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História da Saúde no Brasil 1

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História da Saúde no Brasil
Profa. Alessandra Lucca e 
Profa. Daniela Fagioli
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Como está nosso sistema de saúde nos dias de hoje?
Em Crise:
filas, 
falta de leitos hospitalares, 
escassez de recursos, 
insatisfação dos profissionais e população,
baixos valores pagos pelo SUS para procedimentos médico-hospitalares, 
aumento na incidência e ressurgimento de doenças.
É preciso rever a história para analisar e compreender essa complexa realidade do setor saúde no país...
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Brasil colônia (1500 - 1822)
A “priori” o Brasil dava ilusão de paraíso terreno:
beleza e a grandiosidade das paisagens 
riqueza da alimentação 
pureza das águas 
clima ameno 
 davam a impressão de saúde aos habitantes do Novo Mundo
No séc. XVII esta visão mudou:
a colônia portuguesa era identificada com o “inferno”, onde os colonizadores brancos e os escravos tinham poucas chances de sobrevivência.
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Brasil Colônia (1500 - 1822)
Principais doenças: Varíola, Febre Amarela, Malária, Tuberculose
Condições precárias de saúde:
inexistência de saneamento básico
poucos médicos (europeus): baixos salários + medo do desconhecido
Ramo erudito: médicos formados nas universidades européias (caros e raros)
Ramo prático: boticários, cirurgiões, parteiras, barbeiros, algebristas, curandeiros, padres, entendidos e curiosos.
Assistência aos Pobres e indigentes: filantropia
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Brasil Colônia (1500 - 1822)
Criação de centros de formação de médicos:
Fundação de academias médico-cirúrgicas no RJ e Bahia que viraram as 2 primeiras escolas de medicina do País
+ Junta de Higiene pública: exigência que todos se vacinassem contra a varíola (produzida com pus de bovinos infectados)
Principal justificativa das epidemias: “Miasmas mórbidos”
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O que são miasmas mórbidos?
Ação que substâncias animais e vegetais em putrefação exerciam no meio ambiente.
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A corte no Brasil
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Rio de Janeiro
Sede provisória do Império português e principal porto do país
Chegada da Corte (1808): acelera o desenvolvimento da capital do Brasil
D. João VI: “Nova imagem” X “fama de ser um dos países mais insalubres do planeta”
1850: surto de Febre Amarela
Administradores da corte notam existência de cortiços
RJ: 266 mil habitantes	SP: ± 30 mil habitantes
Preocupação norteadora: salubridade urbana
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A saúde no Brasil Império (1822 – 1889)
Institucionalização da medicina no país
Algum desenvolvimento científico
Reduzida ingerência do Estado na saúde: 2 pólos - Governo Central e Câmaras
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A saúde no Brasil Império (1822 – 1889)
Aparato estatal ocupava-se de:
saneamento dos portos, 
das cidades
do controle de epidemias e endemias
Filantropia (Stas Casas de Misericórdia): construiam e mantinham hospitais para atender pobres (doação das elites regionais e verbas públicas)
Medicina privada e poucos hospitais: classes mais abastadas
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Cortiço carioca
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Cortiço carioca
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Rio de Janeiro
1853: Comissão de postura da Câmara analisa projeto que regulamenta estalajadeiros (aquele que dá abrigo)
Estalajadeiro deve controlar entrada e saída de hóspedes em livro
Obrigados a conservar casas em asseio
Regulamento: 
Depositar lixo, matérias fecais, “águas sujas” em vasilhames fornecidos, não em covas feitas no quintal, e material seria recolhido diariamente 
 Não adotado pela Câmara Municipal
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Rio de Janeiro
Jornais diários sobre a FA:
“Vômito preto: Anjo da morte que Deus enviou a esta cidade”. 
“É o enviado da justiça de Deus”
“Cólera divina despertada pelos vícios e pecados da população do Rio” (espetáculos públicos, festas, bailes)
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Rio de Janeiro
Organizaram-se procissões de penitência a S. Roque, S. Benedito, S. Sebastião contra a peste.
