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Apostila Economia Empresarial

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UNIDADE I - INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Definição de economia
É uma ciência social que estuda a maneira pela qual os homens decidem empregar recursos escassos a fim de produzir diferentes bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, para satisfazer as necessidades humanas. 
Os problemas econômicos estão sempre presentes a todo instante em nossas vidas, desde em questões mais rotineiras como em assuntos de real complexidade:
Por exemplo:
- Por que a expansão da moeda e a do crédito podem gerar inflação?
- Até que ponto juros altos reduzem o consumo e estimulam a poupança?
- Por que os impostos sobre alguns produtos como cigarro, veículos e eletrodomésticos são por demais elevados?
- Como os bancos interferem nas taxas de juros e apenas intermediam a poupança financeira do país?
Autonomia e inter-relação com as demais ciências:
Aspecto econômico
Aspecto político
Aspecto demográfico
Realidade – Aspecto material do objeto
Aspecto histórico
Aspecto social
Aspecto geográfico
Problemas econômicos básicos:
a) O que e quanto produzir?
Isso significa quais produtos deverão ser produzidos e em que quantidade deve ser colocada à disposição dos consumidores.
b) Como produzir?
Para quem serão os bens e serviços produzidos, com quais recursos e de que maneira ou processo técnico.
c) Para quem produzir?
Para quem se destinará a produção.
Divisão didática do estudo da ciência econômica:
a) Microeconomia: estuda a formação dos preços nos diversos mercados, por meio da ação conjunta da demanda e da oferta. Os preços constituem os sinais para o uso eficiente dos recursos escassos da sociedade e funcionam como um elemento de exclusão. Também pode ser definido como o estudo da tomada de decisões individuais das empresas e famílias.
b) Macroeconomia: estuda as condições de equilíbrio estável entre a renda e a despesa nacional. Estudo dos fatos e fenômenos econômicos que englobam toda a economia.
c) Desenvolvimento econômico: estuda o processo de acumulação de recursos escassos e da geração de tecnologia capazes de aumentar a produção de Bens e serviços para a sociedade.
d) Economia internacional: estuda as condições de equilíbrio do comércio externo (exportações e importações), além dos fluxos de capital. 
Lei dos rendimentos decrescentes:
É por meio do conhecimento da economia que se forma uma visão mais ampla e crítica de todo o funcionamento do mercado financeiro, permitindo que se responda às diversas questões que envolvem poupança, investimentos, desenvolvimento, avaliação, etc.
A economia alerta, ainda, para a conhecida lei dos rendimentos decrescentes: essa lei descreve que unidades adicionais de fatores de produção promovem incrementos na produção, porém a taxas decrescentes.
	Agricultores
	Produção total (em sacas)
	Produção/unidade de mão-de-obra
	Produção incremental/unidade de mão-de-obra
	1
	10000
	10000
	-
	2
	12000
	6000
	2000
	3
	13500
	4500
	1500
	4
	14000
	3500
	500
Curva de possibilidade de produção: 
Exprime as decisões que podem ser tomadas em relação a dois produtos. Ex: alimentos e vestuário.
A seleção das infinitas alternativas de produção disponíveis sobre a curva é função da preferência da sociedade. 
Obs: vestuário (em mil unidades) e alimento (em toneladas). 
Os preços e o mercado: 
As relações de troca entre os agentes econômicos desenvolvem-se mediante o mecanismo de formação de preços do mercado.
Os modelos de formação de preços enquadram-se essencialmente na análise do:
a) Equilíbrio parcial: trata isoladamente da formação do preço de certo bem, serviço ou fator de produção, sem levar em consideração as possíveis relações e os impactos com outros mercados. Ex: verduras e legumes.
b) Equilíbrio geral: pressupõe a dependência de todos os preços, tratando do inter-relacionamento dos mercados. Ex: petróleo (a variação no preço repercute sobre os demais setores da economia).
Rendas, investimento e poupança:
Rendas: representam a remuneração dos agentes que participam, de alguma forma, do processo produtivo de uma economia. São, essencialmente, receitas em dinheiro compensatórias de serviços prestados, como salários recebidos, juros sobre capital emprestado, lucros sobre capital investido, e assim por diante.
Investimentos: representa a ampliação do capital em alternativas que promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva do país. Determinando maior capacidade futura de gerar riquezas.
Poupança: é a parcela da renda economizada pelos agentes econômicos que não foi consumida na aquisição de bens e serviços.
Remuneração dos fatores de produção:
Capital: lucro, juros, dividendos
Trabalho: salário
Propriedades: aluguéis
PIB e PNB
PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em um país durante um determinado período de tempo. PIB = C+G+I+X-M
PNB é o produto nacional bruto. PNB = PIB-RLEE; onde: RLEE = Renda líquida enviada ao exterior.
Conceitos e funções da moeda:
Conceito de moeda: a moeda é um meio de pagamento legalmente utilizado para realizar transações com bens e serviços. É um instrumento previsto em lei e, por isso, apresenta curso legal forçado (sua aceitação é obrigatória) e poder liberatório (libera o devedor do compromisso).
Funções da moeda:
a) Meio de troca: 
- O surgimento da moeda decorre do progresso econômico
- As trocas podem ser feitas de forma direta, o escambo, ou de forma indireta, pela intermediação da moeda.
b) Unidade de conta:
- A moeda desempenha a função de denominador comum de valor ou unidade de conta, isto é, fornece o padrão para que as demais mercadorias expressem seus valores.
- Fornece o referencial para que as demais mercadorias cotem seus valores.
c) Reserva de valor: 
- Permite que os agentes econômicos mantenham seus patrimônios para uso posterior.
Formas de moeda
moeda mercadoria > moedas metálicas > papel moeda > moeda fiduciária > moeda escritural (forma papel).
- Os principais tributos que a mercadoria monetária deve possuir são: baixos custos de transação e estocagem, e estabilidade de seu valor, de forma que possa desempenhar suas funções de unidade de conta e reserva de valor. 
Demanda de moeda:
a) Transação: é explicado pela necessidade das pessoas manterem dinheiro disponível para efetuar seus pagamentos correntes. O nível de moeda a ser mantido para transações depende da renda das pessoas. Rendas altas supõem maiores reservas monetárias, de forma a equilibrar o fluxo de recursos. 
b) Precaução: é comum ocorrerem certas despesas imprevistas e extraordinárias e, quanto maior for a liquidez de caixa para enfrentar essas exigências monetárias inesperadas, tanto maior será a margem de segurança apresentada pelo agente econômico. O nível de moeda exigido pelo motivo precaução é função da flexibilidade que um agente tem em captar recursos nos exatos momentos de suas necessidades extraordinárias. 
c) Especulação: a quantidade de moeda retida para especulação é função da rentabilidade oferecida pelas aplicações. Ex: o aproveitamento de oportunidades especulativas com relação a certos ativos (ações, imóveis, etc.), desde que os agentes acreditem numa valorização atraente de seus preços, pode justificar maior demanda de moeda. 
Criação de moeda pelos bancos
Uma prerrogativa exclusiva dos bancos comerciais como intermediários financeiros é a capacidade de criação de moeda. Esse aspecto é muitas vezes apresentado como a principal característica diferenciada dos bancos comerciais em relação às outras instituições financeiras, que não têm capacidade de criação de passivos que atuam como meios de pagamento. 
Esse processo de criação de moeda pelos bancos comerciais se deve ao fato de estes manterem como reservas apenas uma fração dos depósitos à vista que captam do público, emprestando o excedente, isto é, abrindo novos depósitos. 
As reservas tomadas pelos bancos são de três tipos:
a) Moeda corrente guardada nos próprios bancos: feitas para compensarexcesso de pagamentos sobre recebimentos em papel-moeda na “boca do caixa”.
b) Reservas voluntárias no banco central: feitas para atender excesso de pagamentos frente a recebimentos na compensação de cheques.
c) Reservas compulsórias ou obrigatórias (legais): recolhidas junto ao banco central como proporção nos depósitos a vista, são utilizadas, entre outras coisas, para garantir-se uma segurança mínima ao sistema bancário. 
Limites ao crescimento dos bancos:
Pela experiência, os bancos observaram a reduzida probabilidade de que todos os seus depositantes viessem a sacar seus fundos ao mesmo tempo e, dado o objetivo do lucro inerente à atividade empresarial, passaram a aplicar parte desses recursos junto aos agentes deficitários de caixa. 
Preocupadas com o funcionamento de todo o sistema bancário, as autoridades monetárias criaram contas de depósitos exclusivas aos bancos comerciais com o objetivo de abrigarem recursos provenientes de:
- Depósitos compulsórios;
- Depósitos de livre movimentação: representada pelo dinheiro em poder dos bancos, visando promover o encaixe necessário às operações correntes de pagamentos e recebimentos verificadas nas agências bancárias. 
Fluxo circular da renda
É a união entre os fluxos reais e monetários da economia
Fluxo real: no mercado de bens e serviços as famílias demandam bens e serviços enquanto as empresas ofertam. No mercado de fatores de produção as famílias ofertam os serviços dos fatores de produção (que são de sua propriedade) enquanto as empresas o demandam.
Fluxo Monetário: Paralelamente ao fluxo real temos o fluxo monetário da economia.
Fluxo circular de renda: Em cada um dos mercados atuam conjuntamente a força da oferta e da demanda determinando o preço. Esse fluxo é chamado de básico (famílias e empresas). No fluxo completo incorpora o setor público em que há a adição de impostos e no fluxo externo existe as relações e transações de mercadorias e serviços com o resto do mundo.
Os bens de Capital são as máquinas, equipamentos e instalações, utilizados na fabricação de outros bens, mas que não se desgastam no processo produtivo.
Os bens de consumo são aqueles que destinam a necessidade humana, são os bens duráveis (geladeira, fogão, carros) e os não-duráveis (alimento, produto de limpeza).
Os bens intermediários são transformados na produção de outros bens e totalmente consumidos no processo produtivo (matérias-primas, componentes).
Fatores de produção são os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia.
POLÍTICAS ECONÔMICAS
A gestão da economia visa atender às necessidades de bens e serviços da sociedade e atingir determinados objetivos sociais e macroeconômicos, como pleno emprego, distribuição da riqueza, estabilidade de preços e crescimento econômico.
