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Poder Judici rio 2015.1


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CURSO: DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II 
PROFESSOR: ADAILTON FEITOSA FILHO 
 
TÓPICO 10 
PODER JUDICIÁRIO 
 
1. A Constituição Federal prevê a tutela jurisdicional plena, ao asseverar que 
nenhuma lesão ou ameaça de direito pode ser afastada do controle do Poder 
Judiciário (art. 5º, XXXV, CF), cuja independência constitui direito 
fundamental dos cidadãos (ser processado e julgado por um Tribunal 
imparcial e independente), inerente ao Estado Democrático de Direito. 
 
2. A Constituição confere ao Poder Judiciário garantias institucionais e 
garantias aos seus membros, que não constituem privilégios dos 
magistrados, mas sim predicamentos indispensáveis à necessária 
independência para o exercício da jurisdição, resguardando-o das naturais 
pressões do Poder Legislativo e do Poder Executivo. 
 
2.1. As garantias institucionais correspondem à autonomia funcional, 
administrativa e financeira (art. 99, CF). O Poder Judiciário tem por 
competência, entre outras: eleger os seus órgãos diretivos, organizar suas 
secretarias e serviços auxiliares, prover os cargos de juízes (art. 96, CF), 
além de elaborar suas propostas orçamentárias (art. 99, § 1º, CF). 
 
2.2. As garantias dos magistrados são: 
 Quanto à liberdade, mediante os seguintes predicamentos: 
o Vitaliciedade – o juiz somente pode perder o cargo por decisão 
judicial. A vitaliciedade é adquirida, na primeira instância, após 
dois anos de exercício (art. 95, I, CF) e, nos Tribunais, a partir 
da posse. 
o Inamovibilidade – o juiz permanece no cargo para o qual foi 
nomeado (não se admite remoção ex officio), somente podendo 
ser removido por iniciativa própria ou por interesse público, 
mediante decisão da maioria absoluta do respectivo Tribunal ou 
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa (art. 
95, II, c/c art. 93, VIII, CF)1. 
 
1 Art. 93, III, da Constituição Federal, com a redação dada pela EC nº 45/2004. 
 2 
o Irredutibilidade de subsídio – o valor nominal não pode ser 
reduzido (irredutibilidade jurídica), não existindo direito à 
atualização monetária (irredutibilidade real), consoante 
inteligência do STF (art. 95, III, CF). 
 Quanto à imparcialidade, mediante as seguintes vedações (art. 95, 
parágrafo único, I a V, CF)2: 
o Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, 
salvo uma de magistério; 
o Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação 
em processo; 
o Dedicar-se à atividade político-partidário; 
o Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou 
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
o Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, 
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por 
aposentadoria ou exoneração. 
 
Atenção! As vedações fixadas para a magistratura coincidem com as que são 
estabelecidas para os membros do Ministério Público (art. 128, § 5º, II, 
CF), com algumas peculiaridades: a) os membros do MP não podem receber 
honorários ou percentagens relativas ao processo; b) o exercício da 
advocacia e de atividade comercial constituem vedação expressa para os 
membros do MP e implícita para os magistrados.3 
 
3. A organização do Poder Judiciário deve observar os princípios previstos 
na Constituição (art. 93, I a XV, CF), além de outros a serem prescritos na 
lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, que disporá 
sobre o Estatuto da Magistratura. A Emenda Constitucional nº 45/2004 
introduziu diversas mudanças.4 Vejamos: 
 Exigência de três anos de atividade jurídica ao bacharel em direito 
para o ingresso na carreira (inciso I); 
 Realização de avaliação de desempenho, a partir de critérios 
objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição, 
para a promoção por merecimento (inciso II, c); 
 
