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Toda vez que se pretende realizar um tratamento fitossanitário com a utilização de produtos químicos é necessário responder, no mínimo, três perguntas para garantir bons resultados agronômicos: • Qual é o alvo biológico que precisa ser controlado? • Qual o tratamento mais adequado? • Como realizar uma aplicação eficaz? Tecnologia de aplicação Entende-se como “Tecnologia de Aplicação de Produtos Fitossanitários” o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo de contaminação de outras áreas (MATUO, 2001). Escolha do equipamento de pulverização A aplicação eficaz de produtos fitossanitários começa na seleção de um equipamento de qualidade e adequado às condições da cultura (tamanho da área, espaçamento de plantio, topografia, distancia do ponto de reabastecimento etc.), que proporcione o máximo rendimento ao menor custo. Assim, saber identificar tal equipamento também é um passo muito importante Pulverizador costal manual Pulverizador costal motorizado Pulverizador tratorizado com mangueira e pistola de pulverização Pulverizador tratorizado de barras Turbopulverizador Pulverização com aeronave Lei n° 7802, de 11 de Julho de 1989 Legislação Atual sobre Agrotóxicos - Legislação Federal É uma lei bastante abrangente, pois trata da pesquisa, experimentação, propaganda comercial, utilização, comercialização, fiscalização, etc., até o destino final dos resíduos e embalagens; Aplica penalidade a todos os segmentos envolvidos em atividades agrícolas que promovam danos ao meio ambiente e à saúde humana; Exige a prescrição do Receituário Agronômico por técnico legalmente habilitado. Bases do Receituário Agronômico Competência Legal – De acordo com a resolução do CONFEA no 3444, de 27/07/90, apenas o Engenheiro Agrônomo e o Engenheiro Florestal, dentro de suas respectivas atribuições profissionais, podem prescrever os produtos fitossanitários. Para prescrição desses produtos são necessários conhecimentos acadêmicos básicos na área de Defesa Fitossanitária, principalmente em relação ao Manejo Integrado de Pragas, de Doenças e de Plantas Invasoras. Além disso, não se deve esquecer da “Tecnologia de Aplicação de Produtos Fitossanitários”, como ferramenta importante e complementar ao Receituário Agronômico e, ainda, a disposição final de resíduos e embalagens Ética e visão global dos problemas O profissional deve ter um compromisso com sua consciência, sabendo que ele tem um papel social, político e humano a ser cumprido. Deve-se ter, em cada situação, uma visão global do problema, dando ênfase aos preceitos agroecotoxicológicos. Portanto, torna-se praticamente impossível ao profissional ter essa “visão global” sem visitar o imóvel, pois, do contrário, estaria diagnosticando baseando-se, exclusivamente, nas informações do produtor rural. Esse é mais um dos pontos polêmicos do Receituário Agronômico, pois questionam-se os custos dessa visita técnica à propriedade. Procedimentos para a Elaboração do Receituário Agronômico O primeiro contato entre o profissional e o agricultor deve ser realizado, preferencialmente, num local (escritório) relacionado com “Assistência Técnica” e não com “Vendas de produtos fitossanitários”, a fim de se evitar a obrigatoriedade da receita e, portanto, do controle químico. Inicialmente, o técnico deverá conversar com o cliente (5 a 10 minutos) sobre assuntos diversos, com o objetivo de ter uma visão de seu nível de conhecimento e promover uma descontração, para facilitar a comunicação. Procedimentos para a Elaboração do Receituário Agronômico Posteriormente, passa-se para uma fase onde o cliente irá expor o problema fitossanitário, sem ser interrompido; é a chamada Anamnese Passiva. Durante a Anamnese Passiva, o engenheiro anota fatos que julgue importantes; porém, nunca deverá interromper, para emitir uma idéia, contestar ou apoiar. Essas informações serão analisadas através de um interrogatório mais minucioso, que vai constituir a Anamnese Ativa. Nessa fase o profissional vai solicitar do cliente informações com relação a cultura (área, época de plantio, cultivar, sistema de condução, etc.), equipamentos de aplicação (tipo de equipamento, bicos, conservação, etc), equipamentos de proteção individual, disponibilidade de pessoal, etc. Concluído