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Contratos Imobiliários - Unidade 1

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Pós-Universo 6
Origem e Conceito 
de Direito
Pós-Universo 7
O homem é um ser que não vive sozinho, o que fez com que percebesse que viver 
em comunidade lhe trazia mais benefícios, e a partir de então constatou que se con-
tinuasse a viver sozinho, certamente pereceria.
Porém, o agrupamento humano trouxe consequências, dentre elas, a necessida-
de de se criar regras de convivência, para que exista liderança, poder e distribuição 
de funções. É dentro desta ideia de convivência entre os homens, que surgem as 
normas e, em relação ao seu descumprimento, as sanções.
Desta forma, verifica-se que “a finalidade do Direito se resume em regular as ações 
humanas, a fim de que haja paz e prosperidade no seio social, impedindo a desor-
dem ou o crime” (FUHRER, 2007, p. 32).
Assim, pelo fato do homem ser eminentemente social, o direito deve existir para asse-
gurar as condições de equilíbrio da coexistência dos seres humanos e da vida em sociedade.
Na realidade, o conceito de Direito tem vários sentidos e significados, podendo 
ter, por exemplo, caráter de norma (o Direito Brasileiro proíbe a pena de morte) ou de 
faculdade (o Estado tem o direito de cobrar impostos). Por isso, definir o seu conceito 
é extremamente complicado, havendo diversas conceituações ligadas aos aspectos 
culturais e de evolução da sociedade.
Kant, no século XVIII, definiu Direito como: “o complexo de condições onde o ar-
bítrio de cada um pode conviver com o arbítrio dos outros, segundo a Lei Universal 
de Liberdade” (REALE, 1999, p. 21). Kant, neste sentido, manifesta que o homem é 
livre e pode agir até o limite da norma que protege o direito de outro homem.
Nos dias atuais, Miguel Reale define o direito como uma “ordenação heterônoma, 
coercível e bilateral atributiva das relações de convivência, segundo uma integração 
normativa de fatos segundo valores” (REALE, 1999, p. 17).
Em suma, não há um consenso único sobre o conceito do direito, podendo ser men-
cionado inúmeros conceitos de estudiosos e filósofos do assunto. Porém, para estudo da 
nossa matéria é necessário ter em mente que Direito é o conjunto de princípios, de regras 
e de instituições destinados a regular a vida humana em sociedade, ou seja, o conjunto de 
normas e princípios impostos pelo Poder Público organizado que limita a liberdade indi-
vidual, mediante sanção, em favor da convivência pacífica em sociedade. Vou esclarecer!
Trata-se de um conjunto, pois é composto de várias partes organizadas, que forma 
um todo de maneira sistemática, possuindo princípios próprios (como qualquer 
outra ciência), ainda que estes não sejam exatos, e tendo como finalidade regular a 
vida humana em sociedade, estabelecendo, para esse fim, normas de conduta, que 
devem ser observadas pelas pessoas, sendo assim fruto da própria natureza humana.
Pós-Universo 8
O Ordenamento 
Jurídico
Pós-Universo 9
Antes de adentrarmos o conceito de ordenamento e definição de seus elementos, 
parece importante conceituar de forma sucinta o que vem a ser uma norma jurídi-
ca. Neste sentido, Maria Helena Diniz (1998, p. 72) define que:
 “
[...] a norma jurídica é uma norma de conduta, no sentido de que seu escopo 
direto ou indireto é dirigir o comportamento dos particulares, das comunidades, 
dos governantes e funcionários no seio do Estado e do mesmo Estado na ordem 
internacional. Ela prescreve como se deve conduzir a conduta de cada um.
As normas são o conteúdo da lei, que é a forma com que a norma se expressa. As 
normas prescrevem como deve o homem se comportar, por isso são denominadas 
por Kelsen como “dever ser”.
As normas jurídicas devem expressar um imperativo ou uma autorização, um im-
perativo de fazer ou não fazer ou uma autorização de agir:
 “
[...] imperativa porque prescreve as condutas devidas e os comportamentos 
proibidos, e, por outro lado, é autorizante, uma vez que permite ao lesado 
pela sua violação exigir seu cumprimento, a reparação do dano causado ou 
ainda a reposição das coisas ao estado anterior. (DINIZ, 1998, p. 77)
Ou seja, as normas expressam uma obrigação, uma proibição ou uma permissão.
Quanto mais complexa e evoluída a sociedade mais normas existem para regu-
lá-la. Essas normas dentro do Direito Positivo são expressadas como leis. Sendo que 
o conjunto dessas leis impostas pelo Estado aos seus indivíduos, forma o seu orde-
namento jurídico.
No Brasil, o Ordenamento Jurídico é imenso e composto pela Constituição Federal 
(CF), por milhares de leis, códigos, decretos etc.
Basicamente, os elementos do ordenamento jurídico nacional são as seguintes:
Constituição Federal: é a lei fundamental do Estado. A Constituição ocupa o 
ápice do ordenamento jurídico, devendo ser observada, acatada e respeitada por 
todas as outras normas existentes, formando um sistema de normas jurídicas, escritas 
ou costumeiras que regula a forma de Estado, a forma de governo, o estabelecimento 
de seus órgãos, e os limites de sua ação; ou seja, é o conjunto de normas que orga-
niza os elementos constitutivos do Estado.
