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DIREITO ADMIN. II RESUMO PARTE 1

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DIREITO ADMINISTRATIVO 2
Resumo - Parte 1
(Este material destina-se EXCLUSIVAMENTE ao acompanhamento em sala de aula, para melhor compreensão é necessária a utilização do texto constitucional, a legislação em vigor, além da doutrina indicada e da jurisprudência.)
TEMA: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
INTRODUÇÃO:
- No estudo das reponsabilidades é importante observarmos há existência de três tipos de responsabilidades:
A) Civil;
B) Penal;
C) Administrativa.
- Nosso estudo, nesta aula, se dará sobre a Responsabilidade Civil do Estado, também denominada como Responsabilidade Civil da Administração Pública.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – CONSIDERAÇÕES BÁSICAS
DIFERENÇAS ENTRE GOVERNO E ADMINISTRACÃO PÚBLICA
Diferença entre Governo e a Administração Pública. Governo não tem nada a ver com Administração Pública. Não são sinônimos. Andam, lado a lado, de mãos dadas. Primeiro, que Governo é objeto do Direito Constitucional; já o objeto do Direito Administrativo é a Administração Pública. Governo é atividade política e discricionária. A Administração Pública vai materializar operacionalizar a opção política do Governo através de seus órgãos e entidades.
Governo possui responsabilidade constitucional e política, mas sem responsabilidade profissional pela execução (Quantos planos econômicos viraram água!, SARNEY. Foi exatamente o que está acontecendo na Argentina. A intenção do Governo é a mais nobre possível. Não deu resultado, paciêcia!. Você não pode responsabilizá-lo. A Administração, por sua vez, é um instrumento usado para atingir uma meta política, possuindo total responsabilidade. Por exemplo, um motorista de uma ambulância, por imprudência, em alta velocidade, atropela e mata uma criança. Aí, temos a responsabilidade da Administração.
O Estado não existe sozinho. Não é algo vazio. Existe para promover o bem estar da sociedade através da prestação do serviço público, que é a pedra angular do direito administrativo. Para suas finalidades, o Estado vai precisar de um instrumento, de um aparelho. Esse instrumento é que chamamos de Administração Pública. Então, a Administração Pública seria um conjunto de Órgãos, entidades e agentes (servidores).
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA – DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO - TELA
Vamos começar o estudo da Administração Pública Direta, que é muito cobrado em concurso público.
Falar em Administração Direta é falar em entes da Federação. Executa o serviço diretamente, por conta própria e risco próprio.
Na desconcentração, faz nascer os órgãos públicos, mas não geram uma nova pessoa jurídica. Órgão público não é uma nova pessoa jurídica. Órgão é uma subdivisão de uma pessoa jurídica já existente (Os entes da federação são pessoas jurídicas de direito público). Os órgãos podem ser encontrados tanto na Administração Pública Direta quanto na Indireta. Na desconcentração, temos subordinação e hierarquia, diferentemente do que ocorre na Administração Pública Indireta.
Responsabilidade Civil do Estado (Responsabilidade Civil da Administração Pública)
REF. LEGAIS BÁSICAS: 
ART. 18 CF
ART.37, caput, XIX e XX CF
ART. 37, § 6º CF
ART. 927 ao 954; art. 186 e 187 do CC
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” (CÓDIGO CIVIL)
TÍTULO III
Dos Atos Ilícitos
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. ( C.C.)
A Responsabilidade Civil (direito privado) também pode ser denominada como responsabilidade não contratual (extracontratual)
Regra Geral:
Ato lesivo produzido por dolo ou culpa, ação ou omissão;
Existência de dano moral ou patrimonial
Nexo subjetivo de causa (ligação do dano a conduta do agente causador do dano)
Atenção: Não há responsabilização por aquilo que não se deu causa.( teoria da causalidade direta e imediata)
 
