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Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado no Direito Previdenciário

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Profª. Marcilene Marques
Aula 3: Manutenção, perda e restabelecimento 
da qualidade de segurado.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aula 3: Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DESTA AULA
Manutenção e perda da qualidade de segurado.
2. Restabelecimento da qualidade de segurado.
3. Resumo Geral
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Aula 3: Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado.
1. MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
 A filiação à Previdência Social na qualidade de segurado obrigatório decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada abrangida pelo RGPS.-
 Já a inscrição é o ato material da filiação ao  RGPS e resulta da comprovação dos dados pessoais.
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Sendo assim, o ato pelo qual o contribuinte como o empregado, o empregado doméstico, o contribuinte individual e o trabalhador avulso , efetuam diretamente o pagamento ou a empresa a retém e arrecada a favor da Previdência Social é chamado de Contribuição; 
1 - empregado e trabalhador avulso- pelo preenchimento dos documentos que os habilitem ao exercício da atividade, formalizado pelo contrato de trabalho(no caso de empregado) e pelo cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra(no caso de trabalhador avulso); -
2-empregado doméstico - pela apresentação de documento que comprove a existência de contrato de trabalho
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 3) Empresário- pela apresentação de documento que caracterize a sua condição;
4) Trabalhador autônomo ou a este equiparado- pela apresentação de documento que caracterize o exercício de atividade profissional , liberal ou não.
Entretanto , nos temos dois tipos de categoria de segurados da Previdência Social que não seguem a regra geral , sendo eles :
1) Segurado especial: pela apresentação de documento que comprove o exercício de atividade rural
2) Facultativo: pela apresentação de documento de identidade e declaração expressa de que não exerce atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório.
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A filiação do Segurado Facultativo representa ato de vontade, gerando efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento em dia, não podendo retroagir e não permitindo o pagamento de contribuições relativas a competências anteriores à data da inscrição.
Já para o segurado especial e quem é esse segurado especial? o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador artesanal e seus assemelhados, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis anos de idade ou a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo, (Art. 9º, Inc. VII, Dec. 3.048 – DOU – 07/05/1999) resta comprovar o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua
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 A qualidade de segurado é mantida, em regra, pela continuidade no pagamento das contribuições, uma vez que o subsistema previdenciário fulcra-se na contributividade. Essa foi a opção do constituinte buscando manter o equilíbrio financeiro-atuarial. Com isso, para ter acesso às prestações, faz-se necessário verter contribuições para o sistema. No entanto, como se trata de uma relação de direito social (seguro social), o legislador previu algumas circunstâncias nas quais, sempre que nelas se encontrar, o segurado tem garantida a qualidade de segurado pelo tempo determinado em lei, independentemente do pagamento de contribuições. 
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O período, que independe do pagamento de contribuições e mantém a qualidade de segurado foi denominado pela doutrina como período de graça. O art. 15 da Lei nº 8.213/91 expressa as hipóteses de período de graça (vide o artigo).
No art. 15, §§1º e 2º, o legislador trouxe previsões de prorrogação dos prazos transcritos (vide o dispositivo citado).
Por força da Lei nº 10.666/2003, a perda da qualidade de segurado não será considerada para concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. No caso de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada desde que o segurado comprove o número mínimo de contribuições exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.
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Não será concedida a pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a perda dessa qualidade, salvo se já tiverem sido cumpridos os requisitos para concessão de aposentadoria (direito adquirido) ou se comprovarem que no momento do óbito o segurado estava incapacitado laboralmente. 
Durante o período de graça, ou seja, nos prazos concedidos pelo legislador, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social, conforme art. 15, §3º da Lei nº 8.213/91.
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Exemplo:
 Empregado – Período do vínculo empregatício: 01/01/2012 a 07/2013.
Período de Manutenção da Qualidade de Segurado: 01/08/2013 a 07/2014 = 12 meses .
Se o segurado possuía mais de 120(cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, a manutenção dessa qualidade seria de 01/08/2013 a 07/2015= 24 meses.
