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Alumínio: Importância Clínica e Determinação

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Alumínio
Introdução
O Alumínio (Al) é usualmente ingerido 
em pequenas quantidades (3 a 5 mg/dia). Pode 
estar presente em vegetais, queijos, saladas, sodas, 
cervejas, água potável, e alimentos preparados em 
utensílios domésticos de Al. Grandes quantidades 
de Al estão presentes em alguns medicamentos 
(anti-ácidos e quelantes de fosfato). Excesso de Al 
acarreta na redução dos níveis de glicose e 
acetilcolina. A carga de Al corporal (tecidual e 
plasmático) normal é de 30 mg. Sua eliminação 
ocorre, de forma exclusiva, por via renal (1,2,3).
Importância clínica
A principal utilização da dosagem do Al 
encontra-se nos pacientes com insuficiência renal 
crônica (IRC). Nestes, a falha da depuração renal, 
associada a medicamentos e líquido dialítico 
contendo Al, podem acarretar: encefalopatia, 
doença óssea resistente à vitamina D e anemia 
microcítica (4). As manifestações da doença óssea 
e da encenfalopatia ocorrem após meses de
diálise, tendo como sinais e sintomas: fraqueza, 
dor muscular e óssea, fraturas, perda de memória, 
distúrbios da fala, tremores, tiques mioclônicos, 
demência, sonolência e convulsões (1,4). 
Trabalhadores expostos ao Al podem desenvolver 
fibrose pulmonar. São descritos associações entre 
exposição ao Al e maior incidência de neoplasias 
de pulmão e bexiga, e esclerose lateral amiotrófica. 
Em estudo europeu, a exposição ocupacional não 
foi relacionada com doença neurológica (5).
Determinação
Apesar do nível plasmático de Al não 
corresponder necessariamente ao nível corporal 
total, é indicador independente de mortalidade 
naqueles pacientes em diálise (6,7,8).
Um dos grandes problemas na dosagem 
do Al é a possibilidade de contaminação do aparato 
laboratorial, o que exige grande precaução. 
Espectrofotometria de absorção atômica é uma 
forma acurada de medir níveis de Alumínio. Níveis 
séricos superiores a 60 mcg/l têm sensibilidade de 
82%, especificidade de 86%, e valor preditivo 
positivo de 76% para o acometimento ósseo; 30% 
dos pacientes com níveis superiores a 100 mcg/l 
desenvolvem encefalopatia.
O Teste de mobilização com 
Desferroxamina (DFO) é útil na avaliação dos 
níveis corporais de Alumínio. A DFO extrai Al dos 
tecidos, aumentando seu nível sérico. No teste, 
infunde-se DFO (5 mg/kg) em pacientes com Al > 
30 mcg/l, durante os 60 últimos minutos da sessão 
de diálise. Dosa-se o Al após 48h (antes da 
próxima sessão de diálise).
Teste é considerado positivo se aumento 
do Al > 50 mcg/l, em relação ao seu nível inicial. 
Níveis de PTH e ferro devem ser considerados na 
análise do teste da DFO. Hiperparatireoidismo 
secundário e deficiência de ferro podem causar 
elevações excessivas do Al no teste da DFO 
(4,9,10,11).
Deve-se lembrar que por ser o Al um 
elemento abundante, a coleta em tubo 
desmineralizado e precauções especiais deverão 
ser tomadas para se evitar possível contaminação 
da amostra.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
estabelece na Portaria nº 82, de 3 de janeiro de 
2000, o controle da concentração sérica do Al em 
pacientes submetidos à tratamento hemodialítico. 
Determinação sérica de Al a cada ano, por meio de 
espectofotometria de absorção atômica. Se o valor 
do Al menor que 30 mcg/l, manter exames anuais. 
Se o valor for igual ou maior à 30 mcg/l, realizar o 
teste da DFO, realizando dosagem do Al a cada 
dois meses. Se a diferença entre as duas dosagens 
de Al sérico for menor que 50 mcg/l manter exame 
anual. Se > 50 mcg/l deve ser realizada biópsia 
óssea e tratamento com DFO. (12)
O Instituto de Patologia Clínica Hermes 
Pardini realiza
Dosagem de Alumínio
Materiais: soro e urina (recente e de 24h).
Método: Espectrofotometria de Absorção Atômica 
com corretor Zeeman.
Valores de referência
Soro Urina
População geral: 
até 10 mcg/L
Pacientes em programa 
de hemodialise: 
até 30 mcg/L
(Clin Nephrol 50(2): 69-
76, 1998.)
Não expostos: 
até 15 mcg/L
Exposição ocupacional: 
até 200 mcg/L 
(DFG/BAT)
 
www.hermespardini.com.br 
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7. Referências
1. Ellenhorn MJ, Schonwald S Ordog G, 
Wasselberger J. Ellenhorn SS. Metals and related 
compounds. In: Ellenhorn’s Medical toxicology. 
2th. Williams & Wilkins.1997; 1532-7.
2. Ravel R. Aluminum. In: Ravel.Clinical 
Laboratory Medicine. 6th. Mosby-Year Book. 
1995; 430-1.
3. Bolla KI, Cadet JL. Metal intoxication. In: 
Goetz CG, Pappert EJ. Goetz: Textbook of Clinical 
Neurology. 1th. WB Saunders Company. 1997: 
774.
4. Llach F, Bover J. Renal osteodystrophy. In: 
Brenner and Rector’s. The Kidney. 6th. WB 
Saunders Company. 2001; 2117-39.
5. Letzel S, Lang CJ, Schaller et al. Longitudinal 
study of neurotoxicity with occupational exposure 
to aluminum dust. Neurology. 2000; 54: 997-1000.
6. Chazan JA, Lew NL, Lowrie EG. Increased 
serum aluminum. An independent risk factor for 
mortality in patients undergoing long-term 
hemodialysis. Arch Int Med. 1991; 7: 1246-1248.
7. Salahudeen AK, Deogaygay B., Fleischmann E. 
Bower JD. Race-dependet survival disparity on 
hemodialysis: higher serum aluminum as an 
independent risk factor higher mortality in whites. 
Am J Kidney Disease. 2000; 36: 1147-54.
8. Kausz AT, John EA, Hercz G. Screening plasma 
aluminum levels in relation to aluminum bone 
disease among asymptomatic dialysis patients. Am 
J Kidney Disease. 1999; 34: 688-93.
9. Andrews PA. The Care of patients undergoing 
hemodialysis. New Eng J Med. 1999; 340: 735-7.
10. Canteros-Picotto A, Fernandez-Martin JL, 
Cannata-Andia JB. Use of ultrafiltration and 
chromatography to assess aluminum speciation in 
serum after deferoxamine administration. Am J 
Kidney Disease. 2000; 36: 969-75.
11. Harrison RJ. Occupational and environmental 
medicine. Chemical and gases. Primary Care; 
Clinics in Office Practice. 2000; 27. 30p.
12. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária. Portaria n 82, de 3 de 
janeiro de 2000. Sub-anexo C.
Atualização Assessoria Científica 2008
 
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