O governo atua na economia por meio de políticas, identificadas pela política monetária, política fiscal e política cambial.
I) Política monetária
Enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros, modificando o custo e oferta de crédito.
Instrumentos de controle monetário (Banco Central):
a) Recolhimentos compulsórios
Representam o percentual incidente sobre os depósitos captados pelos bancos (comerciais, múltiplos e caixas econômicas) que devem ser colocados à disposição do Banco Central.
É um instrumento de controle monetário bastante eficiente, já que atua diretamente sobre os meios de pagamento através do multiplicador bancário. 
Ex: Boletim do Banco Central em 2009.
- 42% sobre recursos a vista (dinheiro em conta corrente);
- 15% sobre depósitos a prazo;
- 13,5% sobre depósitos de poupança rural;
- 20% Sobre outras modalidades de depósitos de poupança.
Relação: (Entre recolhimento compulsório, volume de dinheiro disponível e taxa de juros)
Quanto maior o recolhimento compulsório, menor o volume de dinheiro disponível na economia e maior a taxa de juros cobrada pelos bancos.
Quanto menor o recolhimento compulsório, maior o volume de dinheiro na disponível economia e menor a taxa de juros.
b) Operações de mercado aberto (open market)
Funcionam como um instrumento bastante ágil de política monetária a fim de melhor regular o fluxo monetário da economia e influenciar os níveis das taxas de juros a curto prazo. 
Este é o principal instrumento utilizado no Brasil desde o final da década de 1960.
Uma expansão no volume dos meios de pagamento da economia, de forma a elevar sua liquidez e reduzir as taxas de juros, as autoridades monetárias intervêm no mercado, resgatando (adquirindo) títulos públicos em poder dos agentes econômicos.
Obs: Títulos públicos: Representam a carteira de títulos de emissão pública mantida pelo banco central. Para o banco central, essa carteira tem por objetivo o controle da liquidez da economia. Toda vez que promove incentivos a vendas desses ativos no mercado, determina uma contração da base monetária, na recompra dos títulos, ao contrário, ocorre uma expansão da base monetária.
Objetivos a serem alcançados pelas operações de mercado aberto: 
Controle diário do volume de oferta de moeda, manipulação das taxas de juros a curto prazo, criação de liquidez para os títulos públicos.
As operações de mercado aberto processam-se inicialmente por meio da colocação (ou resgate) de títulos públicos, permitindo que as autoridades monetárias executem a política de expansão ou retração dos meios de pagamento da economia. 
Mercado primário: 
A colocação desses títulos, quando realizadas pela primeira vez. É representado pela negociação direta (e primária) entre o eminente de títulos (governo) e seus adquirentes (instituições financeiras). 
As colocações primárias dos títulos públicos costumam desenvolver-se por meio de leilões periódicos, coordenados pelo Banco Central, nos quais são estabelecidas a priori as principais características da oferta (quantidade de títulos colocados em circulação, etc.)
Os leilões podem ser de dois tipos:
Tipo formal: em que participam todas as instituições financeiras interessadas.
Tipo informal: em que os negócios são realizados primeiramente com os Dealers (instituições financeiras legalmente credenciadas a atuar no mercado em nome do Banco Central) e repassados, em seguida, às demais instituições financeiras do mercado.
Operações no mercado aberto realizadas pelo Banco Central podem ser de dois tipos:
Operações compromissadas: a autoridade monetária negocia títulos assumindo o compromisso de resgatá-los dentro de um prazo fixado (geralmente um dia, “overnight”). Nessas operações, o Banco Central atua através de agentes credenciados (Dealers), usando leilões informais.
Operações definitivas: os títulos são adquiridos e incorporados na carteira da adquirente. Essas negociações definitivas processam-se através de leilões com a participação de todas as instituições financeiras.
Mercado secundário:
Verifica-se a transferência (ou renegociação) para terceiros dos títulos adquiridos no mercado primário, no qual não ocorre a negociação direta entre o órgão público emitente do título e os poupadores.
c) Redesconto bancário
A variável importante é a taxa de juros cobrada pelo Banco Central em seus empréstimos aos bancos comerciais, ou seja, a taxa de juros de redesconto.
Esta taxa pode ser usada tanto para sinalizar as taxas de juros a serem praticadas pelo mercado, como, principalmente, para determinar a disposição dos bancos em se tornarem mais ou menos ilíquidos. 
Se a taxa cobrada pelo Banco Central estiver muito acima da taxa de empréstimos dos bancos (de mercado), estes se mostrarão muito mais cautelosos na concessão de crédito, para limitarem o risco de ter de recorrer ao Banco Central.
II) Política fiscal
Centraliza sua preocupações nos gastos do setor público e nos impostos cobrados da sociedade, procurando, por meio de maior eficácia no equilíbrio entre a arrecadação tributária e as despesas governamentais, atingir determinados objetivos macroeconômicos e sociais.
Modificando carga tributária(aumento dos impostos):
- Influencia renda e consumo agregado;
- Reduz consumo e poupança (população);
- Reduz os resultados, o que torna o capital investido menos atraente. Também reduz a capacidade de investimento, por acumular menores fluxo de caixa, tornando a empresa mais dependente de empréstimos para financiar sua atividade (empresas). 
Despesas governamentais (aumento dos gastos):
- Efeito positivo;	
- Aumento da demanda e da renda nacional.
Obs: Dívida pública: é entendida como uma dívida contraída pelo governo no mercado, com diversos agentes econômicos, como bancos, investidores, organismos financeiros nacionais e internacionais e governos estrangeiros.
Ex: financiar investimentos sociais e em infraestrutura; e antecipar receitas de impostos para financiar seus gastos maiores.
Pode ser divida em dívida pública interna e externa.
III) Política cambial
Está baseada na administração das taxas de câmbio, promovendo alterações das cotações cambiais, e de forma mais abrangente, no controle das transações internacionais executadas por um país. É fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da economia e promover seu desenvolvimento econômico.
Para que as transações internacionais sejam viáveis, os preços nos diferentes países devem ser comparados, e deve haver formas de converter a moeda de um país na moeda de outro. Assim, da internacionalidade das trocas e da nacionalidade das moedas surge a taxa de câmbio.
A taxa de câmbio mostra qual é a relação de troca entre duas unidades monetárias diferentes, ou seja, o preço relativo entre diferentes moedas.
Por exemplo:
Taxa de câmbio nominal:
- R$ 1,80 vale US$ 1,00
- R$ 1,90 passa a valer US$ 1,00 (desvalorização nominal do Real e valorização do Dólar)
- R$ 1,70 passa a valer US$ 1,00 (valorização nominal do Real e desvalorização do Dólar)
Taxa de câmbio real:
- É mais utilizada
- Ɵ = ; onde: Ɵ = taxa de câmbio real; E = taxa de câmbio nominal (R$/US$); P* = preço do produto estrangeiro, em US$; e P = preço do produto nacional, em R$.
Regimes cambiais:
- Câmbio fixo: quando tem seu valor atrelado a um referencial fixo, como ouro, dólar ou até mesmo uma cesta de moedas de diversas economias.
No entanto, a manutenção desse padrão é de maior risco aos governos, obrigando, em momentos de desequilíbrio, que gastem elevadas somas de suas reservas cambiais para manter a cotação da moeda nacional.
- Câmbio flutuante: é um mercado de divisas do tipo concorrência perfeita, sem intervenções do banco Central, de modo que qualquer desequilíbrio seja prontamente eliminado pelo mecanismo de preço (alteração da taxa de câmbio).
- Flutuação suja: o princípio básico é o do regime flutuante, neste a determinação continua dando-se no mercado, em cujo funcionamento existe a presença de um grande ator que consegue influir na taxa: as intervenções do Banco Central, que tentam balizar os movimentos desejados da taxa de câmbio. 
- Bandas cambiais: fixamos uma taxa de câmbio central, e um intervalo aceito de variação para cima e para baixo. Enquanto a taxa de câmbio estiver dentro do intervalo estipulado, sua determinação segue o sistema flutuante; atingindo os limites, o banco central age como se fosse um sistema de câmbio fixo.
Por exemplo: atingindo o limite máximo, o Banco Central entra vendendo moeda estrangeira e, atingindo o limite mínimo, o Banco Central entra comprando moeda estrangeira.
___________________________________________________________________________
EXERCÍCIO (UNIDADE I)
1. Suponha a existência de três bancos comerciais (a, b e c). Suponha um depósito inicial no banco “a” de R$ 1000 e mantenha em reservas 25%. Qual o total de depósitos gerados?
Resposta:
Banco “a”
Ativo Passivo
Reservas = 250 Depósitos à vista = 1000
Empréstimos para o “b” = 750
Banco “b”
Ativo Passivo
Reservas = 187,5 Depósitos à vista = 750
Empréstimos para o “c” = 562,5
Banco “c”
Ativo Passivo
Reservas = 140,63 Depósitos à vista = 562,5
Empréstimos para o “d” = 421,87
Logo, multiplicador será 1000. 1/0,25 = R$ 4000 (total de depósitos gerados através dos empréstimos).
2. Suponha a existência de cinco bancos comerciais (a, b, c, d, e). Suponha um depósito inicial no banco “a” de R$ 3000 e mantenha em reservas 15%. Qual o total de depósitos gerados?
3. Calcule a taxa de câmbio real para o preço de um automóvel.
Dados: P* = 12.000,00; P = 15.000,00; e E = R$ 1,00/US$ 1,00.
Resposta: Ɵ = ; Ɵ = ; Ɵ = 0,8
Logo, o carro estrangeiro é 20% mais barato que o nacional.
4. Calcule a taxa de câmbio real para o preço de uma máquina agrícola.
Dados: P* = 32.000,00; P = 34.000,00; e E = R$ 1,20/US$ 1,00.
5. No dia 22 de outubro de 2012 o dólar fechou o dia em US$ 1,00 valendo R$ 2,05. No dia seguinte a relação ficou US$ 1,00 para R$ 2,25. Ocorreu uma valorização ou desvalorização cambial? E explique o motivo.
6. O que faz que os bancos comerciais tenham capacidade de criar moeda escritural?
7. Cite três serviços prestados pelas instituições bancárias.
___________________________________________________________________________
UNIDADE II - TEORIA DO CONSUMIDOR
A função da microeconomia introduz alguns conceitos básicos e algumas ferramentas que possam ser utilizadas para diversos tipos de problemas tratados e as várias soluções que ela pode oferecer.
Aspectos preliminares
A microeconomia trata do comportamento das unidades econômicas individuais. Tais unidades abrangem consumidores, trabalhadores, investidores, proprietários de terra, empresas – na realidade, quaisquer indivíduos ou entidades que tenham participação no funcionamento da economia.
Ex: esclarece como os consumidores tomam decisões de compra e de que forma suas escolhas são influenciadas pelas variações de preços e rendas.
