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Biofilme 11 (1)

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ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 1
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 2
www.editorasantos.com.br
Antônio Olavo Cardoso Jorge: Microbiologia Bucal, 3ª edição, Editora Santos, 2007
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 3
ECOLOGIA MICROBIANA DA CAVIDADE BUCAL
BIOFILMES E PLACA DENTAL
Prof. Dr. Cláudio Galuppo Diniz
POPULAÇÕES BACTERIANAS NAS SUPERFÍCIES DOS ANIMAIS
As membranas mucosas de animais são normalmente colonizadas por uma ampla variedade
de microrganismos:
- Microbiota: principalmente bactérias e fungos.
Interagem constantemente com o hospedeiro e umas com as outras 
na competição pela sobrevivência.
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 4
Bactérias na boca???
• Bowden et al.– 1984 – 60 espécies
• Loesche – 1997 – 200 espécies
• Debelian et al. – 2002 – 530 espécies
• Siqueira e Rôças – 2005 ~ 800 espécies
Cavidade Bucal:
� Sistema de crescimento microbiano aberto – as bactérias são continuamente 
introduzidas e removidas do sistema.
� Se estabelece aquele microrganismo que possui capacidade de aderência às 
superfícies da cavidade bucal, ou que fiquem retidos
� Principais ecossistemas bucais:
� Superfície dos dentes (biofilme placa bacteriana)
� Sulco gengival
� Dorso da língua
� Mucosas jugal e palatal 
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 5
Colonização da cavidade bucal
� O ambiente bucal é estéril ao nascimento e é imediatamente colonizado por
microrganismos do trato genital da mãe;
� Poucas horas após o parto já existem microrganismos colonizando a
cavidade bucal;
� No segundo dia de vida, em torno de 15% das crianças ainda apresentam a
cavidade bucal isenta de microrganismos
� No 3ª mês de vida todas as crianças já possuem microbiota bucal que vai
ser modificada, sobretudo após a erupção dentária;
� Na idade escolar a microbiota bucal das crianças é igual à dos adultos
Bacilos G-
Ba
ci
lo
s 
G
+
Co
co
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G
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Cocos G+ Espiroq
u
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F
u
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o
s
Vírus
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 6
MICROBIOTA RESIDENTE OU INDÍGENA
• Microrganismos relativamente fixos, regulares em determinados sítios
• Quase sempre presentes em altos números (maiores do que 1%)
• São compatíveis com o hospedeiro, não comprometendo a sua sobrevivência
• Diversificada habilidade metabólica:
- Colonização em sítios específicos e coexistência
Funções dos microrganismos residentes quando em equilíbrio em relação ao seu 
hospedeiro
• Barreira contra instalação de microrganismos patogênicos
• Modulação do sistema imunológico
• Produção de substâncias utilizáveis pelo hospedeiro
• Degradação de substâncias tóxicas
� Microbiota suplementar
Espécies que estão quase sempre presentes, mas em números reduzidos ( < 1%). Estes
microrganismos podem tornar-se indígenas dominantes durante alterações ambientais na
cavidade bucal.
- Lactobacillus: 0.00001 a 0.001% da placa visível em condições normais. Na lesão
cariosa, devido à diminuição do pH da placa bacteriana, tornam-se dominantes;
- Doença periodontal: níveis aumentados de espiroquetas, Porphyromonas
gingivalis e Actinobacillus actinomycetencomitans na placa subgengival estão
associados à inlamação e perda do suporte ósseo.
� Microbiota dominante
Espécies que estão presentes quase sempre em altos números ( > 1%) em um sítio particular,
como a placa supragengival e a superfície da língua.
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Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 7
MICROBIOTA TRANSIENTE OU TRANSITÓRIA
• Microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos
• Passam “temporariamente” pelo hospedeiro
Alguns microrganismos transitórios têm pouca importância, desde que a microbiota residente
esteja em equilíbrio:
• Havendo alteração nesse equilíbrio, os microrganismos transitórios podem
proliferar-se e causar doença
Na cavidade oral microrganismos temporários em qualquer intervalo de tempo podem ser
adquiridos por:
• Bebidas;
• Alimentos;
• Objetos levados à cavidade oral;
• Poeira;
• Aerossóis;
• Perdigotos
Estes microrganismos, se patógenos obrigatórios, podem se instalar nas mucosas e 
frequentemente são isolados de abscessos pericoronários, periapicais e periodontais.
