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Aula 1 - NOÇÕES GERAIS - OBRIGAÇÕES.ppt.ppt
Prof.ª HÊICA SOUZA AMORIM
Contato: heica@ig.com.br
Especialista em Direito Civil e Público
Professora de Direito Civil da FRB
Analista Judiciário da Justiça Federal.
DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES
Direito Civil II - Obrigações
Ementa
Objetivos gerais e específicos 
Conteúdo programático
Bibliografia
Metodologia
Aulas expositivas
Estudo dirigido de textos
Estudo de caso
Debates
Análise de jurisprudência
Chamada
Avaliação
Código Civil – perspectiva geral
Parte Geral
Das pessoas (sujeito de direito)
Dos bens (objeto)
Dos fatos jurídicos 
Parte especial
Das obrigações
Empresarial
Dos contratos
Direito das coisas
Direito de Família
Direito das Sucessões
OBRIGAÇÕES - INTRODUÇÃO
O direito pode ser dividido em dois grandes ramos: 
A) Os direitos não patrimoniais, concernentes à pessoa humana, como os direitos da personalidade (art. 11 a 21) e os de família;
B) Os direitos patrimoniais, que se divide em reais e obrigacionais. Os primeiros integram os direitos das coisas. Os obrigacionais (pessoais ou de crédito) compõe o direito das obrigações.
O que é obrigação?
OBRIGAÇÕES: CONCEITO
Etimologicamente, obrigação vem do vocábulo obrigare – “ob + ligatio” – que significa atar, ligar, unir, impor um determinado compromisso.
Direito das Obrigações
Conceito
“Conjunto de normas e princípios jurídicos reguladores das relações patrimoniais entre um credor (sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo) a quem incumbe o dever de cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação de dar, fazer ou não fazer” (Stolze, 2009, p. 2).
RELAÇÃO JURÍDICA 
PATRIMONIAL
SA
SP
Conceito de obrigação
“A obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre credor e devedor, e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio”. (Washington de Barros Monteiro, in Curso de Direito Civil)
OBRIGAÇÕES - CARACTERÍSTICAS:
a) Tem por objeto determinadas relações jurídicas que se denominam direitos de crédito, direitos pessoais ou obrigacionais.
b) É o mais lógico de todos os ramos do direito civil;
c) É o mais refratário à mudanças ( menos interferência de valores e hábitos sociais se comparado ao direito de família entre outros...
d) É o ramo mais propício à uniformização do direito privado, com a unificação total do direito civil e comercial (Suíça e Itália). Hoje no Brasil, a unificação ocorre apenas de forma parcial (d. empresarial).
IMPORTÂNCIA DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Para Maria Helena Diniz: 
O direito das obrigações exerce grande influência na vida econômica em razão da notável frequência das relações jurídicas obrigacionais no moderno mundo consumerista. 
ÂMBITO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
A relação jurídica obrigacional não é integrada por qualquer espécie de direito subjetivo, mas somente aqueles de conteúdo econômico passível de circulação jurídica, o que descarta, de plano, os direitos da personalidade.
Características das relações jurídicas obrigacionais:
 
TRANSITORIEDADE:
É de sua essência ser transitória, já nascendo para ser extinta. Ex.: Um contrato de compra e venda se extingue com o pagamento respectivo e a entrega da coisa.
Observe que quando as obrigações se perpetuam é por força de alguma anomalia. A exemplo de alguma obrigação que o sujeito não cumpriu e o credor tenta fazer valer o seu crédito judicialmente.
 
2. Presença de Sujeito ativo e passivo: 
O credor e o devedor. Não se pode pensar em uma relação jurídica de crédito e débito, sem que se tenha pelo menos duas figuras (uma para ser a credora e a outra a devedora), cujo objeto consiste numa prestação pessoal e econômica. 
 
3. Prestação pessoal e econômica: A prestação é pessoal por motivo de não se poder ter relação entre pessoas e coisas, as relações jurídicas se estabelecem entre pessoas. 
 Outras terminologias: Direito Pessoal; Direito de Crédito e Direito Obrigacional.
4. Prestação Positiva ou negativa.
O que importa é a conduta do devedor, podendo esta conduta ser positiva ou negativa, no sentido do devedor que se obrigou a agir ou daquele que se obrigou a deixar de agir.
Garantia de adimplemento: 
É feita através do patrimônio. 
Patrimônio: 
O patrimônio do devedor é a garantia que o credor vai receber. Se a relação é obrigacional tem natureza econômica. Na relação obrigacional pode o credor, se o devedor não pagou, movimentar o aparato estatal para atingir o patrimônio do devedor e fazer valer os seus direitos.
 
Escorço Histórico
Grécia antiga
Não havia uma definição de obrigações e sim uma noção da figura jurídica.
Aristóteles dividiu as relações obrigatórias em:
Voluntárias ( decorrente de acordo entre partes)
Involuntárias (fato que faz surgir a obrigação através do ilícito): Se dava:
Às escondidas
Mediante violência
Escorço Histórico
Roma antiga também não se conhecia a expressão obrigação, mas o seu equivalente era o Nexum (espécie de empréstimo) que conferia ao credor o poder de exigir do devedor o cumprimento de determinada prestação. Garantia da obrigação = corpo do devedor.
 Trecho do filme “o mercador de Veneza” 
 Actio per manus iniectionem (ação pela qual o credor podia vender o devedor como escravo e se não vendesse a lei autorizava matá-lo. No caso de vários credores, poderia picar (repartir) o corpo do devedor).
 
 
A lex Poetelia Papiria, de 428 a.C. aboliu a execução sobre a pessoa do devedor, deslocando-a para os bens do devedor, realçando o seu caráter patrimonial. A responsabilidade passou a incidir sobre o patrimônio do devedor e não mais sobre a sua pessoa.
A Lei supra foi observada no Corpus Iuris Civilis, do século VI. Posteriormente foi adotada pelo Código Napoleão.
Código Napoleônico (1804)
Art. 2.093 – os bens do devedor são a garantia de seus credores. 
Modernidade:
Obrigação = conteúdo econômico (patrimonial);
Garantia = patrimônio do devedor;
Possibilidade de transmissão da obrigação;
Valorização da dignidade da pessoa humana.
DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS OBRIGACIONAIS E DIREITOS REAIS – TEORIA DUALISTA
Direito Real pode ser definido como o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. 
Tem como elementos, o sujeito ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS:
a) Legalidade ou tipicidade – previsão em lei (art. 1.225 do CC/02);
b) Taxatividade: a enumeração legal dos direitos reais é taxativa (numerus clausus), ou seja, não admite ampliação pela simples vontade das partes.
c) Publicidade: primordialmente para os bens imóveis, por se submeter a um sistema formal de registro, que lhes imprime esta característica.
d) Eficácia erga omnes: Os direitos reais são oponíveis a todas as pessoas, indistintamente. 
e) Aderência: O direito real adere à coisa, acompanhando-a em todas as suas mutações. (ex. hipoteca - o credor hipotecário gozando de um direito real aderido à coisa prefere outros credores). 
F) Sequela ou jus persequendi: direito de perseguir a coisa afetada, para buscá-la onde se encontre, e em mãos de quem quer que seja.
G) Perpetuidade: A propriedade é um direito perpétuo, pois não se perde pelo não uso, mas somente pelos meios e formas legais.
Em suma: O direito real é juridicamente muito mais expressivo do que aquele conferido ao titular de um direito de natureza obrigacional.
RELAÇÃO
JURÍDICA OBRIGACIONAL
RELAÇÃO JURÍDICA REAL
O Código Civil de 2002 - Paradigmas
1. Socialidade (FUNÇÃO SOCIAL)
Art. 5º, Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB – a lei atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum.
Socialidade no direito das obrigações:
Cooperação dos indivíduos para satisfação dos interesses patrimoniais recíprocos, sem comprometimento dos direitos da personalidade e da dignidade do credor e do devedor.
2. Eticidade
Eticidade no CC/2002 –
Direito = técnica a serviço da Ética. 
Afirmação livre e racional do valor da justiça.
Maior mobilidade ao aplicador do Direito.
Constitucionalização do Direito Civil.
Boa-fé objetiva
Modelo ético, caracterizado pela atuação de acordo com determinados padrões sociais de correção e honestidade, de maneira a não frustrar legítima confiança de outrem.
Boa-fé subjetiva
Estado psicológico daquele que acredita ser titular de um direito, que em verdade, só existe no seu imaginário.
P. ex.: posse, usucapião, indenização por benfeitorias.
3. Operabilidade ou Concretude
Centralização do ordenamento jurídico na pessoa, examinada em suas múltiplas peculiaridades;
Normas com “precisão cirúrgica”;
Rejeição às conceituações estéreis (não eficazes);
Exercício do Direito (a era da efetividade)
O papel do magistrado
Aula 2 - FONTES DAS OBRIGAÇÕES.ppt.ppt
Fontes das Obrigações
Introdução
Significados da palavra “fonte”
Nascente de água.
Princípio, causa donde provêm efeitos tanto físicos quanto morais.
O texto original de uma obra.
Fonte limpa = causa primária de um fato, a sua verdadeira origem.
Tudo que nos dá ou pode dar alguma coisa.
Autoridade competente e insuspeita.
Introdução
 Fontes do Direito: 
Meios pelos quais se estabelecem ou se formam as normas jurídicas, Lei, Analogia, Costumes, Princípios Gerais do Direito, Jurisprudência, Doutrina e Equidade.
 Fontes das Obrigações:
Fatos jurídicos que dão origem às relações obrigacionais (lei, contrato, ato ilícito, etc).
