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12/2/2015 1 Distúrbios Hemodinâmicos Prof. Dr. Diego Galace Edema Aproximadamente 60% do peso corporal magro corresponde à água; “2/3 intracelular”; 5 % estão no plasma sanguíneo; O movimento da água e dos solutos de baixo peso molecular (sais) entre os espaços intersticial e intravascular – controlado pela pressão hidrostática vascular e da pressão coloidosmótica plasmática; Edema Acúmulo anormal de líquido nos espaços intersticiais ou nas cavidades corporais. Pode ser: Inflamatório, Nãoinflamatório ou hemodinâmico, Linfedema; Edema Não-Inflamatório Causas: - Aumento na pressão hidrostática intravascular. - Queda na pressão coloidosmótica. - Comprometimento do fluxo dos linfáticos. - Retenção primária de sódio. Edema Não inflamatório Fisiopatologia 1.Pressão hidrostática aumentada 2. Pressão oncótica reduzida do plasma – hipoproteinemia 3. Retenção de sódio 4. Obstrução Linfática Pressão Hidrostática Aumentada Retorno Venoso Deficiente ◦ ICC ◦ Ascite (Cirrose Hepática) ◦ Obstrução Venosa Crônica Trombose Pressão Externa (massa) Inatividade da Extremidade inferior com dependência prolongada Dilatação arteriolar ◦ Calor 12/2/2015 2 Redução da Pressão Osmótica Plasmática (Hipoproteinemia) Ascite (Cirrose hepática); Desnutrição; Gastroenteropatia Perdedora de Proteínas; Obstrução Linfática Inflamatório; Neoplásica; Pós Cirurgia; Pós Irradiação; Retenção de Sódio Excessiva ingestão de sal “Insuficiência renal”; Aumento da reabsorção tubular de sódio; 12/2/2015 3 Imflamação Inflamação Aguda; Inflamação Crônica; Angiogênese; Edema Sistêmico A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é a causa + comum. A pressão oncótica reduzida do plasma ocorre em várias condições (+ importante). A síntese comprometida de proteínas plasmáticas na cirrose hepática. Edema Localizado Edema de perna bilateral Edema de perna unilateral Causas incomuns de edema localizado (Destruição ou bloqueio dos linfonodos inguinais ou linfáticos) Fisiopatologia (cont) Exsudato- Processos Inflamatórios ◦ Rico em Proteinas (Aumento da permeabilidade capilar) Transudato- Pacientes com IC ou Desnutrição; ◦ Pobre em Proteinas Hiperemia e Congestão Hiperemia e Congestão Decorrem de um aumento local do volume sanguíneo (Interior dos vasos dos órgãos). Ativa: Processo ativo resultante da dilatação arteriolar; Ex: músculo no exercício e inflamação local. Morfologia: Tecido vermelho (eritema) devido ao acúmulo “Congestionado” dos vasos com sangue oxigenado. Hiperemia e Congestão Passiva ou Congestão: Obstrução venosa isolada ou sistêmica (ICC). Ex: Pulmões na ICC (insuficiência ventricular direito), fígado no IC direita. Morfologia: Ocorre dilatação das veias, Tecidos com coloração azul-avermelhada (cianose) , A estase prolongada leva à hipóxia e pode causar morte celular devido ao acúmulo de sangue desoxigenado, A congestão normalmente está associada à edema intersticial. 12/2/2015 4 Hemorragias Hemorragia Saída de sangue do espaço intravascular (vasos ou coração) para o compartimento extracelular; Internas; Externas: sangue seqüestrado no interior de um tecido. Ex: hematoma. A ruptura de uma grande artéria ou veia resulta em hemorragia grave e quase sempre é devido a uma lesão vascular, incluindo trauma, arteroesclerose, ou erosão da parede do vaso por inflamação ou neoplasia; Hemorragia Tecidual pode ocorrer com padrões distintos, cada um com suas implicações clínicas próprias Classificação de acordo com o Tamanho Hemorragia “Externa” ou “confinada dentro do tecido”, qualquer acúmulo nos tecidos é chamado de hematoma; INSIGNIFICANTE ÓBITO Hemorragia Minúsculas (1 a 2 mm) na pele, nas membranas mucosas ou nas superfícies serosas são chamadas de petéquias; 12/2/2015 5 Hemorragias levemente maiores (≥ 3 mm) são chamadas de púrpuras. Estas podem estar associadas às mesmas doenças que causam as petéquias, ou podem se secundária a trauma, inflamação vascular (vasculite); Hematomas