INTER-RELAÇÕES BACTÉRIA-HOSPEDEIRO
Simbiose
Quando tanto o hospedeiro quanto a bactéria se beneficiam de sua inter-relação, ela é
denominada “simbiótica”. Esta relação é extremamente estável, visto que a sobrevivência de
ambos os membros depende dela.
Antibiose
Quando bactérias e hospedeiro são antagonistas, se estabelece uma relação “antibiótica”.
Essa relação é bastante instável tanto para hospedeiro quanto para as bactérias, pois caso
haja a morte do hospedeiro, este também morre, a menos que seja transmitido para outro
hospedeiro.
Anfibiose (Caréter Anfibiôntico)
Estado intermediário no qual o hospedeiro e a microbiota coexistem sob a forma de equilíbrio
estável. Se o equilíbrio é modificado, causa assim a patologia.
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Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 8
ECOSSISTEMA ORAL
� A composição da microbiota da cavidade bucal varia entre indivíduos:
Microbiota residente
Microbiota transitória
Dominante e suplementar
Idade
Dieta
Hormônios
Fluxo salivar
Imunologia
Higiene
Hábitos
Saúde X Doença
ECOSSISTEMA ORAL
� As espécies pioneiras são as do gênero Streptococcus e provêm principalmente da mãe.
Muitas dessas bactérias estão associadas à formação de biofilme sobre a 
superfície dos dentes.
� A língua abriga uma população bacteriana mais densa e mais diversa com predomínio de S.
salivarius e S. mitis e Veillonella spp.
• Supõe-se que a língua atue como um reservatório de bactérias associadas a doenças
periodontais uma vez que Porphyromonas spp e Prevotella spp podem ser isoladas em
pequenos números.
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Prof. Cláudio 9
INTER-RELAÇÕES NA CAVIDADE ORAL
As patologias orais podem estar associadas a uma transição de microrganismos, de 
uma associação comensal para uma relação oportunística com o hospedeiro.
As bactérias da microbiota oral podem sobreviver na boca por serem menos susceptíveis
aos mecanismos imunológicos ou por serem capazes de sobrepujá-los.
Desequilíbrio no ecossistema oral pode acarretar a emergência de bactérias 
potencialmente patogênicas.
Compreensão da evolução da cariogênese, das doenças periodontais e infecções endodônticas:
→ Entendimento da ecologia da cavidade oral;
→ Identificação dos fatores responsáveis pela transição da microbiota oral de uma 
associação comensal para uma relação patogênica com o hospedeiro.
Os microrganismos da microbiota da orofaringe são importantes fontes de infecções,
especialmente entre pessoas cujas defesas das vias aéreas estão prejudicadas por deformações
anatômicas, idade e debilidade imunológica, uso de álcool, drogas, tabaco, etc.
Nestes indivíduos existe uma predominância significativa da presença de enterobactérias
e gêneros anaeróbicos como Bacteroides, Prevotella, Veilonella, Peptostreptococcus,
Propionibacterium, Bifidobacterium e Clostridium.
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Prof. Cláudio 10
PRESSÕES SELETIVAS OPERANTES NA MICROBIOTA ORAL
Forças seletivas ambientais servem para modelar a microbiota oral 
em ecossistemas distintos.
ANAEROBIOSE
• Embora a cavidade bucal pareça um ambiente extremamente oxigenado, ela pode conter
nichos onde os anaeróbios podem habitar.I – Tensões de Oxigênio na Cavidade Oral
• A tensão de oxigênio é considerada um determinante ecológico. Na atmosfera, a tensão de
O2 está em torno de 21%. Na cavidade bucal, esta tensão é reduzida para 12 a 14%. No
interior de uma bolsa periodontal, a tensão permanece em torno de 1 a 2 %.
=> A tensão de O2 sobre as superfícies dentogengivais é principalmente anaeróbia,
particularmente nas placas subgengivais (predominam anaeróbios), enquanto que nas placas
supragengivais predominam facultativos e microaerófilos.
PRESSÕES SELETIVAS OPERANTES NA MICROBIOTA ORAL
II – Potencial de Óxido-redução (Eh)
• Tendência de um meio ou componente em oxidar ou reduzir uma molécula introduzida
através da remoção ou adição de elétrons. Microrganismos que necessitam de Eh positivo
para sua viabilidade são aeróbios, enquanto que microrganismos que necessitam de um Eh
negativo são anaeróbios.
• Em uma comunidade microbiana oral densamente povoada que desenvolve metabolismo
fermentativo, é de se esperar um Eh negativo.
