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Trabalho Fontes do Direito - Lucas Thomaz

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A expressão Fontes de direito, tem diversas acepções com grande relevância, como origem histórica ou diferentes maneiras de realização do Direito, porém vamos aprofundar no aspecto de fontes criadoras de direito. No início da revolução social a principal fonte do direito residia nos costumes, e após surge à lei escrita, sendo a maioria antecedida por um costume, desta forma surge à lei como fonte. A partir desses dois aspectos, surgem os dois principais sistemas atuais: o common law e o sistema romano-germânico que é o nosso atual. Porém deve-se salientar que esta divisão só existe voltado em fim filosófico ou sociológico dos motivos éticos ou dos fatos econômicos e o surgimento e as mudanças das regras de direito, assim todas as fontes poderá ser usadas para melhor entendimento do intérprete, desta forma antes de entrar no tema abordado deste trabalho, devemos então saber que todas as fontes (lei, costume, jurisprudência, doutrina, analogia e princípios gerais do direito) tem grande importância no ordenamento jurídico, ficando de melhor entendimento através da Lei de Introdução do Direito Brasileiro em seu art. 4º, que diz: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.
Então vamos reforçar esse estudo voltado apenaspara uma fonte, a Lei, no tocante à etimologia da palavra lei, pode ser explicada de duas formas ou ela é originária na do verbo legere = ler ou decorre do verbo ligare = eleger, escolher, porém em concordância com seu significado a lei é uma escolha de determinada norma, regra dentro de um conjunto. A doutrina majoritária vê a lei como uma fonte primária, mediata ou direta, se tornando a principal fonte do direito, no sistema atual romano-germânico, que falando brevemente, tem como principal objetivo a lei escrita, no sistema common law, a lei não é a principal fonte, porém tem grande evidência, uma vez que no commow law o costume e jurisprudência tem maior relevância. Para alguns doutrinadores, a lei é única e exclusivamente fonte do direito, tendo maior evidência entre os doutrinadores positivistas, no exemplo de Hans Kelsen, Em sua “Teoria pura do direito” afirma que a única fonte do direito é a norma, já consolidada em seus aspectos formais e integrada ao direito positivo”. Seguindo o pensamento kelsiano, este observa apenas a lei, não levando em conta o fato social, moral, ou político uma vez que esses aspectos devem ser analisados apenas na criação de uma norma. Já no entendimento Silvio de salvo Venosa, a lei deve ser analisado observando outros aspectos, não somente a lei, como ele descreve em sua obra “o juiz agir rigorosamente dentro da chamada “letra da lei, arriscando-se a praticar uma injustiça (summusius,summa injuria). Desta forma Venosa contrária a posição de Kelsen, afirmando que o juiz analisar apenas a lei escrita, pode está sujeito a cometer injustiça, pois o caso concreto pode ter situações fáticas infinitas, não cabendo apenas na análise da “letra da lei”, transcendendo a maioria dos doutrinadores dizendo que o costume é fonte primária, porque a lei não tem condições de predeterminar todas as condutas e todos os fenômenos. Assim devemos observar que na história do direito, o costume teve grande importância, para criação das demais fontes, porém como aborda Miguel Reale em Lições preliminares do direito, diz que o costume pode causar dúvidas, ”pois não tem origem certa, nem se localiza ou é suscetível de localizar-se de maneira predeterminada”, ao contrário da lei, que no entendimento de Reale, não sofre qualquer dúvida, porquanto o órgão, que tem competência para editá-la, já está anteriormente previsto, com sua linha de atividade claramente marcada no espaço e no tempo. Observado a opinião de grandesdoutrinadores, concluímos diversos entendimentos, mas fica claro que no nosso atual sistema a lei é a principal fonte de direito, porém não é a única, a doutrina majoritária neste caso tem grande força pois nosso ordenamento engrandece muito a lei escrita, no caso da Constituição Federal de 1988 que prevê em seu artigo 5º, inciso II, que“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”, desta forma no sistema romano-germânico em nosso país vê a lei como primeira fonte, causando discussões entre doutrinadores, porém não podemos afirmar que o costume, ou outro sistema deve-se ter mais relevância que o romano-germânico, visto como não há Direito ideal senão em função do caráter e da experiência histórica de cada sociedade.
