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AVALIAÇÃO DE EMPRESAS, FUSÕES E AQUISIÇÕES

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AVALIAÇÃO DE EMPRESAS, FUSÕES E AQUISIÇÕES
Aula 01: Por que Avaliar Empresas?
Objetivos da empresa
Em finanças, a empresa tem como principal objetivo a maximização da riqueza dos acionistas e proprietários, promovida pelas decisões de investimento, de financiamento e de dividendos.
Para maior profundidade desse conceito, definimos que o objetivo principal de toda e qualquer empresa é atuar e agir conforme os interesses dos acionistas e proprietários de capital e dos clientes, minimizando os custos dos recursos operacionais sem prejuízo da resolutividade e da qualidade, ou seja, atender a expectativa de maximização do valor do capital próprio investido do capital e minimizar os preços dos produtos e serviços para os clientes.
A empresa tem como outros objetivos:
Aumentar o crescimento da empresa, visando sua capacidade de sobrevivência e manutenção, como: receitas operacionais das vendas, lucros e rentabilidade, participação de mercado, endividamento e liquidez, valor de mercado.
Diminuir o poder da concorrência por meio de fusões e incorporações, na qual o estado tenta regular os mercados inseridos neste processo, a fim de evitar ou diminuir o poder de monopólio deste processo. Alguns exemplos no Brasil: compra da Sadia pela Perdigão criando a Brasil Foods, compra da Leão Matte da Néstle pela Coca-Cola, compra da Antártica pela Brahma criando a AMBEV, compra da Garoto pela Néstle.
Aumentar a competitividade e internacionalização em mercados globais, visando tornar a empresa mais autoeficiente, como: ações da Vale na China, compra de pequenos bancos nos EUA pelo Banco do Brasil.
Decisões financeiras e tipos de decisões
Segundo Assaf Neto (2012), as decisões financeiras das empresas estão subdividas em:
Planejamento Financeiro
Com objetivo de expansão, rentabilidade sobre os investimentos (ativos) operacionais, realocação de ativos.
Controle Financeiro
Visa analisar e corrigir os desvios entre o previsto e realizado.
Administração de Ativos
A fim de melhorar a estrutura dos investimentos em termos de risco e retorno e, gestão do capital de giro.
Administração de Passivos
Visa a captação e gerenciamento da estrutura (composição) de financiamento para fins de liquidez e redução de riscos e custos financeiros.
Segundo Assaf Neto (2012), as decisões financeiras das empresas estão subdividas em:
Demonstrativos financeiros
A figura a seguir apresenta como essas decisões aparecem nos demonstrativos financeiros da empresa.
Essas decisões financeiras da empresa apresentam diversos fatores de riscos envolvidos, e estes afetam seu valor de mercado. Entre eles podemos destacar:
a) Risco operacional ou econômico relacionado ao próprio negócio;
b) Risco de liquidez ou financeiro relativo à capacidade da empresa em honrar os compromissos assumidos (sincronização entre recebimentos e pagamentos);
c) Risco de conjuntura conforme a atuação do governo a fim de regular a economia como um todo.
Avaliação de empresas
Vimos que o objetivo básico das finanças na empresa é a maximização da riqueza do acionista. Diante de tal objetivo, outros objetivos, como rentabilidade, liquidez, crescimento das vendas e do mercado, podem ser trabalhados durante seu ciclo de vida.
Observamos, também, que dentro desse objetivo a empresa tem de tomar decisões financeiras, como:
Planejamento e controle financeiro;
Administração de ativos e passivos.
Para que, desse modo, possa decidir como empregar seu capital em termos de investimento, financiamentos e dividendos. Essas decisões carregam consigo o componente risco atrelado em toda a organização.
Desse modo, podemos elucidar que avaliação (valuation) de empresas tem como premissa o entendimento operacional da empresa, sua estratégia de crescimento, sobrevivência e manutenção atual e futura do negócio e, como a mesma está inserida no contexto da economia do país.