2 Os incisos IV e V do parágrafo único do art. 95 foram acrescidos pela EC nº 45/2004. 
3 A vedação do exercício de atividade político-partidária para os membros do MP era 
relativa, ou seja, podiam candidatar-se a cargos eletivos, afastando-se temporariamente do 
serviço ativo. Com a EC nº 45/2004, igualmente aos magistrados, a vedação passou a ser 
absoluta. 
4 Os dispositivo II-e, VIII-A, XII, XIII, XIV e XV foram acrescidos pela EC nº 45/2004. 
 3 
 Obrigatoriedade de voto fundamentado de 2/3 dos membros do 
Tribunal, assegurada a ampla defesa, para a recusa do juiz mais 
antigo, na apuração da antigüidade (inciso II, d); 
 Proibição de promoção daquele juiz que, injustificadamente, retém 
autos em seu poder além do prazo legal – o juiz não poderá, para se 
afastar da vedação, devolver os autos ao cartório sem o devido 
despacho ou decisão (inciso II, e); 
 Obrigatoriedade da participação em curso oficial ou reconhecido por 
escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados, no 
processo de vitaliciamento, havendo também a previsão de cursos 
oficiais de preparação (sem a previsão expressa como requisito 
indispensável para o ingresso na carreira), aperfeiçoamento e 
promoção de magistrados (inciso IV); 
 Possibilidade do Tribunal autorizar o juiz titular não residir na 
comarca (inciso VII); 
 Novo procedimento para remoção do magistrado, colocá-lo em 
disponibilidade ou aposentá-lo, por interesse público: decisão da 
maioria absoluta do Tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, 
assegurada ampla defesa (inciso VIII); 
 Observância das normas de promoção, no que couber, para a remoção 
a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância 
(inciso VIII-A): 
o Obrigatoriedade da promoção do juiz que figure por três vezes 
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; 
o Exigência de dois anos de exercício na entrância, integrando o 
juiz à primeira quinta parte da lista de antigüidade; 
o Avaliação de desempenho que considere: 
 critérios objetivos de produtividade; 
 presteza no exercício da jurisdição; 
 freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou 
reconhecidos de aperfeiçoamento; 
o Não retenção injustificada de autos. 
 Possibilidade de limitar determinados atos processuais, por lei, nos 
casos em que a preservação do direito à intimidade do interessado no 
sigilo não prejudique o interesse público à informação (inciso IX); 
 Previsão de que as decisões administrativas serão tomadas em 
sessão pública (inciso X); 
 Estabelecimento de critérios para a composição do órgão especial 
criado pelos Tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores 
para o exercício de atribuições administrativas e jurisdicionais 
delegadas da competência do Tribunal Pleno (inciso XI): 
 4 
o Provimento de metade das vagas por antigüidade; 
o Provimento da outra metade por eleição do Tribunal Pleno. 
 Vedação de férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau – 
atividade jurisdicional ininterrupta, com juízes em plantão 
permanente nos dias em que não houver expediente forense normal 
(inciso XII); 
 Manutenção da proporcionalidade entre o número de juízes na 
unidade jurisdicional e à efetiva demanda judicial e à respectiva 
população (inciso XIII); 
 Possibilidade de delegação para os servidores de atos de 
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório 
(inciso XIV); 
 Determinação da distribuição imediata de processos, em todos os 
graus de jurisdição (inciso XV). 
 
4. Quadro de organização estrutural do Poder Judiciário: 
 
 
 
 
 
 
4.1. O Conselho Nacional de Justiça – CNJ, criado pela EC nº 45/20045, 
objetiva promover o controleda atuação administrativa e financeira do 
 
5 A Constituição de 1988 aboliu o Conselho Nacional da Magistratura instituído pela 
Constituição de 1967 (e a Emenda Constitucional nº 07/1977) com atribuição correicional 
STF
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TST STJ TSE STM 
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CNJ 
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cada 
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Distr
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Fede
ral, 
 5 
Poder Judiciário (observância aos princípios constitucionais da 
Administração Pública) e o controle do cumprimento dos deveres 
funcionais pelos magistrados (atribuições disciplinares e correicionais), 
exercendo, notadamente, as seguintes atribuições6 (art. 103-B, § 4º, CF): 
 Desconstituir ou rever atos administrativos (não jurisdicionais), de 
ofício ou mediante provocação, sem prejuízo da competência dos 
Tribunais de Contas; 
 Avocar processos disciplinares em curso e rever os processos 
disciplinares julgados há menos de um ano, de ofício ou mediante 
provocação; 
 Elaborar relatório, propondo providências, sobre o Poder Judiciário, 
que deverá integrar a mensagem do Presidente do STF na abertura 
da sessão legislativa. 
 
4.1.1. O Conselho Nacional de Justiça – CNJ tem a seguinte composição (art. 
103-B, CF): 
 09 membros do Poder Judiciário nacional (da União e dos Estados): 
o O Presidente do STF (nas suas ausências e impedimentos, o 
Vice-Presidente do STF presidirá o Conselho); 
o 01 Ministro do STJ (indicado pelo próprio Tribunal); 
o 01 Ministro do TST (indicado pelo próprio Tribunal); 
o 01 Desembargador de Tribunal de Justiça (indicado pelo STF); 
o 01 Juiz Estadual (indicado pelo STF); 
o 01 Juiz de TRF (indicado pelo STJ); 
o 01 Juiz Federal (indicado pelo STJ); 
o 01 Juiz de TRT (indicado pelo TST); 
o 01 Juiz do Trabalho (indicado pelo TST); 
 02 representantes do Ministério Público: 
o 01 da União (indicado pelo Procurador-Geral da República); 
o 01 dos Estados (escolhido pelo Procurador-Geral da República, 
dentre os indicados pelos Estados); 
 02 advogados (indicados pelo Conselho Federal da OAB); 
 02 representantes do povo: 
o 01 cidadão, com notório saber jurídico e reputação ilibada, 
indicado pela Câmara dos Deputados; 
o 01 cidadão, com notório saber jurídico e reputação ilibada, 
indicado pelo Senado Federal. 
 
dos atos praticados pelos magistrados em geral, garantindo o autogoverno dos Tribunais e a 
exclusividade para processar e julgar seus magistrados nas infrações disciplinares. 
6 Algumas atribuições já se encontravam previstas nos arts. 50 a 60 do antigo Estatuto da 
Magistratura (disposições não recepcionadas pela Constituição de 1988). 
 6 
 
4.2. O Supremo Tribunal Federal – STF é o guardião da Constituição (sua 
função principal é apreciar questões constitucionais), mas não é uma Corte 
exclusivamente constitucional (tem outras atribuições). 
 
