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RESENHA Análise estrutural de romances brasileiros, Affonso Romano de Sant'Anna

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UNIR – FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ESTUDOS LINGÍSTICOS E LITERÁRIOS
CAMPUS VILHENA
Teoria da literatura II – Letras XXIV
Análise estrutural de romances brasileiros,
de Affonso Romano de Sant’Anna
Acadêmica: Katryne Victória Ribas do Nascimento
Vilhena
Setembro/2016
SANT’ANNA, Affonso Romano de. Análise estrutural de romances brasileiros. 7. ed. São Paulo: Ática, 1990. p. 184
Affonso Romano de Sant’Anna, nascido no ano de 1937, jornalista, escritor e professor doutor pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sant’Anna escreveu o livro Análise estrutural de romances brasileiros, esta obra está dividida em oito capítulos, sendo os dois primeiros, análises teóricas de elementos do romance e os outros seis, análises de romances famosos da literatura brasileira, como O Guarani, A moreninha, O cortiço, Esaú e Jacó, Vidas Secas e Laços de família e Legião estrangeira. Serão resenhados os capítulos um, dois e quatro.
No capítulo um, A narrativa de estrutura simples e a narrativa de estrutura complexa, o autor faz um comparativo entre os dois tipos de estruturas, dizendo que a narrativa simples está vinculada com a forma de narrar na oralidade e como o autor mesmo diz se comporta de maneira ingênua, natural e primitiva. Já a narrativa de estrutura complexa, faz com que haja um distanciamento entre o indivíduo e a realidade ordinária, ela é crítica do real e crítica da própria forma de narrar. Para exemplificar as duas formas de estrutura o autor cita dois autores brasileiros, José de Alencar e Machado de Assis. O guarani, de José de Alencar, revalida a ideologia medieval em sua versão mítico-indianista, já em Senhora, de Machado de Assis, ele procura fazer uma crítica ao “mercado matrimonial, que a sociedade burguesa organiza.
Na parte dois, Elementos para uma teoria do romance (no Brasil), Sant’Anna faz uma breve explicação sobre a narrativa e o espaço real e a narrativa e o espaço simbólico. Quando se trata da narrativa e o espaço real, observamos que ele está interessado em descrever e criticar o espaço real, através de verossimilhança externa, e dentro desse há duas manifestações, a ideológica que relata o real a partir da ótica predominante, ele não está voltado para a criação (qualidade), mas para a reprodução (quantidade), sendo assim seu produto final se baseia em uma crônica, uma história, uma sucessão de quadros e retratos de costumes; já a narrativa contra ideológica , está voltada para um referente externo e mais para a verossimilhança ambiental, ela não é tão transparente ao real. A narrativa e o espaço simbólico também pode ser dividida entre o ideológico e o contra ideológico, o ideológico se dá quando a narrativa cumpre o código que reproduz todos os princípios que estruturam as obras, sejam elas de determinada época, região, geração ou movimento literário; a contra ideológica é quando a narrativa se afasta do código vigente, ela tem seus próprios referentes, ela se define pela sua diferença em relação as demais obras.
No quarto capítulo, Sant’Anna faz a análise do romance A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, considerado por muitos críticos como um romance curioso e importante apenas do ponto de vista histórico, tendo em vista que mais de cem anos depois continua atingindo um público diversificado tendo sido convertido para cinema, televisão, estórias em quadrinhos. O primeiro item que o autor apresenta é como o narrador enfoca na ironia criando assim uma tensão na estória, que na enunciação é romântica, essa tensão se incrementa quando Fabricio e Augusto apostam entre si, outro aspecto é quando no primeiro capítulo os jovens se encontram e provocam uma discussão sobre o conceito de amor, que depois passa para uma apresentação irônica do que era a querela entre o Romantismo e o Classicismo; na segunda parte o autor coloca sobre o cruzamento da lenda e do romance, quando Macedo chega no capítulo sete ele passa a apropriar-se da lenda de Aí e Aoitin, para exercer a função de preparar o reencontro dos personagens Augusto e Carolina, tendo em vista que o autor utiliza de suportes da obra romântica, como fontes orais, lenda, balada. Um outro aspecto a ser apontado pelo autor é a narrativa como uma composição lúdica, mas simétrica, em que ele demonstra trechos em que o lúdico expõe-se através dos efeitos irônico e assim critica ambiguamente o próprio código romântico de que o autor está se servindo, o lúdico aparece na forma dos tipos de linguagem (prosa, poesia, lendas, fontes escritas e orais), que faz com que o gênero romântico seja completo, cheio de linguagens heterogênicas.
Tendo em vista os aspectos observados, entende-se que por narrativas de estruturas simples são baseadas na forma em que se narra na oralidade, já a narrativa de estrutura complexa faz com que autor pense além, já que ela promove um distanciamento entre o indivíduo e a realidade. Quando se fala nas questões ideológica e contra ideológicas, a ideológica segue certo padrão, segue um código baseado na época e região, quando observado o contra ideológico, percebemos que ele é diferente das outras narrativas, não segue um padrão, segue seu próprio caminho. Já a análise do romance A Moreninha...

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