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Apostila Direito Ambiental

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1
DIREITO AMBIENTAL
ÍNDICE
CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL
 1. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO AMBIENTAL 
 2. CONCEITO JURÍDICO DE MEIO AMBIENTE 
 3. OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL 
 4. BENS AMBIENTAIS 
 5. BENEFICIÁRIOS DA PROTEÇÃO AMBIENTAL 
HISTÓRICO DO DIREITO AMBIENTAL
 1. A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO DE 1972 
 2. RELATÓRIO BRUNDTLAND DE 1987 
 3. CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (RIO OU ECO 92) 
 3.1 Agenda 21 
 4. RIO +10 OU CÚPULA MUNDIAL SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2002) 
 5. RIO +20 
 6. CONVENÇÃO-QUADEO SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA 
PRINCÍPIOS FORMADORES DO DIREITO AMBIENTAL
 1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 2. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO 
 3. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO 
 4. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO 
 5. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL 
 6. PRINCÍPIO DO POLUIDOR – PAGADOR (PPP) 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
 1. DIMENSÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL 
 2. SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) – ART. 6º 
 3. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (ART. 9º) 
 3.1 Licenciamento Ambiental 
ESTUDOS AMBIENTAIS
 1. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) 
 2. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)
 2.1 Conteúdo do EIA – Requisitos Técnicos 
 2.2 Requisitos Formais do EIA 
 2.3 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
 3. DEFINIÇÃO PARA O ÓRGÃO AMBIENTAL LICENCIADOR (LEI COMPLEMENTAR 140) 
 4. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS 
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DANO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
 1. DANO AMBIENTAL 
 2. POLUIÇÃO – QUEM É O POLUIDOR? 
 3. REPONSABILIDADE AMBIENTAL 
 3.1 Responsabilidade Civil pelo Dano Ambiental 
 3.2 Responsabilidade Administrati va pelo Dano Ambiental
 3.3 Responsabilidade Penal pelo Dano Ambiental
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
 1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) 
 2. RESERVA LEGAL 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
 1. CONCEITO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
 2. CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
 3. UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL 
 4. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL 
 5. GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
 5.1 Plano de Manej 
 6. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL
 Direito Ambiental lida com o contexto do homem no planeta, visando prevenir, proteger (prin-
cípio da precaução) o ambiente fí sico, econômico, social e cultural para que a vida do homem se de-
senvolva de forma saudável. Todo o foco da discussão advém da Consti tuição da República Federati va 
do Brasil, em seu art. 5º. Sua ti tularidade é indeterminada, sendo impossível identi fi car, com precisão, 
todos os ti tulares do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 Além de consti tuir um conjunto de normas que disciplinam as ati vidades humanas, possui, em sua 
essência, um objeti vo que lhe dá senti do e fundamento: garanti r o máximo de proteção possível ao 
meio ambiente. O objeti vo do Direito Ambiental é garanti r o uso dos bens naturais em níveis de quali-
dade ambiental que permitam que o homem possa se perpetuar, assim como as demais espécies, sem 
chegar à exaustão dos recursos. É matéria de direito público, na medida em que seu objeto consti tui 
bem de interesse comum de todos – bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida 
-, conforme o art. 225, CRFB/88: tem por fi nalidade a tutela jurídica de um meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.
1. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO AMBIENTAL
 a) Transindividuais -> seus ti tulares consti tuem uma coleti vidade.
 b) Indivisíveis -> prescinde-se da adoção de soluções individualizadas.
2. CONCEITO JURÍDICO DE MEIO AMBIENTE
 A) Período anterior a 1972: o conceito jurídico de meio ambiente baseava-se no
antropocentrismo (homem como centro do universo).
 B) Período durante e pós 1972: Conferência de Estocolmo (primeira grande discussão sobre a 
questão ambiental). Conclui-se que as questões ambientais são difusas, emergindo o princípio da co-
operação. Declaração de Estocolmo: obrigação dos governantes a proteção do meio ambiente (princí-
pio da prevenção). Com base nesta Declaração, os países ti veram que regulamentar, pela primeira
vez, a questão ambiental. Alterou-se o conceito de meio-ambiente: homem integra o conceito de 
meio-ambiente (antropocentrismo alargado, moderado), inserindo-se no planeta, com abrangência 
à qualidade de vida e bem-estar. Assim, emergiram quatro aspectos embasando a questão ambiental, 
formando o CONCEITO JURÍDICO DE MEIO AMBIENTE:
 1. Natural: toda a natureza. Direito ambiental, ecologia, ciências das formas de vida está no espa-
ço territorial do planeta. 