TEMPERATURA E PH
• A manutenção da temperatura corporal (36 a 37ºC) favorece o desenvolvimento de
mesófilos, permitindo atividade enzimática, solubilidade de compostos e crescimento
• A variação do pH na cavidade bucal (superfície dentária com biofilme acidogênico, sulcos
subgengival, bolsas periodontais e saliva) limita e/ou favorece o desenvolvimento de certos
grupos microbianos.
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FONTES DE NUTRIENTES NA CAVIDADE ORAL
O hospedeiro contribui para a relação simbiótica fornecendo suprimento de nutrientes
utilizáveis pela microbiota da cavidade bucal.
Os nutrientes devem fornecer uma fonte de energia, tal como carboidratos fermentáveis ou
aminoácidos, necessários para o crescimento.
Os nutrientes são derivados de cinco fontes:
� Alimento ingerido
� Saliva
� Fluido gengival
� Células epiteliais descamativas
� As próprias bactérias.
Dieta como fonte de nutrientes
Nutrientes macromoleculares (amido, proteínas e lipídios) não estão normalmente
disponíveis para a microbiota oral, devido ao rápido trânsito através da cavidade bucal.
A consistência física dos alimentos é importante pois permite a sua retenção e
consequentemente a utilização do amido ou proteínas, e sua degradação em nutrientes
utilizáveis.
Carboidratos solúveis de baixo peso molecular (sacarose ou lactose) são rapidamente
metabolizados pela microbiota oral => Importante no processo de cariogênese.
Quanto maior a disponibilidade de nutrientes, maior o crescimento bacteriano e produção
de ácido => maior será o biofilme placa bacteriana acumulado.
Saliva como fonte de nutrientes
Fluido homeostático que tampona a placa e fornece nutrientes para a microbiota que reside
na superfície lavada por ela.
Contém 1% de glicoproteínas, sais inorgânicos, aminoácidos e glicose e vitaminas. Essas
quantidades são suficientes para sustentar o crescimento bacteriano nos períodos de jejum
do hospedeiro.
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Células Descamativas
As células epiteliais da cavidade oral são repostas a partir da descamação das células mais
superficiais. Tais células podem ser lisadas pela hipotonicidade da saliva, e seus constituintes
podem tornar-se disponíveis para a nutrição microbiana.
Fluido Gengival
O sulco gengival é banhado por pequenas quantidades de transudato sérico, que contém
proteínas tissulares e séricas, assim como aminoácidos livres, vitaminas e glicose.
Sob boas condições de saúde gengival, esse fluido gengival é protetor, carreando a placa não
aderida ao sulco e trazendo células fagocíticas e anticorpos.
Bactérias
As próprias bactérias podem fornecer nutrientes umas às outras.
• Em uma comunidade microbiana tal como na placa dentária, ocorrem interações
microbianas consideráveis.
Essas interações microbianas indicam que algumas das relações da microbiota oral são
microrganismo-dependentes, ou seja, não ocorrerá o crescimento bacteriano na ausência do
microrganismo produtor do requerimento nuctricional.
Regulação e controle da microbiota bucal
1 – Atividade funcional:
� Acidogênicos – produzem ácidos a partir de carboidratos (ex. Lactobacillus, alguns
estreptococos) – frequentemente associados à cárie dental;
� Acidúricos – microrganismos que sobrevivem em ambiente ácido. Toleram pH inferior a 5,5
– próprio do ecossistema da cárie (ex. Lactobacillus, alguns estreptococos);
� Proteolíticos – utilizam proteínas no metabolismo, podendo resultar em destruição tecidual.
Geralmente estão associados a doenças peiodontais (ex alguns anaeróbios produtores de
pigmento negro).
2 – Potencial patogênico:
� Microrganismos podem se proliferar em áreas restritas e causar dano confinado ao local
da infecção (ex. cárie);
� Microrganismos podem disseminar a infecção aos tecidos vizinhos (ex. gengivites,
periodontites, infecções endodônticas)
� Microrganismos podem causa lesões à distância por bacteremia ou produtos lançados na
circulação linfática ou sanguínea (ex. endocardite bacteriana subaguda).
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Prof. Cláudio 13
Regulação e controle da microbiota bucal
3 – Fatores endógenos de regulação e controle da microbiota bucal:
� Presença ou não de dentes (aparecimento de nichos anaeróbios)
� Alterações nos dentes e na mucosa (lesões cavitárias, formação de bolsa
periodontal)
� Descamação epitelial
� Fluido gengival
� Leucócitos polimorfonucleares - atuam como fagócitos no sulco gengival.
