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Filosofia da Educacao Aula 08

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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
CURSOS DE LICENCIATURAS
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Iluminismo e Criticismo Kantiano
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OBJETIVOS
Identificar as características do Iluminismo e seu papel no contexto do século XVIII;
Caracterizar o pensamento Immanuel Kant e sua contribuição na elaboração de uma teoria que investiga o valor dos nossos conhecimentos a partir da crítica das possibilidades e limites da razão.
Estabelecer as diferenças entre o empirismo e o racionalismo e suas implicações para o conhecimento segundo Kant. 
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ILUMINISMO – SÉC. XVIII
O Iluminismo reflete a necessidade de tornar transparente à razão. 
O pressuposto básico do iluminismo afirma, portanto que todos os homens são dotados de uma espécie de luz natural, de uma racionalidade que é uma espécie de luz natural. 
O Iluminismo possui um caráter pedagógico, ou seja, o pensamento iluminista é fortemente voltado para o laico e o secular. 
O Iluminismo volta-se contra toda autoridade que não esteja submetida à razão e à experiência. 
O homem poderá atingir o que Kant chama de sua maioridade, quer dizer pensar por si mesmo. 
Neste sentido o Iluminismo tem sempre um caráter ético e emancipador,ou seja, da autonomia da razão.
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O pano de fundo do Iluminismo é a filosofia crítica que tem como características, três pressupostos básicos: 
a liberdade; o individualismo e a igualdade jurídica. 
Nesse sentido a Revolução Francesa (1789) pode ser considerada uma tentativa de concretização desses ideais: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. 
Os homens nascem e permanecem livres, é o artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem. 
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A Enciclopédia é um projeto monumental pedagógico que pretendeu ser uma espécie de grande síntese do saber da época.
Sua publicação teve grande influência na Revolução Francesa e contribuiu para a contestação da monarquia absoluta e do poder da Igreja.
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Immanuel Kant (1724-1804)
No plano da teoria do conhecimento, Kant se propôs a conciliar o inatismo com o empirismo, através do exercício da crítica superou os limites das duas correntes e provocando uma ruptura epistemológica com o modelo objetivista.
Sua obra pode ser vista como um marco na filosofia moderna. E se notabiliza por duas obras clássicas, em especial: 
a “Crítica da razão pura”, na qual desenvolve a crítica do conhecimento, e “Crítica da razão prática”, em que analisa a moralidade.
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Entre os neo-humanistas, ele foi o principal filósofo que proclamou a saída do homem do estado de incapacidade em que jazia sob o peso da tradição da autoridade. 
Desafia o homem para que se atreva servir a razão.
Define a filosofia como “a ciência da relação de todo conhecimento e de todo uso da razão com o fim último da razão humana”, caracterizando-se pelo tratamento de quatro questões fundamentais:
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O que posso saber? Que diz respeito à metafísica, no sentido kantiano de investigação sobre a possibilidade de legitimidade do conhecimento.
O que devo fazer? Cuja resposta é dada pela moral.
O que posso esperar? O problema da esperança, de que trata a religião.
O que é o homem? Objeto da antropologia, à qual em última análise se reduzem as outras três e que é na verdade a mais importante das quatro.
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Tendo em vista estas questões, o filósofo deve determinar:
A - As fontes do saber humano;
B - A extensão do uso possível e útil de todo saber;
C) Os limites da razão;
O pensamento de Kant também se insere dentro do movimento de crítica à educação dogmática, aberto pela ilustração. 
Embora não concebesse as normas e os modelos conforme a própria existência concreta e variável (mas de um sujeito universal), nem por isso admite o modelo tradicional de ideal, que se imporia exteriormente ao indivíduo. 
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Para ele, são as leis inflexíveis e universais da razão pura e da razão prática que elaboram o conhecimento e a lei moral, o que significa a valorização definitiva do sujeito como ser autônomo e livre, para o qual tanto o conhecimento como a conduta, são obras suas.
A importância atribuída por Kant à educação encontra-se fundamentada nas obras mais clássicas, crítica da razão pura (na qual desenvolve a crítica do conhecimento) e crítica da razão prática (em que analisa a moralidade).
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A crítica da razão pura, visa investigar as condições de possibilidade do conhecimento, ou seja, o modo pelo qual, na experiência de conhecimento, sujeito e objeto se relacionam e em que condições. 
Esta relação pode ser considerada legítima, sujeito e objeto são termos relacionais que só podem ser considerados como partes da relação de conhecimento.
Kant elabora uma teoria que investiga o valor dos nossos conhecimentos, condena os empiristas os quais tudo o que conhecemos vem dos sentidos, também não concorda com os racionalistas para os quais tudo o que pensamos vem de nós (inatismo). 
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Para ele a razão não é capaz de conhecer as realidades que não se oferecem a nossa experiência sensível, tal como Deus.
Kant, defensor da ciência moderna como verdadeiro conhecimento, faz as seguintes críticas aos inatistas e empiristas:
01- O erro ou engano dos inatistas foi pressuporem que a razão e os princípios racionais eram inatos. O que é inato é a estrutura da razão.
02 – O erro ou engano dos empiristas foi pressuporem que a experiência é a fonte, é a origem das ideias racionais. Para ele, a experiência é o momento em que a razão elabora uma ideia racional. 
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03- O erro ou engano de inatistas e empiristas foi partirem do princípio que o objeto, o real ou a realidade, é racional e que pode ser conhecido pela razão.
Portanto, o objeto é o centro da teoria do conhecimento e o sujeito girando ao redor deste.
Para Kant, a razão está no sujeito e não no objeto. É o sujeito quem ocupa o centro na teoria do conhecimento.