 2. Arti fi cial: criações do homem fí sicas e intelectuais no meio natural. Ex. cidades; direito urbanísti co.
 3. Cultural: essência psicológica do homem, de maneira individual. Resgatar tudo que o homem já 
fez. Ex. dano moral ambiental.
 4. Trabalho: resguardar a dignidade do ser humano (crescimento fí sico, social, mental e cultural). 
O impacto da Conferência de Estocolmo, no Brasil, fora a criação da Políti ca Nacional do Meio-Am-
biente, de acordo com a Lei 6938/81.
3. OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL
 O conceito de meio ambiente, conforme defi nido na Lei 6938/81, revela uma situação de equi-
líbrio entre as condições, leis, infl uências e interações de ordem fí sica, química e biológica. O bem 
protegido pelo Direito Ambiental é o estado de equilíbrio entre os meios fí sico e bióti co, responsável 
por abrigar e reger todas as formas de vida.
4
 Assim, o objeto do Direito Ambiental é, de fato, o equilíbrio entre os meios fí sico e bióti co, conjuga-
do às suas relações e processos ecológicos.
4. BENS AMBIENTAIS
 O meio ambiente é formado pelos bens ambientais, materiais ou corpóreos, tais como o solo, e 
também pelos processos ecológicos– elementos de suporte do equilíbrio ambiental, ou da qualidade 
do meio ambiente, objeto da tutela legal. São componentes do patrimônio ambiental, tendo valores 
intrínsecos de interesse público, difuso, coleti vo e do usuário.
5. BENEFICIÁRIOS DA PROTEÇÃO AMBIENTAL
 A proteção ambiental teve, de início, um único desti natário, o homem, repousando o interesse em 
seu próprio proveito. Aos poucos, todavia, essa forma de ver o meio ambiente alterou-se, reconhecendo 
sua importância intrínseca. Em decorrência, o ser humano passou a buscar a proteção do meio ambien-
te, por intermédio de leis que e, no mesmo senti do, garanti r sua própria preservação. Hodiernamente, 
nota-se a presença do componente futuro, ancorada principalmente no desenvolvimento sustentável, 
levando-se em consideração as gerações futuras (característi ca transgeracional do Direito Ambiental).
5
HISTÓRICO DO DIREITO AMBIENTAL
1. A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO DE 1972
 Primeira grande Conferência mundial para discussão dos temas ambientais, estabelecendo regras 
para que a ati vidade econômica não causasse danos irreparáveis ao meio ambiente. A necessidade de 
cooperação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento fi cou evidenciada, como meio de buscar 
soluções adequadas a todos.
2. RELATÓRIO BRUNDTLAND DE 1987
 O Relatório Brundtland, ou Relatório Nosso Futuro Comum, sistemati zou o conceito de desen-
volvimento sustentável: aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a 
capacidade de as futuras gerações terem suas próprias necessidades atendidas. 
 Art. 225, CRFB/88 (Capítulo VI): todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi 
 librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de via, impondo-se ao poder 
 Público e à coleti vidade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações 
 -> aqui, diferentemente do relatório, não se considera como sendo oprincípio do desenvolvimen 
 to sustentável. Considera-se como sendo o princípio da solidariedade intergeracional (FGV).
3. CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (RIO OU ECO 92)
 Seu objeti vo era coletar os resultados dos 20 anos pós-Conferência de Estocolmo. Entendeu-se 
que a preocupação deve se dar com o meio ambiente e, também, com o próprio desenvolvimento. É o 
momento mais importante na esfera internacional no que tange à proteção ambiental, resultando na 
Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente. 
 Esta Declaração estabelece uma estreita conexão entre a pobreza mundial e a degradação do pla-
neta, buscando maior equilíbrio entre os Estados no campo do desenvolvimento sustentável.
 3.1 Agenda 21
 A Agenda 21 consiste em um documento programáti co (plano de ação, com as diretrizes para o 
desenvolvimento sustentável) para o século XXI. Vai do âmbito global para o âmbito local. Não é um 
documento vinculante (soft law). Traça as diretrizes para o desenvolvimento sustentável.
 No Brasil, a Agenda 21 desdobrou-se em Agendas 21 locais – nacional, estudais e municipais -, ca-
bendo a cada ente federado brasileiro formular as suas metas. Tais agendas locais estabelecem planos 
de ações concretas para a realização dos objeti vos descritos na Agenda 21, indicando, inclusive, as fon-
tes de fi nanciamento e as enti dades responsáveis pela realização de cada ati vidade.