� Anticorpos – IgA-S é a predominante na saliva, mas também podem ser
encontradas pequenas quantidades de IgG, IgD, IgM e IgE (chegam à cavidade
bucal via fluido gengival)
� Saliva
� Relações inter-microbianas – comensalismo, competição, antibiose e sinergismo
Regulação e controle da microbiota bucal
4 – Fatores exógenos de regulação e controle da microbiota bucal:
� Dieta,
� Higiene bucal
� Substâncias químicas:
� antibióticos,
� enzimas,
� antissépticos,
� fluoretos,
� etc.
Podem ser aplicadas por profissionais da área odontológica, uso de colutórios,
dentifrícios, chicletes, etc.
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FONTE DE 
NUTRIENTE 
 
 
ECOSSISTEMAS 
MICROBIANOS 
 
Língua 
Tecidos moles 
Placa supragengival 
 
Dieta 
 
Língua 
Tecidos moles 
Placa supragengival 
Saliva 
 
Placa subgengival 
Placa supragengival 
Fluido gengival 
 
Língua 
Tecidos moles 
Placa supragengival 
Placa subgengival 
Produtos microbianos 
 
Língua 
Tecidos moles 
Placa supragengival 
Produtos do hospedeiro 
Placa subgengival 
 
BIOFILMES BACTERIANOS
Nossa percepção de bactérias como organismos unicelulares baseia-se essencialmente 
no conceito de culturas, nas quais as células podem ser diluídas e estudadas a partir de 
culturas líquidas. 
Na realidade, a maioria das bactérias se encontra na natureza vivendo em 
comunidades, de maior ou menor estruturação.
� Quando em seus habitats naturais, via de regra as bactérias são encontradas em
comunidades de diferentes graus de complexidade, associadas a superfícies diversas,
geralmente compondo um ecossistema estruturado altamente dinâmico, que atua de maneira
coordenada.
Biofilmes - complexos ecossistemas microbianos, podem ser formados por populações
desenvolvidas a partir de uma única, ou de múltiplas espécies, podendo ser encontrados
em uma variedade de superfícies bióticas e/ou abióticas.
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Odontologia - 2012
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Prof. Cláudio 15
• Adesão bacteriana
– Adesão Célula-superfície
• Adesão bacteriana
– Adesão Célula-célula
• Adesão bacteriana
– Adesão Célula-célula
� Dinâmicade formação de um biofilme:
1. Colonizadores primários - se aderem a uma superfície, geralmente contendo proteínas ou outros
compostos orgânicos;
2. As células aderidas passam a se desenvolver, originando microcolônias que sintetizam uma matriz
exopolissacarídica (EPS), que passam a atuar como substrato para a aderência de microrganismos
denominados colonizadores secundários.
3. Colonizadores secundários podem se aderir diretamente aos primários, ou promoverem a formação de
coagregados com outros microrganismos e então se aderirem aos primários.
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19/11/2012
Prof. Cláudio 16
� O biofilme corresponde a uma "entidade" dinâmica pois, de acordo com os microrganismos 
que o compõem, teremos consições físicas, químicas e biológicas distintas. 
� Estas alterações fazem com que cada biofilme seja único, de acordo com os
microrganismos presentes.
• Neste sentido, ao longo do tempo a composição microbiana dos biofilmes 
geralmente sofre alterações significativas. 
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Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 17
Comunidades associadas às superfícies
� Bactérias são onipresentes devido à sua plasticidade fenotípica. 
� Um importante aspecto associado a esta ubiqüidade está relacionado à capacidade 
destes organismos migrarem para diferentes nichos, onde podem se propagar. 
As comunidades bacterianas têm importantes papéis na natureza, seja na produção e
degradação de matéria orgânica, na degradação de poluentes, ou na reciclagem de
nitrogênio, enxofre e vários metais - esforço coletivo de organismos com diferentes
capacidades metabólicas:
• Metabolismo de esgotos e águas contaminadas - biorremediação;
• Separação de metais na natureza – biolixiviação
• Oxidação de tubos, brocas de perfuração, encanamentos, rotores e pás de máquinas...
• Reciclagem de substratos na superfície dentária na cavidade oral de seres humanos e 
outros animais.
Estrutura dos Biofilmes
A maioria dos biofilmes exibe uma certa heterogeneidade, existindo conjuntos de agregados
celulares distribuídos ao longo da matriz exopolissacarídica, que exibem densidades
variáveis, originando aberturas e canais por onde a água pode trafegar.