A microeconomia trata em grande parte de limites, da renda limitada que os consumidores podem gastar em bens e serviços, de orçamentos e tecnologias limitadas que as empresas podem empregar para produzir bens. Trata também de como tirar o máximo proveito desses limites.
Temas da microeconomia
I) Trade-offs
Nas modernas economias de mercado, consumidores, trabalhadores e empresas têm muito mais flexibilidade e poder de escolha na alocação de recursos escassos. 
O termo trade-off é muito utilizado em economia e diz respeito ao processo de escolha e suas implicações.
a) Para consumidores: os consumidores têm renda limitada, a qual pode ser gasta em uma ampla variedade de bens e serviços ou poupada para o futuro. Como os consumidores decidem que parcela de sua renda será poupada, escolhendo entre consumo atual e consumo futuro. Consumir mais de um bem x em detrimento de consumir menos de um bem y.
b) Para trabalhadores: as pessoas têm de decidir se e quando devem fazer parte da força de trabalho. Assim, uma pessoa tem a opção de trabalhar agora ou continuar estudando.
c) Para empresas: as empresas também encontram limitações em relação àquilo que podem produzir e aos recursos que podem empregar para produzir. A empresa tem que decidir se deseja produzir um número maior de automóveis e caminhões nos próximos anos, tem de decidir se contrata mais trabalhadores ou se constrói mais fábricas, ou ambas as coisas.
II) Preços e mercados
Um segundo tema importante é o papel dos preços. Todos os trade-offs descritos anteriormente se baseiam nos preços que os consumidores, trabalhadores e empresas encontram. 
Por exemplo: um consumidor opta por carne de vaca em vez de carne de frango, em parte, por causa de suas preferências e, em parte, por causa dos preços. 
Análise positiva x análise normativa
A microeconomia trata de questõestanto positivas quanto normativas. As questões positivas relacionam-se com explicações e previsões, e as normativas, com aquilo que se supõe que seja adequado. 
Suponhamos que o governo imponha uma quota na importação de automóveis. O que ocorreria com o preço, a produção e as vendas de automóveis? Que impacto esse fato teria sobre os consumidores? E sobre os trabalhadores? Essas questões fazem parte do âmbito da análise positiva, que consiste em proposições que descrevem relações de causa e feito.
A análise normativa examina as questões relativas ao que se supõe adequado. É frequentemente influenciada por juízo de valor. Ex: uma comparação entre um imposto sobre a gasolina e um imposto sobre a importação de petróleo poderia provar que o imposto sobre a gasolina seria mais facilmente administrado, porém teria impacto maior sobre consumidores com renda mais baixa. 
O que é um mercado?
Um mercado é um grupo de compradores e vendedores que, por meio de suas reais ou potenciais interações, determinam o preço de um produto ou de um conjunto de produtos. Ex: no mercado de computadores os compradores são as empresas e os usuários; já os vendedores são a Dell, Lenovo, Apple. 
Mercados competitivos: possui muitos compradores e vendedores, de tal modo que nenhum comprador ou vendedor pode, individualmente, influir de forma significativa nos preços. Por exemplo: centenas de produtores de feijão e milhares de consumidores de feijão. Nenhum comprador pode afetar o preço, assim continua sendo o mesmo. 
Mercados não competitivos: capacidade de influenciar preços. Ex: OPEP.
Preços nominais x preços reais
Muitas vezes desejamos comparar o preço de uma mercadoria hoje com seu preço no passado ou com seu provável preço no futuro. Para que tais comparações sejam coerentes, necessitamos medir os valores em relação ao nível geral de preços.
Preço nominal: preço absoluto de um bem, sem nenhum ajuste decorrente da inflação. Também é essa chamado de preço em moeda corrente.
Preço real: preço de um bem relativo a uma medida agregada de preços; preço ajustado de acordo com a inflação. Também é chamado de preço em moeda constante.
Fundamentos da oferta e demanda
Uma das melhores maneiras de perceber a relevância da ciência econômica é começar pelos fundamentos da oferta e da demanda.
A análise da oferta e da demanda é uma ferramenta essencial e poderosa que pode ser aplicada a uma ampla variedade de questões interessantes e importantes. Dentre elas podemos citar:
A compreensão e a previsão de como as variações nas condições econômicas mundiais podem afetar o preço de mercado e a produção.
A avaliação do impacto dos controles governamentais de preços, do salário-mínimo, de suporte dos preços e dos incentivos à produção.
A determinação do modo como os impostos, os subsídios, as tarifas e as cotas de importação afetam consumidores e produtores.
Oferta e demanda
O modelo básico da oferta e da demanda é o instrumento-chave da microeconomia. Ele ajuda a compreender por que e como os preços mudam e o que acontece quando o governo intervém em um mercado. 
O modelo da oferta e da demanda combina dois conceitos importantes: a curva da oferta e a curva da demanda.
Teoria da demanda
Demanda é a quantidade de bens/serviços que os consumidores desejam adquirir em um determinado período, a um dado preço.
- Alguns fatores que influenciam a demanda:
Preço do bem (Px)
Qualidade (QL)
Propaganda (PROP)
Renda (R)
Preço de outro bem (Py)
A curva da demanda, indicada por D, mostra como a quantidade demandada pelos consumidores depende do preço. Ela é descendente, isto é, mantendo-se tudo o mais constante, os consumidores desejarão comprar uma quantidade maior de um bem conforme o preço cai.
Uma renda mais alta desloca a curva de demanda para a direita.
a) Relação entre preço do bem x e demanda do bem x.
↑Px ↓Qx (Relação inversa)
↓Px ↑Qx
Conclusão: 
I) existe uma relação inversa; 
II) modificação no preço: movimento ao longo da curva de demanda.
b) Relação entre renda e demanda do bem x.
- Bens normais:
↑R ↑Qx Px (constante)
↓R ↑Qx Px (constante)
- Bens inferiores:
↑R ↓Qx Px (constante)
↓R ↑Qx Px (constante)
c) Relação entre o preço de outro bem y e demanda de x.
- Bens complementares:
↑Py ↓Qy ↓Qx Px (constante)
↓Py ↑Qy ↑Qx Px (constante)
- Bens substitutos:
↑Py ↓Qy ↑Qx Px (constante)
↓Py ↑Qy ↓Qx Px (constante)
Teoria da oferta
Oferta é a quantidade de bens/serviços que os produtores/vendedores desejam oferecer em um determinado período, a um dado preço.
- Alguns fatores que influenciam a oferta:
Preço do próprio bem (Px)
Preço de outro bem (Py)
Sazonalidade – períodos específicos do ano (Sz)
Preço dos fatores de produção (Fp)
Expectativas (Exp)
Inovação tecnológica (T)
Número de vendedores (Nv)
Clima (Cl)
A curva de oferta, denominada de S, mostra como a quantidade ofertada de um bem muda conforme o preço desse bem sofre alterações. A curva de oferta é ascendente: quanto mais altos os preços, maior a capacidade e o desejo das empresas de produzir e vender.
Quando os custos de produção caem, a produção aumenta. A curva da oferta então se desloca para a direita.
Aumento de oferta corresponde ao deslocamento da curva de oferta para direita ou para baixo. Redução de oferta corresponde ao deslocamento da curva de oferta para esquerda ou para cima.
a) Relação entre preço do bem x e quantidade ofertada
Existe uma relação direta ↑Px ↑Qx ou ↓Px ↓Qx
b) Relação entre inovação e oferta
↑T ↑Qx Px (constante)
A curva de oferta desloca para a direita
c) Relação entre clima e oferta
∆Cl Negativo ↓Qx Px (constante)
A curva de oferta desloca para a esquerda
Equilíbrio de mercado
O próximo passo consiste em colocar a curva da oferta e a curva da demanda juntas.
No ponto em que as duas curvas se cruzam, dizemos que foram atingidos a quantidade e o preço de equilíbrio ou de balanceamento do mercado.
No preço P0 e na quantidade Q0, o mercado está equilibrado. No ponto B, há um excesso de oferta e no ponto A há um excesso de demanda. 
- Definições:
a) Preço de equilíbrio: preço que iguala a quantidade ofertada com a quantidade demandada.
b) Excesso de oferta: situação na qual a quantidade ofertada excede a quantidade demandada.
c) Excesso de demanda: situação na qual a quantidade demandada excede a quantidade ofertada.
Obs: Quando existir excesso de oferta: pressão para os preços caírem, pois os vendedores percebem que não podem vender tudo que desejam.
Quando existir excesso de demanda: os compradores não são capazes de comprar tudo o que desejam, devido a escassez de produto, e se dispõem a pagar mais.
- Mudanças no ponto de equilíbrio
↑R: O aumento do nível de renda faz com que ocorra um aumento da demanda (deslocamento da curva da demanda para a direita). Para o nível de preço P0 inicial a quantidade demandada é maior que a quantidade ofertada, gerando um excesso de demanda, que por sua vez provoca elevação do preço para P1. 
Comportamento do consumidor
Como um consumidor com renda limitada decide que bens e serviços devem adquirir?
O comportamento do consumidor é dividido em três etapas:
a) Preferências do consumidor: a primeira etapa consiste em encontrar uma forma prática de descrever por que as pessoas poderiam preferir uma mercadoria a outra.
b) Restrições orçamentárias: Na segunda etapa levaremos em conta que os consumidores têm renda limitada, o que restringe a quantidade de mercadorias que podem adquirir. 
c) Escolhas do consumidor: Diante das preferências e da limitação de renda, os consumidores escolhem comprar as combinações de mercadorias que maximizam sua satisfação. Essas combinações dependerão dos preços dos vários bens disponíveis.
Como age um consumidor?
- preferências entre vários bens e serviços;
- restrições orçamentárias que limitam seu poder de compra;
- não agem racionalmente;
- compram por impulso;
- não têm certeza das suas preferências (decisões tomadas a partir de amigos, vizinhos, etc.). 
I. Preferênciasdo consumidor
Cestas de mercado: é um conjunto com quantidades determinadas de uma ou mais mercadorias. Ela pode conter, por exemplo, vários itens alimentícios, ou então uma combinação de itens alimentícios, de vestuário e produtos para casa que um consumidor compra por mês.
Por exemplo: Cestas de mercado alternativas
	Cesta de mercado
	Unidades de alimento
	Unidades de vestuário
	A
	20
	30
	B
	10
	50
	C
	40
	20
	D
	30
	40
	E
	10
	20
	F
	10
	40
Premissas básicas sobre as preferências:
Integralidade: As preferências são completas. Isso significa, em outras palavras, que os consumidores podem comparar e ordenar todas as cestas de mercado. 
Assim, para quaisquer duas cestas A e B, um consumidor pode preferir A a B, ou preferir B a A ou pode ser indiferente a qualquer uma delas.
Transitividade: As preferências são transitivas. Transitividade significa que, se um consumidor prefere a cesta de mercado A a B e prefere B a C, então ele também prefere A a C.
Mais é melhor do que menos: Presumimos que todas as mercadorias são desejáveis. Consequentemente, os consumidores sempre preferem quantidades maiores de cada mercadoria.
 