4. RIO +10 OU CÚPULA MUNDIAL SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2002)
 Ocorrida na cidade de Johanesburgo, os temas abordados referem-se ao acesso à energia limpa e 
renovável, às consequências do efeito estufa, à conservação da biodiversidade, à proteção e uso da água 
potável, ao saneamento e ao controle de substâncias químicas nocivas.
6
5. RIO +20
 Um últi mo momento da parte internacional fora a Rio +20 (2012), sendo realizada no Rio de Janei-
ro. Editou-se um documento chamado de O Futuro Que Queremos:
6. CONVENÇÃO-QUADEO SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA
 A Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima estabelece estratégias de combate ao efeito estufa 
e à destruição da camada de ozônio. É uma hard law. Coube ao Protocolo de Kyoto (1997) defi nir, com 
maior precisão, o compromisso global de redução das emissões de gases que causam o efeito estufa.
 O Brasil assumiu, voluntariamente, o compromisso de redução de gases de efeito estufa, aprovan-
do a Políti ca Nacional de Mudanças do Clima (Lei 12.187/09) -> art. 12: para alcanças os objeti vos da 
PNMC, o País adotará, como compromisso nacional voluntário, ações de miti gação das emissões de gases 
de efeitos estufa, com vistas em reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020. -> Este 
índice é importante, devendo reduzir o desmatamento e a questão do rebanho bovino.
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PRINCÍPIOS FORMADORES DO DIREITO AMBIENTAL
1. PRINCÍPIO DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO COMO UM DIREITO FUNDAMEN-
TAL (ART. 225, CRFB)
 É o princípio matriz do Direito Ambiental: a parti r dele que se irradiará, em nível consti tucional e 
infraconsti tucional, a proteção ambiental. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justi ça, sem 
o meio ambiente, não se consegue efeti var os demais direitos.
1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 As ati vidades humanas devem considerar, à luz da disponibilidade dos recursos naturais uti lizados, 
a possibilidade de manter-se para as gerações futuras. Se uma determinada ati vidade pressupõe esgo-
tamento dos recursos naturais envolvidos, devem ser redobrados os cuidados na autorização de sua 
implantação, chegando-se ao limite de restringi-la. 
 É, em síntese, a compati bilização entre as ati vidades econômicas (art. 170, CRFB) e a proteção ao 
meio ambiente (art. 225, CRFB). Na impossibilidade de compati bilização entre a ati vidade econômica e 
o meio ambiente, prevalece o meio ambiente (STF – ADI 3540: direito à preservação do meio ambiente 
como sendo um dos mais signifi cati vos direitos fundamentais. A ati vidade econômica não pode ser exer-
cida em desarmonia com os princípios desti nados a tornar efeti va a proteção do meio ambiente).
2. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
Prevenir signifi ca agir antecipadamente. Na verdade, este princípio é o do risco conhecido: têm-se 
ados, pesquisas e informações ambientais. Quer-se reduzir, miti gar os impactos ambientais da ati vi-
dade, agindo antecipadamente. 
 Ex. a precaução tende a não autorizar de determinado empreendimento, se não houver certeza 
cientí fi ca de que ele não causará no futuro um dano irreversível. A prevenção versa sobre a busca da 
compati bilização entre a ati vidade a ser licenciada e a proteção ambiental, mediante a imposição de 
condicionantes ao projeto.
 Com base no princípio da prevenção, havendo uma análise prévia dos impactos que um determina-
do empreendimento possa causar ao meio ambiente, é possível, adotando-se medidas compensatórias 
e miti gadoras, e mesmo alterando-se o projeto em análise, assegurar a sua realização, garanti ndo-se os 
benefí cios econômicos, sem causar danos ao meio ambiente. 
 O referido princípio é justi fi cado por:
 a) Impossibilidade de retorno ao status quo
 b) Eliminação de uma espécie da fl ora ou fauna
3. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
 Indica uma atuação racional para com os bens ambientais, com a mais cuidadosa apreensão pos-
sível dos recursos naturais, que vai além das simples medidas para afastar o perigo. Na verdade, é uma 
precaução contra o risco, que objeti va prevenir uma suspeição de perigo ou garanti r uma sufi ciente 
margem de segurança. O princípio da precaução determina que não se licencie uma ati vidade, toda vez 
que não se tenha certeza de que ela não causará danos irreversíveis ao ambiente. 