Fontes das obrigações
Fontes das obrigações D. Romano
Sistematização das fontes segundo GAIO (existência ou não da vontade):
1. O contrato: vontade das partes
2. O quase contrato: situações assemelhadas ao contrato. Ausência de vontade, mas decorrente de atividade lícita (ex. gestão de negócio).
3. O delito: atividade ilícita dolosa
4. O quase-delito: atividade ilícita culposa
Classificação moderna das fontes das obrigações
1. Primária ou imediata (Lei)? 
Alvaro Vilaça Azevedo/Silvio Rodrigues: A lei constitui a fonte primordial das obrigações, pois há obrigações que nascem diretamente da lei a exemplo da prestação alimentar.
2. Secundárias ou mediatas:
Atos jurídicos negociais 
A vontade humana criadora de efeitos jurídicos (Ex. o contrato, o testamento, as declarações unilaterais de vontade).
Atos jurídicos não negociais
Adesão aos efeitos da Lei/ ato jurídico stricto sensu, os fatos materiais (ex. situação fática de vizinhança).;
Atos ilícitos (927, 186 e 187, CC) 
Comportamento humano, contrário ao Direito, e causador de prejuízo a outrem.
Abuso de direito e enriquecimento sem causa
Classificação das obrigações segundo suas funções
Negócio jurídico
Autonomia privada (solidariedade, função social, boa-fé, justiça negocial)
Responsabilidade civil (art. 927, CC)
Neminem laedere
extranegocial
Enriquecimento sem causa
Suum cuique tribuere
Redução patrimonial de acréscimos indevidos
A boa-fé objetiva como fonte das obrigações
Deveres anexos
Probidade, informação, lealdade, respeito, etc. 
Comportamentos de colaboração mútua.
FONTES DAS OBRIGAÇÕES NO NOVO CÓDIGO CIVIL
Tratamento das fontes das obrigações no CC/2002
Inexiste capítulo ou dispositivo específico para as fontes das obrigações no CC/2002. Matéria reservada à Doutrina e Jurisprudência. 
Aula 3 - ELEMENTOS ou ESTRUTURA DA OBRIGAÇÃO.ppt
Fontes das Obrigações
Introdução
 Fontes do Direito: 
Meios pelos quais se estabelecem ou se formam as normas jurídicas, Lei, Analogia, Costumes, Princípios Gerais do Direito, Jurisprudência, Doutrina e Equidade.
Fontes das Obrigações:
Fatos jurídicos que dão origem às relações obrigacionais (lei, contrato, ato ilícito, etc.).
Classificação moderna das fontes das obrigações
A Lei (fonte primária)
A lei constitui a fonte primordial das obrigações, pois há obrigações que nascem diretamente da lei a exemplo da prestação alimentar.
FONTES SECUNDÁRIAS:
A) Atos jurídicos negociais: 
A vontade humana criadora de efeitos jurídicos (Ex. o contrato, o testamento, declaração unilateral da vontade).
b) Atos jurídicos não negociais:
Ato jurídico stricto sensu. (ex. situação fática de vizinhança).
c) Atos ilícitos (927, 186 e 187, CC):
Comportamento humano, contrário ao Direito, e causador de prejuízo a outrem. (ex. atos ilícitos, no que se incluem o abuso de direito e enriquecimento sem causa).
A boa-fé objetiva como fonte das obrigações
Deveres anexos:
Probidade, informação, lealdade, respeito, etc. 
Comportamentos de colaboração mútua.
Tratamento das fontes das obrigações no CC/2002
Inexiste capítulo ou dispositivo específico para as fontes das obrigações no CC/2002. Matéria reservada à Doutrina e Jurisprudência. 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO
(Noções gerais)
A RELAÇÃO OBRIGACIONAL É COMPOSTA POR 3 ELEMENTOS:
1. SUBJETIVO OU PESSOAL : sujeito ativo e passivo;
2. OBJETIVO OU MATERIAL: A prestação;
3. IDEAL, IMATERIAL OU ESPIRITUAL: O vínculo jurídico
1. Elemento Subjetivo (pessoal)
Sujeitos
Ativo (credor)
Titular do direito subjetivo (crédito)
Detém o poder jurídico de exigir o cumprimento da prestação devida.
Sujeito passivo (devedor)
Tem o dever de cumprir a prestação pactuada
RELAÇÕES JURÍDICAS COMPLEXAS: 
Cada parte é, simultaneamente, credora e devedora uma da outra. Ex. compra e venda: o vendedor é credor do preço e devedor da coisa; ao passo que o comprador é credor da coisa e devedor do preço.
Atributos dos sujeitos na relação obrigacional:
Poderá ser pessoa física ou jurídica;
2. O sujeito deverá ser determinado ou determinável*
*Obrigação ambulatória – a indeterminação é da própria essência da obrigação.
Indeterminação ativa – P. ex.: cheque ao portador
Indeterminação passiva –P. ex.: taxa de condomínio.
Elemento Subjetivo (continuação)
Coadjuvantes nas relações obrigacionais:
Representantes – agem em nome e no interesse de um dos sujeitos da relação.
Legais (pais, tutores ou curadores)
Voluntários (mandatários)
2. Elemento Objetivo da obrigação:
 A prestação
A obrigação possui dois tipos de objetos:
1. Objeto direto ou imediato – é a própria atividade (comissiva ou omissiva) do devedor, satisfativa do interesse do credor (dar, fazer ou não fazer).
2. Objeto indireto ou mediato – o próprio bem da vida posto em circulação jurídica. A coisa em si considerada. (o carro, o café, o quadro...)
Com relação ao objeto direto, as prestações podem ser:
Positivas (dar e fazer)
Dar
Coisa certa: ( um carro 0 km, marca XWZ, modelo KZY, ano 2012, cor prata).
Coisa incerta: (duas sacas de café).
Fazer: pintar um quadro, cantar uma música, dar uma aula...
Negativas: (Não fazer) Não construir um muro, não usar coisas recebidas em depósito...
CARACTERES DE VALIDADE À PRESTAÇÃO.
A) LICITUDE: (Limites impostos pelo direito e pela moral). 
B) POSSIBILIDADE: FÍSICA
E JURÍDICA: pode ser originária ( ocorre no momento da formação da obrigação) ou superveniente (posterior à formação da relação obrigacional – pode haver aproveitamento parcial da obrigação ou integralmente extinta a critério do credor).
NOTA: Orlando Gomes visualizou Diferença entre a prestação juridicamente impossível e a prestação ilícita: 
A prestação juridicamente impossível é aquela simplesmente não admitida pela lei. Ex. alienação de bens de uso comum do povo ou transferir herança de pessoa viva.
A ilícita além de não ser admitida, constitui ato punível. Ex. vendas de um pacote de notas falsas.
CARACTERES DE VALIDADE À PRESTAÇÃO – continuação.
C) DETERMINABILIDADE: Determinada (especificada, certa) ou determinável (ainda não especificada, com elementos mínimos de individualização). Deverá ser especificada no momento de realizá-la quer seja pelo credor ou devedor.
D) PATRIMIALIDADE: (DISCUTÍVEL)
A prestação deverá ser patrimonial, pois é imprescindível que seja suscetível de estimação econômica, sob pena de não constituir uma obrigação jurídica, uma vez que se for despida de valor pecuniário, inexiste possibilidade de avaliação dos danos”. Maria Helena Diniz – (grifei).
 
Paulo Lôbo: a prestação não necessita de ter valor pecuniário; mas deve corresponder a um interesse do credor, digno de proteção legal. Ex.: enterrar um morto segundo o que ele, em vida, estabelecera ou estipulara aos seus descendentes e/ou amigos.
PRINCIPAIS MODALIDADES DE PRESTAÇÕES
A) PRESTAÇÃO DE FATO (próprio ou de terceiro): Consiste na atividade do próprio devedor, voltado a satisfação do crédito) Poderá ser positiva (realizar serviço médico) ou negativa (não construir acima de determinada altura).
A prestação pode ser de fato de terceiro: ex. B, casado, obriga-se a vender certo prédio a C, prometendo que sua mulher dará o consentimento necessário à validade da venda.
B) PRESTAÇÃO DE COISA (atual ou futura): COISA ATUAL: Consiste na atividade de DAR (transferindo-se a propriedade da coisa – ex.: mútuo: dar a quantia emprestada) ENTREGAR (transferindo-se a posse ou a detenção da coisa – ex.: coisa dada em penhor) ou RESTITUIR (quando o credor recupera a posse ou a detenção da coisa entregue ao devedor , ex.: o depositário restitui ao depositante a coisa).
COISA FUTURA: O objeto da obrigação pode consistir em prestação de coisa futura (ex. agricultor que se compromete a vender toda a produção de tomates da sua próxima colheita.
C) PRESTAÇÃO INSTANTÂNEA OU CONTÍNUA.
Instantâneas: se realizam com um só ato. Ex. obrigação de pagar determinado valor à vista. Nada impede que tenha a sua exigibilidade protraída para momento futuro, hipótese em que há prestação diferida.
Contínuas: realizam-se ao longo do tempo. Ex. obrigação de não construir acima de determinada altura; pagamento parcelado. 
3. Elemento ideal (espiritual ou abstrato)
Elemento abstrato é o Vínculo jurídico/liame que une o credor ao devedor.
O fato jurídico é a fonte da obrigação (ex. contrato de compra e venda) não deverá integrar o vínculo jurídico abstrato uma vez que o fato jurídico é anterior a relação jurídica obrigacional.
 É o fato jurídico que faz surgir o vínculo jurídico.
Elemento Ideal/abstrato
Elementos:
 Débito ou dívida (shuld)
Dever que incumbe ao sujeito passivo de prestar aquilo a que se compromete.
