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História do Pensamento Econômico 1 Unidade 2: Adam Smith Brue (capítulo 5) Hunt (capítulo 3) Denys Retzlaff, Karina Lopes, Vinicius Bourscheid Adam Smith •Adam Smith (1723-1790) nasceu na Escócia, onde viveu quase toda a sua vida. Cursou as universidades de Glasgow e Oxford (1737-1746) e foi professor em Glasgow, de 1751 a 1764.Viveu no contexto histórico da 1ª Revolução Industrial. -Com 16 anos de idade, foi estudar filosofia moral na Universidade de Glasgow. •- Em 1740, entrou na Universidade de Oxford. •- Em 1748, começou a lecionar em Edimburgo. •Por volta de 1750, conheceu o filósofo David Hume, que se tornou um dos seus mais próximos amigos. •É definido como “O Pai da economia moderna”, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico. •Notava que havia importantes ligações entre as principais classes sociais, os vários setores de produção, a distribuição da riqueza e da renda, o comércio, a circulação da moeda, os processos de formação dos preços e o processo de crescimento econômico. •Contrário ao protecionismo e demais intervenções do Estado. •Defendia que a origem da riqueza de uma nação estava no trabalho, mas mais especificamente na divisão deste (produtividade). •Criador do conceito de Mão-Invisível, onde os interesses individuais gerariam o bem-estar coletivo através do mecanismo de auto ajuste dos mercados. •Mão invisível foi um termo introduzido por Adam Smith em "A Riqueza das nações" para descrever como numa economia de mercado, apesar da inexistência de uma entidade coordenadora do interesse comunal, a interação dos indivíduos parece resultar numa determinada ordem, como se houvesse uma "mão invisível" que os orientasse. A "mão invisível" a qual o filósofo iluminista mencionava fazia menção ao que hoje chamamos de "oferta e procura". Principais Obras de Smith •A Riqueza das Nações (1776) •Teoria dos Sentimentos Morais(1759) Contexto Histórico •Durante a 1ª Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra entre o final do séc. XVII e o início do séc. XIX (1750 – 1850) Características do período •Inovações tecnológicas (máquinas e energia) •Urbanização •Trabalho Assalariado •Grandes Empresas •Dividida em três fases: Indústria Têxtil Metalúrgica( produção de carvão , ferro , motor a vapor) Transportes( estradas de ferro e trens) •Pouco do que chegou a ser a Revolução Industrial chegou a ser visto por Smith. Grandes fábricas e cidades fabris surgiram depois da publicação do livro. •Smith ficou muitíssimo impressionado com o grau de divisão de trabalhos nas manufaturas e com os resultantes aumentos de produtividade do trabalho, vendo que nas manufaturas estavam uma potencial organização capitalista de produção. •Também ficou impressionado com o grau de especialização( e de divisão de trabalho) das Manufaturas ( similar a uma fábrica ,possui trabalhadores assalariados, mas os operários pregavam técnicas artesanais de produção) •Dessa especialização gera-se a produtividade e a eficiência de empresas modernas. Abordagem da Obra: “A RIQUEZA DAS NAÇÕES ” A Riqueza das nações ● A Riqueza das nações “the Wealth of the Nations”; ● Segundo livro escrito por Smith; ● foi o livro que o consagrou como um dos principais pensadores na história do pensamento econômico; A Divisão do Trabalho O Primeiro capítulo do livro intitula-se “of the division of labour”(da divisão do trabalho); “O maior aperfeiçoamento nos poderes produtivos do trabalho e a maior parte da técnica, habilidade e julgamento com os quais estejam direcionados ou aplicados em qualquer lugar parecem ter sido os efeitos da divisão do trabalho.” Reconhecendo a importância da divisão do trabalho para o tema geral, Smith aplicou o conceito em uma detalhada descrição de uma fábrica de alfinetes; “Um homem desenrola o arame, outro o estica, o terceiro o corta, o quarto aponta, o quinto afia a ponta para colocar a cabeça, para fazê-la é preciso mais duas ou três operações, para revesti-la é uma operação peculiar, para calvejar os alfinetes é outra, e é ate mesmo uma função específica para colocá-los em um pape1.” Exemplo da “Fábrica de alfinetes” ● E o negócio mais importante de fazer alfinetes