As microcolônias que compõem um biofilme podem ser de uma ou várias espécies,
dependendo das condições ambientais.
• Ex. - locais de grande stress mecânico, tais como a superfície dental, o biofilme é
bastante compactado e estratificado. Os espaços intersticiais (canais) também são parte
importante dos biofilmes, pois permitem a circulação de nutrientes e a troca de
metabólitos.
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 18
� A tensão de oxigênio varia dentro de um biofilme. 
Por que formar um biofilme?
Acredita-se que a formação de biofilmes esteja associada, por exemplo, à proteção
contra o ambiente, ou seja, bactérias em um biofilme encontram-se abrigadas e em
relativa homeostase, graças à presença da matriz exopolissacarídica.
A matriz contém vários componentes: exopolissacarídeo (secretado para o meio
externo), proteínas, ácidos nucléicos, entre outros.
O EPS tem diferentes estruturas e funções, dependendo das comunidades e/ou condições
ambientais:
- impedir fisicamente a penetração de agentes antimicrobianos;
- sequestrar cátions, metais e toxinas;
- proteção contra radiações UV;
- alterações de pH;
- dessecação;
- choques osmóticos.
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 19
Lopes e Siqueira Jr., 2004
Papel dos biofilmes nas doenças
� Estudos atuais mostram que a formação de biofilmes pode ser considerado um fator de
falha da antibioticoterapia no tratamento de doenças infecciosas.
Em um biofilme, as bactérias podem ser 1000 vezes mais resistente a um antibiótico, quando
comparadas às mesmas células planctônicas, embora os mecanismos envolvidos nesta
resistência sejam ainda pouco conhecidos.
• acredita-se que possa haver a inativação da droga por polímeros ou enzimas
extracelulares, ou a ineficiência da droga em decorrência de baixas taxas de crescimento
nos biofilmes.
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 20
� Exemplos típicos de doenças associadas a biofilmes incluem as infecções de
implantes tais como válvulas cardíacas, catéteres, lentes de contato, etc.
• Os biofilmes podem ainda promover doenças se formados em tecidos.
=> Microrganismos associados a doenças que são decorrente da formação de biofilmes em
tecidos como as superfícies bucais são, por conseqüência capazes de invadir as células das
mucosas e liberar toxinas.
� Infecções associadas a biofilmes geralmente são de natureza recorrente, visto que as
terapias antimicrobianas convencionais eliminam predominantemente as formas
planctônicas, deixando as células sésseis livres para se reproduzir e propagar no
biofilme após o tratamento.
• As bactérias presentes nos biofilmes estão protegidas contra o sistema imune do
hospedeiro.
Dispersão de biofilmes
� Em determinados momentos, os biofilmes sofrem dispersão, liberando microrganismos que
podem vir a colonizar novos ambientes.
Existem três tipos de processos de dispersão:
• Expansiva
=> parte das células de uma microcolônia sofrem lise e outras retomam a motilidade,
sendo então liberadas da estrutura;
• Fragmentação do biofilme
=> porções de matriz extracelular associadas a microrganismos são liberadas;
• Superficial
=> ocorre pelo crescimento do próprio biofilme como um todo.
ICB/UFJF - Microbiologia Aplicada à 
Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 21
BIOFILME PLACA DENTAL
� 1963 – Socransky e colaboradores: importância das bactérias na placa dental e seu papel
na etiologia da cárie dental e doenças periodontais => 1,7x1011 organismos/grama de peso
seco
Após a erupção dentária, vários depósitos orgânicos podem ser 
formados sobre as superfícies dos dentes.
• Placa dental – biofilme bacteriano aderido aos dentes e outras superfícies sólidas da
cavidade oral.
• Matéria alba – agregados bacterianos, leucócitos e células epiteliais descamativas que se
acumulam na superfície do dente.
Principal diferença entre placa dental e matéria alba => força de aderência
• Película – filme orgânico derivado principalmente de saliva. É depositado na superfície do
dente e não contém bactérias. Após sua colonização, passa a ser considerado placa dental em
formação.
• Cálculo – placa dental calcificada. Está sempre recoberto por uma camada de placa não
calcificada.
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Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 22
RELAÇÃO ENTRE A PLACA DENTAL E A MARGEM GENGIVAL
� A placa pode crescer sobre outras superfícies da cavidade bucal como sulcos e fissuras das
superfícies oclusivas, restaurações e coroas artificiais, bandas e aparelhos ortodônticos
removíveis, implantes dentais, e dentaduras.