IMPORTANTE: O STF não é um Tribunal Constitucional nos moldes da 
Europa (Alemanha, Portugal), entretanto seus Ministros exercem o controle 
de constitucionalidade não só através de ADINs, mas também no caso 
concreto, mediante recurso extraordinário. 
 
4.2.1. Composição: 
 11 Ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação, 
por maioria absoluta, do Senado Federal (art. 101, parágrafo único, 
CF), que preencham os seguintes requisitos (art. 101, caput, CF): 
 Brasileiro nato (art. 12, § 3º, IV, CF); 
 Notório saber jurídico; 
 Reputação ilibada; 
 Mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade. 
 
4.2.2. Competências: 
 Originária – ações que ingressam diretamente no STF (ex: ADIN, 
ADECON); 
 Recursal – mediante recurso. 
 
4.2.2.1. Competência Originária, notadamente: 
 Todas as ações do controle concentrado de constitucionalidade – 
ADIN, ADECON (art. 102, I, a, CF); 
 Ações criminais por prerrogativa de foro de altas autoridades: 
o Crimes comuns – Presidente da República, Vice-Presidente da 
República, Deputados, Senadores, Ministros do STF, 
Procurador-Geral da República (art. 102, I, b, CF), como 
também Ministros de Estado, Comandantes da Marinha, 
Exército e Aeronáutica, Membros dos Tribunais Superiores 
(STJ, TSE, STM, TST), Membros do TCU e Chefes das 
Missões Diplomáticas Permanentes (art. 102, I, c, CF); 
o Crimes de responsabilidade – Ministros de Estado e 
Comandantes das Forças Armadas (nos crimes que não sejam 
conexos com as infrações político-administrativas do 
Presidente da República), Membros dos Tribunais Superiores 
(STJ, TSE, STM, TST), Membros do TCU e Chefes das 
Missões Diplomáticas Permanentes (art. 102, I, c, CF); 
 7 
 Mandado de segurança e habeas data contra atos do Presidente, das 
Mesas da Câmara e do Senado, do Procurador-Geral da República, do 
TCU e do próprio STF (art. 102, I, d, CF); 
 Habeas corpus relativo a pessoas sujeitas à competência do STF, 
salvo o Ministro de Estado (art. 102, I, d, CF): 
o Habeas corpus contra Ministro (coator) – STJ 
o Habeas corpus em favor de Ministro (paciente) - STF 
 Questões que envolvem litígio entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e a União/Estado/DF/Território (art. 102, I, e, CF); 
 
Atenção! No que se refere ao litígio entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no Brasil, a 
competência é do Juiz federal com recurso ordinário para o STJ. 
 
 Conflitos de competência (art. 102, I, o, CF) – dois juízes se declaram 
(in)competentes – quando envolvam Tribunais Superiores (ex: TST x 
TST); 
 
IMPORTANTE: Se os juízes são ligados ao mesmo Tribunal, este é que vai 
decidir o conflito. Se os juízes são ligados a Tribunais diversos, quem vai 
decidir o conflito é o STJ. 
 
 Ações que envolvam a União e Estados/DF ou os Estados entre si ou o 
DF (art. 102, I, f, CF), desde que a matéria discutida tenha relevância 
para o Estado Federal (ex: limites entre Estados seria questão 
federal7); 
 Ações em que todos8 os membros da Magistratura sejam 
interessados (art. 102, I, e, CF). 
 
4.2.2.2. Competência Recursal: 
 O STF aprecia: 
o Recurso ordinário (art. 102, II, CF); 
o Recurso extraordinário (art. 102, III, CF). 
 
4.2.2.2.1. O recurso ordinário (art. 102, II, CF) cabe nos casos de: 
 Crimes políticos (crimes contra o Estado) julgados pela Justiça 
Federal de 1º grau (a questão não vai para o TRF); 
 
7 Cf. jurisprudência do STF. 
8 Não pode ser algo específico. 
 8 
 Decisões denegatórias de habeas corpus, mandado de segurança, 
habeas data e mandado de injunção, em única instância pelos 
Tribunais Superiores. Ex: mandado de segurança contra Ministro 
(STJ). 
 
Atenção! As decisões definitivas de mérito do STF nas ADINs e ADECONs 
têm eficácia erga omnes e efeito vinculante, relativamente aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e a toda Administração Pública (art. 102, § 2º, 
CF). 
 