está, desse modo, dividido em 18 operações distintas que, em algumas fábricas, são todas feitas por diferentes mãos, embora, em outras, o mesmo trabalhador fará duas ou três delas. ●A divisão do trabalho, segundo Smith, aumenta a quantidade de produção por três razões: ► PRIMEIRO: cada trabalhador desenvolve uma habilidade maior na realização de uma simples tarefa, respectivamente; ► SEGUNDO: economiza-se tempo, pois se o trabalhador não puder ir ao trabalho, outro fará sua função; ► TERCEIRO: o maquinário pode ser desenvolvido para aumentar a produtividade, uma vez que as tarefas tenham sido simplificadas e feitas por meio da divisão do trabalho. Teoria do Valor- Trabalho • Mercantilistas: defendiam que a riqueza das nações estava no acúmulo de metais preciosos (metalismo) e que dependia da intervenção estatal para gerar equilíbrio na balanço comercial. • Fisiocratas: tinham por base o princípio da livre troca (laissez faire) e consideravam que agricultura era produtiva e gerava crescimento real riqueza. Smith, diferente dos fisiocratas, acreditava que a base para o desenvolvimento da nação seria o Homem, mais precisamente, o Homem e seu “trabalho.” • Para Smith, o crescimento econômico deve ser encontrado através do aumento da potência produtiva de trabalho, dá-se então a divisão do trabalho. A harmonia dos interesses e o governo limitado Nesta parte do livro, Smith ressaltou que os participantes da economia tendem a ir atrás dos seus interesses pessoais; "Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que nós esperamos nosso jantar, mas da sua consideração de seu próprio interesse.” • o consumidor procura encontrar o preço mais baixo por um bem, de acordo com sua qualidade; • O trabalhador tenta encontrar o salário mais alto, de acordo com seu trabalho; Analisando os agentes econômicos, Smith revela existir no caos econômico, uma ordem natural, Chamada por ele de “MÃO INVISÍVEL.” MAÕ INVISÍVEL DE MERCADO Há uma mão invisível agindo nos fatores econômicos, que direciona o comportamento do interesse próprio para um tal caminho que o bem social emerge. “Cada individuo, necessariamente, trabalha para fazer a receita anual da sociedade tão grande quanto ele possa. De fato, ele geralmente não pretende promover o interesse público nem saber quanto está provendo para a sociedade. Ao preferir apoiar a indústria nacional à indústria estrangeira, ele deseja apenas sua própria segurança e, ao dirigir aquela indústria de maneira que sua produção possa ser de maior valor, almeja apenas seu próprio lucro e nisso, como em outros casos, é guiado pela mão invisível para promover um final que não faz parte de sua intenção. Nem sempre o pior para a sociedade é não fazer parte dela. Ao perseguir seu próprio interesse, o indivíduo, frequentemente, promove mais eficazmente aquela sociedade do que quando realmente pretende promovê-la. Nunca vi muito beneficio realizado por aqueles que simulavam comercializar para o bem público. É uma simulação, de fato, não muito comum entre os mercadores, e bem poucas palavras podem ser empregadas para dissuadi-1os.” A chave para o entendimento da mão invisível de Smith é o conceito de competitividade. Pois a ação de cada produtor ou mercador é contida por outros produtores e mercadores, que estão também procurando obter lucro; A competitividade reduz os preços dosbens, e consequentemente o lucro de cada vendedor; Em um caminho análogo, os empregadores disputam os melhores trabalhadores, empregados disputam os melhores empregos e consumidores disputam pelo direito de consumir produtos; A busca do próprio interesse, restrita pela competitividade, tende, assim, a produzir o bem social de Smith, a produção máxima e o crescimento econômico. O resultado disso é que os recursos são alocados para as aplicações mais valiosas e a eficiência econômica prevalece. Governo limitado Para Smith, a intromissão do governo na economia seria desnecessária, visto que estes são esbanjadores, corruptos, ineficientes, e concessores de privilégios de monopólio em detrimento de toda sociedade; “É evidente que todo indivíduo pode, em sua posição particular, julgar seu próprio interesse econômico muito melhor do que qualquer