É o próprio vínculo, liame, entre credor e devedor.
Elemento Ideal/abstrato
Responsabilidade (raftung):
Prerrogativa do credor de executar o patrimônio do devedor, no caso de inadimplência, para obter a satisfação do seu crédito.
Direito subjetivo do credor de exigir certo comportamento do devedor.
Teoria Geral do Inadimplemento
Introdução:
Espécies de inadimplemento:
Inadimplemento culposo
Inadimplemento não culposo
Excludentes de culpabilidade civil
Caso fortuito
Força maior
A obrigação como um processo
Nasce
Se desenvolve
Se extingue 
Pelo pagamento ou por meios indiretos
Deveres da Obrigação
Nucleares (dar, fazer, não fazer)
Acessórios (probidade, socialidade, eticidade, boa-fé, etc.)
Material didático
SABER DIREITO – STF (TV JUSTIÇA)
Prof. Gustavo Renê Nicolau
Advogado e professor do Curso Damásio de Jesus.
Direito Civil obrigações.
Aula 4 - OBJETO DA OBRIGAÇÃO - A PRESTAÇÃO..pptx
OBJETO DA OBRIGAÇÃO – A PRESTAÇÃO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
RELEMBRANDO: ESTRUTURA DA OBRIGAÇÃO:
SUJETIVO: Sujeito ativo (credor) sujeito passivo (devedor)
OBJETO MATERIAL/IMEDIATO: A prestação
IDEAL/IMATERIAL/ABSTRATO: O vínculo jurídico.
A PRESTAÇÃO
CONCEITO: É a atividade do devedor direcionada à satisfação do crédito – poderá ser positiva (dar/fazer) ou negativa (não fazer).
“A prestação deverá ser patrimonial, pois é imprescindível que seja suscetível de estimação econômica, sob pena de não constituir uma obrigação jurídica, uma vez que se for despida de valor pecuniário, inexiste possibilidade de avaliação dos danos”. Maria Helena Diniz – (grifei).
 Há situação que esta característica pode não existir, por exemplo nas obrigações de não fazer, mas em caso de inadimplemento, deverá tê-lo, seja na tutela específica, seja na eventual apuração de perdas e danos.
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA PRESTAÇÃO
 COISA CERTA
		 DAR
				 COISA INCERTA	 	
POSITIVA: 
			 FAZER
		 	
NEGATIVA: NÃO FAZER
			 A) OBJETO DIRETO E IMEDIATO	:		 A PRESTÃÇÃO.		
				
OBRIGAÇÃO b) OBJETO INDIRETO OU MEDIATO: 			 O BEM DA VIDA (UTILIDADE 			 MATERIAL)
Assim, no caso de obrigação imposta ao mutuário (aquele que tomou um empréstimo), o seu objeto direto e imediato é a prestação (sua atividade de dar); ao passo que o objeto indireto ou mediato da obrigação é o próprio bem da vida que se pode obter, a utilidade material que se vai transferir ( o dinheiro).
CARACTERES DE VALIDADE À PRESTAÇÃO.
A) LICITUDE: (Limites impostos pelo direito e pela moral). 
B) POSSIBILIDADE: FISICA E JURÍDICA: pode ser originária ( ocorre no momento da formação da obrigação) ou superveniente (posterior à formação da relação obrigacional – pode haver aproveitamento parcial da obrigação ou integralmente extinta a critério do credor).
C) DETERMINABILIDADE: Determinada (especificada, certa) ou determinável (ainda não especificada, com elementos mínimos de individualização). Deverá ser especificada no momento de realiza-la quer seja pelo credor ou devedor.
Orlando Gomes visualizou Diferença entre a prestação juridicamente impossível e a prestação ilícita: 
A prestação juridicamente impossível é aquela simplesmente não admitida pela lei. Ex. alienação de bens de uso comum do povo ou transferir herança de pessoa viva.
A ilícita além de não ser admitida, constitui ato punível. Ex. vendas de um pacote de notas falsas.
PRINCIPAIS MODALIDADES DE PRESTÃÇÕES
A) PRESTAÇÃO DE FATO (próprio ou de terceiro): Consiste na atividade do próprio devedor, voltado a satisfação do crédito) Poderá ser positiva (realizar serviço médico) ou negativa (não construir acima de determinada altura).
A prestação pode ser de fato de terceiro: ex. B, casado, obriga-se a vender certo prédio a C, prometendo que sua mulher dará o consentimento necessário à validade da venda.
B) PRESTAÇÃO DE COISA (atual ou futura); Consiste na atividade de dar (transferindo-se a propriedade da coisa – mútuo: dar a quantia emprestada) entregar (transferindo-se a posse ou a detenção da coisa – coisa dada em penhor) ou restituir (quando o credor recupera a posse ou a detenção da coisa entregue ao devedor – depositário restitui ao depositante a coisa).
O objeto da obrigação pode consistir em prestação de coisa futura (ex. agricultor
que se compromete a vender toda a produção de tomates da sua próxima colheita.
Na empreitada mista (o empreiteiro se obriga a empregar os seus materiais (prestação da dar) e a realizar a obra (prestação de fazer/lavor) não há como distinguir as duas categorias estudadas.
 
C) PRESTAÇÃO INSTANTÂNEAS OU CONTÍNUAS.
Instantâneas: se realizam com um só ato. Ex. obrigação de pagar determinado valor à vista. Nada impede que tenha a sua exigibilidade protraída para momento futuro, hipótese em que há prestação diferida.
Contínuas: realizam-se ao longo do tempo. Ex. obrigação de não construir acima de determinada altura; pagamento parcelado. 
aula 5 - CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DAS OBRIGAÇÕES.pptx
CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DAS OBRIGAÇÕES
CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DA PRESTAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO INSPIRADA NO DIREITO ROMANO (dare, facere, non facere).
 COISA CERTA
		 DAR
				 COISA INCERTA	 	
POSITIVA: 
			 FAZER
		 	
NEGATIVA: NÃO FAZER
OBRIGAÇÃO DE DAR
As obrigações de dar, que têm por objeto prestações de coisas, consistem na atividade de dar (transferindo-se a propriedade da coisa - ex.: compra e venda), entregar (transferindo-se a posse ou a detenção da coisa – ex.: locação) ou restituir (quando o credor recupera a posse ou a detenção da coisa entregue ao devedor – ex.: depósito).
BASE LEGAL:
Obrigações de dar coisa certa (arts. 233 a 242)
Obrigações de dar coisa incerta (arts. 243 a 246).
ACESSÓRIO SEGUE O PRINCIPAL.
Aplica-se às obrigações de dar coisa certa, o princípio jurídico de que o acessório segue o principal (acessorium sequitur principale), não resultando o contrário do título (contrato) ou das circunstâncias do caso (art. 233).
Ocorre quando a coisa principal gera frutos, produtos, rendimentos, partes componentes e integrantes da coisa e benfeitorias incorporados ao solo. Não inclui a pertença – art. 93.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA
COISA CERTA - CONCEITO: É aquela perfeitamente identificada e individualizada em suas características. É específica. e determinada. O devedor obriga-se a dar, entregar ou restituir coisa específica, certa, determinada. Ex. um carro, marca XWY, placa 5555, ano/modelo 2012, chassi nº tal, proprietário Joaquim José da Silva.
PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE: “Art. 313: O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”. 
Se o credor concordar em receber aliud pro alio ocorrerá a dação em pagamento (art. 356).
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA – PERDA OU PERECIMENTO TOTAL.
SE A COISA SE PERDER, SEM CULPA DO DEVEDOR:
Fica resolvida a obrigação para ambas as partes, suportando o prejuízo o proprietário da coisa que ainda não a havia alienado (art. 234, parte inicial).
 Aplicação da regra do direito romano res perit domino (a coisa perece para o dono). 
As consequências da perda coisa varia de acordo com o fato de ter havido ou não a transferência da coisa e a culpa do devedor.
SE A COISA SE PERDER, POR CULPA DO DEVEDOR: 
Responderá este pelo equivalente (valor da coisa), mais perdas e danos (art. 234, parte final).
Havendo culpa (conduta maliciosa ou negligente) do devedor, o credor tem o direito de receber o equivalente do objeto perecido, (sempre em dinheiro, uma vez que as coisas certas nunca têm equivalente preciso em outras coisas), além de perdas e danos, também em dinheiro. 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA – PERDA OU PERECIMENTO PARCIAL.
SE A COISA SE DETERIORA SEM CULPA DO DEVEDOR: 
Poderá o credor, a seu critério, resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu (art. 235).
O prejuízo será, novamente, suportado pelo dono ou devedor, a quem se abrem duas saídas: ou abate do preço o valor correspondente à depreciação, se o credor aceitar a receber a coisa danificada, ou fica com a coisa e devolve o dinheiro que recebeu por ela. 
SE A COISA SE DETERIORA POR CULPA DO DEVEDOR: poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou outro caso, a indenização pelas perdas e danos (art. 236).
Haverá a possibilidade de se responsabilizar o devedor em mora, ainda que diante de um caso fortuito e força maior (art. 399), exceto se provar que o evento ocorreria de qualquer modo.
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA
Na obrigação de restituir, o dono da coisa é o credor. 
A obrigação de dar é o gênero e a de restituir, espécie daquela. 
Ex.: A prestação consiste na devolução da coisa recebida pelo devedor (depositário), que deve restituir ao depositante (credor) aquilo que recebeu para guardar e conservar.
A) “Art. 238: Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda”. 
Contudo, se a coisa se perde ou deteriora por culpa do devedor, deverá responder pelo equivalente, mais perdas e danos. (art. 239).