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 Princípio da Prevenção X Princípio da Precaução: a diferença está na avaliação do risco que ame-
aça o meio ambiente. A precaução é considerada quando o risco é elevado – tão elevado que a total 
certeza cientí fi ca não deve ser exigida antes de se adotar uma ação correti va, devendo ser aplicado 
naqueles casos em que qualquer ati vidade possa resultar em danos duradouros ou irreversíveis ao meio 
ambiente, assim como naqueles casos em que o benefí cio derivado da ati vidade é completamente des-
proporcional ao impacto negati vo que essa ati vidade pode causar ao meio ambiente.
4. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
 Na luta contra a poluição e a degradação do meio ambiente, e considerando que, por sua natureza, 
os recursos naturais não se submetem necessariamente às fronteiras políti cas, cabe aos Estados que os 
comparti lham atuar de forma coordenada, mesmo no que se refere às ações internas, para evitar ocor-
rência de danos, assim como racionalizar as medidas de proteção que se fi zerem necessárias.
 No caso do direito brasileiro, a cooperação em matéria ambiental transparece no art. 23, CRFB, que 
dispõe sobre a competência comum da União, Estados, DF e Municípios para proteger o meio ambiente 
e combater a poluição. 
5. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Este princípio representa o exercício da cidadania ambiental pelo indivíduo. Vincula a informação, a pu-
blicidade e a educação ambiental.
6. PRINCÍPIO DO POLUIDOR – PAGADOR (PPP)
Signifi ca que o poluidor deve arcar com os custos relati vos às medidas de prevenção e luta contra a po-
luição. Por este princípio, o custo destas deve repercuti r no preço dos bens e serviços, acabando por ser 
um princípio econômico de proteção ambiental.
 Cabe ser dito que, em nenhuma hipótese, o princípio do poluidor-pagador signifi ca pagar para po-
luir. Seu signifi cado refere-se aos custos sociais externos, que acompanham ati vidade econômica que 
devem ser internalizados. É um princípio preventi vo e correti vo.
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POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
1. DIMENSÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL
 A Lei 6938/81, que insti tuiu a Políti ca Nacional do Meio Ambiente, refl eti u a preocupação da so-
ciedade brasileira em assegurar o desenvolvimentodo país, garanti ndo a preservação dos recursos na-
turais. Essa norma mudou defi niti vamente a forma de tratar as ati vidades humanas, estabelecendo-se 
um vínculo de natureza legal entre o desenvolvimento e a proteção do meio ambiente. A parti r deste 
momento, entendeu-se pela necessidade de uniformização da questão ambiental pelas políti cas públi-
cas.
2. SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) – ART. 6º
 O SISNAMA é o conjunto de órgãos e enti dades federais, estaduais e municipais da Administração 
Pública (vinculado ao Poder Executi vo), insti tuídos por leis que fi xaram as respecti vas atribuições relati -
vas à proteção ambiental. 
 Compõe-se pelos seguintes órgãos: Conselho de Governo (órgão superior), Conselho Nacional do 
Meio Ambienta (órgão consulti vo e deliberati vo), Ministério do Meio Ambiente (órgão central), IBAMA 
(órgão executor) e pelos órgãos ambientais estaduais (órgãos seccionais).
3. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (ART. 9º)
 Buscando o controle e a redução dos riscos de poluição ambiental, a Políti ca Nacional do Meio 
Ambiente criou 13 instrumentos. A aplicação dos instrumentos é feita por meio de processos adminis-
trati vos sistemáti cos inerentes à Administração Pública.
 3.1 Licenciamento Ambiental
 Segundo o art. 1º, I, Resolução CONAMA 237/1997, o licenciamento ambiental é um procedimento 
administrati vo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e 
a operação de empreendimentos e ati vidades uti lizadoras de recursos ambientais, consideradas efe-
ti va ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação 
ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
 Ati vidades Sujeitas ao Licenciamento Ambiental -> é exigível para as ati vidades efeti va ou po 
 tencial mente poluidoras. Não é preciso que a ati vidade seja causadora de signifi cati vo im 
 pacto ambiental. Basta que altere adversamente o meio ambiente.
 São três as modalidades de licenças ambientais (licenciamento ambiental ordinário) que poderão 
ser expedidas, isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, característi ca e fase do empreen-
dimento ou ati vidade:
 1. Licença Prévia
 2. Licença de Instalação
 3. Licença de Operação 
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A) Licença Prévia (local) -> licença da fase preliminar do planejamento do empreendimento ou ati vida-
de, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requi-
sitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. Signifi ca 
que aprova a localização do projeto e, igualmente, atesta a viabilidade ambiental do projeto. Não se 
pode construir com a licença prévia. Seu prazo é não superior a 5 anos.
