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Ecologia Oral

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Gleyson de Souza Lima 
Odontologia – 2019.2 
 
 
 
MICROBIOTA DA CAVIDADE ORAL 
 Em uma boca saudável, a microbiota oral 
é complexa e é composta por mais de 700 
espécies de microrganismos; 
 Exatamente por isso, pela grande 
variedade de microrganismos 
diferentes, a microbiota oral é a mais 
rica do corpo humano. 
OBS: A microbiota do intestino é a maior em 
quantidade do corpo humano, já a da 
cavidade oral é a maior em variedade de 
espécies de microrganismos. 
 Dentre todos esses 700 microrganismos, 
poucos têm a capacidade, em situações de 
desequilíbrio, de causar patologias, como 
Cárie, Doença periodontal e Doença 
periapical. 
MICRORGANISMOS ENDÓGENOS 
 São microrganismos “próprios” do corpo 
humano, pois já estão nele há muito tempo; 
 São os microrganismos adquiridos já 
nas primeiras horas de vida após o 
nascimento. 
 Microrganismos “permanentes” do habitat, 
ou seja, que se instalam e ficar no mesmo 
local por tempo indefinido; 
 Os microrganismos endógenos compõem 
a Microbiota Endógena, também chamada 
de Microbiota Autócne ou Microbiota 
Permanente ou Microbiota Indígena; 
 Então, os microrganismos endógenos são 
a microbiota que se estabelece nas primeiras 
horas de vida após o nascimento e que 
durante a vida o sistema imune a reconhece 
como parte do próprio corpo. 
 
 
 