4.2.2.2.2. O recurso extraordinário (art. 102, III, CF) é cabível contra 
decisão definitiva que envolva questão constitucional (é necessário o 
prequestionamento9). É uma forma de exercício do controle difuso de 
constitucionalidade (o STF aprecia o caso concreto), quando as causas 
decididas em última ou única instância: 
 Contrariar a Constituição; 
 Declarar a inconstitucionalidade de tratadoou lei federal; 
 Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da 
Constituição; 
 Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.10 
 
IMPORTANTE: A Constituição não exigiu que se estivesse diante da 
decisão de um Tribunal. Cabe, pois, recurso extraordinário contra as 
decisões dos colégios recursais dos Juizados Especiais (não são Tribunais, 
são órgãos julgadores de 2ª instância). 
 
4.2.3. A súmula vinculante foi instituída pela Emenda Constitucional nº 
45/2004 (art. 103-A, CF), com o objetivo de proporcionar segurança 
jurídica (tornar mais seguras as relações jurídicas) e garantir celeridade 
processual (art. 5º, LXXVIII, CF), sendo regulamentada pela Lei Federal nº 
11.417, de 19 de dezembro de 2006, nos seguintes termos: 
 órgão competente: STF; 
 objeto: validade, interpretação e eficácia de normas jurídicas; 
 
9 "Destinando-se o extraordinário, como salientado, a garantir a exata aplicação da 
constituição, falta razão para ele, se da norma constitucional não se tratou na decisão 
impugnada. O mesmo se diga do especial, pois não há como fazer-se controle, quanto à 
correta interpretação do tratado ou da lei federal, em relação a matéria que não se 
cogitou. Não pode o julgado havê-las contrariado, ou a elas negado vigência, se não versada 
a questão que regulam." (Oliveira, Eduardo Ribeiro de. Prequestionamento. IN: Aspectos 
Polêmicos e atuais dos recursos cíveis de acordo com a lei 9756/98. 1ª Edição – São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 1999.) 
10 Exceção acrescentada pela Emenda Constitucional nº 45/2004. 
 9 
 legitimidade para propor a edição, a revisão ou o cancelamento:11 
o O próprio STF (de ofício); 
o Aqueles que podem propor ADIN (art. 103, CF): 
 Presidente da República; 
 Mesa da Câmara dos Deputados; 
 Mesa do Senado Federal; 
 Governadores de Estado ou do Distrito Federal; 
 Mesas das Assembléias Legislativas; 
 Procurador-Geral da República; 
 Partido político com representação no Congresso 
Nacional; 
 Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
 Confederações sindicais ou entidades de classe de 
âmbito nacional; 
o Co-legitimados pela Lei nº 11.417/2006: 
 Defensor Público da União; 
 Tribunais Superiores; 
 Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal 
e Territórios; 
 Tribunais Regionais Federais; 
 Tribunais Regionais do Trabalho; 
 Tribunais Regionais Eleitorais; 
 Tribunais Militares. 
 requisitos:12 
o reiteração de julgados (jurisprudência), não bastando 
antecedentes isolados; 
o controvérsia atual: 
 entre órgãos judiciários; ou 
 entre órgãos judiciários e a Administração Pública; 
o matéria constitucional: 
 grave insegurança jurídica; 
 relevante multiplicação de processos sobre questões 
idênticas; 
o quorum qualificado de votação (decisão de 2/3 dos membros do 
STF); 
 
11 As súmulas do STF podem ser revistas ou canceladas – cujo pedido seguirá os 
procedimentos previstos para ADECON (Lei nº 9.868/1999) –, devendo o STF observar a 
pertinência temática. 
12 A Lei nº 11.417/2006 criou procedimento incidental de edição, revisão ou cancelamento 
de enunciado de súmulas vinculantes, quando da propositura no curso de processo. 
 10 
o manifestação do Procurador-Geral da República (nas propostas 
não formuladas por ele); 
o publicação no Diário da Justiça e no Diário Oficial da União, no 
prazo de 10 dias após a sessão.13 
 
Atenção! As súmulas vinculantes constituem atividade legislativa plena, com 
a possibilidade de suscitar revogação do conteúdo da súmula, cujos vícios 
formais e materiais serão objeto de análise de constitucionalidade pelo 
STF. 
 
4.3. O Superior Tribunal de Justiça – STJ foi criado pela Constituição de 
1988, assumindo parte da competência do STF. É o guardião da legislação 
federal. 
 
4.3.1. Composição: 
 33 Ministros, no mínimo, nomeados pelo Presidente da República, após 
aprovação, por maioria absoluta, do Senado Federal, que preencham 
os seguintes requisitos (art. 104, parágrafo único, CF): 
 Brasileiro (nato ou naturalizado); 
 Notório saber jurídico; 
 Reputação ilibada; 
 Mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade. 
 Origem: 
 1/3 dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça; 
 1/3 dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais; 
 1/6 dentre membros do Ministério Público Federal, dos Estados, 
Distrito Federal e Territórios; 
 1/6 dentre advogados. 
 
4.3.2. Competências: 
 Originária – ações que ingressam diretamente no STJ; 
 Recursal: 
o Recurso ordinário; 
o Recurso especial. 
 