B) Licença de Instalação -> é a segunda licença ambiental, objeti vando a efeti va construção. Desti na-se 
a autorizar a instalação do empreendimento ou ati vidade de acordo com as especifi cações constantes 
dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais con-
dicionantes. É uma licença condicionante, sendo que o órgão ambiental só concederá a próxima licença 
caso estejam cumpridas as condicionantes da licença de instalação. Seu prazo é não superior a 6 anos.
C) Licença de Operação -> Autoriza a operação da ati vidade ou empreendimento, após a verifi cação do 
efeti vo cumprimento do que consta das licenças anteriores. É o efeti vo funcionamento da ati vidade 
econômica. Seu prazo mínimo é de 4 anos e seu prazo máximo é de 10 anos (quanto mais poluidora é 
a ati vidade, menor é o prazo da licença de operação).
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ESTUDOS AMBIENTAIS
1. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA)
A avaliação de impactos ambientais é um dos instrumentos da Políti ca Nacional do Meio Ambiente. 
Consiste num sistema complexo e aberto de estudos, projetos e laudos desti nados à proteção e recu-
peração ambiental. Todos os procedimentos avaliatórios existentes no Direito Ambiental integram esse 
sistema, sem exceção.
2. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)
 Instrumento de caráter consti tucional, o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA), nova deno-
minação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), ocorre no âmbito do processo de licenciamento am-
biental. O EPIA consti tui detalhamento adicional do próprio procedimento do licenciamento, nos casos 
em que a Administração Pública entender necessário. Tem como objeti vos a prevenção de impactos, 
consultas, moti vações das decisões, entre outros. Cabe ao órgão licenciador, ou ao Ministério Público, 
determinar a execução do EIA/RIMA de acordo com a complexidade do projeto.
 2.1 Conteúdo do EIA – Requisitos Técnicos
 O EIA deve conter o diagnósti co ambiental da área de infl uência do projeto e contemplar as 
alternati vas tecnológicas e de localização deste, confrontando-o com a hipótese de sua não execução, 
inclusive quanto ao aspecto socioeconômico.
 a) Diagnósti co Ambiental: da área de infl uência do projeto e completa descrição e análise dos 
 recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação 
 ambiental da área, antes da implantação do projeto.
 b) Análise dos Impactos Ambientais: do projeto e de suas alternati vas, através de identi fi cação, 
 previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes.
 c) Defi nição das medidas miti gadoras dos impactos negati vos.
 d) Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positi vos e 
 negati vos.
 2.2 Requisitos Formais do EIA
 Equipe Multi disciplinar: o empreendedor é o responsável pela feitura do estudo de impacto pré-
vio, contratando uma equipe multi disciplinar que elaborará o EIA-RIMA. Quem banca a equipe multi -
disciplinar é o empreendedor. Quem elabora o estudo ambiental está sujeito à responsabilização civil, 
penal e administrati va. 
 2.3 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
 A parti r do Estudo Prévio de Impacto Ambiental, deve ser elaborado um Relatório de Impacto Am-
biental (RIMA), que consti tui em um resumo do EIA, abordando os pontos fundamentais do estudo, com 
linguagem acessível. A fi nalidade do RIMA é facilitar o acesso à informação acerca do projeto proposto.
12
3. DEFINIÇÃO PARA O ÓRGÃO AMBIENTAL LICENCIADOR (LEI COMPLEMENTAR 140)
 1. União -> neste caso será o IBAMA (órgão ambiental federal):
 a. Obra ou ati vidade localizada ou desenvolvida conjuntamente no Brasil e em país limítrofe.
 b. Localizado ou desenvolvido em dois ou mais Estados (na divisa).
 c. Localizado ou desenvolvido em terras indígenas.
 d. Localizado ou desenvolvido no mar territorial, na plataforma conti nental
 e na zona econômica exclusiva.
 e. Empreendimentos militares.
 f. Material radioati vo
 g. Unidade de Conservação insti tuída pela União, exceto a área deproteção ambiental.
 h. Que atendam ti pologia estabelecida por ato do Poder Executi vo, a parti r de proposição da 
 Comissão Triparti te Nacional.
 2. Estado-Membro -> a. ati vidade efeti va ou potencialmente poluidora, ressalvada as da União e 
 dos Municípios.
 b. unidade de conservação insti tuído pelo Estado, exceto a área de proteção ambiental (APA).