MELHORAMENTOS, ACRÉSCIMOS E FRUTOS GERADOS PELA COISA NAS OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR
Se tais melhoramentos ou acréscimos se agregarem a coisa principal, sem concurso de vontade ou despesa para o devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização (art. 241).
Se tais melhoramentos ou acréscimos exigirem concurso de vontade ou despesa para o devedor, este, se de boa fé, terá direito de ser indenizado nos termos da legislação civil, podendo, inclusive reter a coisa restituível. (art. 242). Se de má-fé, só terá direito a reclamar a indenização pelos acréscimos necessários, sem possibilidade de retenção.
FRUTOS DA COISA RESTITUÍVEL
A) BOA-FÉ DO DEVEDOR: Terá direito aos frutos percebidos. Os frutos pendentes (ainda não destacados da coisa principal) deverão ser restituídos, ao tempo em que cessar a boa-fé, deduzidas as despesas de produção e custeio.
B) MÁ-FÉ DO DEVEDOR: O devedor deverá responder por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber (percipiendos), assistindo o direito às despesas de produção e custeio. Se não puder restituir ao credor estes frutos, deverá indenizá-lo em pecúnia.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA
A prestação consiste na entrega de coisa especificada apenas pela espécie e quantidade. Ex. dar 2 sacas de café. Trata-se das chamadas obrigações genéricas.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
A prestação genérica deverá se converter em prestação determinada, quando o devedor ou o credor escolher o tipo de produto a ser entregue, no momento do pagamento. Art. 245
NOTA: Se, mesmo que se tenha estabelecido a qualidade do café, ainda não tiverem sido individualizadas as sacas, dentro do universo do estoque e/ou produção, a obrigação será de dar coisa INCERTA.
A operação, por meio da qual se especifica a prestação, convertendo a obrigação genérica em determinada, denomina-se concentração do débito ou concentração da prestação devida. 
 A concentração do débito cabe ao devedor se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor (art. 244). Ao devedor impõe-se escolher a coisa média (bens a meio termo qualitativo) 
A COISA INCERTA NÃO PERECE (genius non perit).
Nas obrigações de dar coisa incerta a prestação é inicialmente indeterminada, não poderá o devedor, antes de efetuada a sua escolha alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. (art. 246).
É irrelevante a constatação de culpa.
OBRIGAÇÃO DE DAR DINHEIRO – OBRIGAÇÃO PECUNIÁRIA
O Pagamento dever ocorrer em moeda corrente nacional e pelo valor nominal em se tratando de obrigações exequíveis no Brasil, ressalvadas as relações contratuais de natureza internacional (art. 315).
 O art. 318 considera nulas as
convenções em pagamento em ouro ou moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional.
DÍVIDA DE VALOR: 
Não tem por objeto o dinheiro em si, mas o próprio valor econômico aquisitivo expresso em moeda. 
Exemplo: obrigação de prestar alimentos o devedor é obrigado a fornecer não determinada soma em dinheiro, mas sim o que for necessário à mantença do alimentando.
CORREÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE DAR DINHEIRO
Para a correção de distorções de valor nas obrigações pecuniárias de médio e longo prazo, o governo criou índices de atualização econômica ou cláusulas de escala móvel. São elas: TR - taxa referencial fixada pelo Banco Central; INPC (calculada pelo IBGE); IGP/DM; IGP/DI (calculada pela FGV), FIPE (calculada pela FIPE), DIEESE (calculada pela DIEESE); IPCA (calculado pelo IBGE).
As partes contratantes poderão estipular criação de índices para corrigir distorções, sendo vedada a estipulação do salário mínimo como critério de atualização econômica de dívidas (Lei n. 6.205/75). 
TEORIA DA IMPREVISÃO NAS OBRIGAÇÕES DE DAR DINHEIRO
O art. 317 dá poderes ao juiz para corrigir o valor econômico do contrato, se motivos imprevisíveis, supervenientes, tornarem manifestamente desproporcional o valor da prestação devida, em cotejo com aquele pactuado ao tempo da celebração do negócio. 
As regras para tal estão presentes nos artigos 478 a 480.
OBRIGAÇÕES DE FAZER
Nas obrigações de fazer interessa ao credor a própria atividade do devedor. Poderá ser:
A) OBRIGAÇÃO DE FAZER FUNGÍVEL: 
Ocorre quando não houver restrição negocial no sentido de que o serviço seja realizado por outrem. 
O art. 249 admite a possibilidade de o fato ser executado por terceiro à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. 
B) OBRIGAÇÃO DE FAZER INFUNGÍVEL:
 Trata-se das chamadas obrigações personalíssimas (intuitu personae), cujo adimplemento não poderá ser realizado por qualquer pessoa, em atenção às qualidades especiais daquela que se contratou.
DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER.
SEM CULPA DO DEVEDOR: Resolve-se a obrigação, sem que haja obrigação de indenizar.
COM CULPA DO DEVEDOR: Poderá ser condenado a indenizar a outra parte pelo prejuízo causado. 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos”. 
A regra do art. 248 somente deve ser aplicada quando não for mais possível o cumprimento da obrigação, ou não tendo o credor mais interesse na sua realização.
Caso o credor tenha interesse no cumprimento da obrigação de fazer e sendo a mesma ainda possível, o juiz concederá a tutela específica, valendo-se, ex offício da fixação de astreintes. 
A tutela específica poderá ocorrer seja seu conteúdo uma obrigação de fazer ou não-fazer, fungível ou infungível ou de dar coisa certa (art. 461-A do CPC).
Vide artigos 18, 19, 35 e 84 do CDC (casos consumeristas) e no art. 461 do CPC (casos gerais) e entendimentos doutrinários – Fredie Didier Jr, Luiz Guilherme Marinoni apud Gagliano e Pamplona, ob. cit., p. 54/55.
DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
IMPOSSÍVEL CUMPRIMENTO POSTERIOR
PERDAS E DANOS
POSSÍVEL CUMPRIMENTO POSTERIOR
TUTELA ESPECÍFICA + PERDAS E DANOS (ATÉ A EFETIVAÇÃO DA TUTELA) OU
PERDAS E DANOS (SE O AUTOR NÃO TIVER MAIS INTERESSE NA OBRIGAÇÃO EPECÍFICA DE FAZER).
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
Tem por objeto uma prestação negativa, um comportamento omissivo do devedor. 
Não serão consideradas lícitas as obrigações de não fazer que violem princípios de ordem pública e vulnerem garantias fundamentais (ex. de não casar, de não trabalhar). 
INADIMPLEMENTO NAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER.
A) SEM CULPA: Extingue-se a obrigação, sem perdas e danos. Ex. A se obrigou a não construir um muro em seu imóvel para não lhe prejudicar a vista panorâmica de B, mas em razão de determinação do poder público que modificou a estrutura urbanística , viu-se forçado a construir o respectivo muro.
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar”.
B) COM CULPA: No mesmo exemplo retro, A por motivo de vingança ergue o muro para atingir B. 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado a perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
DESCUMPRIMENTO CULPOSO DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER
O CC/02 vela pela tutela do adimplemento contratual. 
Assim quando a obrigação apesar de inadimplida, ainda possa ser cumprida, se houver interesse do credor, este poderá se valer da tutela específica.
 Se for possível restituir as coisas ao status quo ante e se o credor tiver interesse na tutela específica, pode este demandar judicialmente o cumprimento da obrigação de não fazer, sem prejuízo das perdas e danos, até o desfazimento do ato que o devedor se obrigou a não fazer (art. 251 e 461 do CPC).
DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
IMPOSSÍVEL DESFAZIMENTO POSTERIOR
PERDAS E DANOS
POSSÍVEL DESFAZIMENTO POSTERIOR
TUTELA ESPECÍFICA + PERDAS E DANOS (ATÉ A EFETIVAÇÃO DA TUTELA) OU
PERDAS E DANOS (SE O AUTOR NÃO TIVER MAIS INTERESSE NA OBRIGAÇÃO EPECÍFICA DE NÃO FAZER).
Aula 7 - CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES- ELEMENTO ACIDENTAL E CONTEÚDO (1).ppt
*
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES
*
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES
Considerando o elemento subjetivo (sujeitos):
fracionárias;
Conjuntivas;
Disjuntivas;
Solidárias.
Considerando o elemento objetivo (prestação)
alternativas;
Facultativas;
Cumulativas;
Divisíveis e indivisíveis
Líquidas e ilíquidas
*
Quanto ao elemento acidental:
Obrigação pura
Obrigação condicional;
Obrigação a termo;
Obrigação modal.
Quanto ao conteúdo:
Obrigação de meio;
Obrigação de resultado;
Obrigação de garantia.
Quanto a exigibilidade: a) civis; b) naturais.
*
QUANTO AO ELEMENTO ACIDENTAL
Obrigação pura
Conceito:
É aquela que não se submete aos elementos acidentais do negócio jurídico.
*
OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS
Conceito:
São aquelas obrigações, cujo início da eficácia se submete a evento futuro e incerto (condição).
Condição: 
elemento acidental do negócio jurídico
Determinação acessória
Subordina ou resolve os efeitos da obrigação
*
Modalidades de condições:
Suspensiva – subordina o início da eficácia do NJ.
Até o seu advento, não há direito adquirido. Portando, não poderá o credor exigir o cumprimento da dívida.
Resolutiva – resolve os efeitos do NJ.
*
OBRIGAÇÕES A TERMO
Conceito:
São aquelas cujos efeitos encontram-se vinculados a evento futuro e certo (termo).
Termo
Elemento acidental do negócio jurídico;
Determinação acessória;
Subordina o início ou o término da eficácia do negócio jurídico;
Diz respeito ao exercício.