4.3.2.1. Competência Originária, notadamente: 
 Ações criminais por prerrogativa de foro das seguintes autoridades: 
 
13 O art. 4º da Lei nº 11.417/2006 previu a possibilidade de limitação temporal dos efeitos 
da súmula vinculante (com restrição ou dilação da eficácia), em função de segurança 
jurídica ou excepcional interesse público. 
 11 
o Crimes comuns – Governadores dos Estados e do Distrito 
Federal, Desembargadores dos Tribunais de Justiça e do DF, 
Membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito 
Federal, Membros dos TRFs, Membros dos TREs, Membros do 
TRTs, Membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios e Membros do MP da União que oficiem perante 
Tribunais (art. 105, I, a, CF); 
o Crimes de responsabilidade – Desembargadores dos Tribunais 
de Justiça e do DF, Membros dos Tribunais de Contas dos 
Estados e do Distrito Federal, Membros dos TRFs, Membros 
dos TREs, Membros do TRTs, Membros dos Conselhos ou 
Tribunais de Contas dos Municípios e Membros do MP da União 
que oficiem perante Tribunais (art. 105, I, a, CF); 
 
Atenção! Os Membros do MPU que atuem na 1ª instância serão julgados pelo 
TRF. 
 
 Mandado de segurança e habeas data contra atos de Ministros de 
Estado, dos Comandantes da Marinha, Exército ou Aeronáutica e do 
próprio Tribunal – STJ (art. 105, I, b, CF); 
 Conflitos de competência entre Tribunais ou juízes vinculados a 
Tribunais diversos, desde que não envolvam Tribunal Superior (art. 
105, I, d, CF). 
 
4.3.2.2. Competência Recursal: 
 O STJ aprecia: 
o Recurso ordinário (art. 105, II, CF); 
o Recurso extraordinário (art. 105, III, CF). 
 
4.3.2.2.1. O recurso ordinário é cabível em: 
 Causas que envolvem Estado estrangeiro ou organismo internacional e 
Município ou pessoa domiciliada ou residente no Brasil; 
 
IMPORTANTE: A competência originária é do juiz federal, não ensejando 
recurso para o TRF. 
 
 Habeas corpus decididos em única ou última instância pelos TRFs ou 
TJs, quando a decisão for denegatória; 
 Mandados de segurança decididos em única instância pelos TRFs ou 
TJs, quando a decisão for denegatória . 
 
 12 
4.3.2.2.2. O recurso especial caracteriza a função peculiar do STJ, sendo 
cabível nas causas decididas em única ou última instância pelos TRFs ou TJs, 
quando a decisão recorrida: 
 Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe provimento; 
 Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
 Der a lei interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro 
Tribunal. 
 
Atenção! Não cabe recurso especial ao STJ das decisões das turmas 
recursais dos Juizados Especiais, pois a Constituição Federal exige que se 
trate de decisão de Tribunal. 
 
4.4. O Tribunal Superior do Trabalho – TST é o órgão máximo de uma 
Justiça especializada em razão da matéria concebida pela Constituição de 
1934, mas somente criada em 1942, como órgãodo Poder Executivo.14 A 
Justiça do Trabalho tem suas competências constitucionais taxativamente 
previstas (art. 114, CF), quais sejam: 
 Ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de 
direito público externo e da administração pública direta e indireta 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;15 
 Ações que envolvam exercício do direito de greve; 
 Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre 
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
 Mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
 Ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da 
relação de trabalho; 
 Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
 Execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, 
a, e II, da Constituição Federal e seus acréscimos legais, decorrentes 
das sentenças que proferir; 
 
14 A Justiça do Trabalho passou a órgão do Poder Judiciário na Constituição de 1946, 
visando à solução dos conflitos de interesses trabalhistas. 
15 O STF, por maioria, referendou a liminar (STF – Pleno – Med. Cautelar – Adin nº 3.395-
6/DF – Relator Nelson Jobim, DJ, Seção I, 27 jan. 2005, p. 3) que suspendeu toda e 
qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF do art. 114 da CF, na redação 
dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a “(...) 
apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus 
servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-
administrativo.” (STF – Pleno – Med. Cautelar – Adin nº 3.395-6/DF – Rel. Min. Cezar 
Peluzo, Informativo STF nº 422) 
 13 
 Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma 
da lei. 
 
IMPORTANTE: A Competência do TST é definida por lei (art. 111-A, § 1º, 
nos termos da EC nº 45/2004). 
 