 3. Município -> a. em caso de impacto ambiental de âmbito local, conforme ti pologia defi nida 
 pelos respecti vos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente. 
 b. unidade de conservação insti tuída pelo Município, exceto a área de proteção ambiental (APA), 
 que tem regras próprias.
 4. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
 Realiza-se a audiência pública sempre que o órgão de meio ambiente licenciador julgar necessário, 
quando for solicitado por enti dade civil, pelo Ministério Público ou por 50 ou mais cidadãos. Se solicita-
da a audiência e o órgão licenciador não a realizar, a licença concedida não terá validade,sendo vedado, 
pois, o início da implantação do empreendimento, enquanto essa situação não for regularizada.
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DANO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
1. DANO AMBIENTAL
 O dano ambiental seria um prejuízo causado ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. A defi -
nição do dano ambiental equilibra-se com duas vertentes: i) não se trata de um retorno à natureza intac-
ta pelo homem; ii) trata-se de regras para que as ati vidades do homem não venham a causar prejuízos 
ao equilíbrio ambiental.
 A caracterização do dano, sob o prisma legal, consiste na degradação da qualidade ambiental, a 
alteração adversa das característi cas do meio ambiente. Resta verifi car os graus em que ocorre essa 
alteração adversa ao meio ambiente, confi gurando o conceito jurídico de dano, cuja ocorrência pode 
gerar a responsabilidade do agente. 
 A lei 6938/81 conceitua o poluidor como sendo a pessoa fí sica ou jurídica, de direito público ou 
privado, responsável, direta ou indiretamente, por ati vidade causadora de degradação ambiental.
2. POLUIÇÃO – QUEM É O POLUIDOR?
 I) Poluidor Direito -> é quem efeti vamente causou o dano ambiental.
 II) Poluidor Indireto -> é, a tí tulo de exemplo, a insti tuição fi nanceira que projeta uma ati vida 
 de, obra, que é poluidora direta. Caso ocorra um dano ambiental, o banco respon derá 
 como poluidor indireto, pois sem seu dinheiro, não haveria obra. Há uma solidariedade 
 entre poluidor direto e o poluidor indireto.
3. REPONSABILIDADE AMBIENTAL
 O art. 225, §3º, CRFB, estabelece que as pessoas fí sicas e jurídicas estão sujeitas a sanções penais 
e administrati vas, independentemente da obrigação de reparar os danos que tenham causado ao meio 
ambiente. 
 Cuida-se, assim, de um regime de tríplice responsabilidade por conduta ou ati vidade considerada 
lesiva ao meio ambiente na esfera penal, administrati va e civil. Em outras palavras, a poluição pode ser 
entendida como crime, como infração administrati va ou como dano. As diferentes instâncias são inde-
pendentes: eventual absolvição do infrator na esfera penal não o exonera automati camente do dever 
de reparação ao dano causado (responsabilidade civil), nem tampouco das sanções administrati vas. Da 
mesma forma, o simples pagamento de uma multa ambiental não desobriga o poluidor de reparar civil-
mente o dano que causou. 
 Há, porém algumas situações em que estas instâncias se intercomunicam. Se, por exemplo, no 
processo penal, o juiz absolver o réu, reconhecendo a prova de inexistência do fato (art. 386, I, CPP), 
não poderá subsisti r a condenação na esfera administrati va. Todavia, se a absolvição decorrer do reco-
nhecimento de que o fato não consti tui infração penal (art. 386, III, CPP), a sentença criminal não trará 
nenhuma repercussão na esfera cível.
 3.1 Responsabilidade Civil pelo Dano Ambiental
 Em matéria ambiental, a responsabilidade civil é fundada na responsabilidadeobjeti va (art. 14, §1º, 
Lei 6938/81), tendo por consequências:
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 1. Prescindibilidade da culpa para o dever de indenizar
 2. Irrelevância da ilicitude da ati vidade
 3. Irrelevância do caso fortuito ou da força maior e da cláusula de não indenizar
A) Teorias do Risco Integral -> é majoritariamente aplicada: a existência da ati vidade é equiparada à 
causa do dano. Adota-se a Teoria da Equivalência das Condições e, ainda, não admite excludentes. O 
simples fato de existi r a ati vidade se equipara à causa do dano.
 3.2 Responsabilidade Administrati va pelo Dano Ambiental
 Sua base legal dar-se- á nos arts. 70 a 76 da Lei 9.605/98, sendo considerada infração administrati va 
ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recu-
peração do meio ambiente. A responsabilidade administrati va também vem a ser objeti va.