Pode se ver com isto que a avaliação é um processo complexo em que fatores quantitativos (históricos e previsões) são colocados em consonância com fatores qualitativos (previsões e expectativas).
Objetivos de avaliação de empresas
A criação de um preço ou valor justo (fair value) é o principal objetivo de uma avaliação de empresas para a empresa-alvo.
Esse cálculo pode ser realizado por meio de diversos modelos (ou abordagens) que têm como referência alguns vetores básicos, que variarão de acordo com o negócio e situações, que são chamados de vetores de valor.
Esses vetores de valor consideram:
O ciclo de vida da empresa (jovens até maduras);
Os setores de atividade (de serviços, comércio, indústria, entre outros).
Desse modo, podem gerar uma possibilidade de ganho para empresa por meio do que Damodaran (2012) chama de jogos de valor. Isso possibilita a identificação de ações, ativos e negócios mais baratos. Estes vetores de valor são demonstrados através do Valor Econômico Agregado (VEA).
O primeiro Postulado do Investimento afirma que o investidor seguro somente deve pagar por um ativo o seu valor justo. Entende-se por investidor seguro aquele que tendo dois, ou mais ativos, escolher aquele que para o mesmo retorno, tiver o menor risco ou para o mesmo risco tiver o maior retorno esperado. O Gráfico 1 demonstra o resultado desse postulado.
Empresa-alvo
Quando houver a menção de empresa-alvo ou ativo-alvo será sempre empregado o termo empresa-alvo.
Valor Econômico Agregado (VEA)
Em inglês, EVA – Economic Value Added.
LAJIR ou EBIT
LAJIR ou EBIT = Lucro Antes dos Juros e IR (Earning Before Interest and Tax) e LAJIDA ou EBITDA = Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Earning Before Interest, Tax, Depreciation and Amortization)
Modelos de avaliação
Existem diversos modelos que determinam o valor justo da empresa em que os principais interessados são os acionistas e proprietários e investidores de capital.
Os acionistas buscam a rentabilidade futura dos investimentos e, os proprietários buscam a rentabilidade futura do capital aplicado. Pode-se ver que o valor de uma empresa é determinado pelos fluxos futuros de caixa esperados de acordo com os riscos envolvidos no negócio. Alguns desses modelos são:
Modelo de Avaliação Patrimonial Contábil (MAPC)
Esse método que calcula o valor da empresa é o somatório do valor do Passivo com o Patrimônio Líquido (PL). Esse valor é encontrado no balanço patrimonial da empresa-alvo. A principal desvantagem desse modelo é que o valor da empresa reflete os dados passados e a empresa ainda se encontra em atividade operacional.
Modelo de Avaliação Patrimonial de Mercado (MAPM)
Os valores dos bens, direitos e obrigações da empresa são reavaliados a preço de mercado, e após isto é realizada a diferença entre os bens e direitos e as obrigações onerosas correspondentes do passivo para encontrar o Patrimônio Líquido de Mercado. Após isso, calcula-se o valor do Passivo e PL para encontrar o valor da empresa-alvo. Igualmente ao MAPC, este modelo apresenta como desvantagem a não inclusão dos fluxos de caixa futuro. É importante lembrar que a não inclusão desses fluxos nos itens A e B deve-se à aplicação dos princípios de contabilidade.
Modelo de Análise Intrínseca (MAI)
Esse modelo parte da determinação da taxa de juros do capital próprio e do capital de terceiros que, somados, gera a taxa de desconto da empresa. Aplicando a taxa de desconto nos fluxos futuros de caixa chega-se ao Fluxo de Caixa Descontado (FCD) da empresa. É importante salientar que o modelo reflete os fundamentos da organização, ou seja, os fatores quantitativos (geração de caixa, aumentos de faturamento, riscos operacionais e financeiros) e qualitativos (nível da equipe gerencial, padrão de tecnologia adotado nas operações e tradição da marca no mercado consumidor).