4.4.1. Composição (art. 111-A, CF): 
 27 Ministros nomeados pelo Presidente da República, após aprovação, 
por maioria absoluta, do Senado Federal, que preencham os seguintes 
requisitos (art. 104, parágrafo único, CF): 
 Brasileiro (nato ou naturalizado); 
 Notório saber jurídico; 
 Reputação ilibada; 
 Mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade. 
 Origem: 
 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com 
mais de 10 anos de efetivo exercício (quinto constitucional16), 
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação 
 das respectivas classes, que encaminharão as indicações ao TST, 
que formará lista tríplice, enviando-a ao Presidente da República 
que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus 
integrantes para nomeação (arts. 94 e 111-A, I, da CF); 
 4/5, no máximo, dentre juízes dos Tribunais Regionais do 
Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo 
próprio TST.17 
 
4.5. O Tribunal Superior Eleitoral – TSE é o órgão de cúpula da Justiça 
Eleitoral, que se faz integrada ainda pelos Tribunais Regionais, Juízes e 
 
16 Cf. STF – Pleno – MS nº 22.323-5/SP – Rel. Min. Carlos Velozo. Ementário nº 1.824-10: 
“(...) essa é uma norma constitucional expressa, que há de prevalecer sobre a norma 
implícita, que decorre de norma expressa, no sentido de que, se um quinto é dos advogados 
e dos membros do Ministério Público Federal, quatro quintos serão dos juízes de carreira. 
Observada a regra de hermenêutica – a norma expressa prevalece sobre a norma implícita – 
força é convir que, se o número total da composição não for múltiplo de cinco, arredonda-se 
a fração – superior ou inferior a meio – para cima, obtendo-se, então, o número inteiro 
seguinte. É que, se assim não for feito, o Tribunal não terá na sua composição um quinto de 
juízes oriundos da advocacia e do Ministério Público Federal, com descumprimento de 
norma constitucional (CF, art. 94 e art. 107, I).” 
17 A Emenda Constitucional nº 4572004 não previu a elaboração de lista tríplice pelo TST, 
mas sim de indicação pelo próprio Tribunal diretamente ao Senado Federal. 
 14 
Juntas Eleitorais (art. 118, CF), todos organizados por lei complementar 
(art. 121, CF), com suas respectivas atribuições institucionais. 
 
4.5.1. Composição (art. 119, CF): 
 07 Juízes, sendo: 
o 03 Ministros do STF, eleitos, em votação secreta, pelo 
próprio Tribunal; 
o 02 Ministros do STJ, eleitos, em votação secreta, pelo 
próprio Tribunal; 
o 02 advogados de notável saber jurídico e idoneidade 
moral, indicados, em lista sêxtupla, pelo STF ao Presidente 
da República, que os nomeará, dispensada a aprovação do 
Senado Federal. 
 
IMPORTANTE: Os membros dos Tribunais Eleitorais servirão por dois 
anos, no mínimo, e 04 anos (02 biênios consecutivos), no máximo, salvo 
motivo justificado, sendo todos os substitutos, em cada categoria, 
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo. 
 
Atenção! As decisões do TSE são irrecorríveis, salvo as que contrariarem a 
Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. 
 
4.6. O Superior Tribunal Militar – STM é o órgão superior da Justiça 
Militar que, ao lado dos Tribunais e dos Juízes instituídos e organizados 
por lei (art. 122, CF), processará e julgará os crimes militares (art. 124, CF). 
 
4.6.1. Composição (art. 123, CF): 
 15 Ministros escolhidos, livremente (respeitada a proporção 
constitucional), pelo Presidente da República, que os nomeará, 
após aprovação, por maioria simples, do Senado Federal, sendo: 
o 10 Militares (brasileiro nato): 
 03 oficiais-generais da Marinha, da ativa e do posto 
mais elevado da carreira; 
 04 oficiais-generais do Exército, da ativa e do posto 
mais elevado da carreira; 
 03 oficiais-generais da Aeronáutica, da ativa e do 
posto mais elevado da carreira; 
o 05 Civis (brasileiro nato ou naturalizado, maior de 35 anos 
de idade): 
 15 
 03 advogados de notório saber jurídico e conduta 
ilibada, com 10 anos de efetiva atividade 
profissional; 
 01 juiz auditor; 
 01 membro do Ministério Público Militar. 
 
4.7. Os Tribunais Regionais Federais – TRFs processam e julgam 
originariamente (art. 108, I, CF): 
 Os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da 
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
 As revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou 
dos juízes federais da região; 
 Os mandados de segurança e os habeas data contra ato do 
próprio Tribunal ou de juiz federal; 
 Os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; 
 Os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao 
Tribunal. 
 
4.7.1. Composição (art. 107, CF): 
 07 Juízes, no mínimo, nomeados pelo Presidente da República, 
dentre brasileiros (natos ou naturalizado), com mais de 30 anos e 
menos de 65 anos de idade, da respectiva região, quando possível, 
sendo: 
o 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva 
atividade profissional e membros do Ministério Público do 
Federal com mais de 10 anos de efetivo exercício (quinto 
constitucional), indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de 
representação das respectivas classes, que encaminharão 
as indicações ao TRF, que formará lista tríplice, enviando-a 
ao Presidente da República que, nos vinte dias 
subseqüentes, escolheráum de seus integrantes para 
nomeação (arts. 94 e 115, I, da CF); 
o 4/5, no máximo, mediante promoção de juízes federais 
com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e 
merecimento, alternadamente. 
 