Se o segurado desempregado, comprovar por registro  no órgão  próprio do Ministério do  Trabalho e Emprego, o período de manutenção da qualidade de segurado seria: 08/2013 a 07/2016 ( 24 meses) ou 08/2013 a 07/2016= 36 meses.
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Art. 13 do decreto 3.48/99 descreve . Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; 
II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; 
III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; 
IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso; 
V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e 
VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. 
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§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. 
§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego. 
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 PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
1.2 O art. 15, §4º da Lei nº 8.213/91 determina o momento legal da caracterização da perda da qualidade de segurado. Esse momento está ligado ao mecanismo legal de pagamento das contribuições determinadas na lei de custeio (Lei nº 8.212/91), a qual estabelece que os fatos geradores das contribuições de um mês serão pagos no mês seguinte. Assim, traduzindo a previsão legal, a
caracterização da perda da qualidade de segurado ocorre a partir do 16º dia do segundo mês após o término do período de graça.
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Em suma, se o período de graça não for observado pelo segurado, haverá a perda dessa qualidade, o que significa a caducidade de seus direitos, especialmente o cumprimento das carências até então e acesso às prestações previdenciárias. Assim, quando o segurado não conseguir retornar ao mercado de trabalho (situação de desemprego) para garantir a continuidade da proteção previdenciária, pouco antes da expiração do período de graça, deverá, para manter a qualidade de segurado, passar a contribuir como segurado facultativo.
O período de graça pode ser utilizado inúmeras vezes, sempre que o segurado estiver em uma das hipóteses previstas em lei. No entanto, deve ser ressaltado que o período de graça não conta como carência nem como tempo de contribuição.
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2. RESTABELECIMENTO DA QUALIDADE DE SEGURADO
Havendo a fatal perda na qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois do segurado contar na nova filiação à previdência social, com, no mínimo, 1/3 do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido. É o que está previsto no art. 24, parágrafo único da Lei nº 8.213/91. Portanto, quando ocorrer a perda da qualidade de segurado deve, necessariamente, haver nova filiação. 
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 Exemplo:
Uma pessoa que teve o vinculo de emprego do período compreendido de 06/2007 a 12/2010 e deixou de contribuir por mais de 12 meses, perdeu a qualidade de segurado .
Porém , se esta pessoa retornar ao mercado de trabalho a contar de 03/2014 , a contar desse momento ela recupera a condição de segurado.
Outrossim, para que ela possa fazer jus à um beneficio Previdenciário, como por exemplo o auxílio-doença, ela terá que contribuir com mais 1/3 do benefício requerido, ou seja, 4 meses que corresponde a 1/3 de 12 meses que é a carência desse benefício. Enquanto não completar 4 meses de contribuição após a volta das contribuições não poderá usufruir do benefício.
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RESUMO GERAL
No primeiro tema vimos que a qualidade de segurado é mantida basicamente pela continuidade pelos pagamentos das contribuições, entretanto, existem situações legais, por exceção, que o segurado tem garantida esta qualidade, independentemente do pagamento de contribuições, pelos prazos definidos em lei. Esse lapso temporal é denominado de período de graça. As hipóteses estão previstas na lei de benefícios previdenciários.
No segundo tema tratamos do vencimento do período de graça e a conseqüente perda da qualidade de segurado. Esta perda tem haver com a inércia do segurado em se inscrever como segurado facultativo ainda dentro do período de graça.
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A perda desta qualidade significa a caducidade de seus direitos, sendo certo que a lei determina que, em situações especiais, a perda da qualidade de segurado não será considerada para concessão de benefícios, a saber: aposentadorias por tempo de contribuição, idade e especial, assim como a pensão por morte. A Lei nº 10.666/2003 regula estas previsões.
No terceiro tema tratamos do restabelecimento da qualidade de segurado após a perda dessa condição, inclusive das carências anteriormente cumpridas, depois do segurado promover nova filiação, a contar, no mínimo, 1/3 do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência do benefício pretendido.
 
Elaborado Por Carlos Renato
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