*
Modalidades: 
Termo Suspensivo – subordina o início da eficácia jurídica do NJ
Não subordina a aquisição de direitos e obrigações decorrentes do NJ – Direito adquirido
O crédito já existe, todavia a sua exigibilidade está suspensa até o implemento do termo.
Termo Resolutivo – subordina fim da eficácia jurídica do NJ
*
OBRIGAÇÕES MODAIS
Conceito
São aquelas oneradas com um modo ou encargo (ônus), imposto a uma das partes, que experimentará um benefício maior.
Modo ou encargo
Elemento acidental do negócio jurídico;
Determinação acessória;
Impõe um ônus ao credor da relação;
Não suspende os efeitos do NJ (nem a aquisição, nem o exercício do direito), salvo quando estabelecido
o encargo como condição suspensiva.
*
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES QUANTO AO CONTEÚDO
Obrigação de meio
Obrigação de resultado
Obrigações de garantia
*
OBRIGAÇÕES DE MEIO
Conceito
São aquelas em que o devedor se obriga a empreender sua atividade, sem garantir, todavia, o resultado esperado.
P.ex.: a obrigação do advogado.
*
OBRIGAÇÕES DE RESULTADO
Conceito
O devedor se obriga não apenas a empreender sua atividade, mas, principalmente, a produzir o resultado esperado. P. ex.: contrato de transporte
Ps. Se o resultado não for alcançado, o devedor restará inadimplente = dever de indenizar.
Exceção – excludentes de culpabilidade civil. 
*
OBRIGAÇÕES DE GARANTIA
Conceito:
Visam eliminar os riscos que pesam sobre o credor, reparando as consequências da perda ou deterioração de um bem.
P. ex.: contratos de seguro.
*
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES QUANTO À EXIGIBILIDADE
1. OBRIGAÇÕES CIVIS: São exigíveis.
2. OBRIGAÇÕES NATURAIS: São pagáveis (desprovidas de exigibilidade jurídica)
*
OBRIGAÇÕES NATURAIS
CONCEITO: 
É um débito em que não se pode exigir, judicialmente, a responsabilidade patrimonial do devedor, mas que, sendo cumprido, não caracterizará pagamento indevido.
*
FUNDAMENTOS DA OBRIGAÇÃO NATURAL
O fundamento primeiro, para o reconhecimento da justiça da retenção do pagamento de uma obrigação natural é de ordem moral.
“Trata-se de um dever de consciência, em que cada um deve honrar a palavra empenhada, cumprindo a prestação a que se obrigou.”
*
A repercussão jurídica da obrigação natural surge quando ela é cumprida sponte propria. 
A obrigação natural não existe enquanto o devedor não afirmou essa existência pelo seu cumprimento. Ela nasce do reconhecimento do dever moral pelo devedor e pela previsão legal de que a repetição do pagamento é impossível.
*
DIFERENÇA ENTRE MORAL E OBRIGAÇÃO NATURAL
A obrigação natural não se identifica com o mero dever moral, pois representa uma dívida efetiva, proveniente de uma causa precisa. O objeto de sua prestação pertence, do ponto de vista ideal, ao patrimônio do credor, de modo que, não cumprida a obrigação, sofre ele um prejuízo, o que não se verifica quando há o descumprimento de um dever moral.
*
NATUREZA JURÍDICA DA OBRIGAÇÃO NATURAL
Reconhece-lhe natureza jurídica de uma obrigação imperfeita, por lhe falta a exigibilidade característica das obrigações em geral.
*
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES NATURAIS.
1. Quanto a tipicidade: 
a) típicas: prevista em lei. Ex. dívida de jogo e prescrita;
 b) atípica: não prevista em lei. Ex. antiga dívida residual após a concordata antes da Lei de Falências e Recuperação de Empresas (Lei 11.101/2005).
2. Quanto a origem: 
a) originária: quando é inexigível desde o início – ex.: dívida de jogo;
 b) derivada: quando nasce como obrigação civil, perdendo depois a exigibilidade, como a dívida prescrita.
*
DISCIPLINA DAS OBRIGAÇÕES NATURAIS NO DIREITO BRASILEIRO
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
*
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
 § 1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
*
§ 2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.
§ 3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares.
Aula 7 - CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES- ELEMENTO ACIDENTAL E CONTEÚDO.ppt
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CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES
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CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES
Considerando o elemento subjetivo (sujeitos):
fracionárias;
Conjuntivas;
Disjuntivas;
Solidárias.
Considerando o elemento objetivo (prestação)
alternativas;
Facultativas;
Cumulativas;
Divisíveis e indivisíveis
Líquidas e ilíquidas
*
Quanto ao elemento acidental:
Obrigação pura
Obrigação condicional;
Obrigação a termo;
Obrigação modal.
Quanto ao conteúdo:
Obrigação de meio;
Obrigação de resultado;
Obrigação de garantia.
Quanto a exigibilidade: a) civis; b) naturais.
*
QUANTO AO ELEMENTO ACIDENTAL
Obrigação pura
Conceito:
É aquela que não se submete aos elementos acidentais do negócio jurídico.
*
OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS
Conceito:
São aquelas obrigações, cujo início da eficácia se submete a evento futuro e incerto (condição).
Condição: 
elemento acidental do negócio jurídico
Determinação acessória
Subordina ou resolve os efeitos da obrigação
*
Modalidades de condições:
Suspensiva – subordina o início da eficácia do NJ.
Até o seu advento, não há direito adquirido. Portando, não poderá o credor exigir o cumprimento da dívida.
Resolutiva – resolve os efeitos do NJ.
*
OBRIGAÇÕES A TERMO
Conceito:
São aquelas cujos efeitos encontram-se vinculados a evento futuro e certo (termo).
Termo
Elemento acidental do negócio jurídico;
Determinação acessória;
Subordina o início ou o término da eficácia do negócio jurídico;
Diz respeito ao exercício.
*
Modalidades: 
Termo Suspensivo – subordina o início da eficácia jurídica do NJ
Não subordina a aquisição de direitos e obrigações decorrentes do NJ – Direito adquirido
O crédito já existe, todavia a sua exigibilidade está suspensa até o implemento do termo.
Termo Resolutivo – subordina fim da eficácia jurídica do NJ
*
OBRIGAÇÕES MODAIS
Conceito
São aquelas oneradas com um modo ou encargo (ônus), imposto a uma das partes, que experimentará um benefício maior.
Modo ou encargo
Elemento acidental do negócio jurídico;
Determinação acessória;
Impõe um ônus ao credor da relação;
Não suspende os efeitos do NJ (nem a aquisição, nem o exercício do direito), salvo quando estabelecido o encargo como condição suspensiva.
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CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES QUANTO AO CONTEÚDO
Obrigação de meio
Obrigação de resultado
Obrigações de garantia
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OBRIGAÇÕES DE MEIO
Conceito
São aquelas em que o devedor se obriga a empreender sua atividade, sem garantir, todavia, o resultado esperado.
P.ex.: a obrigação do advogado.
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OBRIGAÇÕES DE RESULTADO
Conceito
O devedor se obriga não apenas a empreender sua atividade, mas, principalmente, a produzir o resultado esperado. P. ex.: contrato de transporte
Ps. Se o resultado não for alcançado, o devedor restará inadimplente = dever de indenizar.
Exceção – excludentes de culpabilidade civil. 
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OBRIGAÇÕES DE GARANTIA
Conceito:
Visam eliminar os riscos que pesam sobre o credor, reparando as consequências da perda ou deterioração de um bem.
P. ex.: contratos de seguro.
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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES QUANTO À EXIGIBILIDADE
1. OBRIGAÇÕES CIVIS: São exigíveis.
2. OBRIGAÇÕES NATURAIS: São pagáveis (desprovidas de exigibilidade jurídica)
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OBRIGAÇÕES NATURAIS
CONCEITO: 
É um débito em que não se pode exigir, judicialmente, a responsabilidade patrimonial do devedor, mas que, sendo cumprido, não caracterizará pagamento indevido.
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FUNDAMENTOS DA OBRIGAÇÃO NATURAL
O fundamento primeiro, para o reconhecimento
da justiça da retenção do pagamento de uma obrigação natural é de ordem moral.
“Trata-se de um dever de consciência, em que cada um deve honrar a palavra empenhada, cumprindo a prestação a que se obrigou.”
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A repercussão jurídica da obrigação natural surge quando ela é cumprida sponte propria. 
A obrigação natural não existe enquanto o devedor não afirmou essa existência pelo seu cumprimento. Ela nasce do reconhecimento do dever moral pelo devedor e pela previsão legal de que a repetição do pagamento é impossível.
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DIFERENÇA ENTRE MORAL E OBRIGAÇÃO NATURAL
A obrigação natural não se identifica com o mero dever moral, pois representa uma dívida efetiva, proveniente de uma causa precisa. O objeto de sua prestação pertence, do ponto de vista ideal, ao patrimônio do credor, de modo que, não cumprida a obrigação, sofre ele um prejuízo, o que não se verifica quando há o descumprimento de um dever moral.
*
NATUREZA JURÍDICA DA OBRIGAÇÃO NATURAL
Reconhece-lhe natureza jurídica de uma obrigação imperfeita, por lhe falta a exigibilidade característica das obrigações em geral.
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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES NATURAIS.
1. Quanto a tipicidade: 
a) típicas: prevista em lei. Ex. dívida de jogo e prescrita;
 b) atípica: não prevista em lei. Ex. antiga dívida residual após a concordata antes da Lei de Falências e Recuperação de Empresas (Lei 11.101/2005).