OBS: Quando uma pessoa faz uso de 
antibióticos, parte desta microbiota morre, 
mas ela tem a capacidade de se regenerar e 
voltar ao estado normal. 
MICRORGANISMOS EXÓGENOS 
 São os microrganismos advindos do meio 
externo e que podem agir como oportunistas; 
 Tais microrganismos vão compor a 
Microbiota Exógena ou Microbiota 
Transitória ou Microbiota Adventícia; 
 Podem ser transitórios no habitat, ou seja, 
não permanecem indefinidamente no sítio 
anatômico do corpo humano; 
 São considerados transitórios porque 
a microbiota endógena vai competir 
com esses microrganismos exógenos, 
atuando como um controle biológico. 
OBS: Tanto a microbiota endógena quanto a 
exógena podem causar patologias, seja 
quando elas se desenvolvem mais do que 
deveriam, seja quando migram para uma 
região onde não deveriam estar. 
 Para adentrar no corpo humano, tais 
microrganismos precisam passar pelas 
barreiras de proteção; 
 Nem todos os microrganismos exógenos 
são patogênicos! 
OBS: Dentro da microbiota endógena existe 
a Microbiota Suplementar, que são 
microrganismos endógenos, mas que estão 
presentes em menos de 1% do total de 
microrganismos da microbiota oral. 
NICHOS DA MICROBIOTA NORMAL 
 Nichos são os locais do corpo em que os 
microrganismos endógenos são encontrados; 
Ecologia Oral 
Gleyson de Souza Lima 
Odontologia – 2019.2 
 Os principais nichos da cavidade oral são: 
a) Biofilme dentário: 
 Na região Supragengival; 
 Na região Subgengival, 
 Em Fissuras/Fossas; 
 Na Superfície interproximal. 
b) Sulco gengival; 
c) Dorso da língua; 
d) Mucosas da boca. 
 Os microrganismos também podem ser 
encontrados na saliva, mas logo são 
eliminados durante a deglutição. 
CONTROLE MICROBIANO DA 
CAVIDADE ORAL 
FATORES QUE PROMOVEM O 
DESENVOLVIMENTO MICROBIANO 
A) Temperatura: 
 A temperatura corpórea, entre 35 e 36ºC, 
é a temperatura ideal para o crescimento de 
muitos microrganismos. 
B) Umidade: 
 A umidade proveniente da saliva promove 
o crescimento de alguns microrganismos da 
cavidade oral. 
C) Potencial Redox: 
 Estruturas supragengivais, como dentes e 
mucosas, possuem alto potencial redox 
(presença de maior quantidade de O2); 
 Já estruturas subgengivais, como o canal 
radicular, possuem baixo potencial redox. 
OBS: Esse fator permite que na cavidade 
oral existam bactérias aeróbias, anaeróbias 
facultativas e anaeróbias obrigatórias. 
D) pH Ácido. 
E) Nutrientes: 
 Nutrientes exógenos, como a sacarose, 
pode estimular o desenvolvimento da cárie 
quando presente em grandes quantidades; 
 Existem também nutrientes endógenos, 
como na saliva e exsudato gengival. 
FATORES QUE LIMITAM O 
DESENVOLVIMENTO MICROBIANO 
A) Limitação de nutrientes; 
B) Antimicrobianos salivares: 
 Na saliva existem substâncias com ação 
antimicrobiana, como bacteriocinas. 
C) pH neutro para alcalino; 
D) Exfoliação de células epiteliais da 
mucosa oral; 
E) Deglutição. 
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA 
MICROBIOTA ORAL 
A) Microbiota do feto: 
 No útero, o feto está livre de 
microrganismos; 
 A partir do nascimento, a cavidade oral 
fica exposta a microrganismos do trato 
vaginal materno; 
 Os microrganismos podem ser adquiridos 
também a partir do contato próximo com 
pessoas logo após o nascimento. 
B) Microrganismos do recém-nascido: 
 A partir de aproximadamente 8 horas após 
o parto, forma-se a Comunidade Pioneira, 
constituída, principalmente, por 
microrganismos que se aderem a mucosas, 
como o Streptococcus salivarius; 
OBS: A comunidade pioneira forma-se no 
período em que não existe elemento dentário 
ainda. 
 A microbiota presente ao completar a 
dentição decídua e mais tarde a dentição 
permanente constitui a Comunidade Climax. 
OBS: A comunidade climax se inicia desde 
os primeiros sinais de erupção dental, já 
Gleyson de Souza Lima 
Odontologia – 2019.2 
quando ocorre o aparecimento da coroa 
dental. 
 Com a perda dos elementos dentários ao 
decorrer do tempo, a microbiota muda, 
ficando semelhante à microbiota existente 
antes da erupção dentária (pioneira); 
 Em outras palavras, a microbiota 
climax volta a ser uma microbiota 
pioneira, com predominância de 
Streptococcus salivarius. 
 Em próteses há uma mistura entre a 
microbiota pioneira e climax. 
SUCESSÃO DA MICROBIOTA 
 A sucessão de uma comunidade pioneira 
para a climax pode ocorrer de duas formas: 
1) Sucessão Alogênica: 
 O desenvolvimento da comunidade 
pioneira ou climax é influenciado por fatores 
não microbianos; 
 Ex: presença ou ausência de dentes. 
2) Sucessão Autogênica: 
 O desenvolvimento da comunidade é 
influenciado por fatores microbianos, ou seja, 
por características do próprio hospedeiro; 
 Ex: Quando ocorre uma redução redox, os 
microrganismos que se desenvolvem mais 
são os anaeróbios, pois são “resistentes” ao 
oxigênio. 
FATORES ENDÓGENOS DE REGULAÇÃO 
E CONTROLE DA MICROBIOTA 
- Presença ou ausência de dentes; 
- Alterações nos dentes e mucosas; 
