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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Palmas Curso de Engenharia de Alimentos RELATÓRIO: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE BRANQUEAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS Acadêmicas: Auricélia Pereira de Oliveira Joelma Alves Miranda Prof°: Aroldo Arévalo PALMAS, JANEIRO DE 2013 INTRODUÇÃO As hortaliças se caracterizam pela alta perecibilidade e consequentemente apresentam vida pós-colheita muito curta. Esta característica, aliada ao manuseio inadequado durante a colheita, transporte e comercialização, gera vultosas perdas destes produtos no Brasil. Com isso, são reduzidas a quantidade e a qualidade do produto que chega ao consumidor. Produtos hortículas como as hortaliças são formados por células vegetais que continuam vivas após a colheita e liberam energia. Essa energia é proveniente das transformações de substâncias presentes nos tecidos vegetais. A velocidade com que essas transformações ocorrem está diretamente ligada à vida útil pós-colheita desses produtos (HONÓRIO e MORETTI, 2002). As práticas de manuseio pós-colheita são tão importantes quanto as práticas culturais. De nada adianta a utilização da moderna tecnologia agrícola visando ao aumento da produção de alimentos, se estes não forem convenientemente aproveitados pelo homem. E muitos problemas relacionados com a perda acentuada de qualidade e deterioração dos alimentos são o resultado de danos sucessivos e cumulativos que estes sofrem durante todos os seus períodos de manuseio, armazenamento e transporte (SIGRIST et al., 2002). No caso de hortaliças destinadas ao consumo in natura, há ainda o agravante de que suas qualidades não podem ser melhoradas, mas somente preservadas e até um certo limite. Assim sendo, o cuidado com as hortaliças deve começar no campo, especificamente no momento da colheita, e se estender até o momento do consumo (SIGRIST et al. 2002). O branqueamento é um pré-tratamento térmico comumente aplicado após a colheita, seleção e lavagem de hortaliças, com o objetivo de inativar enzimas, fixar cor, eliminar o oxigênio dos tecidos, diminuindo o volume do produto inteiro ou dos pedaços, além de diminuir a carga microbiana. É comumente aplicado a vegetais antes do congelamento e desidratação. Os objetivos dependem do processo que se seguirá. Antes do congelamento ou da desidratação é utilizado principalmente para a inativação de enzimas. Alimentos congelados ou desidratados que não foram submetidos a este tratamento, têm suas características rapidamente alteradas pela ação das enzimas contidas nos alimentos. Essa operação consiste em mergulhar os frutos em água, à temperatura pré-determinada ou utilizar vapor fluente ou superaquecido. O tempo e a temperatura variam conforme o tipo de matéria-prima, a carga microbiana inicial, a dimensão e a forma do material a ser branqueado, o método de aquecimento e o tipo de enzima a ser inativada. Após serem submetidos ao branqueamento, os frutos devem ser, necessariamente, resfriados para evitar a contaminação por microrganismos termófilos e para não comprometer a sua textura. O resfriamento pode ser feito imergindo-os em banho de água e gelo ou por meio de aspersão de água fria (EMBRAPA, 2006). 1. OBJETIVO Aprendizado do método de branqueamento em água quente e do método de branqueamento químico de frutas e hortaliças. Determinação do tempo de branqueamento de furtas e hortaliças. 2. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Materiais e Equipamentos � Batata; � Maçã; � Aquecedor elétrico com agitação; � Balança analítica; � Béquer de vidro de 250 e 1000 ml; � Pipeta graduada de 5 ml; � Pipeta automática de 1 ml; � Cronômetro; � Solução de guaiacol 0,5 % em álcool 50 %; � Solução de peróxido de hidrogênio 10 V. 3.2 Procedimento 3.2.1 Determinação do tempo de branqueamento em água quente de frutas e hortaliças Os vegetais selecionados foram limpos e lavados em água corrente, descascados com ajuda de uma faca inoxidável e cortados em fatias de 1 cm de espessura e 5 cm de comprimento. Determinou-se o tempo necessário para branqueamento do vegetal, usando o seguinte procedimento: I. Adicionou-se 5 ml de água destilada em 6 tubos de ensaio numerados: 0, 30 segundos , 1, 2, 3, 4 minutos; II. Foi colocado 500 