Curvas de indiferença
Representa todas as combinações de cestas de mercado que fornecem o mesmo nível de satisfação a um consumidor.
Curva que representa todas as combinações de cestas de mercado que geram o mesmo nível de satisfação para um consumidor.
Curva de Indiferença
- Características:
Negativamente inclinada;
Não cruza e não tangencia outra curva;
São infinitas entre duas curvas;
São convexas em relação a origem.
Mapas de indiferença
Para descrevermos as preferências de um consumidor em relação a todas as combinações de alimentos e vestuário, podemos traçar um conjunto de curvas de indiferença, o qual se denomina mapa de indiferença.
Mapa de diferença é um gráfico que contém um conjunto de curvas de indiferença mostrando os conjuntos de cestas de mercado entre as quais os consumidores são indiferentes.
Mapas de Indiferença
Taxa marginal de substituição (TMS)
Para medir a quantidade de determinada mercadoria da qual um consumidor estaria disposto a desistir para obter maior número de outra, fazemos uso de uma medição denominada taxa marginal de substituição (TMS).
A TMS é a quantidade máxima de um bem que um consumidor está disposto a deixar de consumir para obter uma unidade adicional de um outro bem.
Por exemplo: TMS de alimentos e vestuário.
- A TMS de alimento por vestuário corresponde à quantidade máxima de unidades de vestuário das quais uma pessoa estaria disposta a desistir para poder obter uma unidade adicional de alimento.
TMS = 4 (O consumidor estaria disposto a desistir de 4 unidades de vestuário para obter uma unidade adicional de alimento).
TMS = -∆V/∆A
Curvas de indiferença para Substitutos perfeitos e complementares perfeitos
Os formatos das curvas de indiferença podem significar diferentes graus de disposição de um consumidor para substituir uma mercadoria por outra.
Dizemos que dois bens são substitutos perfeitos quando a TMS de um bem pelo outro é constante. Já os complementares perfeitos a curva de indiferença deles formam ângulos retos.
Utilidade
Definição: Índice numérico que representa a satisfação que um consumidor obtém com dada cesta de mercado
Você deve ter percebido uma característica importante da teoria do comportamento do consumidor, tal como apresentamos até agora: não foi necessário associar a cada cesta de mercado consumida um valor numérico indicador de satisfação. 
Por exemplo, nos mapas de indiferença poderíamos comparar através do grau de satisfação. Na curva de indiferença mais a direita o consumidor tem maior nível de satisfação.
Podemos ver que a teoria do consumidor depende da suposição de que os consumidores podem fornecer as classificações relativas das cestas de mercado. Entretanto, em geral é útil atribuir valores numéricos a cada cesta. Empregando essa abordagem numérica, podemos apresentar as preferências do consumidor atribuindo valores para os níveis de satisfação associados a cada curva de indiferença.
Em outras palavras, se a compra de cinco livros o deixa mais feliz do que a compra de uma camisa, então dizemos que os livros têm mais utilidade para você do que a camisa. 
Função de utilidade
Definição: fórmula que associa níveis de utilidade a cestas de mercado individuais.
Por exemplo: A função utilidade de Phil por alimento (A) e vestuário (V) seja u(A,V)=A+2V, responda:
a) Uma cesta de mercado que tenha 8 unidades de alimento e 3 unidades de vestuário gerará uma utilidade de:
Resposta: u(A,V)=A+2V → u(8,3)=8+2(3) → u(8,3)=14
b) Uma cesta de mercado que contenha 6 unidades de alimento e 4 unidades de vestiário gerará uma utilidade de:
Resposta: u(A,V)=A+2V → u(6,4)=6+2(4) → u(6,4)=14
c) Uma cesta de mercado que contenha 4 unidades de alimento e 4 unidades de vestiário gerará uma utilidade de:
Resposta: u(A,V)=A+2V → u(4,4)=4+2(4) → u(4,4)=12
Por exemplo 2: A função utilidade de Phil por alimento (A) e vestuário (V) seja u(A,V)=AV, responda:
a) Uma cesta de mercado que tenha 5 unidades de alimento e 5 unidades de vestuário gerará uma utilidade de:
Resposta: u(A,V)=AV → u(5,5)=5(5) → u(5,5)=25
b) Uma cesta de mercado que tenha 2,5 unidades de alimento e 10 unidades de vestuário gerará uma utilidade de:
Resposta: u(A,V)=AV → u(2,5;10)=2,5(10) → u(2,5;10)=25
É importante realçar que a função utilidade é simplesmente um modo de classificar as diferentes cestas de mercado; na verdade, a grandeza da diferença entre duas cestas quaisquer não fornece nenhuma informação adicional.
Utilidade ordinal x utilidade cardinal
- Função de utilidade ordinal: função de utilidade que gera uma ordenação de cestas de mercado da maior para a menor, ou seja, ordem decrescente. 
- Função de utilidade cardinal: função de utilidade que informa em que medida uma cesta de mercado é mais ou menos preferível a outra.
Restrição orçamentária
Até o presente momento enfocamos somente a primeira parte da teoria do consumidor. Vimos como as curvas de indiferença (ou, alternativamente, as funções de utilidade) podem ser usadas para descrever como os consumidores avaliam as diversas combinações de cestas de mercadorias. Agora, vamos desenvolver a segunda parte da teoria do consumidor: as restrições orçamentárias que os consumidores enfrentam por dispor de renda limitada.
As restrições orçamentárias são restrições que os consumidores enfrentam como resultado do fato de suas rendas serem limitadas.
Duas partes para a teoria:
a) Preferências: o melhor do ponto de vista do agente.
b) Restrição orçamentária: o que pode ser adquirido.
Importância do estudo da restrição orçamentária:
- Verificar se ela é adequada para a descrição do comportamento do consumidor.
- Prever como o comportamento do consumidor muda em resposta à alterações econômicas.
Cesta de bens
P1.X1 + P2.X2 + P3.X3 +...+ Pn.Xn ≤ M
Onde:
(X1, X2, X3,... Xn): bens consumidos
(P1, P2, P3,... Pn): preços dos bens
M: renda disponível
Obs: todo (X1, X2, X3,..., Xn) que satisfaz esta restrição pertence ao conjunto orçamentário do consumidor.
Economia com dois bens
Na prática existem muitos bens, porém não é possível representar graficamente.
Simplificação: podemos pensar no bem 2 como uma mercadoria composta, representando o dinheiro a ser gasto com os outros bens.
Linha do orçamento
São todas as combinações de bens para as quais a quantia de dinheiro gasto é igual à renda disponível.
Fórmula: P1.X1 + P2.X2 = M
Reescrevendo: 
P1.X1 + P2.X2 = M
P2.X2 = M – P1.X1
X2 = (M – P1.X1)/P2
X2 = M/P2 – (P1/P2).X1
A linha orçamentária tem inclinação de (P1/P2) e intercepto vertical de M/P2.
A inclinação da linha do orçamento, -(P1/P2), é igual à razão dos preços das duas mercadorias com o sinal negativo. O grau de inclinação nos informa a proporção pela qual as duas mercadorias podem ser trocadas sem que a quantidade total de dinheiro gasto seja alterada.O intercepto M/P2 com o eixo vertical representa a maior quantidade da mercadoria X2 que pode ser adquirida com a renda M. Finalmente, o intercepto M/P1 com o eixo horizontal representa a maior quantidade de X1 que pode ser adquirida caso toda a renda seja gasta com X1.
Por exemplo: Suponhamos que determinado consumidor possua uma renda semanal de R$ 80,00, que o preço do alimento seja R$ 1,00 por unidade e que o preço do vestuário seja R$ 2,00 por unidade.
P1.X1+P2.X2=M ; 1.A+2.V=80; logo A+2V=80.
Vestuário (unidades por semana)
40
Alimento (unidades por semana)
80
A linha do orçamento do consumidor descreve as combinações de quantidades de dois bens que podem ser adquiridas de acordo com a renda do consumidor e os preços dos dois bens.
Efeito das modificações na renda e nos preços
Já vimos que a linha do orçamento depende da renda M e dos preços P1 e P2 das mercadorias. Todavia, os preços e a renda frequentemente sofrem modificações. Vejamos, então, como tais modificações poderão influenciar a linha do orçamento. 
Uma mudança na renda (com os preços inalterados) causa um deslocamento paralelo na linha do orçamento original.
Vestuário (unidades por semana)Modificações na renda: uma modificação na renda altera o ponto de intersecção da reta com o eixo vertical, mas não muda a inclinação (pois nenhuma mercadoria teve o preço modificado). 
80
40
20
Alimento (unidades por semana)
160
80
40
Modificações nos preços: Podemos utilizar a equação X2=M/P2-(P1/P2)X1 para descrever os efeitos de uma modificação no preço do bem X1 sobre a linha do orçamento. 
Uma mudança no preço de um dos bens (com a renda inalterada) provoca uma rotação na linha de orçamento em torno da intersecção.
Vestuário (unidades por semana)
40
160
80
40
Alimento (unidades por semana)
Escolha do consumidor
Dadas as preferências e as restrições orçamentárias, podemos então determinar como os consumidores escolhem quanto comprar de cada mercadoria. Estamos supondo que eles façam a escolha de maneira racional; com isso queremos dizer que eles decidem a quantidade de cada bem visando a maximizar o grau de satisfação que poderão obter, considerando o orçamento limitado de que dispõem.
A cesta de mercado maximizadora deverá satisfazer duas condições:
Deverá estar sobre a linha do orçamento a única opção possível será uma cesta que esteja situada sobre a linha do orçamento. Caso esteja situada à esquerda e abaixo da linha do orçamento deixaria disponível uma parte da renda. À direita ou acima da linha do orçamento não poderá ser adquirida com a renda disponível. 
Deverá dar ao consumidor sua combinação preferida de bens e serviços.
V
estuário
Os consumidores maximizam sua satisfação escolhendo a cesta de mercado A.
U1
Alimento
A
OBS: TMS = Pa/Pv (a satisfação é maximizada quando a taxa marginal de substituição (de V por A) é igual à razão entre os preços (de A sobre V). Assim, o consumidor poderá obter o máximo grau de satisfação ajustando seu consumo das mercadorias A e V de tal forma que a TMS seja igual à razão entre os preços.
Utilidade marginal
Por que as pessoas demandam mercadorias? A resposta parece óbvia: as pessoas demandam mercadorias porque seu consumo lhes traz algum tipo de prazer ou satisfação. Essa é uma condição necessária para que uma mercadoria seja demandada pelos consumidores. Não há demanda para mercadorias indesejáveis como injeção no olho ou doce de fígado, por exemplo.
Imaginemos agora que o prazer ou a satisfação percebidos pelo consumidor ao adquirir uma mercadoria possam ser medidos, e chamemos essa medida de “utilidade”.
Utilidade marginal mede a satisfação adicional obtida pelo consumo de uma unidade adicional de determinado bem. 
Utilidade marginal decrescente: à medida que se consome mais de determinada mercadoria, quantidades adicionais que forem consumidas vão gerar cada vez menos utilidade. Exemplo: chocolate (a utilidade marginal do chocolate diminui à medida que aumenta o seu consumo, em outras palavras, à medida que o consumo de uma mercadoria por parte de uma pessoa aumenta, o prazer decorrente de uma unidade adicional, isto é, a utilidade marginal diminui). 
Utilidade Marginal
40
Barras de Chocolate
1
2
3
4
Exemplo: Cálculo da Utilidade.
	Quantidade
	Utilidade
	1
	2
	2
	4
	3
	6
	4
	8
	5
	10
Qual a utilidade marginal da primeira unidade consumida do bem?
Utilidade de consumir uma unidade é 2
Utilidade marginal é 2
Qual a utilidade marginal da segunda unidade consumida do bem?
Utilidade de consumir duas unidades é 4
Utilidade marginal é 2
Logo, a utilidade marginal do bem é sempre 2 (constante).
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EXERCÍCIO (UNIDADE II)
1. Qual das seguintes afirmações envolve análise positiva e qual envolve análise normativa?
a) O racionamento de gasolina é uma política insatisfatória do governo, pois interfere nas atividades do sistema de mercado competitivo.
b) O racionamento de gasolina é uma política sob a qual o número das pessoas cuja situação piora é maior do que o número daquelas cuja situação melhora. 
2. Considere a evolução das receitas de vendas e dos lucros brutos de uma empresa, conforme apurados em suas demonstrações contábeis publicadas no encerramento dos exercícios de X1, X2, X3 e X4. Pede-se analisar o crescimento horizontal.
	
