura 8 – Resistor R4. 
 
 
 Figura 9 – Resistor R5. Figura 10 – Resistor R6. 
 
 
 Figura 11 – Resistor R7. Figura 12 – Resistor R8. 
 
 
 
 Figura 13 – Resistor R9. Figura 14 – Resistor R10. 
 
II) Equipamento utilizado: 
 
 
 Figura 15 – Multímetro Digital.. Figura 16 – Matriz de Contato. 
 
II) Registro fotográfico das leituras efetuadas: 
 
 
Figura 17 – Resistência de R1 Figura 18 – Resistência de R2 Figura 19 – Resistência de R3 
 
 
Figura 20 – Resistência de R4 Figura 21 – Resistência de R5 Figura 22 – Resistência de R6 
 
 
Figura 23 – Resistência de R7 Figura 24 – Resistência de R8 Figura 25 – Resistência de R9 
 
 
 Figura 26 – Resistência de R10 Figura 27 – Resistência em série 
 
 
 Figura 27 – Resistência em paralelo.

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