A Responsabilidade Civil (direito público) é a responsabilidade civil que a Administração Publica tem para indenizar os danos que seus agentes, ou quem agindo nesta qualidade, causarem a terceiros (art. 37,§ 6º da CF). Alcança os danos patrimoniais e morais.
EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Teoria da irresponsabilidade civil do Estado: É, sem dúvida, o primeiro estágio, tem início no Estado Absolutista, a ideia central é de que o Rei não lesa o súdito. “The King can not wrong”.
Esta teoria já está ultrapassada e não encontra mais respaldo no nosso universo jurídico.
Teoria da Responsabilidade com culpa: Equipara o Estado ao indivíduo, entendendo que o Estado deve reparar os danos causados ao indivíduo da mesma maneira que o indivíduo deve indenizar o Estado que lhe causa danos. (teoria subjetiva)
Teoria da culpa administrativa: (culpa anônima) Representa a transição entre a teoria da responsabilidade subjetiva e a teoria da responsabilidade objetiva. Evidencia-se a culpa administrativa pela falta do serviço. O que pode decorrer do retardamento, ineficácia ou ineficiência do serviço. Não decorre da existência de culpa subjetiva do agente público, mas sim da falta do serviço. Sendo assim, o prejudicado deverá provar a que a falta do serviço lhe causou danos.
Teoria do Risco Administrativo: (culpa presumida) Neste caso o que importa é a existência do dano. Podemos compreender que dois fatores são necessários: o serviço e nexo direto de causalidade entre o fato ocorrido e o dano.
- Nesta Teoria é dispensada a prova de culpa da Administração Pública. Entretanto a responsabilidade civil poderá ser atenuada (compartilhada) ou até mesmo excluída.
Ex. Um acidente automobilístico envolvendo viatura oficial do Estado e o carro de um particular, isto não significa que a Administração Pública estará imediatamente obrigada a reparar o dano, apesar de existir relação entre o fato e dano. Caso a Administração Pública (cabe a ela) prove que o particular deu causa ou contribuiu para o acidente, a responsabilidade civil do Estado poderá ser compartilhada, ou, até mesmo, excluída, conforme o caso.
Atenção: Segundo a doutrina o nosso sistema jurídico não adotou a Teoria do Risco Integral, segundo a qual a relação do fato com dano causado eram suficientes para a responsabilidade civil do Estado. Para alguns autores esta teoria é incompatível com o Estado Contemporâneo por ser injusta e inadmissível. 
FUNDAMENTO DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO: igualdade
- Se todos se beneficiam das atividades do Estado. Então todos podem ser responsabilizados (através do Estado)
- A existência da desigualdade jurídica entre o particular e o Estado, justifica a inversão do ônus da culpa.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ART. 37, § 6º (Teoria do Risco Administrativo)
- As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Pessoas Jurídicas de Direito Público: Entidades da administração pública direta; autarquias e fundações públicas.
Pessoas Jurídicas de Direito Privado prestadoras de serviços públicos: empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas de direito privado, concessionárias, permissionárias e entidades autorizadas de serviços públicos.
Atenção: Não estão inclusas as entidades que prestam serviços de natureza econômica, ainda que integrantes da administração pública indireta. Estas responderão na forma da lei civil (teoria subjetiva).
Agente que causou o dano: A expressão agente não é exclusiva para os servidores público, devendo ser interpretada no sentido amplo, alcançando inclusive os empregados de instituições de direito privado que prestem serviços públicos, integrantes os não da administraçãopública.
TEORIA DO ÓRGÃO – TEORIA DO MANDATO E TEORIA DA REPRESENTAÇÃO:
1. Teoria do Órgão: É a teoria aceita no direito brasileiro. Os órgãos públicos exercem, através de seus agentes as funções públicas e, portanto acarretam responsabilidades para as pessoas jurídicas que representam.
Órgãos Públicos: São centros de competências, desprovidos de personalidade jurídica e criados para o desenvolvimento das funções públicas. 
O Estado age por meio de agentes públicos que estão vinculados aos órgãos públicos que pertencem às pessoas jurídicas que integram a Administração Pública.
2. Teoria do Mandato: A relação formal entre o Estado e o Agente público se dá através de Mandato, cujo instrumento é a procuração.
Problemas sobre a Teoria do Mandato:
 A) Impossibilidade lógica do Estado, que não possui vontade própria, outorgar o Mandato.
 B) Impossibilidade responsabilizar o Estado, quando o mandatário atuasse além dos poderes do mandato.
 
3. Teoria da Representação: A ideia é de que o Agente Público representa o Estado, eis que, o Estado seria equiparado aos incapazes. Sendo assim, o Agente Público seria o tutor do Estado.
Problemas sobre a Teoria da Representação:
 A) considerar pessoa jurídica como incapaz.
 B) impossibilidade de responsabilizar o Estado pelos atos do Agente Público, haja visto que, o Agente Público é o tutor do Estado, que é incapaz.
Atenção: O Direito brasileiro adotou a Teoria do Órgão.
CONSIDERAÇÕES RELEVANTES:
1. O não usuário do serviço público também tem direito a reparação econômica pelos danos causados por agentes de serviços públicos.
2. O serviço público não é só para quem dele se utiliza.
3. O abuso de poder do agente público no exercício da função pública, não afasta a responsabilidade civil da entidade ao qual o agente é vinculado.
4. Atenção: A responsabilidade civil da administração pública é, em regra, objetiva, mas há situações em que a responsabilidade civil seguirá as regras do direito privado. ( teoria da culpa administrativa).
Ex.: Responsabilidade por fenômenos da natureza (enchentes). É necessário que o indivíduo demonstre o nexo causal e que o Estado poderia ter evitado o dano, caso tivesse atuado (omissão).

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