	31-12-X1 
	31-12-X2 
	31-12-X3 
	31-12-X4 
	Receita de vendas 
	6320 
	7010 
	6900 
	7560 
	Lucro bruto 
	1580 
	1790 
	1760 
	2050 
4. Quais são as quatro premissas básicas sobre as preferências individuais? Explique o que cada uma significa.
5. Explique por que não pode haver intersecção entre duas curvas de indiferença.
6. Jon está sempre disposto a trocar uma lata de Coca-Cola por uma lata de Sprite, ou uma lata de Sprite por uma de Coca-Cola.
a) O que você pode dizer sobre a taxa marginal de substituição de Jon?
b) Trace um conjunto de curvas de indiferença para Jon?
7. Uma lanchonete oferece quatro tipos de sucos: laranja, melão, manga e uva:
Um consumidor considera suco de uva pelo menos tão bom quanto o de melão, suco de laranja pelo menos tão bom quanto o de manga, suco de melão pelo menos tão bom quanto o de laranja e suco de uva pelo menos tão bom quanto o de manga. Esse consumidor também considera também considera suco de uva pelo menos tão bom quanto pelo menos tão bom quanto o de laranja e suco de melão pelo menos tão bom quanto o de manga.
Tal consumidor apresenta preferências completas e transitivas.
8. A Carolina ocupa parte de seu tempo livre de ir ao cinema e ao teatro. A sua preferência em relação a estas atividades está descrita no quadro abaixo:
	U1
	X
	Y
	1
	12
	2
	8
	3
	5
	4
	3
	5
	2
No qual o U1 representa seu nível de satisfação, X idas ao cinema e Y idas ao teatro por mês.
a) Represente graficamente a curva de indiferença U1.
b) Calcule a TMS entre A(X=1,Y=12) e B(X=2,Y=8). 
9. A princípio, o consumidor defronta-se com a reta orçamentária P1X1 + P2X2 = M. Depois, o preço do bem 1 dobra, o do bem 2 passa a ser oito vezes maior e a renda quadruplica. Escreva uma equação para a nova reta orçamentária com relação aos preços e à renda originais.
10. O que ocorre com a reta orçamentária se o preço do bem 2 aumentar, mas a renda e o preço do bem 1 permanecerem constantes?
11. A função utilidade de Phil por alimento (A) e vestuário (V) seja u(A,V)=A+2V, responda:
a) Uma cesta de mercado que tenha 9 unidades de alimento e 4 unidades de vestuário gerará uma utilidade de:
b) Uma cesta de mercado que contenha 7 unidades de alimento e 5 unidades de vestiário gerará uma utilidade de:
c) Uma cesta de mercado que contenha 5 unidades de alimento e 5 unidades de vestiário gerará uma utilidade de:
12. A função utilidade de Phil por alimento (A) e vestuário (V) seja u(A,V)=AV, responda:
a) Uma cesta de mercadoque tenha 6 unidades de alimento e 6 unidades de vestuário gerará uma utilidade de:
b) Uma cesta de mercado que tenha 4 unidades de alimento e 10 unidades de vestuário gerará uma utilidade de:
13. A utilidade que um consumidor retira da utilização de gás e de eletricidade é dada pela função U = 2 em que X = número de litros de gás/dia e Y = número Kw/hora.
a) Identifique as diferentes combinações de X e Y que permitem ao consumidor atingir o nível de utilidade de 2 e 4.
b) Admita que este consumidor se encontra atualmente a consumir 5 litros de gás por dia e 0,2 kw/hora. Qual a quantidade de eletricidade que teria de sacrificar, se quisesse consumir um litro adicional de gás, de forma a manter o mesmo nível de satisfação?
14. A utilidade que um consumidor retira da utilização de gás e de eletricidade é dada pela função U = 2 em que X = número de litros de gás/dia e Y = número Kw/hora.
a) Identifique as diferentes combinações de X e Y que permitem ao consumidor atingir o nível de utilidade de 2 e 4.
b) Admita que este consumidor se encontra atualmente a consumir 5 litros de gás por dia e 0,2 kw/hora. Qual a quantidade de eletricidade que teria de sacrificar, se quisesse consumir um litro adicional de gás, de forma a manter o mesmo nível de satisfação?
15. Qd = 10 - 2p e Qs = 3p
a) Qual o preço de equilíbrio?
b) Qual a quantidade de equilíbrio?
16. Qd = 22 - 3p e Qs = 10 + 1p
a) Qual o preço e a quantidade de equilíbrio?
b) Se o preço for R$4, existe excesso de oferta ou de demanda?
17. Qd = 2 - 0,2Px + 0,03R e Qs = 2 + 0,1Px
a) Qual o Pe e a Qe? Obs: sabe-se que R=100
b) O que ocorre com um aumento em 20% na R?
18. Suponha que a curva da demanda por um produto seja dada por Qd = 300 – 2p + 4I, onde I é a renda média medida em milhares de dólares. A curva da oferta é Qs = 3p – 50.
a) Se I=25, calcule o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado para o produto.
b) Se I=50, calcule o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado para o produto.
c) Desenhe um gráfico que ilustre suas respostas.
19. Uma curva de indiferença é:
a) Lugar geométrico dos pontos que representam combinações ótimas de fatores de produção.
b) Lugar geométrico dos pontos que representam combinações de bens e que propiciam a mesma satisfação.
c) Lugar geométrico dos pontos dos diversos níveis de satisfação.
d) Lugar geométrico dos diversos níveis de produção.
20. Entre as propriedades das curvas de indiferença podemos destacar:
a) São positivamente inclinadas.
b) São côncavas em relação à origem.
c) Não se cruzam e não se tangenciam.
d) Todas as alternativas estão corretas.
21. Para dada curva de demanda, quando há uma queda acentuada no preço, tudo o mais permanecendo constante, deve-se esperar que:
a) Haja um deslocamento para a direita da curva de demanda.
b) Haja um aumento da quantidade demandada.
c) Haja uma diminuição da quantidade demandada.
d) A e B estão corretas.
22. Uma curva de demanda por um bem normal desloca-se para a esquerda quando:
a) Há um aumento da renda.
b) Há uma queda no preço do bem complementar.
c) Há um aumento da renda.
d) Há um aumento no preço do bem substituto.
23. Represente as preferências dos consumidores para os seguintes casos.
a) Gonçalo bebe sempre um café com um copa de água.
b) Graça é indiferente em utilizar papel A4 ou papel carta.
c) Pedro é indiferente entre jogar uma hora de futebol e uma hora de tênis.
24. Represente as curvas de indiferença, convexas e diferenciáveis ao longo de seu domínio, associadas às seguintes coordenadas (x,y):
Pontos A e B, respectivamente, (10,20) e (20,15), pertencentes à curva de indiferença U0;
Pontos C e D, respectivamente, (15,20) e (20,15), pertencentes à curva de indiferença U1.
Comente o esquema de preferências encontrado.
25. Suponha que Roberta e Érica gastem sua renda em duas mercadorias, lazer, La, e livros Li. As preferências de Roberta são apresentadas pela função de utilidade u(La,Li)=10LaLi, enquanto as de Érica são representadas pela função de utilidade u(La,Li)=0,20La²Li².
a) No ponto (10,5), Roberta e Érica tem o mesmo nível de utilidade?
b) No ponto (15,8), Roberta e Érica tem o mesmo nível de utilidade?
26. Antônio tem uma função utilidade u=xy. Suponha que inicialmente consome 4 unidade do bem x e 12 unidades do bem y. Se passar a consumir 8 unidades do bem y, quantas unidade terá de consumir do bem x de modo que a sua utilidade se mantenha constante?
27. Se o preço do bem 1 duplicar e do bem 2 triplicar, como ficará a reta orçamentária: mais inclinada ou menos inclinada?
28. Considere um consumidor que enfrenta os preços Px e Py e dispõe de um rendimento M. Para cada um dos seguintes casos, determine, a restrição orçamentária e o gráfico dela.
a) Px=2 ; Py=4 ; M=10
b) Px=3 ; Py=5 ; M=15
c) Px=5 ; Py=1 ; M=25
d) Px=1,5 ; Py=6 ; M=45
e) Px=4 ; Py=7 ; M=56
29. O que acontece à restrição orçamentária se:
a) O preço do bem x quadruplica e o do bem y triplica
b) Ambos os preços duplicam
c) Ambos os preços duplicam e o rendimento triplica
d) Ambos os preços triplicam e o rendimento duplica
30. Luís tem uma mesada de R$ 120,00 que lhe é paga pelos pais. A mesada é gasta exclusivamente em jantares e cinema.
a) Identifique formalmente a restrição orçamentária de Luís e mostre graficamente, sabendo que cada jantar custa R$ 20,00 e cada entrada de cinema custa R$ 10,00
b) No mês de abril, o Luís será visitado pelos avós que lhe dão sempre R$ 100,00. Durante esse mês, o Luís pretende ir a 8 jantares e assistir a 8 filmes no cinema. Será que ele vai conseguir com a sua nova renda? E se ele passar a ir jantar a restaurantes mais baratos, onde o preço médio da refeição é R$ 15,00?
c) Dadas as fracas notas de Luís obtidas nos exames da faculdade, os pais de Luís reduziram-lhe a mesada pela metade e proibiram-no de ir a mais de 2 jantares no mês de abril (os avós não sabem do fraco desempenho dele nos exames). Identifique a nova restrição orçamentária de Luís e mostre graficamente.
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UNIDADE III - TEORIA DA PRODUÇÃO
A teoria da produção mostra como uma empresa toma decisões de produção com base na minimização dos custos e como eles variam com o volume produzido. O conhecimento dessa teoria ajudará a entender as características da oferta de mercado.
Alguns problemas apresentados:
- Quantos equipamentos e quanta mão-de-obra na linha de montagem deverão ser empregados em novas fábricas de automóveis?
- Caso a empresa queira aumentar a produção, será que deve contratar mais trabalhadores, construir novas fábricas, ou ambos?
- Será mais lógico que determinada fábrica de automóveis produza diferentes modelos ou que cada modelo seja produzido em uma fábrica separada?
- De que forma tais custos poderiam variar ao longo do tempo e como poderiam ser influenciados pelo nível de produção?
Questões como essas não se aplicam apenas a empresas privadas, mas também a outros produtores de bens e serviços, tais como órgãos governamentais e organizações sem fins lucrativos.
Produção é o processo pela qual uma empresa transforma os fatores de produção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado.
Modelo I-T-O 
Input (entradas) – Transformação – Outputs (saídas)
Compra insumos – Combinação dos fatores de produção – Vende produtos ao mercado
As decisões das empresas sobre a produção podem ser entendidas em três passos:
1. Tecnologia de produção: precisamos de um modo prático de descrever como os insumos (trabalho, capital e matérias-primas) podem ser transformados em produção (carros, televisão, navios, por exemplo). Uma empresa pode gerar determinado nível de produção usando diferentes combinações de insumos, assim como o consumidor pode alcançar determinado nível de satisfação comprando diferentes bens.
2. Restrições de custo: as empresas precisam levar em conta o preço do trabalho, do capital e de outrosinsumos. Assim como o consumidor está sujeito a um orçamento limitado, a empresa terá de se preocupar com o custo da produção.
3. Escolhas de insumos: Conforme a tecnologia da produção, o preço do trabalho e outros insumos, a empresa precisará decidir quanto de cada insumo usar. A empresa precisa levar em conta o preço dos diferentes insumos ao decidir a quantidade de cada um que será usada.
I. Tecnologia da produção
Durante o processo produtivo, as empresas transformam insumos, também denominados fatores de produção, em produtos. Os fatores de produção são tudo aquilo que a empresa utiliza no processo produtivo. Por exemplo, em uma padaria os insumos incluem o trabalho; matérias-primas, como farinha e açúcar; e o capital investido no forno, batedeiras e em outros equipamentos necessários à produção de pães, bolos e confeitos.
Função produção
As empresas podem transformar os insumos em produtos de várias maneiras, usando várias combinações de mão-de-obra, matérias-primas e capital. Podemos descrever a relação entre os insumos do processo produtivo e o produto resultante como uma função de produção.
Uma função de produção indica o produto máximo, q, que uma empresa produz para cada combinação específica de insumos.
q = F(K, L)
Curto prazo x longo prazo
Ajustar os insumos à produção, dosando diferentes quantidades de trabalho e capital, não é um processo rápido. Uma nova fábrica precisa ser planejada e construída; as máquinas e os outros equipamentos de capital precisam ser encomendados e produzidos. Tais atividades demoram um ano ou mais para ser completas.
Curto prazo refere-se ao período no qual a quantidade de um ou mais insumos não pode ser modificada. Em outras palavras, no curto prazo há sempre pelo menos um fator que não pode ser modificado; esse fator é, por isso, denominado insumo fixo da produção.
Longo prazo corresponde ao período necessário para tornar variáveis todos os insumos.
Como seria de se esperar, os tipos de decisão que as empresas podem tomar são muito diferentes no curto e no longo prazo. No curto prazo, as empresas podem variar a intensidade de utilização de determinada fábrica e equipamentos; no longo prazo, as empresas podem modificar a capacidade das fábricas. Todos os insumos fixos no curto prazo correspondem aos resultados de decisões anteriores de longo prazo baseadas em estimativas das empresas daquilo que poderiam produzir e vender com lucro.
Produção com um insumo variável (trabalho)
Quando uma empresa tem de decidir quanto vai adquirir de determinado insumo, ela tem de comparar o custo com o benefício que obterá. Às vezes, é interessante olhar para o benefício e o custo em uma perspectiva incremental, procurando saber qual seria o produto adicional que resultaria de certo incremento de insumo.
Quando o capital é fixo, mas o trabalho é variável, o único jeito de a empresa aumentar a produção é aumentando o insumo trabalho. Imagine, por exemplo, que você esteja administrando uma fábrica de roupas. Embora disponha de determinada quantidade de equipamentos, você poderia contratar mais trabalho, ou menos, para operar as máquinas. Você tem de tomar uma decisão sobre a quantidade de trabalho que contratará e a quantidade de roupas que produzirá. Para poder tomar essa decisão, necessitará saber de que forma o volume de produção, q, aumenta à medida que o insumo trabalho, L, cresce.
Produto médio e produto marginal
Produto médio é o produto obtido por unidade de determinado insumo. É calculado pela divisão do produto total, q, pela quantidade total de insumo trabalho, L. O produto médio do trabalho mede a produtividade da força de trabalho da empresa, em termos de quantos produtos cada unidade de trabalho produz em média.
Produto médio do trabalho = Produto total/ insumo trabalho = q/L
Produto marginal é o produto adicional obtido quando se acrescenta uma unidade de determinado insumo.
Produto marginal do trabalho = variação do produto total/ variação do insumo trabalho = ∆q/∆L
Exemplo: Produção com um insumo variável (L) e o capital (K) fixo
	Quantidade de trabalho (L)
	Quantidade de capital (K)
	Produto total (q)
	Produto médio (q/L)
	Produto marginal (∆q/∆L)
	0
	10
	0
	-
	-
	1
	10
	10
	10
	10
	2
	10
	30
	15
	20
	3
	10
	60
	20
	30
	4
	10
	80
	20
	20
	5
	10
	95
	19
	15
	6
	10
	108
	18
	13
	7
	10
	112
	16
	4
	8
	10
	112
	14
	0
	9
	10
	108
	12
	- 4
	10
	10
	100
	10
	- 8
Inclinações da curva do produto
As curvas de produto médio e produto marginal estão estritamente relacionadas. Quando o produto marginal é maior do que o produto médio, o produto médio é crescente.
D
ProduçãoDa mesma maneira, quando o produto marginal é menor do que o produto médio, o produto médio é decrescente.
B
C
A
Curva da Produção Total
Trabalho
Obs: existe ainda a curva do custo médio e a curva do custo marginal.
Produtividade
A produtividade é uma medida básica do desempenho para economias, indústrias, empresas e processos. Produtividade é o valor dos resultados (serviços e produtos) produzidos dividido pelo valor dos insumos (salários, matéria-prima, dentre outros).
Produtividade = produtos e serviços (output)/ insumos (input)
Medindo a produtividade: como gerente, de que modo você mede a produtividade de seus processos? Existem muitos meios disponíveis para você realizar essas medições. Por exemplo, o valor do resultado pode ser medido pelo que o cliente paga ou simplesmente pela quantidade de horas trabalhadas. Por exemplo, um gerente de uma empresa de tapetes poderia medir a produtividade dos instaladores com base na quantidade de metros quadrados de carpete instalado por hora. Nesse caso, a avaliação reflete em produtividade da mão de obra. Pode existir ainda produtividade das máquinas e produtividade multifatorial.
Produção com dois insumos variáveis
Completamos nossa análise da função de produção no curto prazo, na qual um dos insumos, o trabalho, é variável, e o outro, o capital, é fixo. Agora voltaremos ao longo prazo, no qual tanto o trabalho quanto o capital são variáveis. A empresa pode agora produzir de vários modos, combinando diferentes quantidades de trabalho e capital. 
Isoquantas
Isoquanta é uma curva que representa todas as possíveis combinações de insumos que resultam no mesmo volume de produção. 
Começaremos examinando a tecnologia de produção da empresa quando ela utiliza dois insumos e pode variar a quantidade de ambos. Suponhamos, por exemplo, que os insumos sejam capital e trabalho, e que estes estejam sendo utilizados para produzir alimento.
As unidades do insumo trabalho encontram-se relacionadas na linha superior e as do insumo capital, na coluna situada à esquerda. Cada valor na tabela corresponde ao volume máximo da produção que pode ser obtido por determinado período, com cada combinação de trabalho e capital utilizada ao longo desse período. Por exemplo, 4 unidades de trabalho por ano e 2 unidades de capital por ano resultam em 85 unidades de alimento por ano.
Por exemplo: produção com dois insumos variáveis.
	Insumo Capital
	Insumo Trabalho
	