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Estrutura de Teoria do Conhecimento para Inatistas e Empiristas 
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PROPOSTA DE KANT
Façamos, pois, uma revolução copernicana em Filosofia: em vez de colocar no centro a realidade objetiva ou os objetos do conhecimento, dizendo que são racionais e que podem ser conhecidos tais como são em si mesmos, comecemos colocando no centro a própria razão.
Não é a razão a Luz Natural? Não é ela o Sol que ilumina todas as coisas e em torno do qual tudo gira?
Comecemos, portanto, pela Luz Natural no centro do conhecimento e indaguemos: 
O que é ela? O que ela pode conhecer? Quais são as condições para que haja conhecimento verdadeiro? Quais são os limites que o conhecimento humano não pode transpor? Como a razão e a experiência se relacionam?
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Estrutura de Teoria do Conhecimento para Kant
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Comecemos, então, pelo sujeito do conhecimento. 
E comecemos mostrando que este sujeito é a razão universal e não uma subjetividade pessoal e psicológica, que ele é o sujeito conhecedor e não Pedro, Paulo, Maria ou Isabel, esta ou aquela pessoa, este ou aquele indivíduo.
Sujeito Transcendental – transcende o objeto por sua capacidade de perceber, estabelecer uma relação de conhecimento, abstrair, pensar, denominar e conceituar o objeto do conhecimento.
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Em lugar de, primeiro e antes de tudo, estudar o que é a própria razão e indagar o que ela pode e o que não pode conhecer, o que é a experiência e o que ela pode ou não pode conhecer.
Em vez, enfim, de procurar saber o que é a verdade, os filósofos preferiram começar dizendo o que a realidade é, afirmando que ela é racional e que, por isso, pode ser inteiramente conhecida pelas idéias da razão.
 Colocaram a realidade exterior ou os objetos do conhecimento no centro e fizeram a razão, ou o sujeito do conhecimento, girar em torno dele.
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RAZÃO PARA KANT
A razão é uma estrutura racional vazia, uma forma pura sem conteúdos. 
Essa estrutura (e não os conteúdos) é que é universal, a mesma para todos os seres humanos, em todos os tempos e lugares. 
Essa estrutura é inata, isto é, não é adquirida através da experiência. 
Por ser inata e não depender da experiência para existir, a razão é, do ponto de vista do conhecimento, anterior à experiência. 
Ou, como escreve Kant, a estrutura da razão é a priori (vem antes da experiência e não depende dela).
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Porém, os conteúdos que a razão conhece e nos quais ela pensa, esses sim, dependem da experiência. 
Sem ela, a razão seria sempre vazia, inoperante, nada conhecendo.
Assim, a experiência fornece a matéria (os conteúdos) do conhecimento para a razão e esta, por sua vez, fornece a forma (universal e necessária) do conhecimento. 
A matéria do conhecimento, por ser fornecida pela experiência, vem depois desta e por isso é, no dizer de Kant, a posteriori.
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Dessa maneira, a estrutura da razão é inata e universal, enquanto os conteúdos são empíricos e podem variar no tempo e no espaço, podendo transformar-se com novas experiências e mesmo revelarem-se falsos, graças a experiências novas.
O que é o conhecimento racional, sem o qual não há Filosofia nem ciência?
É a síntese que a razão realiza entre uma forma universal inata e um conteúdo particular oferecido pela experiência.
Qual é a estrutura da razão?
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A razão é constituída por três estruturas a priori:
 Estrutura ou Forma da Sensibilidade (percepção): permite-nos perceber as coisas como realidades espaciais ou temporais.
Estrutura ou Forma do Entendimento (intelecto): permite-nos compreender as nossas percepções através das categorias de análise (instrumentos ou ferramentas da razão), tais como: quantidade, qualidade, tempo, espaço, etc.
 Estrutura da Razão propriamente dita: não se relaciona com as estruturas anteriores, mas as regula e as controla, possibilitando que a percepção e o entendimento não se misturem e que seja possível o conhecimento racional.
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Conclusão
É isso que a razão pode. 
O que ela não pode (e nisso inatistas e empiristas se enganaram) é supor que com suas estruturas passe a conhecer a realidade tal como esta é em si mesma. 
A razão conhece os objetos do conhecimento. 
O objeto do conhecimento é aquele conteúdo empírico que recebeu as formas e as categorias do sujeito do conhecimento. 
A razão não está nas coisas, mas em nós. 
A razão é sempre razão subjetiva e não pode pretender conhecer a realidade tal como ela seria em si mesma, nem pode pretender que exista uma razão objetiva governando as próprias coisas.
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O filósofo mostra que além do ato do conhecimento, o indivíduo é capaz de outra atividade espiritual, o exercício da consciência moral. 
Kant concluiu que “só o ser humano é moral, agir moralmente é agir pelo dever”.
Desse raciocínio decorre que a pessoa não realiza espontaneamente a lei moral, mas a moralidade resulta da luta interior, assim a verdadeira ação moral tem por fundamento a autonomia e a liberdade. 
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Educação para Kant
Para Kant cabe a educação formar o caráter moral “o homem só pode torna-se homem pela educação” . “Ele é tão somente que a educação fez dele”, ainda “mandamos em primeiro lugar, as crianças à escola, não na intenção de que nela aprenda alguma coisa, mas afim de que se habitue a observar pontualmente o que se lhes ordena”.
Kant redefine a relação pedagógica, reforçando a atividade do aluno que deve aprender “pensar por si mesmo”. O saber é ato de liberdade. 
O princípio kantiano será reexaminado no século XX, por diversos autores na área da moral e da educação, como Piaget ou ainda Habermas. 
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