- Descamação epitelial; 
- Fluido gengival; 
- Leucócitos; 
- Anticorpos (IgA, IgG, IgM, IgD e IgE); 
- Saliva. 
FUNÇÕES DA SALIVA 
 É o principal sistema de defesa do 
hospedeiro contra a cárie, 
 Realiza uma proteção mecânica a partir da 
remoção de alimentos e microrganismos 
(limpeza); 
- Sistema Tampão: 
 A saliva atua na manutenção do pH da 
cavidade oral com o objetivo de manter esse 
pH controlado; 
 A saliva tenta evitar que o pH oral 
chegue ao pH crítico do dente (~ 5,5), 
no qual pode ocorrer danos ao 
elemento dental. 
OBS: Quando o pH crítico é alcançado, 
ocorre perda/saída dos íons de hidroxiapatita 
do esmalte dentário para o meio bucal 
(desmineralização). Com isso, o meio bucal 
se torna gradualmente saturado com tais 
íons e começa a devolvê-los para o dente em 
um processo denominado remineralização. 
 A saliva é um reservatório mineral de 
cálcio e fosfato, atuando na remineralização 
do elemento dental; 
 A saliva também é rica em substâncias 
antibacterianas, como imunoglobulinas e 
bacteriocinas. 
FATORES EXÓGENOS DE REGULAÇÃO E 
CONTROLE DA MICROBIOTA 
- Dieta: uso inteligente do açúcar; 
- Fatores mecânicos: hábitos de higiene 
bucal; 
- Fatores químicos: uso de antibióticos, 
fluoreto, presença de algumas enzimas, 
antissépticos, dentifrícios e colutórios. 
PROCESSO DE DESMINERALIZAÇÃO E 
REMINERALIZAÇÃO 
Gleyson de Souza Lima 
Odontologia – 2019.2 
CURVA DE STEPHAN 
 É a curva de acidogênese da placa de 
pessoas cárie-ativas, dividida em três fases: 
a) Fase de queda rápida depH; 
b) Fase de permanência do pH abaixo do 
crítico para o esmalte dental; 
c) Fase de recuperação do pH. 
 A curva de Stephan calcula o tempo em 
que o pH oral permanece abaixo do crítico; 
 Quanto maior esse tempo, maiores 
serão as chances do indivíduo 
desenvolver cárie ou uma erosão 
dentária, por exemplo. 
 Quanto menor o tempo, menores são 
as chances. 
 O açúcar ingerido vai ser metabolizado 
pelos microrganismos, dentre estes os 
microrganismos da cárie, como o S. mutans, 
fazendo com que ocorre uma diminuição do 
pH oral; 
OBS: A hidroxiapatita do esmalte é um 
hidrofosfato de cálcio, o que faz com que 
esse mineral, muito pouco solúvel, se 
dissolva em meio ácido, tendo pH crítico de 
5,5. 
 Então, com a rápida redução do pH oral, 
este se aproxima ou fica ainda menor que 
5,5, causando a desmineralização o esmalte 
(devido a perda de íons de hidroxiapatita 
para o meio bucal); 
 Gradualmente, o meio bucal vai se 
tornando saturado, até que em certo 
momento, o pH começa a retornar ao seu 
estado de origem e os íons de hidroxiapatita 
retornam para o elemento dentário 
(remineralização). 
MINERALIZAÇÃO CONSTANTE DO 
ESMALTE 
 pH do esmalte/placa/saliva é superior a 
5,5; 
 A saliva e a fase líquida da placa estão 
saturadas de íons provenientes dos sais de 
hidroxiapatita, como íons de Ca2+ e fosfato; 
 Nesta situação fisiológica, a tendência 
físico-quimíca faz com que o dente 
ganhe constantemente esses íons do 
meio bucal, caracterizando a 
mineralização do esmalte por cristais 
de hidroxiapatita. 
DESMINERALIZAÇÃO 
 Disponibilidade de carboidratos 
fermentáveis na placa dental; 
 Bactérias com metabolismo sacarolítico 
geram grande quantidade de ácidos 
orgânicos; 
 Esses ácidos orgânicos fortes determinam 
uma diminuição drástica do pH para níveis 
inferiores a 5,5; 
 Com essa queda do pH, os íons tendem a 
sair do esmalte para tentar controlar essa 
queda, na tentativa de subir novamente para 
o mais próximo do pH oral ideal. 
 HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL 
- Esmalte pós-eruptivo ainda imaturo  
apresenta uma “janela de infectividade”, pois 
o esmalte ainda é pouco resistente às 
variações bruscas de pH; 
- Defeitos no esmalte  como hipoplasia; 
- Morfologia e características genéticas do 
próprio dente  tamanho, superfície, 
profundidade de fossas e fissuras; 
- Apinhamento dentário; 
- Aspectos sociais  alimentação, hábitos 
de higiene, educação e econômico. 
FLÚOR 
 O flúor é um importante coadjuvante na 
manutenção do pH bucal; 
 O flúor tem dois mecanismos de ação: 
Gleyson de Souza Lima 
Odontologia – 2019.2 
1) O primeiro é sua ação antimicrobiana, 
visto que, quando está fora da célula 
(extracelularmente), vai estar associado ao 
H+, na forma de HF e, quando entra na célula 
(intracelularmente), fica apenas como íon 
fluoreto (F-), que consegue inativar enzimas 
do metabolismo microbiano. 
2) O segundo é quando o flúor interage com 
a hidroxiapatita do esmalte dentário, num pH 
inferior a 5,5, formando fluoroapatita, que 
vai diminuir o pH crítico do esmalte, 
tornando-o mais resistente a variações de pH 
típicos de processos cariosos, inibindo a 
deterioração dos dentes. 
 O excesso de flúor (Fluorose) pode ter um 
efeito contrário ao desejado, podendo 
aumentar as chances do dente ficar mais 
quebradiço e com manchas.

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