	1
	2
	3
	4
	5
	1
	20
	40
	55
	65
	75
	2
	40
	60
	75
	85
	90
	3
	55
	75
	90
	100
	105
	4
	65
	85
	100
	110
	115
	5
	75
	90
	105
	115
	120
Capital
Isoquanta
Trabalho
Obs: A Isoquanta tem o mesmo formato da Curva de Indiferença (Teoria do Consumidor).
Mapas de Isoquantas
Mapas de isoquantas é um gráfico na qual são combinadas diversas isoquantas, usado para descrever uma função de produção. 
Por meio dos mapas de isoquantas, temos um modo alternativo de descrever a função de produção, da mesma forma que o mapa de indiferença é um modo de descrever a função utilidade (Teoria do Consumidor). Cada isoquanta está associada a um nível diferente de produção, e o nível de produção aumenta à medida que nos movemos para cima e para a direita.
Capital
Mapas de 
isoquantas
 (descreve a função deprodução da empresa)
Trabalho
Flexibilidade do insumo
As isoquantas mostram a flexibilidade que as empresas têm quando tomam decisões de produção. As empresas geralmente podem obter determinado volume de produção por meio do uso de diversas combinações de insumos. É importante para o administrador de uma empresa compreender a natureza dessa flexibilidade.
Taxa marginal de substituição Técnica (TMST)
Substituição entre insumos
Na Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST) dado um decréscimo máximo possível na quantidade de um insumo quando uma unidade adicional de outro insumo é utilizada, mantendo-se o produto constante. 
Havendo dois insumos que possam ser alterados, um administrador deve considerar a possibilidade de substituir um pelo outro. A inclinação de cada isoquanta indica o volume de cada insumo que pode ser substituído por determinada quantidade do outro, mantendo-se a produção constante. Assim, a TMST do trabalho por capital é a quantidade em que se pode reduzir o insumo capital quando se utiliza uma unidade extra de insumo trabalho, de tal forma que a produção seja mantida constante.
TMST = - (Variação do insumo capital/ variação do insumo trabalho)/ Variação do insumo trabalho
ou
TMST = - ∆K/ ∆L
Função de produção – dois casos especiais:
Dois casos extremos de funções de produção podem ser utilizados para examinar a faixa de possibilidades de substituição de insumos em um processo produtivo.
Capital1° Caso: Substitutos perfeitos
Trabalho
Quando as isoquantas são linhas retas, a TMST é constante. Isso significa que a taxa em que o capital e trabalho podem substituir um ao outro é a mesma, não importando o nível de insumos que esteja sendo utilizado.
Capital2° Caso: Proporções fixas
Trabalho
Quando as isoquantas possuem formato em L, apenas determinada combinação pode ser utilizada para obter determinado nível de produto.
Rendimentos de escala
Referem-se à proporção de aumento do produto quando os insumos aumentam proporcionalmente entre si.
(I) Rendimentos crescentes de escala: a produção cresce mais que o dobro quando se dobram os insumos.
(II) Rendimentos constantes de escala: a produção dobra quando ocorre a duplicação dos insumos.
(III) Rendimentos decrescentes de escala: a produção aumenta menos que o dobro, quando se dobram os insumos.
Custos da produção
Na matéria anterior, examinamos a tecnologia de produção da empresa, ou seja, a relação que mostra como os insumos podem ser transformados em produtos. Agora, veremos de que forma a tecnologia de produção, juntamente com os preços dos insumos, determina o custo de produção da empresa.
Medição de custos: quais custos considerar?
(a) Custos econômicos: custos que uma empresa tem para utilizar os recursos econômicos (alocação de recursos). Preocupam-se com os custos que poderão ocorrer no futuro e com os critérios que serão utilizados pela empresa para reduzir os custos e a lucratividade.
(b) Custos contábeis: Despesas correntes mais as despesas ocasionadas pela depreciação dos equipamentos de capital. Estão preocupados em acompanhar os ativos e passivos, bem como retratar o desempenho passado para uso externo, como ocorre nos demonstrativos anuais. 
(c) Custo de oportunidade: custos associados às oportunidades perdidas quando os recursos de uma empresa não são utilizados da melhor forma.
(d) Custos irreversíveis: um gasto que foi feito e não pode ser diretamente recuperado. Despesas realizadas que não podem ser diretamente recuperadas.
(e) Custos fixos (CF): custos que não variam com o nível da produção e só podem ser eliminados se a empresa deixar de operar.
(f) Custos variáveis (CV): custos que variam quando o nível de produção varia.
(g) Amortização: política de tratamento de um gasto único como um custo anual dividido ao longo de alguns anos. 
(h) Custo total médio (CTMe): custo total da empresa dividido pelo produto. 
CTMe = CT/q (1)
(i) Custo fixo médio (CFMe): custo fixo dividido pelo produto.
CFMe = CF/q (2)
(j) Custo variável médio (CVMe): custo variável dividido pelo produto.
CVMe = CV/q (3)
OBS: CT = CF + CV (4)
(k) Custo marginal (CMg): às vezes definido como custo incremental. Aumento no custo resultante da produção de uma unidade adicional de produto.
CMg = ∆CT/∆q
ou
CMg = ∆CV/∆q
Por exemplo: Custos de uma empresa
	Nível de Produção (q)
	Custo Fixo (CF)
	Custo Variável (CV)
	Custo Total (CT)
	Custo Marginal (CMg)
	Custo Fixo Médio (CFMe)
	Custo Variável Médio (CVMe)
	Custo Total Médio (CTMe)
	0
	50
	0
	