subcutaneas maiores (> 1 a 2 cm) “contusões” são chamados a equimose. Os glóbulos vermelhos nessas lesões são degradados e fagocitados pelos macrófagos a hemoglobina (cor vermelho azulada); Grandes acúmulos em cavidades corporais: Ex: Hemotórax, hemopericárdio, hemartrose. Hemorragias Hemorragia por Rexe: Sangramento que ocorre em decorrência de ruptura da parede vascular ou do coração. Causa: traumatismo, enfraquecimento da parede vascular. Diátese Hemorrágica: Tendência para o sangramento sem causa aparente (hemorragia espontânea). Ex: Anormalidades da parede vascular como telangiectasia hemorrágica hereditária (doença de Osler) → anormalidade das fibras colágenas. Hemorragia Alterações plaquetárias → trombocitopenia → petéquias na pele, reina e mucosas. Evolução: As hemácias sofrem lise ou são fagocitadas por macrófagos. A hemoglobina liberada transforma-se em biliverdina e depois em bilirrubina. O ferro das hemácias transforma-se em hemossiderina e pode ser encontrado no interior dos macrófagos. Ocorre alterações na cor da lesão hemorrágica: Primeiro dia – hematomas avermelhados, Dias seguintes – cor azul-violáceo, “Bilirrubina” Após uma semana – cor esverdeada, Após dez dias – cor amarelada. “Hemossiderina” Hemorragia Conseqüências e complicações: Depende da quantidade de sangue perdido, do local e da velocidade da perda. Choque hipovolêmico (perda de 20% do volume sanguíneo de forma rápida); Anemia – sangramento crônico e repetido. Ex: úlcera gástrica; Asfixia – hemorragia pulmonar acentuada com encharcamento dos alvéolos pelo sangue; Tamponamento cardíaco – após ruptura ventricular por infarto agudo do miocárdio (IAM) → sangue ocupa o espaço pericárdico → queda do DC e choque cardiogênico. TROMBOSE Trombose Processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos sanguíneos ou do coração, no indivíduo vivo. Trombo – massa sólida formada pela coagulação do sangue. Etiopatogenia: Ativação patológica do processo normal de coagulação. 12/2/2015 6 Lesão Endotelial Fluxo Sanguíneo anormal Hipercoagulabilidade Trombose Fatores associados à formação dos trombos (tríade de Virchow): Lesão endotelial (tabagismo e hipercolesterolemia). Alteração do fluxo sangüíneo - Estase – pacientes acamados. - Turbulência – bifurcação de vasos. Estados adquiridos como repouso prolongado Hipercoagulabilidade - Deficiência de fatores anticoagulantes (antitrombina), - Lesão tecidual (cirurgia, queimaduras, fraturas). Morfologia: Os trombos podem surgir em qualquer local do sistema cardiovascular. Trombos aórticos ou cardíacos (murais): Tipicamente não-oclusivos Aparecem em locais de lesão endotelial Brancos Trombos venosos: São oclusivos Aparecem em local de estase Vermelhos Destino do trombo: Propagação Provocando obstrução completa do vaso. Embolização Desloca-se para outros locais da rede vascular. Dissolução Por atividade fibrinolítica. Organização e recanalização Restabelecendo o fluxo vascular. 12/2/2015 7 Conseqüências Clínicas “Os trombos são significativos, pois eles provocam a obstrução de artérias e veias e são fontes de êmbolos.” Embolizar-se nos Pulmões e levar a óbito Infartos Trombose Venosa (Flebotrombose) Ocorre nas veias superficiais ou profundas das pernas. Trombos superficiais ocorrem em veias safenas varicosas → congestão local, tumefação, sensibilidadee dor. Raramente sofrem embolização e predispõe a infecções da pele e úlceras varicosas. Trombos profundos (TVP) ocorre em veias maiores (poplítea, femural e ilíaca). Normalmente sofrem embolização. Úlceras Varicosas Edema local e a drenagem venosa deficiente predispõem a pele sobrejacente a infecções após traumas leves e ao desenvolvimento de úlceras varicosas. Trombose Venosa (Flebotrombose) Fatores que predispõe à TVP: Idade avançada e repouso no leito, ICC, Traumatismo, cirurgias ou queimaduras (diminuição da atividade física, lesão endotelial, liberação de substâncias coagulantes), Pós-parto, Tumores EMBOLIA 12/2/2015 8 EMBOLIA É uma massa