2. Quanto a origem: 
a) originária: quando é inexigível desde o início – ex.: dívida de jogo;
 b) derivada: quando nasce como obrigação civil, perdendo depois a exigibilidade, como a dívida prescrita.
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DISCIPLINA DAS OBRIGAÇÕES NATURAIS NO DIREITO BRASILEIRO
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
*
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
 § 1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
*
§ 2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.
§ 3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares.
Aula 8 - CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES.pptx
Classificação especial
das Obrigações
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES
Considerando o elemento subjetivo (sujeitos):
fracionárias;
Conjuntivas;
Disjuntivas;
Solidárias.
Considerando o elemento objetivo (prestação)
alternativas;
Facultativas;
Cumulativas;
Divisíveis e indivisíveis
Líquidas e ilíquidas
Quanto ao elemento acidental:
Obrigação condicional;
Obrigação a termo;
Obrigação modal.
Obrigação pura
Quanto ao conteúdo:
Obrigação de meio;
Obrigação de resultado;
Obrigação de garantia.
Quanto a exigibilidade:
a) civis;
b) naturais.
Classificação especial das
obrigações
Critério Subjetivo:
SUBJETIVO:
Obrigações fracionárias
Obrigações conjuntas
Obrigações disjuntivas
Obrigações solidárias
Obrigações fracionárias ou parciais
Conceito:
 São aquelas obrigações com pluralidade de sujeitos, no polo ativo ou passivo da relação obrigacional, em que cada um tem direito apenas a uma parte do crédito ou responde apenas por uma parte da dívida.
Exemplo: Dívidas em dinheiro, em princípio são fracionárias:
OBRIGAÇÕES FRACIONÁRIAS NO POLO PASSIVO: Se A, B e C adquiriram, conjuntamente, um veículo, obrigando-se a pagar 30.000, não havendo estipulação contratual em contrário, cada um deles responderá por 10.000. 
OBRIGAÇÕES FRACIONÁRIAS NO POLO ATIVO: Direito de crédito sobre o inventário. Enquanto se processa o inventário cada herdeiro tem direito apenas a uma quota-parte do crédito original. 
Obrigações fracionárias
Características:
1) Constituem diversas obrigações conexas;
2) No plano ideal, a obrigação pode ser fracionada entre tanto quantos credores ou devedores;
3) Pressupõe a divisibilidade da prestação.
4) A obrigação fracionária é presumida em se tratando de obrigações com vários credores e/ou devedores.
Obrigações fracionárias
Regras aplicáveis segundo Orlando Gomes:
 Cada credor não pode exigir mais do que a parte de que corresponde, e cada devedor não está obrigado senão à fração que lhe cumpre pagar;
 Para os efeitos da prescrição, pagamento de juros moratórios, anulação ou nulidade da obrigação e cumprimento de cláusula penal, as obrigações são consideradas autônomas, não influindo a conduta de um dos sujeitos, em princípio, sobre o direito ou dever dos outros.
Obrigações conjuntas
(unitárias ou em mão comum)
Conceito:
São aquelas obrigações em que existe pluralidade de credores ou devedores, impondo-se a todos o pagamento conjunto da dívida, não podendo um dos credores exigir o adimplemento sozinho.
Ex.:Três devedores obrigam-se conjuntamente a entregar ao credor um caminhão carregado de soja. Nenhum dos devedores poderá pretender o pagamento isolado de sua cota para eximir-se da obrigação, nem o credor poderá exigir o pagamento parcial da dívida, buscando-se um adimplemento parcial. Apenas se desobrigam em conjunto, entregando toda a mercadoria prometida.
Obrigações conjuntas
(unitárias ou em mão comum)
Características:
 Pressupõe a existência de patrimônio separado;
O direito do credor não se dirige a cada um, isoladamente, mas a todos, em conjunto.
Obrigações disjuntivas
Conceito
– São aquelas obrigações em que existem devedores que se obrigam alternativamente ao pagamento da dívida. Escolhido qualquer deles, o pagamento exonera os demais.
– A escolha cabe ao credor!
– Não remanesce o direito de regresso do devedor que paga em relação aos demais.
Ex.: Havendo dívida contraída por A, B e C, a obrigação pode ser cumprida por qualquer deles, cabendo a escolha ao credor. A conjunção “ou” vincula alternativamente os sujeitos passivos entre si.
NOTA: obrigação pouco segura para o credor, uma vez que se pudesse cobrar dos 3 teria maior garantia patrimonial.
Obrigações solidárias
Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada um com direito à dívida toda (solidariedade ativa), ou uma pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro (solidariedade passiva). Ver art. 264
 – Existe uma unidade objetiva da obrigação (o objeto é único).
– A solidariedade não se presume NUNCA, resulta expressamente da lei (ex.: art. 932 e 942 do CC/02) ou da vontade das partes (Art. 265). 
Obrigações solidárias
Qualquer dos credores pode exigir do devedor a dívida por inteiro, e o pagamento feito pelo devedor a qualquer dos credores exonera-o em relação aos demais credores.
• Art.267 Cada um dos credores solidários tem o direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
– Relação jurídica interna – o credor que recebe a dívida inteira, responderá frente aos demais pelas suas respectivas quotas.
Obrigação solidária x Obrigação fracionária. 
Nas obrigações fracionárias, o credor só poderia exigir de cada devedor a sua respectiva quota parte. Nas obrigações solidárias, cada um dos credores solidários tem o direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
SOLIDARIEDADE ATIVA
CONCEITO: Na solidariedade ativa, qualquer dos credores tem a faculdade de exigir do devedor a prestação por inteiro, e a prestação efetuada pelo devedor a qualquer deles libera-o em face de todos os outros credores. 
Art. 267: cada um dos credores solidários
tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
RELAÇÃO JURÍDICA INTERNA: Existe na solidariedade ativa uma relação jurídica interna entre os credores, a qual é irrelevante para o devedor. Aquele que recebeu todo o pagamento passa a responder perante os demais.
PAGAMENTO PARCIAL:
Art. 269 – pagamento parcial feito a um dos credores extingue a dívida até o montante do que foi pago, mantida a solidariedade ativa quanto ao saldo devedor.
REMISSÃO DE DÍVIDA: 
Remissão da dívida toda por um dos credores. O credor remitente responderá perante os demais credores pela parte que lhes caiba. Art. 272.
Ex. “A”, “B” e “C” são credores solidários de “D”. “C” perdoou todo a dívida de 300.000. Não havendo participado da remissão, “A” e “B” poderão exigir de “C” as cotas-partes que lhes caibam (100.000 para “A” e 100.000 para “B”.
FALECIMENTO DE CREDOR SOLIDÁRIO:
• Art. 270 – Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes herdeiros só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão, salvo se a obrigação for indivisível.
 Ex. A, B e C são credores solidários de D de 300.000. B falece e deixa 2 herdeiros. Cada um deles só terá direito a exigir a metade da quota de B, ou seja 50.000. Se a obrigação for indivisível, ex. um cavalo de raça, o herdeiro poderá exigi-lo por inteiro, respondendo perante os demais pela quota parte de cada um. 
• OPOSIÇÃO DE EXCEÇÃO:
O art. 273 proíbe que o devedor oponha a todos os credores solidários a exceção pessoal oponível a apenas um deles. 
Art. 274: O julgamento CONTRÁRIO a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento FAVORÁVEL aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
JULGAMENTO CONTRÁRIO A UM DOS CREDORES:
Ex. se um dos credores solidários ameaçou o devedor para que com este celebrasse o contrato, o juiz poderá acolher a exceção do devedor excluindo o coator da relação obrigacional. A sentença não poderá prejudicar os demais credores de boa-fé.
JULGAMENTO FAVORÁVEL A UM DOS CREDORES.
1ª CONSEQUÊNCIA: Se o juiz desacolheu a defesa do devedor e esta NÃO era de natureza pessoal, o julgamento beneficiará a todos os demais. 
Exemplo: A, B e C são credores de D. Este entra com uma exceção contra A alegando que o valor da dívida é excessivo (defesa não pessoal), o juiz não aceita a exceção e reconhece ser correto o valor cobrado. O Julgamento favorável a A beneficiará B e C. 
2ª consequência: Se o juiz desacolheu a exceção do devedor e esta era de natureza pessoal, o julgamento não interferirá na esfera jurídica dos demais credores. 
Exemplo: o Credor A exige a dívida de D, este se defende afirmando que A o coagiu a celebrar o contrato. Não sendo aceita as alegações de D, o julgamento favorável ao credor A, em nada interferirá na esfera jurídica dos demais credores de boa-fé.
Solidariedade passiva
Numa obrigação, concorre uma pluralidade de devedores, e cada um deles encontra-se obrigado pela dívida toda.
– CARACTERÍSTICAS:
os devedores se obrigam pela dívida toda!
 	– O credor, a sua escolha, indicará qual ou quais os devedores que deverão efetuar o pagamento, podendo cobrar de todos. Direito potestativo.
• O devedor que pagar, terá direito regressivo contra os demais. Art. 283, CC. – Liame jurídico interno entre os devedores solidários - Direito de regresso
Solidariedade passiva
Art. 275, CC - O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
 
P.U.– Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
PAGAMENTO OU REMISSÃO PARCIAL (art. 277): Se o credor aceitar o pagamento parcial de um dos devedores, os demais só estarão obrigados a pagar o saldo remanescente. O mesmo ocorre se o credor perdoar a dívida em relação a um dos devedores, os demais permanecerão vinculados ao pagamento da dívida abatida a parte perdoada. Difere da não cobrança direta a um devedor. Direito potestativo do credor.