� A taxa de formação da placa depende de variáveis como: dieta, idade, fatores salivares,
higiene oral, alinhamento dos dentes, doenças sistêmicas e fatores do hospedeiro.
Quantidades mensuráveis 
após higiene oral – 1h
Acúmulo máximo de 
placa – 30 dias
• Placa supragengival
Torna-se clinicamente detectável após atingir
uma boa espessura. À medida que o biofilme
cresce e se acumula uma massa globular
visível com superfície nodular e cor branco-
amarelada é detectada.
Pode ser diferenciada em:
- Placa coronária: contato apenas com a
superfície dentária.
- Placa marginal: associação com a superfície
e margem gengival.
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Prof. Cláudio 23
• Placa subgengival
Normalmente fina, está contida no interior do sulco gengivalou da bolsa periodontal e não
pode ser detectada pela observação direta.
=> Detecção por sondagem ao redor da margem gengival.
PLACA SUPRAGENGIVAL – FORMAÇÃO E BIOQUÍMICA
� Estrutura inicial: película.
� Após a colonização bacteriana a película passa a ser considerada parte da placa dental
Biofilme placa dental = película + bactérias + matriz intercelular
1. Adsorção de proteínas salivares às
superfícies de apatita => interação
iônica eletrostática entre os íons Ca++ e
os grupamentos fosfato na superfície do
esmalte e dos grupos carregados
opostamente nas macromoléculas
salivares.
2. Adsorção de glicoproteínas salivares
3. Transição - película => placa: cocos +
pequeno no. de células epiteliais e
PMNs. As bactérias aderem-se
inicialmente a pequenas irregularidades,
fissuras ou áreas com imperfeição na
superfície dentária que estejam
protegidas da limpeza oral.
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Odontologia - 2012
19/11/2012
Prof. Cláudio 24
4. Subsequentemente outros grupos microbianos se agregam gerando microcolônias
Matriz Intermicrobiana: material entre as bactérias na placa – 25% do volume
� Complexo protéico-polissacarídico microbiano
� Material salivar
� Exudato gengival
Durante a aderência inicial ocorrem interações entre as bactérias e a película, posteriormente
estão envolvidas relações entre as bactérias, produtos bacterianos, matriz intermicrobiana,
fatores do hospedeiro e dieta.
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PLACA SUBGENGIVAL – FORMAÇÃO E BIOQUÍMICA
Com a maturação da placa supragengival, alterações inflamatórias modificam as relações 
anatômicas da margem gengival em relação à superfície dental.
� Edema e aumento gengival => aumento da área para colonização bacteriana.
• Este espaço dilatado protege as bactérias dos mecanismos naturais de limpeza oral.
� Ao mesmo tempo ocorre renovação do epitélio e aumento do fluxo gengival e uma
renovação celular do epitélio da bolsa periodontal.
•Novo ambiente protegido do meio supragengival e banhado pelo fluido gengival
contendo células epiteliais descamativas, bactérias e seus produtos metabólicos.
Interrelações e estabelecimento de microrganismos subgengivais
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CÁLCULO DENTAL
Depósito aderente em vias de calcificação ou calcificado sobre os dentes ou estruturas sólidas 
presente na cavidade oral => placa bacteriana mineralizada.
� Cálculo supragengival:
Cálculo coronário à margem gengival e visível na cavidade oral. Higiene deficiente, falta de
função mastigatória e na posição dentária podem contribuir para aumento na taxa e quantidade
do cálculo.
� Cálculo subgengival:
Se forma abaixo da margem gengival, usualmente nas bolsas periodontais, não é visto no
exame oral. É denso, duro, de coloração escura, consistência petrificada e fortemente aderido à
superfície dental.
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COMPOSIÇÃO DO CÁLCULO DENTAL:
- Depósito mineralizado com conteúdo inorgânico similar ao osso, dentina ou cemento.
- O componente orgânico consiste em uma mistura de complexos proteícos-polissacarídicos,
células epiteliais descamadas, leucócitos e diversos tipos de microrganismos como na placa
dental.
=> O cálculo supra e subgengival difere na proporção dos seus constituintes.
O acúmulo de placa serve como matriz orgânica para mineralização do cálculo. A precipitação
de minerais ocorre usualmente 1 a 14 dias após a formação da placa.
• A mineralização começa pela ligação de cálcio aos complexos carboidratos-proteína na
matriz orgânica e subseqüente precipitação de sais cristalinos de fosfato de cálcio.
Cálculo
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