estadista ou legislador pode fazer por ele. O estadista, que deveria tentar direcionar as pessoas na forma como elas deveriam empregar seus capitais, não só se sobrecarregaria com a mais desnecessária atenção, mas também assumiria uma autoridade que seguramente não seria confiável, não só por um indivíduo, mas por nenhum conselho ou assembleia, qualquer que seja, e que em nenhum lugar seria tão perigosa como nas mãos de um homem que fosse insensato e imprudente o suficiente para desejar que ele próprio exercesse essa posição.” “Laissez faire” “Laissez passer” “Deixem fazer, deixem passar” representa um princípio defendido pelos economistas liberais que defende que o estado deve procurar interferir o menos possível na atividade econômica e deixar, que os mecanismos de mercado funcionem livremente. Para Smith a atuação estatal interferia diretamente na atuação da “mão invisível;” Mesmo avesso ao envolvimento do estado, Smith especificou três principais funções do governo, São elas: 1- Proteger a sociedade do ataque estrangeiro; 2- Estabelecer a administração da justiça; 3- Elevar e manter os trabalhos e as instituições públicas a fim de que os empresários privados não possam tentar obter lucros excessivos; Smith defende uma variedade de funções de estado que se enquadram nas categorias citadas acima; A lei deveria cumprir a execução de contratos; O controle sobre a emissão de papel-moeda seria necessário; O controle sobre as taxas de juros seria aceitável; entretanto a taxa deveria estar, não muito, acima das taxas mais baixas de mercado para promover projetos mais benéficos; As leis que garantem a segurança do locatário agrícola são boas porque promovem melhoramentos e investimentos para a terra. Entre os trabalhos públicos que o governo deveria oferecer estão aqueles que estimulam o comércio e a educação, incluindo: Canais, rodovias, Portos, Correios, Escolas, Igrejas; Para Smith, a educação pública gratuita para as pessoas comuns é essencial como uma maneira, entre várias outras de amenizar os efeitos negativos da divisão do trabalho; Smith também aprovou as patentes e os direitos autorais de duração limitada; E favoreceu dois tipos de tarifas protecionistas: ◆ tarifas protetoras da industria nacional, que, segundo Smith seriam essenciais para a defesa da nação; ◆ a imposição de tarifas na importação de bens que igualam a carga tributária sobre uma industria nacional; Teoria do Bem-Estar econômico •Teoria direcionada à política. •Preocupação de identificar os fatores que influenciam no bem-estar social. •O bem-estar depende da quantidade do “produto do trabalho” anual e do “número dos que dos que deveriam consumi-lo” . •Utilidade dos bens. Divisão: •Dois fatores de produção: agrícola e industrial. •A produção de mercadoria necessita de três grupos: terra, trabalhadores e capital •Sociedade: proprietários de terras, os trabalhadores e os capitalistas •A sociedade segue um comportamento econômicos por vias do egoísmo e aquisitivas. •o capitalismo representava um estágio intermediário de uma civilização sem intervenções ou regulamentos do governo na economia. Ou seja, uma política Laissez-faire. Divisão de trabalho: •Um mercado bem desenvolvido ou uma economia de trocas comerciais, na qual houvesse uma especialização generalizada. •Existindo a economia de mercado, o grau de especialização dependeria do tamanho desse mercado. Trabalho produtivo e improdutivo •Produtivo: •Trabalhadores Lucro ao capitalistas Sendo suficiente para recuperar os gastos dos salários dos funcionários e restasse lucro. •Todo trabalho que tivesse como resultado um produto que pudesse ser vendido fosse considerado produtivo. •Improdutivo: •Tudo que não acumula capital é improdutivo. Exemplo: serviços. Conclusão do Bem-estar econômico •Smith concluiu que qualquer intervenção, regulamentação, concessão de monopólio e subsídios especial do governo seria prejudicial ao capital e diminuiria a contribuição ao bem-estar econômico. •Considerando o egoísmo humano, os mercados livres e em concorrência dirigiriam o capital para os setores mais produtivos. Emprega-se a mão invisível de Adam Smith. Preço de Mercado •Preço natural: suficiente para cobrir gastos