Analisado as posições de grandes doutrinadores, a Lei, pode ser conceituada de formas diferentes, porém antes de denomina-la devemos afastar a denominação lei as leis naturais, pois aqui importa apenas a regra jurídica, como lei do “deve ser”. Para Venosa, podemos “conceituar a lei como regra geral de direito, abstrata e permanente, dotada de sanção, expressa pela vontade de uma autoridade competente, de cunho obrigatório e de forma escrita”. A lei é considerada uma regra geral pois não se trata apenas de um caso particular, mas um número indeterminado de indivíduos,ela é dirigida a todos os casos que tem concordância com sua tipicidade, porem o alcance da lei pode ser menor ou maior, sem que isso reduza sua generalidade. Seguindo sobre sua generalidade, a lei é uma regra abstrata e permanente. É uma regra abstrata, pois regula uma situação abstrata, ou seja o legislador não cria a lei apenas para um caso concreto, mas para condutas sociais futuras, a lei será aplicada a todos os casos posterior a ela. A lei também tem um caráter de permanência, pois mesmo nas leis conhecidas como leis temporárias, existe permanência no sentido de, que os casos serão aplicados indefinitivamente, até esta ser revogada, ou seja, apenas seus efeitos são permanentes enquanto ela estiver em vigor em determinada sociedade. A lei deve-se também emanar de um poder competente, o Estado decidirá quem será o poder competente para expressar determinada lei, no caso do nosso país a Constituição, diz que em regra, cabe ao Poder Legislativo promulgar as leis, o poder executivo tem o poder de edita-las em determinadas matérias e o Poder Judiciário determinar circunstâncias. A lei precisa de sanção, pois este é como um elemento constrangedor, que obriga o indivíduo a cumprir a lei, de forma direta ou indireta, desta forma a lei é apresentada de fórmula escrita, em geral, obrigatória e coercitiva, que tem como objetivo regular a sociedade.
No que diz tocante a origem legislativa de onde deriva, são as leis federais, estaduais e municipais. Onde existe um estado federativo, existe uma hierarquia de leis, quando essas normas entram em conflitos, a lei federal tem preferência em relação as às estaduais e estas às municipais. Como já abordado anteriormente, as leis concernente a duração, se divide em temporárias e permanentes. As temporárias são a exceção no ordenamento jurídico, elas já nascem com tempo determinado de vigência, normalmente, elas surgem para atender específica situação, podendo ser circunstancial ou emergencial. No caso das leis permanentes elas são editadas para vigorar por tempo indeterminado, deixando de ter vigência apenas em caso de outro ato legislativo que a revogue. Em relação a sua amplitude ou alcance, as leis são gerais, especiais, excepcionais e singulares. Gerais são as leis que regula um número indeterminado de indivíduos de forma abstrata, pois não se sabe ao certo quem vai ser atingido por essa lei, uma vez que existem situações diversas, a exemplo do código civil brasileiro. São especiais as leis que regulam matérias com requisitos específicos, diferente das leis gerais. Exemplo disso é o art. 1511 do Código Civil que regula a respeito apenas do casamento. São consideradas leis excepcionais, no dizer de Orlando Gomes, as que “regulam, por modo contrário ao estabelecido na lei geral, fatos ou relações jurídicas que, por sua natureza, estariam compreendidos nela”. Exemplo das práticas institucionais que anulou muitas garantias constitucionais,como o AI-1 de 09/04/1964, que suspendeu por dez anos os direitos políticos de todos aqueles que poderiam ser contrários ao regime. No caso das leis singulares, esta apenas tem entendimento didático, como exemplo de um decreto que nomeia ou demite um funcionário público, é um ato legislativo, porém não pode ser considerado lei.
De acordo com sua força obrigatória, as leis são cogentes, preceptivas, proibitivas e dispositivas ou supletivas. Quando se diz que que as normas são cogentes,elas se impõe por si mesmas, ficando suprimido qualquer vontade individual, essas normas serão aplicadas a determinados indivíduos, mesmo que esses não desejassem valer-se desta, como no princípio da imutabilidade de bens no casamento, que impõe a presença de cinco testemunhas no testamento. As leis preceptivas são as que emitem um comando positivo, para que se faça algo, ou que para quando fizer faça de forma correta. Como no caso das leis tributária. Leis proibitivas, como o próprio nome da já diz, são as que proíbem, emitindo um comando negativo, para que não se faça algo. A exemplo da lei nº 12.546/11, Lei Antifumo de Minas Gerais. Em relação as leis dispositivas, estas impõe arbitrariamente aos interessados, valerem-se delas. Na ausência na manifestação das partes, essas Leis são convidadas a atuar, sendo obrigatoriamente aplicadas pelo magistrado. O exemplo de maior relevância nesse aspecto se encontra no campo do Direito das Obrigações. Conforme o que foi a abordado a lei possui um último requisito, não menos importante a sanção, que se subdividem em leis perfeitas, imperfeitas, mais que perfeitas e menos que perfeitas. A leis perfeitas são as que impõe comando, que sua obediência importa a desconstituição do ato praticado. Exemplo de compra e venda de imóveis que deve ser celebrada por escritura pública, sob pena de ser anulada. Já no caso das leis imperfeitas, são leis que não contem sanções previstas em seu texto legal, um exemplo é a lei que proíbe o trote de calouros que ingressam no ensino superior, esta lei não prevê sanção para a sua transgressão. Em sentido a leis mais que perfeitas elas estabelecem uma sanção mais gravosa ao crime cometido, como exemplo do art.1521, VI, do código civil que estabelece que não se pode casar pessoas já casadas, quem cometer esse crime estará sujeito a nulidade do casamento. As leis menos que perfeitas são as que tem sanção incompletas, como exemplo, o que considera anulável e não nulo, quando a vontade de uma das partes tiver sido viciada. Exemplo de compra e venda com clausula contratual com taxas abusivas. 