EXCEÇÕES DO DEVEDOR (art. 281): 
O devedor poderá opor ao credor defesas pessoais ou comuns. Não lhe aproveitam as defesas pessoais a outro devedor. 
RESPONSABILIDADE DO DEVEDOR SOLIDÁRIO:
Art. 279, CC – Responsabilidade dos devedores solidários, com culpa.
– Responderá pela culpa somente aquele ou aqueles que concorreram para o evento.
 • Perdas e danos.
– Os demais permanecerão solidariamente obrigados ao pagamento do equivalente/obrigação principal.
MORTE DO DEVEDOR SOLIDÁRIO: 
Art. 276: Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar, senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Exemplo: A, B e C são devedores solidários de 300.000 a D. B morre deixando 2 filhos como herdeiros (E e F). Cada um dos herdeiros só estará obrigado a pagar a quota referente ao seu quinhão (50.000). Se a obrigação for indivisível (touro reprodutor), o credor poderá exigir por inteiro de cada herdeiro, cabendo ao que pagar o direito de regresso contra dos demais devedores. 
– Nenhum dos herdeiros será obrigado a pagar mais que o seu quinhão hereditário.
– Porém, se todos os herdeiros for reunidos ou acionados judicialmente, estes serão considerados como um devedor solidário, frente aos demais devedores e ao credor.
EM SUMA:
DÍVIDA INDIVISÍVEL: qualquer herdeiro individualmente poderá ser compelido a pagar tudo, bem como qualquer devedor.
DÍVIDA DIVISÍVEL:
A situação varia se o herdeiro for acionado individualmente ou reunido com os demais.
Acionamento individual: qualquer herdeiro paga apenas a sua quota-parte na herança.
b) Acionamento coletivo: Somente reunidos os herdeiros podem ser compelidos a pagar toda a dívida.
RENÚNCIA A SOLIDARIEDADE:
Ocorre no caso de o credor receber parcialmente de um devedor e dar-lhe quitação. Neste caso, o credor demonstra desinteresse em receber a integralidade da dívida. Art. 282, CC – renúncia à solidariedade, em favor e um ou alguns devedores.
– O credor poderá demandar, dos demais devedores, o valor total da dívida?
Sílvio Rodriques e Maria Helena Diniz – deduzido o valor correspondente à quota do devedor exonerado da responsabilidade, o credor poderá demandar os demais devedores pelo restante da dívida. (P.U. do art. 282).
Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona– a renúncia em relação a determinados devedores não impede a cobrança dos demais pela dívida toda. Justifica-se tal entendimento, pois, o exonerado continuará obrigado, no rateio entre os demais, pela parte que caiba ao devedor insolvente (art. 284) e também pela parte que lhe foi estabelecida na relação jurídica interna.
Responsabilidade Subsidiariedade
“(...) forma especial de solidariedade, com benefício ou preferência de excussão de bens de um dos obrigados (...)”. (Stolze, 2009).
Uma das pessoas tem o débito originário e a outra tem apenas a responsabilidade por este débito. Preferência da lei na ordem de excussão. Primeiro são demandados os bens do devedor porque foi ele quem se vinculou de modo pessoal e originário, à dívida. Não tendo sido encontrado bens ou sendo insuficientes, inicia-se a excussão de bens do responsável, em caráter subsidiário.
A expressão subsidiária significa “em reforço de...” ou “ em substituição de...”
Classificação Especial Quanto
ao Elemento Objetivo
Obrigações alternativas
Obrigações facultativas
Obrigações cumulativas
Obrigações divisíveis e indivisíveis
Obrigações líquidas e ilíquidas
Obrigações alternativas
Conceito
 “[...] são aquelas que têm por objeto duas ou mais prestações, sendo que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas.” (STOLZE/PAMPLONA:
p. 80). Ex. A, devedor, libera-se pagando um touro ou um carro a B, credor.
 Características:
 Obrigações com objeto múltiplo ou composto.
 Partícula disjuntiva “ou”.
 As prestações são excludentes
 Escolha pelo devedor ou credor
Obrigações alternativas
Obrigações genéricas¹ x Obrigações alternativas²
 1 - determinadas pelo gênero.
 - individualizadas no momento do cumprimento da obrigação.
 2 - têm por objeto prestações específicas.
 - prestações excludentes entre si.
Exemplo: se o hoteleiro reservar um dos quartos do hotel a obrigação será genérica, se a reserva se referir a suíte A ou suíte B a obrigação será alternativa.
Obrigações alternativas
Escolha da prestação (a quem incumbirá?): Regra geral (art. 252): compete ao devedor.
 Peculiaridades (parágrafos, art. 252):
 - Princípio da indivisibilidade – o credor não é obrigado a receber parte de uma e parte de outra prestação.
 - Prestações periódicas – o direito de escolha será exercido em cada período.
 - Pluralidade de optantes – passado o prazo estipulado em lei para que a opção seja feita, a escolha caberá ao juiz.
 - Escolha feita por terceiro, que não quer ou encontra-se impossibilitado de exercê-la – a escolha caberá ao juiz.
Obrigações alternativas
Prazo para a escolha:
 Ausência de regulação no CC/02 (impossibilidade de exercê-la a qualquer tempo).
 Obs. Art. 571, CPC. Se a obrigação cabia ao:
 - Devedor – será citado para efetuar a escolha em 10 dias, se não for fixado diverso em sentença, contrato ou lei.
 * Se o devedor não fizer a opção, o credor poderá fazê-lo.
 * Se a escolha cabia ao credor, este indicará a escolha na exordial.
Obrigações alternativas
IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO TOTAL DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:
 Se todas as prestações se tornarem impossíveis:
Sem culpa do devedor (art. 256) – extingue-se a obrigação.
b) Com culpa do devedor:
 se a escolha competia ao devedor (art. 254) – este fica obrigado a pagar o valor da prestação que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos.
 Se a escolha cabia ao credor (art. 255) – o credor poderá reclamar o valor de qualquer das prestações, mais perdas e danos.
IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO PARCIAL DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:
Se apenas parte das prestações se tornarem impossíveis:
 Sem culpa do devedor (art. 253) – a obrigação concentra-se na prestação remanescente.
 Com culpa do devedor (art. 255)
a) Se a escolha cabia ao credor:
» Este poderá exigir a prestação remanescente.
» Este poderá exigir o valor da que se impossibilitou + perdas e danos.
b) Se a escolha cabia ao devedor – a obrigação concentra-se da obrigação remanescente.
E se a impossibilidade parcial decorrer de culpa do credor?
– O devedor poderá realizar a parte possível da prestação ou o restante dela.
– Perdas e danos (em favor do devedor).
• E se a impossibilidade total da prestação se torna totalmente impossível por culpa do credor?
– Considera-se cumprida a obrigação.
– Exoneração do devedor.
Se o devedor ignorar o caráter alternativo da obrigação e a sua possibilidade de escolha, é possível a retratação?
Se a atuação do devedor foi livre.
 - NÃO.
Poderá se retratar se a sua atuação não foi livre. Requisitos:
 *Erro substancial.
 Prova do vício de consentimento (dolo, coação, etc.).
 Prova da hipótese ensejadora da nulidade.
 *Reconhecimento judicial da invalidade do pagamento .
Obrigações facultativas (com
faculdade alternativa ou com
faculdade de substituição).
Conceito: “[...] quando, tendo um único objeto, o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente”. (STOLZE/ PAMPLONA: p. 83).
 Características:
 Objeto único
 Reconhece ao devedor o poder de substituição da prestação.
 Perda da prestação estipulada inicialmente – extingue-se a obrigação.
Obrigações facultativas (com
faculdade alternativa ou com
faculdade de substituição).
Obrigações alternativas¹ x Obrigações facultativas²
 1 – a obrigação tem por objeto duas ou mais prestações (objetos múltiplos).
 - as prestações se excluem alternativamente.
 2 – um único objeto e uma faculdade de substituição para o devedor.
 - o credor não pode exigir o cumprimento da obrigação facultativa.
 - a impossibilidade de cumprimento da prestação devida extingue a obrigação.
Obrigações Conjuntivas ou
Cumulativas
Conceito
 – Têm por objeto uma pluralidade de obrigações, cujo cumprimento deve ser concomitante.
 – Diversas prestações
 +
 – Partícula conjuntiva “e”
O devedor apenas se desobriga cumprindo todas as obrigações.
Obrigações divisíveis e
indivisíveis
Interesse - apenas nas obrigações com pluralidade de credores e/ou devedores.
 – Havendo unidade dos sujeitos:
a) Nem o credor é obrigado a aceitar pagamentos parciais
b) Nem o devedor é obrigado a fazer pagamentos parciais, se outra solução não resultar do título.
Obrigações divisíveis e
indivisíveis
Em regra, as obrigações de DAR é que poderão ser divisíveis ou indivisíveis.
• A obrigação de FAZER, apenas será divisível, quando a atividade puder ser fracionada.
• Em regra, as obrigações de NÃO FAZER, serão indivisíveis.
Obrigações divisíveis
Conceito
– Admitem o cumprimento fracionado ou parcial da prestação.
• Art. 257, CC - “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores”.
• Ps. Aplica-se, normalmente, às obrigações de dar dinheiro ou nas obrigações genéricas.
Obrigações divisíveis
Cada credor só pode exigir a sua fração do crédito.
Cada devedor só tem a obrigação de pagar a sua respectiva quota
Na pluralidade de credores, se o devedor pagar integralmente a dívida a apenas um, não se exonera frente aos demais
O credor que não aceitar a sua quota, exigindo integralmente a dívida, estará em mora
Um devedor inadimplente não prejudicará os demais
A suspensão ou interrupção da prescrição com relação a um dos devedores não prejudicará os demais.