e ter renda no curto prazo •Os empresários não continuarão com o esse preço no longo prazo. •Preço atual é regulado pela demanda e pela oferta. •Pode estar acima, abaixo ou no mesmo valor do preço natural. Salários •Três tipos de salários: nível global dos salários, crescimento de salários sobre o tempo e a estrutura do salário. •Aplica-se a teoria da reserva dos salários em relação os dois primeiros itens. •Consiste em uma reserva que pode ser utilizada no curto prazo. Capital de giro independente. •O valor mínimo dos salários deve ser aquele que permite ao trabalhador e a sua família sobreviver e perpetuar a oferta de trabalho. •Para Smith, altos salários aumentam a saúde e a força dos trabalhadores e estimula a fazerem o melhor que podem por terem esperanças de uma vida melhor. Salário Anual Médio: reserva de salário número de trabalhadores Lucro •A taxa mais baixa de lucro deve ser alta o suficiente para compensar qualquer perda e ainda existir um excedente para aos empresários. •Taxa baixa de lucro Altos salários •Em países desenvolvidos, bens vendidos baratos quanto seus vizinhos mais pobres, os mais devem ter salários mais baixos. •Os economistas clássicos tem como visão que o juro é apenas uma dedução do lucro. •Taxa baixa de juros mais empréstimos Renda •Smith tinha várias teorias sobre a renda, porém nenhuma delas foi concluída ou ficou clara o suficiente. •Ricardo, Petty e Hume em partes de seu livro. •,Os lucros e as rendas constituem uma tentativa de formular uma teoria da distribuição funcional de renda. •Mesmo incompleta, a teoria de Smith deve mais contribuição que as apresentadas pelos fisiocratas. A função da moeda e da dívida •A moeda é essencial para os negócios por ser um meio pagamento. A moeda, em si, não gera riqueza, porém faz gerar riqueza na sua troca por bens. •Os mercantilistas afirmam que as mercadorias são destruídas pelo tempo, enquanto o ouro e a prata duram no tempo. •Smith condenou o crescimento da dívida pública e os valores exigidos para pagar os juros sobre ela. •Temia, ele, que as altas taxas necessárias para pagar os juros fizessem que os mercadores e os fabricantes investissem fora do país •Assumindo a teoria do pleno emprego, Smith percebeu que a dívida do governo e os valores dos juros representavam recursos que poderiam ter sido utilizados produtivamente pelainiciativa privada se o governo não os tivesse desviado para seu próprio uso. O desenvolvimento econômico Curiosidades de Adam Smith •Smith foi descrito pela maioria de seus contemporâneos e biógrafos comicamente como um distraído, com uma peculiaridade na fala e ao andar, e portador de um indescritível sorriso. Tinha mania de conversar consigo mesmo, um hábito que começou durante sua infância, quando ele sorria na conversa extasiada com companheiros invisíveis. •Tinha mania de conversar consigo mesmo, um hábito que começou durante sua infância, quando ele sorria na conversa extasiada com companheiros invisíveis. Ocasionalmente também tinha doenças imaginárias. Também foi descrito envolto em altas pilhas de livros em seus momentos de estudo. •De acordo com algumas histórias, Smith disse a Charles Townshend que em uma visita a uma fabrica de couros, enquanto discutia sobre o livre mercado, sem perceber, caiu em um buraco de cortume, onde precisou de ajuda para sair. •Certa vez disse que, também devido sua distração, colocou pão com manteiga dentro de um bule e ao beber aquela mistura, declarou ter bebido o pior chá já feito por ele. •Em outro conto, Smith disse ter se distraído em uma caminhada e só percebeu que atravessará 24 quilômetros para fora da cidade, e só retornou à realidade após os sinos de uma igreja próxima o tocarem. BIBLIOGRAFIA: http://www.suapesquisa.com/biografias/adam_smith.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Adam_Smith https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Riqueza_das_Na%C3%A7%C3%B5es http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8807 http://www.coladaweb.com/economia/evolucao-do-pensamento-economico BRUE, Stanley L; história do pensamento econômico/2006; HUNT, E. K. História do pensamento econômico
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