Falaremos agora um sobre a plenitude de seu sentido da lei, primeiro podemos chamar de leis autônomas as leis que expressam um sentido completo, com o no caso das normas cogentes, no caso das leis não autônomas essas não possuem um sentido completo, e para obter sua completa compreensão, depende de outras normas para se efetivar o raciocínio, essa omissão poderá ser explícita, quando a própria norma já refere a outro dispositivo legal. A leis interpretativas explicam o conteúdo de outras leis, exemplos de decretos, portarias e outras. As leis rígidas são as leis que não admitem alteração do magistrado, são as leis imutáveis, como exemplo das normas que fixa a cessação da incapacidade. As leis elásticas ou flexíveis, aocontrário das restritas admitem a alteração judicial, jurisprudência, exemplo de quando o magistrado reconhece outros direitos fundamentais, além daqueles previsto na Constituição Federal. As leis complementares, assim como nome já diz, têm como objetivo complementar, explicar, adicionar algo à Constituição. São leis não autônomas, exemplo da Lei 8.213/91 (lei de benefícios da Previdência Social). Em relação as leis ordinárias, estas são aquelas elaboradas pelo Poder Legislativo em sua atividade comum e tradicional. Como exemplo do Código Civil e os Códigos em geral. As leis delegadas, são as leis ordinárias, porém passadas por um tramite diferente, pois são elaboradas pelo Presidente da República por delegação expressa do Congresso Nacional para casos de relevância e urgência, pois a produção de uma lei ordinária levaria um lapso temporal maior para dar resposta a uma situação de emergência. Os Decretos Legislativos: são normas que foram aprovadas pelo congresso sobre matéria de exclusiva competência, essas práticas não são remetidos ao Presidente da República para sanção. Exemplo de ratificação de tratados internacionais. Resoluções são o mesmo que decisões do Legislativo, Congresso, Senado ou Câmara sobre assuntos de interesse interno. Como decisão sobre licença ou perda de cargo de um senador. As portarias são atos administrativos internos, expedidos pelos chefes de órgãos ordenado a seus subordinados, visando o bom funcionamento dos serviços públicos, não tendo força de lei para os não funcionários, como as portarias da Anatel. Normas ou Decretos Regulamentadores, são regras jurídicas gerais, abstratas e impessoais, criadas pelo Poder Executivo, no desenvolvimento da lei, exemplo de um decreto de nomeação de um funcionário. Medidas Provisórias é uma norma criada pelo Presidente da República, tendo vigência por 30 dias. Neste prazo o Congresso irá examinar a medida que aprovará, rejeitará ou criará uma nova lei em sua substituição. Se neste prazo de 30 dias ela não for aprovada, perderá sua eficácia. Já concernente a Emendas Constitucionais, esta tem por objetivo autorizar modificações na constituição de um país, sem a necessidade de abolir toda a Carta Magna vigente, desta forma a emenda constitucional passa a ter força de norma constitucional, como exemplo da Emenda Constitucional nº20/98 que modifica o sistema de previdência social. E quanto a sua sistematização a lei pode ser esparsa pois são editadas isoladamente, como lei de falência. Leis codificadas, são os códigos, que constituem o ordenamento jurídico, como o código penal e os demais códigos. E as leis consolidadas se reúnem de modo sistemático as leis esparsas existentes em vigor, sobre determinada matéria. Como a consolidação das Leis do Trabalho.
Então no tocante a lei em geral, observamos que esta possui características diversas, se dividindo em várias normas e aspectos, porém não perdendo sua eficácia, com o desenvolvimento desde trabalho constatamos o quão é importante a lei em uma sociedade, porém tratamos aqui neste tema sobre a lei como fonte primária em nosso ordenamento e aprofundamos para obter um melhor entendimento sobre o que é a lei, ficando claro que cada doutrinador possui sua opinião sobre o que seria lei, porém a doutrina majoritária vê a lei com extrema importância para o desenvolvimento social, econômico, moral e político de uma sociedade, tornando assim a lei como algo essencial de um povo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
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UNIVERSISADE DE UBERABA
ARTUS ZANONI
MATHEUS VIEIRA A. S. MENEZES
LUCAS THOMAZ SAMPAIO
SARA LUIZA
FONTES DO DIREITO
“LEI”
Uberlândia 
2016

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