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FORMALISMO X FUNCIONALISMO FORMALISMO Final do século XX Linguagem como objeto AUTÔNOMO Análise da língua DESCONTEXTUALIZADA ALGUMAS EXPLICAÇÕES... A utilização dos fenômenos psicológicos e sociológicos nos estudos da linguagem, fere o princípio da autonomia da lingüística. Língua como bem inato,transmitido geneticamente, comum a espécie humana. Primeira concepção da linguagem – função principal é a de expressão de pensamento. Gramática para definir a língua, pela utilização de regras sintáticas. PERSONAGENS DO FORMALISMO Estruturalismo Bloomfield e Saussure Gerativismo Chomsky O Funcionalismo estuda a função das palavras no momentos de comunicação. Funções de Linguagem Função Referencial Função Fática Função Poética Função Emotiva Função Conativa Função Metalingüística Funcionalismo A linguagem como um instrumento de comunicação e interação social A língua baseada em seu uso real como objeto de estudo. Tipos de Funcionalismo Funcionalismo Europeu Círculo Lingüístico de Praga (Origens das análises funcionais) Vilém Mathesius Nikolay Trubetzkoy Roman Jakobson Mais recentes: Michael Halliday (Escola de Londres) Simon Dik (Grupo Holandês) Vilém Mathesius antecipou a teoria Perspectiva Funcional da Sentença. Ex: Eu já li esse livro. Esse livro eu já li. Modelo da Estrutural Informacional da Sentença. Informação dada =tema Informação nova = rema Ex: O que Maria comprou? Maria Comprou uma bolsa preta. Jacobson foi o responsável pelo conceito de marcação na morfologia. Ex: “meninos”(+ plural) marcada “menino” (- plural) não marcada Halliday Função ideacional: é aquela que transitivamente exprime as experiências do mundo exterior e interior, dando ênfase ao que vai ser contado. Função interpessoal: é aquela que estabelece relações de modo entre membros da sociedade, nela o que importa é o modo que se fala, como se fala, determinando, por exemplo, através da entonação, se uma frase é interrogativa, declarativa, exclamativa e etc. Função textual: é aquela que organiza a situação dentro de um discurso; relação dentro e entre enunciados que codifica uma informação a ser transmitida. O grande terremoto destruirá a Califórnia a qualquer momento. O grande terremoto Participante 01 (que realiza a ação) destruirá Processo Material a Califórnia Participante 02 (afetado pela ação) a qualquer momento Circunstância (quando o fato pode ocorrer) Funcionalismo norte-americano Bolinger Texto pioneiro – The Origins of Syntax in Discourse (Gillian Sankoff e Penelope Brown). Sandra Thompson. Funcionalismo no Brasil Rodolfo Ilari – perspectiva funcional da frase portuguesa. Projeto Norma Urbana Culta – Várias capitais do país Projeto de Estudo do Uso da Língua - (PEUL/UFRJ) Grupo de Pesquisa Discurso & Gramática – sediado em várias universidades. Informatividade Referi-se à forma de compartilhar determinado conhecimento linguisticamente. Informatividade Dado Novo Disponível Inferível Dado Referente anteriormente dado (ou velho) a) aí o mecânico falou que... Ø não sabia qual o homem que tinha apertado aquilo ((risos)) Referente situacionalmente dado (ou velho b) E: e:: agora eu queria que você me… me… dissesse… alguma coisa que você sabe fazer… ou que você… goste de fazer… e como é que se faz isso… 15 Informatividade Referente novo c) aí quando chegou... Ali na:: decida/ porque é Barra... Tijuca... né? quando estava quase chegando a... Tijuca... Vinha... um ônibus na:: direção deles... E tinha um caminhão... parado aqui... Referente disponível d) o Pelé jogou muita bola... e) ... mas... eu a Petrópolis com uma amiga... que nunca tinha subido a serra. Informatividade Referente inferível: e) ... Quando ela viu o ônibus passar... Mas o ônibus já estava indo... e ela começou a gritar pro motorista... Mas ela estava um pouco longe... Iconicidade Correlação motivada entre o código linguístico (expressão) e o seu significado (conteúdo). Subprincípio da quantidade: Quanto maior quantidade de informação, maior quantidade de forma. Ex: Belo > Beleza > Embelezar > Embelezamento Este princípio também acontece quanto à sintaxe da frase. Iconicidade Repetição: Estruturas verbais que o falante usa para causar maior intensidade. Ex: ... Ele fugiu com a moça ... daí fugiram... começaram a correr e o homem atrás deles... correram... correram ... correram ... enquanto isso .... o homem correndo ... correndo atrás deles ... Iconicidade Subprincipío