Modelo de Análise Relativa (MAR)
O MAR avalia o valor da empresa por meio da aplicação de múltiplos para comparar o resultado encontrado com o de outras empresas, independente do setor da empresa-alvo. Esse modelo objetiva o quanto o mercado estaria disposto a pagar pela empresa-alvo.
Motivos paraavaliação de uma empresa
Os gestores, acionistas e stakeholders, aqui identificados como empresa, apesar de poderem ter interesses conflitantes, apresentam vários motivos para avaliar o valor de uma empresa. Alguns desses motivos são:
Vender a empresa;
Fazer uma fusão com outra empresa;
Fazer a aquisição de uma empresa;
Calcular o preço justo de uma ação na bolsa de valores;
Comprar um imóvel para futura ampliação do parque industrial;
Vender uma parte da empresa para liquidar dívidas que oneram seu caixa;
Redefinir a participação acionária: herança, testamento;
Dissolução da sociedade;
Formação de parcerias e joint-ventures;
Abertura e fechamento de capital (entrada e saída da empresa em bolsa de valores);
Fundos de privaty equity e venture capital.
Com o objetivo de facilitar a análise do processo de avaliação do valor da empresa, próprios e de outras entidades, Damodaran (2012) elencou algumas características sobre avaliações:
Todas as avaliações são tendenciosas
Tenha cuidado com as opiniões de empresas especializadas e analistas profissionais sobre a empresa-alvo antes de inserir os dados no modelo escolhido.
A maioria das avaliações (mesmo as boas) está errada
Leve em consideração as incertezas específicas da empresa, pois os resultados futuros podem ou não ser melhores do que as previsões realizadas, além das alterações do contexto macroeconômico do país.
Mais simples pode ser melhor
Os computadores e a facilidade de informações tornou a avaliação da empresa-alvo um processo complexo cheio de variáreis. À medida que mais variáveis e valores são incluídos no modelo, o valor a ser encontrado converge para a média, além de aumentar a probabilidade de erros. Caso seja possível avaliar uma empresa ou um ativo com quatro variáveis, por que você vai utilizar cinco variáveis.
Não procure vencer o mercado
O que vale é pesquisar o suficiente para diminuir a incerteza da “certeza”. No caso em que um valor justo da empresa-alvo calculado esteja muito diferente do valor de mercado, a decisão mais acertada é que o mercado está certo e, se algo for bastante bom para ser verdade, são grandes as chances de não ser verdade.
O valor justo é tão importante quanto o processo
Em um processo de avaliação do valor justo da empresa-alvo o produto da avaliação (o valor justo) é tão importante quanto o processo. Para isso, alguns fatos não devem ser desconsiderados: Qual o preço adequado a ser pago por altas taxas de crescimento? Quanto vale uma marca? Qual o efeito das margens de lucro sobre o valor?
Demonstrativos financeiros
Após você ter consolidado os conceitos, objetivos e motivos da empresa e para avaliação de valor da empresa-alvo, chegou o momento de entender os demonstrativos financeiros essenciais, quais as principais premissas e projeções a serem aplicados no processo de avaliação.
Inicialmente, começaremos com a apresentação dos demonstrativos financeiros (ou contábeis) a serem utilizados. É importante lembrar, caso a empresa seja iniciante em suas operações, que a mesma não possuirá dados históricos suficientes para as projeções, trabalhando com um maior nível de incerteza das mesmas, diferentemente das empresas mais maduras.
Os principais demonstrativos são:
Balanço patrimonial
O balanço patrimonial deve ser apresentado em seu formato gerencial, conforme demonstrado na figura a seguir. A forma dessa apresentação auxilia na análise e gestão do capital de giro da empresa.
Demonstração de Resultados de Exercícios (DRE)
A DRE gerencial é apresentada na figura a seguir. A separação em operacional e não operacional visa analisar os resultados realizados pela operação e no resultado total da empresa. Além de facilitar no cálculo de alguns indicadores como o Retorno sobre Ativos (Return on Assets – ROA), Retorno sobre o PL (Return on Equity – ROE), prazos operacionais, entre outros.