	
	
	
	
	1
	50
	50
	
	
	
	
	
	2
	50
	78
	
	
	
	
	
	3
	50
	98
	
	
	
	
	
	4
	50
	112
	
	
	
	
	
	5
	50
	130
	
	
	
	
	
	6
	50
	150
	
	
	
	
	
	7
	50
	175
	
	
	
	
	
	8
	50
	204
	
	
	
	
	
	9
	50
	242
	
	
	
	
	
	10
	50
	300
	
	
	
	
	
	11
	50
	385
	
	
	
	
	
Linha de Isocusto
Uma linha de isocusto inclui todas as combinações possíveis de trabalho e capital que podem ser adquiridas mediante dado custo.
C = wL + rK
Onde: C = linha de isocusto;
w = preço do salário;
L = unidades de trabalho;
r = preço do capital;
K = unidades do capital.
K
Isocusto
L
As curvas de isocusto descrevem as combinações de insumos de produção que custam o mesmo montante para a empresa.
Por exemplo: 
	Quantidade do Fator L
	Preço do Salário
	Quantidade do Fator K
	Preço do Capital
	Custo
	20
	6
	0
	4
	
	18
	6
	3
	4
	
	14
	6
	9
	4
	
	10
	6
	15
	4
	
	6,6
	6
	20,1
	4
	
	3,2
	6
	25,2
	4
	
	0
	6
	30
	4
	
Receitas
Receita Total
RT = P.Q
Onde: RT = Receita total;
P = Preço de venda;
Q = Quantidade vendida.
Receita Média: receita por unidade vendida
RMe = RT/Q = PQ/Q = P
Receita Marginal: receita adicional ao se vender uma unidade a mais.
RMg = ∆RT/∆Q
Lucro (∏)
∏ = RT – CT
Por exemplo 2:
	Preço
	Quantidade
	RT
	CV
	CF
	CT
	Lucro
	RMg
	40
	0
	
	10
	40
	
	
	
	40
	1
	
	60
	40
	
	
	
	40
	2
	
	88
	40
	
	
	