o interrogatório, monta-se a História Pregressa do Problema Atual (H. P. P. A.), resultante da conversa inicial, da Anamnese Passiva e Ativa. Essas informações deverão ser lançadas numa ficha, técnica. De posse dessa ficha, o profissional desloca-se para a propriedade com o dados obtidos até o momento . Na propriedade o profissional deverá observar todos os detalhes referidos na ficha técnica, procurando constatar, por exame direto, o problema em questão. É importante observar, principalmente, seis aspectos: 1. O diagnóstico deverá ser por cultura, podendo estar relacionado com mais de um agente causal; 2. observar se a perdas estão acima do nível de dano econômico; 3. verificar os equipamentos de aplicação de produtos fitossanitários disponíveis na propriedade; 4. verificar os EPI’s; 5. observar o local de descarte de embalagens; 6. observar o local reservado para o banho do aplicador, lavagem de EPI’s; Podem ocorrer, mesmo com profissionais mais experientes, dúvidas quanto à identificação correta do agente causal. Nesse caso, recomenda-se a coleta da parte aérea e/ou do sistema radicular de algumas plantas atacadas. Esse material deverá ser embalado em sacos plásticos, que serão etiquetados e enviados a especialistas. O receituário Agronômico Documento pelo qual o profissional se identifica, se situa, se apresenta e preconiza o tratamento, preventivo ou curativo, em função do diagnóstico. É o instrumento utilizado pelo Engenheiro Agrônomo ou Florestal para determinar, esclarecer e orientar o agricultor sobre como proceder ao usar um agrotóxico. É a etapa final de uma metodologia técnica que o profissional se vale para tirar conclusões sobre o problema. O preenchimento do Receituário Agronômico será feito em (cinco) vias, utilizando-se carbono (Produtor rural; Comerciante; Profissional; CREA; Órgão Estadual). Todas as informações devem ser emitidas de forma clara e concisa. O agricultor não pode ter dúvidas na utilização do tratamento fitossanitário. Recomendações para preenchimento do Receituário Agronômico 1. Contratante: Produtor a ser assistido. 2. Contratado: acrescentar a modalidade profissional (eng. agrônomo, florestal), nº do registro no CREA, ou do visto (quando for de outro estado), endereço residencial ou comercial. 3. Diagnóstico: indique a(s) praga(s) que está(ão) atacando a cultura ou parte de vegetais a serem tratados, bem como estágio vegetativo e aspecto biológico. 4. Cultura: indique a cultura ou material a ser tratado, bem como a área, ou volume ou peso do mesmo. Preenchimento: 5. Recomendações Técnicas: o Decreto 98816 exige que constem no R.A., no mínimo os seguintes dados: a) Nome do produto comercial a ser utilizado; b) cultura e área onde será aplicada; c) dosagem de aplicação e quantidade total do produto a ser adquirida; d) modalidade de aplicação, sendo que no caso de aplicação aérea, devemser explicitadas as época de aplicação e intervalo de segurança; e) primeiros socorros nos casos de acidentes e precauções de uso; f) instruções sobre a disposição final de resíduos e embalagens; g) orientações sobre manejo integrado de pragas; h) orientações quanto à utilização de equipamentos de proteção individual; i) orientar também quanto ao bico de pulverizador a ser utilizado, em função do produto a ser aplicado. 6. Valores dos honorários: calcule-os, conforme tabela de honorários registrada no Sindicato dos Engenheiros do estado. Tratando-se de assistência técnica governamental, coloque a palavra "assalariado”. 7. Assinaturas: o profissional e o cliente devem assinar todas as vias e o profissional deverá por seu carimbo com nome, nº do CREA e CPF. Antes da Compra do Agrotóxico Levantamento Qual praga??? Aquisição do Agrotóxico • Evitar embalagens danificadas; • Evitar embalagens com vazamento; • Evitar produtos vencidos; • Exigir nota fiscal; • Não comprar produto fracionado; • Não comprar produto falsificado; • Evitar produtos contrabandeados. • Receita Agronômica; • Evitar produtos não registrados pelo MAPA. Transporte Separado de pessoas, alimentos, ração,etc; Ficha de emergência; Motorista habilitado CCVTPP – Curso para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos. Kit de emergência 2 calços para as rodas 15 x 20 x 15 cm; Fita zebrada ou corda; 4 placas "PERIGO AFASTE-SE" 