Obrigações indivisíveis
Conceito
– Apenas admitem o cumprimento da prestação por inteiro.
• Art. 258, CC - “A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo deordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.”
Obrigações indivisíveis
Fundamentos da indivisibilidade:
– Natural ou material:
• Decorre da própria natureza do objeto prestacional (p. ex.: cavalo).
– Legal ou jurídica:
• Decorre da norma jurídica (p. ex.: módulo rural)
– Convencional:
• Decorre da vontade das partes. (P. ex.: coleção de relógios)
– Judicial*:
• Decorre de ordem judicial (p. ex.: indenização por acidente de trabalho)
Obrigações indivisíveis
Pluralidade de devedores
Art. 259, CC – se houver mais de um devedor, cada um deles estará obrigado pela dívida toda.
 1) Não significa, necessariamente, solidariedade.
 2) É a indivisibilidade da obrigação, que determina o seu cumprimento por inteiro.
– PU, do art. 259 – o devedor que paga a dívida por inteiro, sub-roga-se nos direitos do credor em relação aos demais devedores.
– Reconhecida a prescrição com relação a um devedor, aproveitará aos demais.
Obrigações indivisíveis
Pluralidade de credores
– Qualquer dos devedores poderá exigir a dívida por inteiro.
– Pagamento do devedor feito:
a) A todos os credores conjuntamente – extingue a obrigação
b) A apenas um credor, mediante apresentação de caução de ratificação dos demais credores – extingue a obrigação .
Obrigações divisíveis
Pluralidade de credores
Art. 261, CC – se um credor receber a dívida por inteiro, deverá repassar aos outros, em dinheiro, as partes que lhe caibam no total.
Art. 262, CC – remissão da dívida por um credor
– o devedor estará obrigado a cumprir a obrigação, podendo, contudo, pedir o abatimento, em dinheiro, do valor remido.
 – Reconhecida causa suspensiva ou interruptiva da prescrição em relação a um credor, aos demais aproveitará.
Obrigações indivisíveis
Art. 263, CC – Se a obrigação se resolver em perdas e danos, perderá a qualidade de indivisível.
 • No caso de perda ou deterioração da coisa, com culpa:
1) Todos os devedores responderão, proporcionalmente, pelo valor da prestação.
2) Perdas e danos:
a) Culpa de um dos devedores – apenas este responderá por perdas e danos
b) Culpa de todos os devedores – cada um responderá por partes iguais.
Obrigações indivisíveis
Obrigações solidárias¹ x obrigações indivisíveis²
1 - Pluralidade de sujeitos na relação jurídica
- credores ou devedores, cada um com direito ou obrigado à dívida toda.
• liame jurídico interno entre devedores e/ou credores (o foco são os sujeitos);
• Decorre do contrato ou da lei;
• Visa facilitar a satisfação do crédito;
• Cessa após a morte dos devedores;
• Remanesce após a conversão em perdas e danos.
Obrigações indivisíveis
Obrigações solidárias¹ x obrigações indivisíveis²
2 – decorre da natureza da obrigação (o foco é o objeto – insuscetível de fracionamento).
– Impossibilidade jurídica de repartir a coisa devida em quotas = necessidade de cumprimento integral
– Assegura a unidade da prestação
– Subsiste enquanto a prestação suportar, mesmo após a morte dos sujeitos da relação
– Extingue-se pela conversão em perdas e danos
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS
Temo título como causa
Tem anatureza da obrigação como causa.
Cada devedor paga por inteiro porque deve integralmente
Paga a totalidade em razão da impossibilidade jurídicade se repartir em quotas a coisa devida.
É uma relação subjetiva
Relação objetiva
É sempre de origem técnica (lei, vontade das partes).
Se justifica pela própria natureza da prestação
Cessa com a morte dos devedores
Subsiste enquanto a prestação suportar
Conserva o atributo das perdas e danos
Termina quando a obrigação se converte em perdas e danos
Obrigações líquidas e ilíquidas
Obrigações líquidas
– Conceito:
 • Certa quanto à sua existência e determinada quanto ao seu objeto.
• Obrigações ilíquidas
– Conceito
• Não possuem determinada a quantidade, devendo haver a especificação para que possa ser cumprida.
• Procedimento de liquidação. (art. 603, CPC)
Liquidação
Etimologia
– Liqueo, liquere
– Estar claro, ser fluido, ser filtrado, tornar manifesto, evidente.
• Conceito
– Série de atos, destinados a estabelecer o valor da condenação ou de individualizar o objeto da obrigação.
– Ps. em regra, diz respeito às decisões judiciais, sendo uma fase da execução.
 – Títulos extrajudiciais devem ser sempre certos, líquidos e determinados.
Liquidação
Modalidades
– Simples cálculos
– Por artigos
– Por arbitramento
liquidação
1. Liquidação por cálculos:
• Quando nos autos existirem todos os elementos necessários à quantificação.
• Ps. incumbe ao interessado.
2. Liquidação por artigos (art. 475-E, CPC)
• Quando houver a necessidade de alegar e provar fato novo – procedimento ordinário
• Quando não existirem nos autos elementos suficientes para a quantificação do julgado.
Liquidação por arbitramento:
• Inexiste nos autos ou fora deles, elementos para a quantificação.
• O juiz faz uma estimativa para quantificar a obrigação.
Aula 10 - TEORIA DO PAGAMENTO. (1).ppt
TEORIA DO PAGAMENTO
FACULDADE RUY BARBOSA
DISCIPLINA: DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Pagamento
Conceito:
É forma de extinção da obrigação, por meio da qual o devedor cumpre, voluntariamente, aquela prestação a que se encontrava obrigado em face de um vínculo jurídico (dar, fazer ou não fazer).
Ps. paga não apenas quem entrega dinheiro, mas, também, quem cumpre obrigação de dar (coisa certa ou incerta), de fazer ou não fazer.
Sinônimos: solução (solutio), adimplemento, cumprimento execução.
Pagamento
Elementos
1. O vínculo obrigacional: Causa ou fundamento do pagamento (liame jurídico).
2. Sujeito ativo do pagamento: Devedor (solvens).
3. Sujeito passivo do pagamento: Credor – (accipiens)
Ps. Em matéria de pagamento, opera-se uma inversão nos polos da relação jurídica obrigacional. Assim, temos o sujeito ativo do pagamento e não da obrigação.
Pagamento
Formas especiais de extinção das obrigações
Consignação em pagamento
Pagamento com sub-rogação
Imputação do pagamento
Dação em pagamento
Novação
Compensação
Transação
Compromisso (arbitragem)
Confusão
Remissão
Pagamento
Natureza Jurídica
Fato jurídico (Lato sensu)
Ato Jurídico (stricto sensu) ou Negócio Jurídico?
Posições:
1 – Ato Jurídico (stricto sensu) – é simples comportamento do devedor, sem conteúdo negocial, cujo principal e único efeito, previsto no ordenamento jurídico, é a extinção da obrigação.
2 – Negócio Jurídico – declaração de vontade acompanhada de elemento anímico complexo: animus solvendi. 
Variantes da 2ª teoria: Posições:
A) - Negócio Jurídico unilateral – Afirma a desnecessidade da anuência da parte credora (accipiens).
B) – Ora negócio jurídico unilateral ora negócio jurídico bilateral – a depender da natureza específica da obrigação: as obrigações de fazer e não fazer, prescindem o concurso do credor (NJU), nas obrigações de dar, deve haver a aceitação do credor (NJB).
Posição Caio Mário/ Gagliano e Pamplona, ob. cit., p. 111
 – Análise casuística – somente a análise do caso concreto poderá dizer se o pagamento tem ou não natureza negocial, e, bem assim, caso seja considerado negócio jurídico, se é unilateral ou bilateral. 
Condições subjetivas do pagamento
Quem deve pagar:
Em primeiro plano: sujeito passivo da relação obrigacional: o devedor. Em segundo plano: o terceiro.
Art. 304, CC – Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
Condições subjetivas do pagamento
Terceiro Interessado
Aquele que, sem integrar o polo passivo da obrigação, encontra-se juridicamente vinculado ao pagamento da dívida. (P. ex.: fiador; subinquilino)
Ps. a recusa injusta do credor, em receber o pagamento do terceiro interessado não é lícita. – poderá este, nesta circunstância, buscar os instrumentos jurídicos para exoneração do devedor (P. ex.: consignação em pagamento).
Condições subjetivas do pagamento
Terceiro não interessado:
Aquele que não se encontra, formalmente, adstrito ao cumprimento da obrigação, todavia, possui um interesse moral no adimplemento, em geral movidas por sentimento de solidariedade familiar ou social. (ex. pai que paga a dívida do filho).
Situações do pagamento por terceiro não interessado:
A) 3º não interessado paga a dívida em nome e à conta do devedor: 304 do CC/02).
Em princípio, não terá o direito de cobrar o que pagou, uma vez que o fez por motivos não patrimoniais, por sentimento filantrópico, podendo usar dos meios conducentes à exoneração do devedor, ex.: consignação em pagamento. 
Processualmente, terá que demonstrar legitimidade para fazê-lo, tendo em vista que ajuíza a postulação invocando direito alheio de efetivar o pagamento e obter quitação.
B) 3º não interessado paga a dívida em seu próprio nome .
Neste caso, tem direito de reaver do devedor o que pagou, sem contudo sub-rogar-se nos direitos do credor, ou seja, não substituirá o credor em todas as suas prerrogativas. Ex.: se havia uma hipoteca garantindo a dívida primitiva, o terceiro não desfrutará da mesma garantia real restando apenas cobrar o débito pelas vias ordinárias.

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