	40
	3
	
	108
	40
	
	
	
	40
	4
	
	122
	40
	
	
	
	40
	5
	
	140
	40
	
	
	
	40
	6
	
	160
	40
	
	
	
	40
	7
	
	182
	40
	
	
	
	40
	8
	
	220
	40
	
	
	
	40
	9
	
	265
	40
	
	
	
	40
	10
	
	320
	40
	
	
	
	40
	11
	
	385
	40
	
	
	
___________________________________________________________________________
EXERCÍCIO (UNIDADE III)
1. O que é uma função de produção? Em que função de produção de longo prazo difere de uma função de produção de curto prazo?
2. Modelo I-T-O para uma indústria automobilística.
3. Modelo I-T-O pra uma fábrica de brinquedos.
4. Calcule a produtividade da seguinte operação. Três funcionários processam 600 apólices de seguro em uma semana. Eles trabalham oito horas por dia, cinco dias por semana.
5. Calcule a produtividade da seguinte operação. Quatro médicos atendem 240 pacientes por semana. Eles trabalham cinco horas por dia, durante quatro dias por semana.
6. Suponha que uma cooperativa produza polpa de frutas e que o insumo trabalho é variável e o capital é fixo. Encontre o produto médio e o produto marginal. Mostre também como se comporta as curvas de produção, produto médio e produto marginal.
	Quantidade de trabalho (L)
	Quantidade de capital (K)
	Produto total (q)
	Produto médio (q/L)
	Produto marginal (∆q/∆L)
	0
	16
	0
	-
	-
	1
	16
	16
	
	
	2
	16
	46
	
	
	3
	16
	63
	
	
	4
	16
	128
	
	
	5
	16
	125
	
	
	6
	16
	120
	
	
	7
	16
	105
	
	
7. Na tabela a seguir, vemos o preço (em reais) pelo qual uma empresa pode vender uma unidade de sua produção, bem como o custo total dessa produção.
a) Preencha as lacunas
b) Mostre o que acontecerá com a escolha de produção e o lucro da empresa, caso o preço do produto cai de R$ 60,00para R$ 50,00.
	Q 
	P 
	RT 
	C 
	∏ 
	CMg 
	RMg 
	0 
	60 
	
	100 
	
	
	
	1 
	60 
	
	150 
	
	
	
	2 
	60 
	
	178 
	
	
	
	3 
	60 
	
	198 
	
	
	
	4 
	60 
	
	212 
	
	
	
	5 
	60 
	
	230 
	
	
	
	6 
	60 
	
	250 
	
	
	
	7 
	60 
	
	272 
	
	
	
	8 
	60 
	
	310 
	
	
	
	9 
	60 
	
	355 
	
	
	
	10 
	60 
	
	410 
	
	
	
	11 
	60 
	
	475 
	
	
	
8. Suponha que um fabricante de cadeiras esteja produzindo no curo prazo (com uma fábrica de equipamentos preexistentes). Conforme o número de funcionários, o fabricante observou os seguintes níveis de produção:
	Número de Funcionários
	Número de Cadeiras
	1
	10
	2
	18
	3
	24
	4
	28
	5
	30
	6
	28
	7
	25
a) Calcule o produto médio e o produto marginal para essa função de produção e monte o gráfico (Obs: incluir também o gráfico do produto total).
b) Essa função de produção apresenta rendimentos decrescentes de escala para o trabalho? Explique.
9. Para cada um dos exemplos seguintes, desenhe uma isoquanta representativa. O que pode ser dito sobre a taxa marginal de substituição técnica em cada caso?
a) Uma empresa pode contratar apenas funcionários para trabalhar em período integral ou alguma combinação de funcionários de período integral e de meio integral. Para cada funcionário de período integral que deixa o emprego, a empresa deve contratar um número crescente de funcionários para manter o mesmo nível de produto.
b) Uma empresa descobre que pode sempre trocar duas unidades de trabalho por uma unidade de capital, mantendo o mesmo nível de produção.
10. Uma empresa decide instalar uma fábrica de móveis em determinado município. No curto prazo, a empresa compra uma quantidade fixa de equipamentos e a contratação de trabalhadores aumenta 2 a cada mês. Preencha as lacunas e encontre o produto médio e o produto marginal.
	Número de Funcionários
	Número de equipamentos
	Produto Total
	Produto Médio
	Produto Marginal
	0
	
	50
	
	
	
	
	150
	
	
	
	
	500
	
	
	
	
	1840
	
	
	
	
	4960
	
	
	
	
	14580
	
	
	
	
	1230
	
	
11. Preencha as lacunas da tabela a seguir:
	Unidades Produzidas
	Custo Fixo
	Custo Variável
	Custo Total
	Custo Fixo Médio
	Custo Variável Médio
	Custo Total Médio
	Custo Marginal
	0
	
	
	100
	
	
	
	
	1
	
	
	125
	
	
	
	
	2
	
	
	145
	
	
	
	
	3
	
	
	157
	
	
	
	
	4
	
	
	177
	
	
	
	
	5
	
	
	202
	
	
	
	
	6
	
	
	236
	
	
	
	
	7
	
	
	270
	
	
	
	
	8
	
	
	326
	
	
	
	
	9
	
	
	398
	
	
	
	
	10
	
	
	490
	
	
	
	
12. A função de custo no curto prazo de uma empresa é expressa pela equação CT = 200 + 55q, em que CT é o custo total e q é a quantidade total produzida, ambos medidos em milhares de unidades.
a) Qual é o custo fixo da empresa?
b) Caso a empresa produzisse 100.000 unidades de produto, qual seria o custo variável médio?
c) Qual seria o custo fixo médio?
___________________________________________________________________________
UNIDADE IV - ESTRUTURAS DE MERCADO
Mercados perfeitamente competitivos
As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes de como os mercados estão organizados. Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes, tais como: o tamanho das empresas, a diferenciação dos produtos, a transparência do mercado, os objetivos dos empresários, o acesso de novas empresas, entre outras.
O mercado competitivo é útil para estudar uma grande variedade de mercados, incluindo os mercados agrícolas, de combustível, habitação, serviços e até os mercados financeiros. Nesse mercado, existem muitos vendedores e muitos compradores em que nenhum deles tem influência significativa no preço.
O modelo baseia-se em três pressupostos básicos:
1. Aceitação de Preços: empresas aceitadoras de preços são aquelas que não têm influência sobre o preço de mercado e, portanto, aceitam o preço como dado.
Como muitas empresas competem no mercado, cada uma enfrenta um número significativo de concorrentes diretos. Como cada empresa vende uma parte suficientemente pequena do total da produção que vai para o mercado, as suas decisões não influenciam o preço de mercado.
2. Homogeneidade de Produtos: a aceitação de preços usualmente ocorre em mercados nos quais as empresas produzem produtos idênticos ou quase idênticos. Quando os produtos de todas as empresas em um mercado são substitutos perfeitos (não pode haver preços diferentes no mercado) entre si, isto é, quando eles são homogêneos, nenhuma delas pode elevar o preço de seu produto acima do preço praticado pelas outras empresas, porque, nesse caso, perderia todos ou a maior parte dos negócios.
Exemplo: Produtos agrícolas (commodities).
O pressuposto de homogeneidade de produto é importante porque assegura a existência de um preço de mercado único de modo consistente com a análise da oferta e da demanda.
3. Livre Entrada e Saída: significa que não há custos especiais que tornam difícil para uma nova empresa entrar em um setor e produzir (ou sair dele) se não conseguir obter lucros. 
Como resultado, em ramos com essa característica, os compradores podem facilmente mudar de um fornecedor para outro, e os fornecedores podem entrar ou sair livremente do mercado.
A entrada e a saída das firmas no mercado é livre, não havendo barreiras. Isso permite que firmas menos eficiente saiam do mercado e que nele ingressem firmas mais eficientes. 
Excedente do consumidor
Em mercados competitivos, consumidores e produtores compram e vendem conforme o preço de mercado que prevalece. Para alguns consumidores, o valor da mercadoria excede a tal preço de mercado, o que significa que eles estariam dispostos a pagar mais por ela caso fosse necessário. O excedente do consumidor é o benefício total, ou valor total, que os consumidores recebem além daquilo que pagam pela mercadoria. Em outras palavras, diferença entre o que um consumidor está desejando pagar por certo bem e o que efetivamente paga. 
Área geométrica entre a curva de demanda e o preço de equilíbrio.
PPor exemplo, suponhamos que um estudante estivesse disposto a pagar R$ 25,00 por ingresso para um show, mas precisasse pagar apenas R$ 18,00. Aquele R$ 7,00 economizado corresponde ao excedente do consumidor.
S
EC
EP
D
P
Excedente do produtor
É uma medida que se refere aos ganhos dos produtores. É definido como a soma das diferenças entre o preço de mercado de uma mercadoria e o custo marginal de sua produção, considerando-se todas as unidades produzidas. 
Área geométrica acima da curva de oferta e abaixo do preço de equilíbrio.
OBS: em conjunto, os excedentes do consumidor e do produtor medem o bem-estar decorrente de um mercado competitivo.
Monopólio
Em um mercado perfeitamente competitivo, o grande número de vendedores e compradores de uma mercadoria garante que nenhum vendedor ou comprador em particular pode influenciar o preço. O preço é determinado pelas forças de mercado da oferta e da demanda. As empresas, individualmente, baseiam-se no preço de mercado para decidir quanto vão produzir e vender, e os consumidores também se baseiam em tal preço para decidir quanto vão adquirir.
Monopólio e monopsônio são os opostos da competição perfeita. O monopólio é um mercado no qual existe apenas um vendedor, mas muitos compradores. O monopsônio é exatamente o oposto: um mercado com muitos vendedores, mas apenas um comprador.
Características (monopólio):
- Única firma;
- O setor é a própria firma;
- Produto não tem substituto perfeito;
- Barreiras à entrada.
As barreiras de acesso podem ocorrer de várias formas:
(a) Monopólio puro ou natural: devido à alta escala de produção requerida, exigindo um elevado montante de investimento.

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