 3.3 Responsabilidade Penal pelo Dano Ambiental
 Os crimes contra o meio ambiente estão descritos no Capítulo V (arts. 29 a 69-A) da Lei 9605/98 e 
subdividem-se em: crimes contra a fauna, crimes contra a fl ora, poluição e outros crimes ambientais, cri-
mes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural e crimes contra a administração ambiental.
 Não há que se aplicar analogicamente a responsabilidade sem culpa (válida para os aspectos cíveis 
do Direito Ambiental) no campo penal. Assim, para que seja confi gurada a responsabilidade penal, seja 
de pessoas fí sicas ou jurídicas, será necessário apurar o dolo ou a culpa dos agentes responsáveis.
 As circunstâncias atenuantes estão descritas no art. 14, Lei 9605/98:
 1. Baixo grau de instrução ou escolaridade do agente
 2. Arrependimento do infrator
 3. Comunicação prévia
 4. Colaboração
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ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP)
 Área protegida, coberta ou não por vegetação nati va, com a função ambiental de preservar os re-
cursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fl uxo gênico de fauna 
e fl ora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
 As Áreas de Preservação Permanente, quanto ao domínio, acompanham a propriedade do solo, o 
que signifi ca que ocorre APP em áreas de propriedade privada e pública, assim como nas Unidades de 
Conservação e outros espaços protegidos. Em termos de normas aplicáveis, prevalece a legislação mais 
restriti va, com vistas à maior proteção dos elementos que exercem as funções ambientais da APP.
 Pela limitação administrati va imposta ao uso, não se prevê nenhum ti po de indenização aos respec-
ti vos proprietários, tendo em vista ser a proteção dessas áreas um refl exo da função social e ambiental 
da propriedade. Deve-se atentar à diferença entre APP e Reserva Legal: a APP não pode ser explorada 
economicamente. Já nas áreas de reserva legal devidamente averbadas é possível essa exploração, des-
de que tenham elas plano de manejo sustentável aprovado pelos órgãos ambientais.
 É possível o acesso de pessoas e animais em uma área de preservação permanente (ex. para matar 
a sede), não desconfi gurando a proteção desta área. 
2. RESERVA LEGAL
 Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso 
econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabi-
litação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a 
proteção da fauna e fl ora nati va.
 A sistemáti ca da imposição da Reserva Legal, prevista na Lei 12.651/12, determina que todo imóvel 
rural deve manter área com cobertura de vegetação nati va, a tí tulo de Reserva Legal, sem prejuízo da 
aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente.
 A localização e a delimitação da área desti nada à Reserva Legal são propostas pelo proprietário ou 
posseiro, e devem ser aprovadas pelo órgão ambiental estadual competente.
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UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
1. CONCEITO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), insti tuído pela Lei 9985/2000, não apenas 
fi xa critérios e regras para a criação e implantação desses espaços, como também estabelece as condi-
ções para a gestão dos mesmos, com vistas a dar efeti vidade à sua proteção.
 A Unidade de Conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas 
jurisdicionais, com característi cas naturais relevantes, legalmente insti tuído pelo Poder Público, com 
objeti vos de conservação e limites defi nidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam 
garanti as adequadas de proteção.
2. CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
 As Unidades de Conservação são criadas por ato do Poder Público, mediante lei ou por decreto, nas 
esferas federal, estadual ou municipal. O ato de criação de uma Unidade de Conservação deve funda-
mentar-se em estudos técnicos e em consulta pública que permitam identi fi car a localização,a dimen-
são e os limites mais adequados parta a unidade.
 Há uma exceção: na criação da estação ecológica e da reserva biológica é necessário, previamente, 
somente os estudos técnicos.
3. UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL
 Objeti vam a preservação da natureza, admiti ndo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, 
basi camente relacionado com a pesquisa. Em princípio, nas Unidades de Proteção Integral, em níveis 
maiores ou menores, de acordo com a caracterização de cada subcategoria, é restrita a ati vidade huma-
na, não se admiti ndo a presença nem das populações tradicionais. 
 Tem-se por objeti vo a preservação da natureza, mantendo-a intocável. O objeti vo básico é preser-
var a natureza, sendo admiti do apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos 
previstos na Lei 9985/00.
 Uso direto X Uso Indireto -> o uso indireto é aquele que não tem colheita, não tem extração. Ex. 
pesquisas cientí fi cas; observação do meio ambiente; etc. Já no uso direto há reti rada, há exploração. 
Nas unidades de proteção integral se trabalha apenas com o uso indireto, salvo quanto às exceções. 