Importante salientar que o Lucro Antes das Despesas Financeiras, IRPJ/CSLL, pode ser calculado na parte operacional a fim de visualização da economia de IR devido às despesas financeiras.
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
A DFC apresenta-se em dois formatos sendo um chamado de método direto e outro de método indireto. O método direto apresenta os recebimentos e saídas de caixa brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais (clientes, estoques, outras contas a receber, salários a pagar, fornecedores a pagar, impostos a pagar e outras contas a pagar), de seus ativos e empréstimos/financiamentos.
O método indireto faz a conciliação do lucro líquido e o caixa gerado pelas operações. A figura a seguir apresenta o DFC pelo método indireto. É com base no valor final de caixa que os fluxos de caixa serão descontados.
Projeção dos demonstrativos financeiros
As projeções dos demonstrativos financeiros terão como ponto de partida o ciclo de vida da empresa, ou seja, se a mesma é iniciante, ela não possui dados históricos suficientes, já as empresas maduras apresentam uma quantidade maior de dados para utilização na projeção.
Eles serão projetados com base em:
Peças orçamentárias de produção;
Vendas;
Impostos;
Custos;
Despesas operacionais;
Ativo imobilizado;
Captação;
Pagamento de empréstimos e financiamentos;
Gastos de capital.
As projeções dos demonstrativos financeiros seguirão os mesmos modelos do Balanço Patrimonial e da DRE.
Para a projeção do DFC que visa avaliar a capacidade de geração de caixa para cobrir as atividades de investimento e financiamento será utilizado o método indireto que foi apresentado anteriormente.
O Balanço Patrimonial, DRE e DFC seguem a Leis 11638/07 e 11941/09 que alteraram a Lei 6.404/76.
O processo de decisões financeiras deve levar em consideração o equilíbrio entre risco e retorno (maiores riscos resultam em maiores retornos).
ROI: Retorno sobre o Investimento;
CMPC: Custo Médio Ponderado de Capital
As premissas dessas projeções tem como ponto de partida os ambientes microeconômico e macroeconômico vivenciados pela empresa em seus aspectos Políticos, Econômicos, Sociais e Tecnológicos. Esta análise é chamada de PEST.
É analisada, nesse aspecto, as Oportunidades e Ameaças para a empresa. São analisados também os aspectos internos da empresa, focando suas Forças e Fraquezas, resultando na matriz SWOT (Força – Strenghts, Fraquezas – Weakness, Oportunidades – Opportunities e Ameaças – Threats).
Na análise do posicionamento competitivo que a organização se encontra, utiliza-se o modelo das cinco forças de Porter juntamente com PEST.
Além disso, analisa-se também em qual mercado a empresa se encontra em termos de estrutura (concentração) de mercado:
Concorrência perfeita;
Concorrência monopolista;
Monopólio;
Oligopólio.
As cinco forças de Porter são:
Poder de barganha dos compradores;
Poder de barganha dos fornecedores;
Ameaça de novos entrantes;
Ameaça de produtos ou serviços substitutos;
Rivalidade do mercado.
Desse modo, a junção da matriz SWOT com as cinco forças de Porter, estrutura de mercado e PEST e as projeções de DFC Descontado são técnicas para determinar o valor justo da empresa-alvo.
Essa etapa de determinar o valor justo da empresa-alvo coincide com o início para a preparação do laudo final da avaliação. E, para iniciar esse processo de implantação de avaliação do valor da empresa-alvo e finalizando com a apresentação do laudo de avaliação devem ser seguidos alguns passos:
Primeiro Passo
Levantar todos os dados operacionais e financeiros da empresa com o objetivo de conhecer e entender os aspectos do negócio e suas inter-relações.
Segundo Passo
Definir os modelos de projeção de resultados de valor com a colaboração da Administração para críticas e sugestões com base nos dados levantados. No mínimo dois para comparar os valores encontrados.