34 x 47 cm; 4 cones para sinalização da via nas cores laranja com faixas brancas; 1 caixa de primeiros socorros; 1 lanterna comum; Jogo de ferramentas; Lona impermeável (3 x 4 m) e pá: produtos perigosos sólidos; Areia ou pó-de-serra (conter vazamentos/derramamentos); Extintores de incêndio para a carga. Armazenamento Local livre de inundações; Separado de outras instalações; Boa ventilação; Iluminação natural; Separar produtos de acordo com a praga a ser controlada; Evitar contato direto com o piso; O piso deve ser impermeabilizado; Usar placas (CUIDADO VENENO). Cuidados no Preparo do Agrotóxico Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) De acordo com a NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (NR6.1). Importância O aplicador está diretamente exposto ao agrotóxico apresentando risco de intoxicação, daí a importância da escolha e utilização correta dos EPI’s. Obrigatório Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (NR 6.2); A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento (NR 6.3). Cuidado!!!!!!!!!! Higiene pessoal antes, durante e após as aplicações de agrotóxicos; Após a aplicação, tomar banho e vestir roupas limpas; Revisão dos EPI’s antes e após a aplicação. Alguns EPIs Equipamentos de Proteção Individual Proteção dérmica; * * * * * * * * Proteção dos pés; Proteção dos olhos e face; Proteção da inalação. Calça e Jaleco Reforço: mais usado com pulverizadores costais, devido ao contato com folhas tratadas. Tecido (algodão) tratado com teflon (óleo fobol), tornando-os HIDRORREPELENTE, e não impermeável. Avental Impermeável Materiais: PVC, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado; Utilizar: preparo e aplicação do produto. Respirador Descartáveis: possuem uma vida útil relativamente curta; Baixa manutenção: possuem filtros especiais (carvão ativado) para reposição, normalmente mais duráveis. Boné Árabe Confeccionado com algodão e tratado com teflon = hidrorrepelente; Proteção do couro cabeludo e pescoço, e contra o sol. O boné árabe deve ser ajustado sobre a viseira facial. Luvas Trata-se do equipamento de proteção mais importante, pois protege as partes do corpo com maior possibilidade de exposição, as mãos. NITRILA NEOPRENE IMPERMEÁVEL No preparo da calda e em aplicações com a lança para baixo, use a manga da blusa sobre a luva Em aplicações com a lança para cima, use a luva sobre a manga da blusa Ordem para vestir Ordem para retirar Sem reforço na calça. Reforço nas pernas para proteger o aplicador do atrito com a plantação pulverizada com o agrotóxico. Reforço na cintura para maior proteção evitando que a roupa rasgue em culturas mais altas e resistentes, como nos reflorestamentos e pastagens. Reforço nos braços evita escorrimento do agrotóxico na aplicação ou receber muitos pingos que caem dos parreirais. Evitando assim depreciar o tratamento do EPI. Guardar EPI’s Antes de guardar inspecionar; Separados de roupas comuns; ¼ de água Agitar 30 seg. Despejar o restante no tanque Perfurar a embalagem Destino Final das Embalagens Embalagens não laváveis: São todas as embalagens flexíveis e aquelas embalagens rígidas que não utilizam água como veículo de pulverização. Incluem-se nesta definição as embalagens secundárias não contaminadas rígidas ou flexíveis. Embalagens secundárias Embalagens rígidas ou flexíveis que acondicionam embalagens primárias, não entram em contato direto com as formulações de agrotóxicos, sendo consideradas embalagens não contaminadas e não perigosas. Também devem ser devolvidas. Embalagens laváveis Definição: embalagens (plásticas, metálicas e de vidro) que acondicionam formulações líquidas de agrotóxicos para serem diluídas em água. Transporte (propriedade-postos de recebimento) Nunca armazenar as embalagens, vazias, dentro de residências ou alojamentos de pessoas e animais; Não armazenar as embalagens junto com pessoas, animais, medicamentos, alimentos ou rações. Fitotoxicidade Intoxicação por agrotóxicos Intoxicação Aguda: os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período. Intoxicação Crônica: surgimento tardio dos sintomas (meses ou anos), por exposição pequena ou moderada, a produtos tóxicos, acarretando DANOS IRREVERSÍVEIS do tipo paralisia ou tumor/câncer.
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