da integração: O que está mentalmente junto coloca-se sintaticamente junto. Ex: a) Maria ordenou: fique aqui. b) Maria fez a filha ficar. c) A filha não queria ficar. Iconicidade Subprincípio da ordenação linear: A ordenação das orações no discurso tende a refletir a sequência temporal em que os eventos aconteceram. Ex: Vim,vi e venci. Subprincípio da relação sequencial e topicalidade:Há um tipo de relação entre a informação vinculada por uma cláusula e a ordenação que ela assume. Ex: Tenho várias amigas, mas minha preferida é Maria. Maria está sempre comigo nas horas difíceis. Contrastividade a) Felipe comprou uma moto. b) Foi Felipe que comprou uma moto. c) Foi uma moto que Felipe comprou. Tendência de antepor determinadas cláusulas para dá um efeito de contraste. Marcação Diz respeito à presença versus ausência de uma propriedade nos membros de um par contrastante de categorias linguística. Ex: “Meninas” [+ plural] é marcada em oposição a “menina”[- plural]. Ex: Vou à padaria comprar pão. Ex:Vamos ao mercado comprar batata. Maior frequência de ocorrências. Forma mais simples. Aquisição mais precoce pelas crianças. Marcação a) Eu uso esta roupa. b) Esta roupa eu uso. Maior expressividade. Gramaticalização Processo de mudança linguística que se caracteriza pela trajetória de um item lexical para um item gramatical. Necessidade de se refazer. a) Trajetória de substantivos e verbos para conjunções: “Querer” para “ Quer chova quer faça sol, estarei lá”. b) Trajetória de nomes e verbos para morfemas : “Mente” (intelecto) > tranquilamente. Gramaticalização Locução “amar hei”, forma do verbo “haver” (“hei”) se incorpora ao verbo: “amarei.” Principais Diferenças e Semelhanças entre Formalismo e Funcionalismo No Formalismo a Linguagem é vista como objeto autônomo. /Expressão de pensamento. No Funcionalismo a Linguagem é vista como uma entidade não suficiente em si mesma. / Instrumento de comunicação. Dik (1989) PARADIGMA FORMAL PARADIGMA FUNCIONAL Como definir a língua Conjunto de orações Instrumento de interação social Principal função da língua Expressão dos pensamentos Comunicação Correlato psicológico Competência: capacidade de produzir, interpretar e julgar orações Competência comunicativa: habilidade de interagir socialmente com a língua O sistema e seu uso O estudo da competência tem prioridade sobre o da atuação O estudo do sistema deve fazer-se dentro doquadro do uso Língua e contexto/ situação As orações da língua devem descrever-se independentemente do contexto / situação A descrição das expressões deve fornecer dados para a descrição de seu funcionamento num dado contexto Aquisição da linguagem Faz-se com o uso das propriedades inatas, com base em um input restrito e não estruturado de dados Faz-se com a ajuda de um input extenso e estruturado de dados apresentado no contexto natural Universais linguísticos Propriedades inatas do organismo humano Explicados em função de restrições; comunicativas; biológicas ou psicológicas; contextuais Relação entre sintaxe, a semântica e a pragmática A sintaxe é autônoma em relação à semântica; as duas são autônomas em relação à pragmática; as prioridades vão da sintaxe à pragmática via semântica A pragmática é o quadro dentro do qual a semântica e a sintaxe devem ser estudadas; as prioridades vão da pragmática à sintaxe Leech (1983, apud Neves, 2001,) ABORDAGEM FORMAL ABORDAGEM FUNCIONAL Linguagem como fenômeno mental Linguagem como fenômeno primariamentesocial Universais linguísticos: herança linguística genética comum da espécie humana Universais linguísticos: derivação da universalidade dos usos da linguagem nas sociedades humanas Aquisição da linguagem pela criança: capacidade inata humana para aprender a língua Aquisição da linguagem pela criança: desenvolvimento das necessidades e habilidades comunicativas Estudo da linguagem como sistema autônomo Estudo da linguagem em relação com sua função social Analise Funcionalista: “O maratonista corria muito” ( estrutura semântica) Analise Formalista: “Pedro Comeu um doce de goiaba” ( relação entre os termos/função) Dilliger 1991 e Nascimento,1989: Formalismo e o Funcionalismo não são teorias excludentes A distinção básica entre o Funcionalismo e o Formalismo é que o funcionalismo incorpora elementos extralinguísticos nas análises enquanto o formalismo limita a analisar somente o que está transparente na forma.
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