Terceiro Passo
Definir as premissas para serem utilizadas nas projeções dos demonstrativos financeiros com base nos dados levantados anteriormente e submeter à administração da empresa para as devidas críticas e sugestões. É importante nesta fase definiros cenários que poderão acontecer para melhorar o poderio da decisão.
Quarto Passo
Elaborar as projeções dos resultados com base nos dados levantados e premissas do modelo para discussão com as partes envolvidas para que sejam realizados ajustes que poderão ser acatados ou não por quem está realizando a avaliação.
Quinto Passo
Elaborar o laudo de avaliação.
Aula 02: Técnicas de Avaliação de Empresas
Processos decisórios financeiros
Na primeira aula, identificamos que o objetivo principal de uma empresa é aumentar a riqueza dos proprietários de capital. Para alcançar essa meta, as corporações, como um todo organizacional – o que inclui não só tais proprietários mas também gestores e colaboradores –, veem-se diante de processos decisórios financeiros.
Tais processos envolvem os seguintes questionamentos:
ONDE, COMO e QUANDO investir?
Como os investimentos serão financiados?
Qual será a taxa de retorno deles requerida?
Qual será a taxa de juros a que esses financiamentos deverão ser captados?
Os resultados serão redistribuídos, reinvestidos ou os dois? Como e o quanto isso será feito?
Como diminuir os riscos envolvidos em tais investimentos e financiamentos?
Para responder a cada uma dessas perguntas, podemos nos valer de algumas técnicas de avaliação do valor da empresa alvo, que nos orientam a tomar uma decisão conforme os cenários traçados.
Mesmo que esses cenários sejam previsíveis, algo de inesperado pode realmente acontecer no ambiente empresarial.
Vamos conhecer, a seguir, as variáveis desses métodos de avaliação de empresas.
Custos de capital
Os modelos de avaliação de empresas têm como variáveis:
Os custos de capital envolvidos na operação
As taxas de crescimento
A taxa de desconto aplicada
Essas variáveis demonstram os valores respectivos que devem ser utilizados no cálculo de tal processo. Vamos estudar, a partir de agora, alguns desses valores.
Comecemos pelos custos de capital. Para realizar seus investimentos, a empresa necessita de capital – o que chamamos de capital inicial ou investimento inicial.
Esse capital precisa ser colocado dentro da empresa por alguma forma de financiamento. O próprio proprietário pode aportar seus recursos – Capital Próprio – dentro da companhia, ou a empresa pode captar junto ao mercado outros meios de investimento – Capital de Terceiros.
Quando os Capitais Próprio e de Terceiros são investidos, seus aplicadores os recebem acrescido de juros. A partir desse momento, a empresa passa a identificar a composição ideal e necessária para manter sua rentabilidade e liquidez, a fim de gerar valor.
Essa composição é demonstrada no balanço patrimonial da organização da seguinte forma:
Passivo Total
Contas do Passivo Circulante (curto prazo) + Passivo Não Circulante (longo prazo). Trata-se daquelas que incidem juros quando de sua captação. Como exemplos, podemos citar as contas onerosas, ou seja, de empréstimos, financiamentos e dividendos a pagar (Capital de Terceiros).
Nesse caso, os credores não possuem os ativos da empresa, mas quando realizam o financiamento, solicitam garantias para sua obtenção. Mas eles correm o risco de não receber o Principal mais os juros do capital emprestado.
Patrimônio Líquido
Trata-se das contas de longo prazo. Como exemplos, podemos citar o capital social e as reservas (Capital Próprio).
Nesse caso, os sócios, acionistas e quotistas – os próprios proprietários da empresa, ou seja, aqueles que financiam esse capital – assumem todo o risco operacional e não operacional do negócio.
Custos de Capital
Credores
Financiadores do Capital de Terceiros.
Novos ativos
Como exemplos de novos ativos, podemos citar:
As aquisições;
Os novos canais de distribuição;
As expansões mercadológicas etc.