ml de água em um béquer de 1000 ml. O béquer foi aquecido utilizando um aquecedor elétrico. Foi utilizado um termômetro para controlar a temperatura da água; III. Quando a temperatura da água atingiu 90ºC, as fatias foram colocadas e começou-se a cronometrar o tempo de aquecimento; IV. Cada amostra foi retirada nos intervalos de tempo pré-determinados (30 segundos, 1, 2, 3, 4 minutos) e resfriadas rapidamente em um banho de gelo utilizando o béquer de 250 ml. A amostra foi resfriada por aproximadamente 1 minuto. V. A amostra foi retirada do banho gelado e cortada em pedaços pequenos (0,5 cm aproximadamente) para expor os tecidos internos. VI. Colocou-se de 2 a 3 pedaços da amostra no tubo correspondente, como preparados e rotulados no item I. VII. Foram adicionadas 5 gotas da solução de peróxido de hidrogênio 10 v e 2 ml da solução de guaiacol. Observou-se a reação após 2 a 3 minutos, caso houvesse alteração de cor, a peroxidase estaria ativa. Interpretação dos Resultados -Negativo: nenhuma mudança de cor; Traço: marcas pardo-avermelhadas; Leve positiva: marcas pardo-claras espalhadas pelo tecido ou empardecimento forte de algumas delas; Positiva: qualquer reação mais forte. 3.2.2 Branqueamento químico de frutas e hortaliças As frutas foram lavadas em água corrente, descascadas e cortadas em rodelas de 1 cm de espessura Preparou-se soluções a 1% de ácido cítrico e de ácido ascórbico; Foram adicionados 250 ml da solução de ácido cítrico em um béquer e 250 ml da solução de ácido ascórbico em outro; As rodelas foram colocadas nas soluções respectivas e cronometrou-se o tempo. As amostras foram retiradas nos tempos de 0 segundos, 1, 2 e 3 minutos e lavadas com água corrente, escorreu-se até tirar o excesso. Adicionou-se 5 ml de água destilada em 6 tubos de ensaio numerados: 1, 2, 3 e 4 minutos. As rodelas foram cortadas em pequenos pedaços. Foram colocados de 2 a 3 pedaços da amostra no tubo correspondente, rotulados de acordo com a solução utilizada. Adicionou-se 5 gotas da solução de peroxido de hidrogênio 10 v e 2 ml da solução de guaiacol. Observou-se a reação após 2 a 3 minutos, caso houvesse alteração de cor, a peroxidase estaria ativa. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Avaliou-se a efetividade do tratamento térmico na inativação da enzima responsável pelo escurecimento através do teste da peroxidase. Razões para realizar os testes: 1. Presentes em todos os tecidos 2. Facilidade de encontrá-las 3. Resistentes ao calor até 60 –70 ºC No caso das cenouras não foi observada nenhuma alteração de cor nas amostras referentes ao tempo de 3 e 4 minutos de branqueamento, nas amostras de 2 minutos foram observadas marcas pardo-avermelhadas, enquanto nas amostras que não sofreram branqueamento foi observado uma reação de mudança de cor mais forte. Tal fato, leva-nos a conclusão de que o tratamento térmico de 3 a 4 minutos é suficiente para inativar a enzima peroxidase. No caso da batata observou-se a mesma situação. Sendo, portantoo tempo de 3 a 4 minutos suficiente para inativar a enzima peroxidase em batatas. Nos demais tempos de branqueamento a inativação não foi completada. O guaicol garante o substrato devido a sua estrutura que pode sofrer oxidação igual aos compostos fenólicos. Colando-se um redutor com o substrato, retarda-se e escurecimento enzimático do produto, um exemplo é o ácido ascórbico. Todo o produto que for congelado deve ser branqueado anteriormente. 4. CONCLUSÃO O presente trabalho possibilitou o aprendizado das técnicas de branqueamento, tanto física como química. Levando-se em conta sua necessidade imprescindível para a conservação de frutas e hortaliças. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMBRAPA HORTALIÇAS. CNPH. Disponível em: <http://www.cnph.embrapa.br/laborato/pos_colheita/pos_colheita.htm>. Acesso em: 01 set. 2006. HONÓRIO, S. L.; MORETTI, C. L. Fisiologia pós-colheita de frutas e hortaliças. In: CORTEZ, L. A. B.; HONÓRIO, S. L; MORETTI, C. L. (Ed.) Resfriamento de frutas e hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 428p. SIGRIST, J. M. M.; BLEINROTH, E. W.; MORETTI, C. L. Manuseio pós-colheita de frutas e hortaliças. In: CORTEZ, L. A. B.; HONÓRIO, S. L; MORETTI, C. L. (Ed.) Resfriamento de frutas e hortaliças. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 428p