Não esquecer! Os TRFs, em grau recursal, têm competência para julgar as 
causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício 
da competência federal da área de sua jurisdição (art. 108, II, CF). 
 16 
 
4.7.2. A Justiça Federal constitui, em cada Estado e no Distrito Federal, 
uma seção judiciária, com sede na Capital e varas distribuídas por lei, 
cabendo aos juízes federais processar e julgar (art. 109, CF): 
 As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes 
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do 
Trabalho; 
 As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e 
Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; 
 As causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado 
estrangeiro ou organismo internacional; 
 Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e 
da Justiça Eleitoral; 
 Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, 
quando iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse 
ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
 Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira; 
 Os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou 
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não 
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
 Os mandados de segurança e os habeas data contra ato de 
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos 
tribunais federais; 
 Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada 
a competência da Justiça Militar; 
 Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro; 
 A execução de carta rogatória, após o exequatur18, e de sentença 
estrangeira, após a homologação; 
 
18 "O cumprimento das rogatórias, aqui no Brasil, depende de exequatur a ser obtido em 
procedimento regulado pelo Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (art. 211). 
Exequatur é a autorização dada pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal para que 
possam, validamente, ser executados, na jurisdição do juiz competente, as diligências ou 
atos processuais requisitados por autoridade judiciária estrangeira. Concedido o exequatur, 
a rogatória será remetida ao juiz federal do Estado em que deva ser cumprida (CF, art. 
102, I, "h"). Praticado o ato, a rogatória é devolvida ao STF, que a remeterá de volta ao 
 17 
 As causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva 
opção, e à naturalização; 
 A disputa sobre direitos indígenas. 
 
IMPORTANTE: No que se refere ao foro das causas de interesse da União, 
prevalece a seguinte regra: (a) se a União for autora, a causa será aforada 
na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte; (b) se a União for ré, 
a causa poderá ser aforada na seção judiciária em que for domiciliado o 
autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda 
ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal (art. 109, §§ 1º 
e 2º, CF). 
 
Atenção! Não havendo na comarca vara do juízo federal, as causas em que 
for parte instituição de previdência social e segurado – ou outras permitidas 
por lei – serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do 
domicílio dos segurados ou beneficiários, cabendo recurso ao Tribunal 
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
 
4.8. Os Tribunais de Justiça têm sua competência definida na Constituição 
dos respectivos Estados (art. 125, § 1º, CF), observados os princípios 
estabelecidos na Constituição Federal (art. 125, caput, CF), que seguem 
(art. 125, §§ 2º a 7º, CF): 
 A instituição de representação de inconstitucionalidade de leis 
ou atos normativos estaduais ou municipais em face da 
Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para 
agir a um único órgão; 
 A possibilidade de criação por lei estadual, mediante proposta do 
Tribunal de Justiça, da Justiça Militar estadual, constituída, em 
primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de 
Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou 
por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo 
militar seja superior a vinte mil integrantes, com competência 
para processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes 
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a 
vítima for civil, cabendo ao Tribunal competente decidir sobre a 
perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das 
praças (art. 125, § 4º, CF). 
 
país de origem." (DOWER, Nélson Gogoy Bassil Dower. Curso básico de Direito Processual 
Civil. 2. ed. São Paulo, Nelpa, 1996. v. I, p. 381). 
 18 
 A criação de varas especializadas, com competência exclusiva 
para questões agrárias, para dirimir conflitos fundiários, por 
proposta do Tribunal de Justiça; 
 A aplicabilidade da regra do quinto constitucional na composição 
dos Tribunais de Justiça; 
 A possibilidade de constituição de Câmaras regionais do Tribunal 
de Justiça, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à 
justiça em todas as fases do processo; 
 A instalação, pelo Tribunal de Justiça, de justiça itinerante, com 
a realização de audiências e demais funções da atividade 
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, 
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. 
 
Não esquecer! A competência da Justiça Estadual é subsidiária. 19 
 
4.9. Os Tribunais Regionais do Trabalho – TRTs, localizados na capital de 
cada Estado e no Distrito Federal, são compostos por 07 Juízes, no mínimo, 
nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros (natos ou 
naturalizado), com mais de 30 anos e menos de 65 anos de idade, da 
respectiva região, quando possível (art. 115, CF), sendo: 
 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais 
de 10 anos de efetivo exercício (quinto constitucional), indicados em 
lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes, 
que encaminharão as indicações ao TRT, que formará lista tríplice, 
enviando-a ao Presidente da República que, nos vinte dias 
subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação (arts. 
94 e 115, I, da CF); 
 4/5, no máximo, mediante promoção de juízes do trabalho, por 
antigüidade e merecimento, alternadamente. 
 
IMPORTANTE: As Juntas de Conciliação e Julgamento (órgãos colegiados, 
com a participação classista temporária de representantes de empregados e 
empregadores) foram transformadas, pela Emenda Constitucional nº 
24/1999, em Varas do Trabalho (a jurisdição trabalhista passa a ser 
exercida por um juiz singular). 
 