Taxa de reinvestimento
Taxa que mede o quanto a empresa poupa – ou seja, o quanto ela guarda hoje – para seu crescimento – uso futuro. Em outras palavras, essa taxa é medida pela relação entre os lucros retidos e os lucros passados.
Taxa de retorno
Taxa que calcula a rentabilidade do ativo aplicado.
Modelo intrínseco ou FCD
Aquele que apuração os Fluxos de Caixa no futuro trazidos a Valor Presente por uma dada taxa de desconto – taxa essa que reflete o custo de oportunidade dos proprietários do capital. Tratamos dessa taxa quando calculamos o WACC ou CMPC.
Modelo relativo ou por múltiplos
O modelo por múltiplos pode ser aplicado em:
Relatório de pesquisa de ações;
Fusões e aquisições;
Initial Public Offering (IPO) ou Oferta Pública Inicial;
Programa de recompra de ações.
Múltiplos
Relação econômica entre duas variáveis de mesma natureza.
Taxa de crescimento
Agora que já aprendemos a calcular os valores dos custos de capital, vamos tratar de outra variável dos modelos de avaliação de empresas: as taxas de crescimento.
Estudar essa variável implica responder os seguintes questionamentos:
As receitas e os lucros da empresa devem crescer a que taxa?
Eles devem ser maiores do que a taxa de crescimento da economia?
Quanto tempo durará essa taxa?
Se a empresa estiver endividada, qual será a taxa de crescimento requerida por ela para que se reestruture financeiramente?
Como você observou, são muitas as perguntas que giram em torno desse contexto de crescimento.
Mas qual é a real importância dessa variável na avaliação de valor da empresa-alvo?
Há três formas básicas para estimar a taxa a que nos referimos, através:
Do crescimento histórico – lucros passados
Das projeções de analistas de mercado.
Dos fundamentos da empresa – determinação do quanto será reinvestido em novos ativos com base em sua qualidade.
Para uma boa fundamentação desse processo, aplicamos o crescimento histórico e os fundamentos da empresa, já que as projeções de analistas podem estar enviesadas pela qualidade da informação disponível.
Entenda, a seguir, como é possível realizar tais aplicações.
Estimativa da taxa de crescimento pelos dados históricos
A estimativa pelos dados históricos corresponde ao passado. Por isso, ela é limitada. Afinal, o futuro não garante que aquilo que foi realizado anteriormente se repetirá. Além disso, o mercado é bastante dinâmico – comportar-se da mesma forma não assegura o mesmo resultado.
Os dados históricos podem ser projetados através de aplicações de modelos de regressão linear e log-linear.
Como exemplo, podemos aplicar duas variáveis na reta linear, quais sejam:
O coeficiente angular de n demonstra a variação dos LPAs por período de tempo.
Os valores encontrados com essa aplicação são fornecidos em unidades monetárias, mas precisamos de seu percentual. Para isso, convertemos o modelo linear em log-linear, tornando tal coeficiente uma medida de variação percentual dos lucros por unidade de tempo.
Cálculo da taxa de crescimento
A empresa Procter & Gamble obteve o seguinte Lucro por Ação (LPA):
Aplicando a regressão linear, a taxa de crescimento do LPA para o período de 2001 até 2011 foi de 9,23%.
Taxas médias aritméticas e geométricas do crescimento calculadas, mas não consideradas, podem apresentar percentuais com grande diferença –em especial, para empresas com lucros voláteis, nas quais a média geométrica é uma medida mais precisa para lucros passados.
De acordo com Damodaran (2012), tal resulta do também se aplica às receitas, mas a diferença entre as duas médias é menor.Dessa forma, indicamos que não utilizem a média aritmética para empresas com receitas e lucros voláteis. 
As características da aplicação das taxas de crescimento por analistas externos à companhia ficam a critério de cada um.
