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Resenha 1 Geo Regional HARTSHORNE

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GF 601 - GEOGRAFIA REGIONAL
 Profº. Dr. Vicente Eudes Lemos Alves 
Bruna Cristina Gama Campagnuci RA: 135124
RESENHA 
HARTSHORNE, Richard. Propósitos e natureza da Geografia. 2. Ed. São Paulo: Hucitec/Edusp, 1978.p. VII a 51. Tradução de Thomaz Newlands Neto.
O trabalho de Hartshorne apresenta 4 seções iniciais, destacadas estas por numerações em romano, que apresentam importantes considerações no que diz respeito às suas influencias para a evolução do pensamento Geográfico, "(...) é um livro de leitura indispensável à formação do geógrafo e um texto importante, entre o poucos de qualidade que existem sobre o assunto, para aqueles que, (...), desejam penetrar no mundo complexo das ideias a respeito do que seja a Geografia" (p. VII). Após esta apresentação inicial (com nota e prefácios das edições anteriores), a obra se divide em 12 partes, das quais foram lidas as 5 primeiras.
 Na primeira parte, "Palavras Preliminares - A necessidade e o propósito deste estudo", o autor contextualiza o leitor - agora de forma mais abrangente que os prefácios anteriormente expostos - a respeito da evolução do pensamento geográfico e sua metodologias; seus debates e seu conhecimento a certa da determinação da natureza.
O capítulo 1 titulado por "O que se entende por geografia como o estudo da diferenciação de áreas", por sua vez, inicia sua discussão falando sobre o problema de entendimento com a afirmação de que "a Geografia é a ciência da diferenciação de áreas" (p.13), introduzida em 1925 por Sauer, baseando em, Hettner e adotado geógrafos alemães da época, dando sequência com apresentações das ideias diversos autores, o quais estabelecem, um após o outro, conceitos para o campo de estudo Geografia que pudesse ser entendido pelos leigos. Ao meu ver, para Hartshorne, o problema dos conceitos propostos estava na interpretação da palavra "diferenciação", presente na maioria das explicações formulados pelos autores e que se fazia no sentido ativo, aplicando ao conceito sempre a essência de diferenciar, quanto que havia importância também na observação das semelhanças e os diferentes níveis de diferenças buscando estabelecer um tipo de classificação das áreas através de suas relações, sendo estas "... mútuas que existem entre diferentes fenômenos, num mesmo lugar, e as relações ou conexões entre fenômenos em lugares diferentes" (p. 20). Por fim, o autor conclui neste capítulo inicial, que independentemente das diferente objeções, nenhum delas atinge o conceito sendo todas, portanto, inadequadas e carente de uma explicação, pois se dissermos que a geografia estuda as diferenças seremos supérfluos, visto que todas as ciências consiste no estudo das diferenças.
Em "O que se entende por "superfície da terra"?", segundo capítulo, o autor começa dizendo que até o século XVIII não havia uma separação conhecida entre Geografia e Astronomia, considerando ambas como elemento de uma única disciplina a "Cosmografia", mas desde Immanuel Kant até Ritter sábios começam à determinar a superfície da Terra e o lugar de habitação do homem como o campo de atuação da geografia. Porem, segundo Hartshorne não é fácil definir com precisão qual a porção do planeta é objeto da Geografia. Em suma, apresentando alguns termos usados ( mundo, crosta e superfície), o autor nos mostra seus diferentes significados e o problema em correlacionar crosta e superfície, pois " a distorção é quantitativamente inexpressiva, pois a espessura da crosta da terra mal atinge um milésimo da circunferência da terra" (p.27).
No terceiro capítulo, o autor me parece retornar um pouco ao que foi discutido no primeiro capitulo e finalmente diz que dentre todas as ciências, é a Geografia a responsável por entender e estudar as inter-relações e interações dos fenômenos naturais e humanos. É importante ressaltar ainda que essas elações podem acontecer de forma parcial, destinando cada campo da ciência ao estudo de determinada categoria de fenômenos. "..., não definimos em termos de modalidade de fenômenos, mas em termos de seções do tempo ou do espaço, as integrações que tem de ser analisadas são infinitamente complexas, e a heterogeneidade dos fenômenos a serem estudados só é limitada pelos fenômenos que existirem e variarem dentro das determinadas seções do tempo e do espaço." (p. 37)
Por fim, nota-se que o autor salienta que a Geografia só se torna importante quando seu objeto de estudo tem algum significado para o homem. A geografia é avaliada pela sua relevância e pelo seu grau de atuação nas inter-relações com os outros fenômenos de um mesmo lugar " ... ou suas interconexões com os fenômenos de outros lugares, determine as variações espacias daqueles fenomenos, e portanto a totalidade de variação de área, medida em referencia à sua significância para o homem." (p.50).
Deste modo, entendemos que Hartshorne foi portentoso ao formar um conceito sobre a importância da terra para a Geografia e importância de seu para o homem, colocando-o em evidência e objeto de estudo, pois mesmo que limitado, a crosta da Terra é o palco do ser humano.