 
19 A competência da Justiça Federal se encontra prevista, de forma taxativa, na 
Constituição Federal. 
 19 
Atenção! Não havendo na comarca Vara do Trabalho,a jurisdição 
trabalhista será exercida por juízes de direito, com recurso para o 
respectivo Tribunal Regional do Trabalho. 
 
4.10. Os Tribunais Regionais Eleitorais – TREs, localizados na capital de 
cada Estado e no Distrito Federal, são compostos por 07 Juízes (art. 120, § 
1º, CF), sendo: 
 02 Desembargadores do Tribunal de Justiça, eleitos, em votação 
secreta, pelo próprio Tribunal; 
 02 Juízes de Direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 
 01 Juiz do Tribunal Regional Federal, com sede na capital do Estado 
ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em 
qualquer caso, pelo TRF respectivo; 
 02 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados, 
em lista sêxtupla, pelo Tribunal de Justiça ao Presidente da 
República, que os nomeará, dispensada a aprovação do Senado 
Federal. 
 
Atenção! As decisões dos TREs somente poderão ser recorridas quando: (a) 
forem proferidas contra disposição expressa da Constituição; (b) ocorrer 
divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; 
(c) versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições 
federais ou estaduais; (d) anularem diplomas ou decretarem a perda de 
mandatos eletivos federais ou estaduais; (e) denegarem habeas corpus, 
mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. 
 
5. No que toca ao controle de constitucionalidade, a Constituição Federal 
(art. 97) estabelece a reserva de plenário, ou seja, somente por voto de 
maioria absoluta de seus membros ou dos integrantes do órgão especial 
pode Tribunal declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do 
poder público. 
 
6. O processo de execução contra a Fazenda Pública prescrito na 
Constituição (art. 100) segue os seguintes preceitos: 
 Os bens públicos são impenhoráveis; 
 As condenações judiciais contra a Fazenda Pública serão executadas 
pelo sistema de precatórios, que consiste na inclusão de verbas na Lei 
 20 
Orçamentária do exercício seguinte para pagamento20 dos 
precatórios apresentados até 1º de julho. 
 
Atenção! Há a possibilidade de pagamento de dívidas de pequeno valor21 - 
definidas por legislação própria, conforme capacidade econômica da 
entidade federativa (sendo equivalente, no mínimo, ao valor do maior 
benefício pago pelo regime geral de previdência social) –, que não sejam 
através de precatórios. 
 
 Se a dívida for de caráter alimentar22, o pagamento será igualmente 
feito por precatório, que terá preferência sobre todos os demais 
débitos – salvo aqueles de natureza alimentícia cujos titulares tenham 
60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do 
precatório, ou sejam portadores de doença grave – até o limite 
correspondente ao triplo do quantum fixado em lei para as “dívidas de 
pequeno valor”, sendo o restante pago na ordem cronológica de 
apresentação do precatório; 
 O Presidente do Tribunal que proferiu a decisão exeqüenda pode 
autorizar, a requerimento do credor, o seqüestro da quantia 
necessária à satisfação do débito, no caso de preterição do direito de 
preferência; 
 O Presidente do Tribunal competente que retardar ou frustrar a 
liquidação (por ação ou omissão) dos precatórios responderá por 
crime de responsabilidade perante o CNJ; 
 O Chefe do Poder Executivo será responsabilizado nos termos da Lei 
de Responsabilidade Fiscal e da Lei de Improbidade Administrativa; 
 A entidade devedora do pagamento dos precatórios, enquanto 
inadimplente, não poderá contratar empréstimos (externo ou 
interno), tampouco receber transferências voluntárias; 
 A União poderá reter os recursos do FPM e do FPE para efetivar os 
depósitos nas contas relativas aos precatórios; 
 
20 Os pagamentos serão feitos na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à 
conta dos créditos respectivos, estando proibida a designação de casos ou de pessoas nas 
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para tal finalidade. 
21 Diante da omissão legislativa, a EC nº 62/2009 estabelece o valor de: (a) 40 (quarenta) 
salários mínimos para os Estados e para o Distrito Federal; e (b) 30 salários mínimos para 
os Municípios. 
22 Os débitos de natureza alimentícia são aqueles decorrentes de salários, vencimentos, 
proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por 
morte o por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial 
transitada em julgado. 
 21 
 O Presidente do Tribunal requerido constituirá, alternativamente, em 
favor dos credores de precatórios, direito líquido e certo, 
autoaplicável e independentemente de regulamentação, à 
compensação automática com débitos líquidos lançados pelos Estados, 
Distrito Federal e Municípios contra aqueles, liberando-os do 
pagamento de tributos, até onde se compensarem. 
 
Não esquecer! A regra especial de transição (art. 97 do ADCT) permitiu 
que Estados, Distrito Federal e Municípios possam optar para quitação dos 
precatórios vencidos até a data da publicação da Emenda Constitucional nº 
62/2009, mediante ato do Poder Executivo, pelo depósito mensal em conta 
especial de 1/12 do valor devido ou pela a adoção de regime especial pelo 
prazo de 15 (quinze) anos.