Fonte Adaptado de: DAMODARAN, A. Valuation: como avaliar empresas e escolher as melhores ações. Rio de Janeiro: LTC, 2012
Estimativa da taxa de crescimento pelos fundamentos da empresa
Outra forma de medir a taxa de crescimento (g) da empresa é através de seus fundamentos.
Em outros termos, a taxa de crescimento dos Fluxos de Caixa pode ser calculada por meio da multiplicação da taxa de reinvestimento dos fluxos operacionais (b) pela taxa de retorno docapital aplicado (r). Logo:
.Essa taxa de crescimento apresenta características
Diante de tudo o que expusemos até o momento, concluímos que a taxa de crescimento não cresce para sempre. Afinal, à medida que essa taxa amadurece ou outros concorrentes entram em seu mercado, ela cai.
Para voltar a crescer a taxas maiores, a empresa precisa realizar novos investimentos em seus produtos e processos.
Sendo assim, a taxa de crescimento representa que o lucro corrente é resultado do lucro passado mais os rendimentos dos lucros retidos para investimentos a uma taxa de retorno sobre o capital aplicado.
Esse retorno dependerá de condicionante determinada. Por exemplo, o Fluxo de Caixa Operacional implica o Retorno Sobre Investimento (ROI).
Modelos de avaliação
O cálculo dos Custos de Capital Próprio e de Terceiros gera o Custo Total da empresa ponderado por seus respectivos pesos.
Esse valor nos proporciona uma taxa de captação de recursos que a empresa aplica em seus investimentos, visando a uma rentabilidade maior do que aquele custo de captação.
Existem diversos modelos de avaliação de empresas. Os mais aplicados são:
Modelo intrínseco ou Fluxo de Caixa Descontado (FCD) – aquele que apura os Fluxos Futuros de Caixa a Valor Presente.
Modelo intrínseco ou Fluxo de Caixa Descontado
O modelo intrínseco ou FCD é mais empregado quando todas as informações sobre o negócio – dados da empresa, economia e estratégia organizacional – estão disponíveis para a avaliação.
Os fundamentos que baseiam a implementação desse modelo são:
Estimativas de geração de caixa
Estas estimativas são apuradas a partir do Lucro Operacional Líquido de Impostos e das premissas utilizadas para suas respectivas projeções.
Dentro dessas estimativas, devemos trabalhar com o valor residual. Em outros termos, é necessário determinar:
O final settlement value ou valor final de liquidação dos ativos da empresa avaliados a mercado –ativos endidos no último ano;
O final value of continuity ou valor final da continuidade com taxa constante de crescimento.
Crescimento
O crescimento tem como referência a taxa de reinvestimento durante determinado período de tempo. Essa taxa de crescimento será aplicada junto à taxa de desconto para trazer os Fluxos de Caixa do futuro a valores atuais.
O horizonte de tempo utilizado nas projeções varia de 5 a 15 anos. À medida que a empresa cresce – ou seja, à medida que ela fica madura –, sua taxa de crescimento cai. 
Para aumentar sua rentabilidade, a companhia precisa criar novos produtos, serviços ou processos.Risco Fluxos de Caixa mais arriscados correspondem a FCDs mais baixos do que Fluxos de Caixa mais conservadores. 
Isso significa que o risco é condensado com taxas de descontos mais baixas para FCDs mais seguros e estáveis, enquanto taxas de descontos mais altas destinam-se a FCDs mais inseguros e voláteis.
Modelo relativo ou por múltiplos – aquele que calcula alguns múltiplos, a partir dos quais a empresa se compara com outras do mesmo setor ou de setores diferentes, criando um valor-alvo.
Modelo relativo ou por múltiplos
Métodos de avaliação de empresas
Segundo postulado do investimento
Independente do modelo empregado para calcular o valor da empresa-alvo, cada um deve chegar ao mesmo valor. Essa é a proposta da Lei do valor único.
Para isso, as premissas devem ser consistentes no Fluxo de Caixa, no custo de capital e na taxa de crescimento em perpetuidade.
A fórmula para realizar esse cálculo é a seguinte:

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