 Espécies de Unidades de Conservação de Proteção Integral:
 i. Estação Ecológica
 ii. Reserva Biológica
 iii. Parque Nacional (foi a primeira unidade de conservação da história)
 iv. Monumento Natural
 v. Refúgio de Vida Silvestre
4. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL
 As Unidades de Uso Sustentável têm por objeti vo básico a compati bilização da conservação da na-
tureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.. Pode haver a exploração, ou seja, o 
seu uso direto.
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 Composição das Unidades de Uso Sustentável:
 i. Área de Proteção Ambiental (APA)
 ii. Área de Relevante Interesse Ecológico (é uma área pequena)
 iii. Floresta Nacional (podem ser exploradas)
 iv. Reserva Extrati vista
 v. Reserva de Fauna
 vi. Reserva de Desenvolvimento Sustentável
 vii. Reserva Parti cular do Patrimônio Natural (aqui tem dono)
5. GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
 A responsabilidade pela gestão das Unidades de Conservação é dos órgãos e enti dades do Sistema 
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). 
 Embora a atribuição para gerir as Unidades de Conservação seja do Poder Público, a Lei 9985/2000 
prevê a hipótese de gestão comparti lhada por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OS-
CIP), com objeti vos afi ns aos da unidade mediante instrumento a ser fi rmado com o órgão responsável 
por sua gestão. A OSCIP é uma qualifi cação que o Ministério da Justi ça outorga a pessoas jurídicas de 
direito privado, sem fi ns lucrati vos, cujas ati vidades sociais tenham além de observado o princípio da 
universalização dos serviços no respecti vo âmbito de atuação, pelo menos uma das normas fi xadas no 
art. 3º da referida lei. 
 5.1 Plano de Manejo
 O principal instrumento de gestão das Unidades de Conservação consti tui o Plano de Manejo, docu-
mento técnico mediante o qual, com fundamento nos objeti vos gerais de uma Unidade de Conservação, 
estabelecem-se o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área, bem como manejo dos 
recursos naturais, inclusive a implementação das estruturas fí sicas necessárias à gestão da unidade.
Diz, de fato, o que pode e o que não pode em uma unidade de conservação. 
 A responsabilidade pela elaboração e implantação do Plano de Manejo é do Poder Público, a quem 
compete aplicar recursos humanos e fi nanceiros na formulação desses documentos. Todavia, a lei ga-
rante a ampla parti cipação da população residente na elaboração, atualização e implementação.
Há alguns conteúdos a se considerar no Plano de Manejo, sendo eles:
i) Área da unidade de conservação: não são apenas os limites terrestres, fí sicos. O espaço aéreo e o 
subsolo, quando infl uir na estabilidade do ecossistema, podem integrar os limites da unidade de conser-
vação (art. 24).
ii) Zona de amortecimento: é o entorno de uma unidade de conservação onde as ati vidades humanas 
estão sujeitas a normas e restrições específi cas, com o propósito de minimizar os impactos negati vos 
sobre a unidade. Trata-se de uma limitação administrati va ao exercício do direito de propriedade, sob o
argumento da proteção ambiental, evitando-se a ocorrência de danos a esses espaços em decorrência 
das ati vidades desenvolvidas nas proximidades. Apenas para área de proteção ambiental e a reserva 
parti cular do patrimônio natural.
iii) Zona de Transição (Decreto 99274/90): nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num 
raio de 10 km, qualquer ati vidade que possa afetar a biota fi cará subordinada às normas editadas pelo 
CONAMA. Não se confunde com a zona de amortecimento, em que não há tamanho predefi nido.
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iv) Corredores ecológicos: são porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando Unidades 
de Conservação, que possibilitam entre elas o fl uxo de genes e o movimento da biota. Não é obrigatório, 
apenas se se demonstrar necessário.
v) Medidas de integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas que serão afetadas.
6. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
 Quando se tem uma obra que causa signifi ca degradação do meio ambiente, deve ser feito o EIA-
-RIMA. Em tais obras, algumas delas não se consegue miti gar, reduzir os impactos ambientais, ainda 
que ocorram tais estudos. Nessa lógica, surge a compensação ambiental: dinheiro para as unidades de 
conservação ambiental de proteção integral, em regra. Se afetar outra área de unidade de conservação 
que não seja de proteção integral, também será uma das benefi ciadas pela compensação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Curso de Direito Ambiental. 6 ed. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2013.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2014.
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Consti tucional. São Paulo: Malheiros 2011.

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