sólida, líquida ou gasosa intravascular desprendida que é levada pelo sangue a um local distante de seu ponto de origem. *99% trombo desalojado → tromboembolia Formas raras → gotículas de gordura → bolhas de ar ou N2 → fragmentos de tumores Conseqüência → necrose isquêmica do tecido distal. EMBOLIA Incidência de 20 a 25% dos pacientes hospitalizados Pernas (veias profundas do joelho) Lado direito do coração → pulmão Morte súbita → insuficiência cardíaca direita – 60% circulação pulmonar obstruída por êmbolos. Tromboembolia Pulmonar a) Embolia maçica – obstrução do fluxo sang .pulmonar – sobrecarga direita. b) Tromboembolia em artéria de médio calibre – infarto pulmonar. c) Múltiplos êmbolos - causando hipertensão pulmonar. Tromboembolia Sistêmica Presença de êmbolos na circulação arterial. Origem: 80% de trombos murais intracardíacos Aneurismas da aorta Trombos em placas ateroscleróticas ulceradas. 12/2/2015 9 Locais de Embolização: Membros inferiores – 75% Cérebro – 10% Intestinos, rins, baço – 10% Membros superiores - 5% Embolia Gordurosa 90% dos indivíduos com lesões esqueléticas graves. Síndrome da embolia gordurosa → 1 a 3 dias após o trauma → taquipnéia, dispnéia e taquicardia → sintomas neurológicos → irritabilidade e inquietude → delírio ou coma. Embolia Gasosa Trauma torácico; Doença por descompressão: Causada por súbitas alterações da pressão atmosférica. O ar inspirado sob alta pressão (mergulhadores) produz quantidades crescentes de gás (N2) que se dissolve no sangue. A rápida despressurizarão leva a expansão do gás dissolvido, separando-se da solução e formando êmbolos gasosos. Embolia de Líquido Amniótico Complicação grave e incomum, causada pela infusão de líquido amniótico na circulação materna. Sintomas: Dispnéia intensa e súbita Cianosee choque hipotensivo Convulsões e coma INFARTO Refere-se a uma área de necrose isquêmica, geralmente causada pela oclusão do suprimento arterial (97% dos casos). Fatores que influenciam o desenvolvimento de um infarto: ◦ Padrão anatômico do suprimento vascular; ◦ Velocidade de desenvolvimento da oclusão; 12/2/2015 10 Vulnerabilidade à hipóxia; Conteúdo de oxigênio do sangue. Morfologia Vermelhos (hemorrágicos) Brancos (pálidos, anêmicos), podendo ser sépticos ou não-infectados. Vermelhos Oclusões venosas; Tecidos frouxos (pulmões); Tecidos com dupla circulação Tecidos previamente congestos; Local de oclusão e necrose prévia. Brancos Órgãos sólidos com circulação arteriais terminais. Formato de cunha ápice – vaso ocluído Base – periferia do órgão Margens irregulares →padrão de suprimento adjacente. Histologicamente → necrose coagulativa isquêmica. Inicial – resposta inflamatória seguida de uma, resposta reparadora. Exceção: cérebro → necrose liquefativa. CHOQUE Choque Hipoperfusão disseminada das células e tecidos devido a volume sanguíneo circulante inadequado, resultando: liberação insuficiente de O2 e nutrientes p/ as células e tecidos, depuração inadequada de metabólitos, desvio hipóxico proveniente do metabolismo aeróbico p/ anaeróbico, às vezes resultando em acidose láctica. 12/2/2015 11 Conceito Apanhado de síndromes que leva a uma insuficiência circulatória e perda de líquidos circulantes → Colapso Vascular A sintomatologia ocorre em resposta a perda de sangue e água. Resultados Hipotensão Hipoperfusão Tecidual Hipóxia Celular Eventos Letais Hemorragia Grave Traumatismos Extenso Grande infarte do miocardio e embolia pulmonar Patogenia Choque cardiogênico (“bomba deficiente”, redução do debito cardíaco) devido à lesão miocárdica (infarto do miocárdio), arritmias, tamponamento ou obstrução do fluxo de saída. Choque hipovolêmico ou hemorrágico queimaduras graves, lesão traumática). Choque séptico (infecções baceteriêmicas) Raros tipos adicionais de choque: neurogênico e anafilático. Existem 3 estágios clássicos de choque: 1. Estágio compensado. 2. Estágio descompensado. 3. Choque “irreversível”.
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