Projeto de lei em caráter de urgência para: “aplacar a ira do Todo-Poderoso com a construção e reformas de igrejas em vários municípios”
Inúmeros debates sobre as políticas públicas a serem adotadas para combater a FA.
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Rio de Janeiro
Filósofos materialistas: epidemia era fenômeno natural e Deus não tinha nada com a questão.
Médicos: questão teórica era descobrir como se dava transmissão
Contagiocionistas
Infeccionistas
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Cenário Carioca
Quarentena de navios e controle dos portos
Isolamento dos doentes em hospitais distantes (fora do centro)
Autoridades médicas: negligencia condições sanitárias da capital
Pântanos malcheirosos
Poças de águas imundas e estagnadas por toda parte
Praias com cheiro de detritos domésticos em decomposição
Carcaça de animais nas ruas
+ verão quente e úmido
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Rio de Janeiro
“Ações” do Governo para evitar miasmas:
Regar ruas para evitar que miasmas se desprendessem com suas partículas venenosas (criadouro de mosquito)
Tiros de canhão
Fogueira de lenha e alcatrão em praças públicas: purificar o ar
Restrição das obras de calçamento para não revolver o solo 
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Rio de Janeiro
Jornal do commercio: 
Charutos (acender o fósforo desprende enxofre que destrói miasma e charuto faz cuspir a bílis)
Hidropata (?) cura em 5h empregando água fria: Beber 1 copo a cada 10 min.; + 1 jarra a cada 2 h; fricção de água fria no ventre, cadeira e coxas; cabeça e ventre sempre embrulhados em panos molhados com água fria.
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Febre amarela no RJ
Observou-se que atacava de forma benigna os africanos e população negra da corte
População branca e imigrantes foram os que mais sofreram com perdas de vidas humanas
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Febre amarela no RJ
População branca sofria porque eram pecadores envolvidos com tráfico de escravos
Por que castigo divino poupava negros?
Porque eram vítimas de maus tratos
Tese científica de um médico francês:
Observou que surtos de FA na América do Norte se tornara menos frequente após a abolição do tráfico em 1808
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Febre amarela no RJ
Teoria do mesmo médico francês:
Tráfico negreiro importou veneno da febre
Navios transportavam germes de um lugar a outro
Resistência dos negros porque tiveram contato prévio com doença  ótimos portadores e transmissores
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Teoria da contaminação 
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Condições dos navios negreiros
imundície
má alimentação
convivência com doentes
mortes ao longo da travessia
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Surtos no Brasil
Entre 1800 e 1900, no RJ e principais cidades brasileiras: varíola, febre amarela, peste bubônica, febre tifóide e cólera  mataram milhares de pessoas
surtos de Febre Amarela no RJ:
1º grande surto: 1949/1850
Sintomas em 1/3 dos 266 mil habitantes
Dados oficiais: 4160 mortos
Talvez 10, 12 ou 15 mil mortos de fato
Nenhum surto de 1865 a 1867
Reaparece doença em 1868
Surtos graves: 1873 (3.659 mortes) e em 1876 (3.476 mortes)
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Condições sanitárias no RJ
continuam péssimas
construção de redes de esgoto sanitário caminha lentamente, porém há problemas com obra (vazamento, fezes estagnadas por toda parte)
+ cortiços
1855: surto de cólera
Tuberculose e varíola: negligenciados
Doenças de pobre e mestiços 
Pobres representam “perigo social em potencial” 
Febre Amarela: esforços e recursos para controlar doença
Maior incidência em imigrantes portugueses  substituição de mão-de-obra
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Negligência às doenças que flagelavam negros
Formação do ideal de embranquecimento da população através da migração e miscigenação  eliminar a herança da “raça inferior” (africana)
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Resumindo: DESCOBRIMENTO AO IMPÉRIO
(1500-1889)
Perfil epidemiológico
 Doenças pestilenciais
Cenário Político e econômico
 País agrário extrativista
Organização da saúde
Não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde;
Boticários e Curandeiros.
Chegada da Família Real Portuguesa:
Controle Sanitário Mínimo.
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