Pós-Universo 10
No artigo 60, § 4 da nossa Constituição Federal, estão elencadas as cláusu-
las pétreas. A palavra pétrea vem de pedra, significando “duro como pedra”. 
Trasladando a etimologia da palavra para o campo constitucional, cláusula 
pétrea é aquela imodificável, irreformável, insuscetível de mudança formal. 
Tais cláusulas consignam o núcleo irreformável da Constituição.
Assim, a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e pe-
riódico, a separação dos poderes, os direitos e as garantias individuais não 
podem sofrer restrição (nem por emendas constitucionais), porquanto são 
imodificáveis.
Fonte: a autora.
saiba mais 
Emendas Constitucionais: são diplomas legais com capacidade de modificar a Constituição 
Federal (exceto as cláusulas pétreas), por meio de um procedimento específico.
Este procedimento específico diz respeito a sua elaboração, ou seja, as emendas 
constitucionais somente podem ser propostas ao Congresso Nacional por um terço, 
no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; pelo 
Presidente da República; ou por mais da metade das Assembleias Legislativas das 
Unidades da Federação, pela manifestação da maioria relativa de seus membros.
Ainda, tal proposta será discutida e votada, em dois turnos, em cada casa do 
Congresso Nacional, devendo ser aprovada mediante o quorum de 3/5 dos votos 
de seus membros, inexistindo sanção ou veto presidencial.
Lei Complementar: são diplomas legais com a função de complementar dis-
positivos constitucionais. As leis complementares devem ser aprovadas por maioria 
absoluta do Congresso Nacional.
Lei Ordinária: são diplomas normativos aprovados pelos parlamentos (Congresso 
Nacional, Assembleia Legislativa, Câmara Distrital e Câmara de Vereadores) com a 
função de inovar a ordem jurídica, ou seja, criar ou extinguir direitos e obrigações.
Lei Delegada: é de competência do Presidente da República, que solicita ao 
Congresso Nacional uma delegação para elaborar aquela determinada lei. Esta “au-
torização” é feita por meio de Resolução.
Medida Provisória: é também de competência do Presidente da República, e 
somente pode ser editada quando a matéria for de extrema relevância e urgência, tendo 
60 (sessenta) dias para ser convertida em lei, sob pena de perder sua validade/vigência.
Pós-Universo 11
Os aspectos de relevância e urgência que legitimam o Poder Executivo a 
criar uma medida provisória são extremamente subjetivos e de difícil con-
trole, o que faz com que o Executivo passe a legislar sobre muitos temas por 
meio das MPs, o que pode acabar por ferir a tripartição de poderes já estu-
dada, já que a função de legislar cabe ao Poder Legislativo.
Fonte: a autora.
reflita
Decreto Legislativo: introduzem no sistema os tratados, os acordos e as conven-
ções internacionais, sendo ato privativo do Congresso Nacional.
Resoluções: diplomas legais privativos do Congresso Nacional que sãoaprova-
dos exclusivamente pelo Senado Federal com a mesma força da lei ordinária, como, 
por exemplo, aquelas que estabelecem alíquotas mínimas de ICMS.
Decreto Regulamentar, Instruções Ministeriais, Circulares, Portarias e 
Ordens de Serviço: são normas jurídicas editadas pelo Chefe do Poder Executivo 
(Presidente da República, Governador ou Prefeito) com o objetivo de interpretar e 
detalhar a aplicação prática da lei. Estes diplomas legais não podem inovar a ordem 
jurídica, ou seja, criar direitos ou obrigações não previstas em lei. Admite-se, no 
entanto, a instituição de obrigações instrumentais, viabilizadoras daquelas já previs-
tas em lei, por parte de normas infralegais.
Ainda, as normas complementares são orientações dadas pelas autoridades ad-
ministrativas a seus subordinados (portarias, instruções normativas, ordens de serviço, 
circulares, pareceres, atos declaratórios etc.). Também são normas complementa-
res dos convênios celebrados pelos entes estatais entre si. Por fim, as decisões dos 
órgãos singulares ou coletivos de âmbito administrativo, a que a lei atribua eficácia 
normativa, também se enquadram no gênero em questão.
Assim, podemos dizer que de forma simplificada estes são os elementos do nosso 
ordenamento jurídico. Diante de tantas leis é necessário que se tenha estabelecida 
uma forma para que estas não se contradigam ou se excluam. Ou seja, dentro do or-
denamento jurídico deve existir uma hierarquia entre as leis, partindo da lei base que 
é a Constituição Federal a ela devem se adequar todas as demais leis.
Ainda neste aspecto, as leis também podem ser classificadas de acordo com seu 
campo de atuação.
Pós-Universo 12
Conforme já mencionado, a mais importante lei dentro do território nacional 
é a Constituição Federal, portanto nenhuma outra norma pode contrariá-la. Na se-
quência, temos as leis federais, que têm abrangência nacional, ou seja, são válidas 
dentro do território brasileiro, tanto na cidade de Uruguaiana/RS quanto na cidade 
de Palmas/TO, o Código Brasileiro de Trânsito, por exemplo, é único, pois se trata de 
uma lei federal.
Em um nível abaixo estão as leis estaduais, que têm eficácia dentro do espaço geo-
gráfico de cada um dos estados brasileiros (por isso, a alíquota do IPVA, por exemplo, 
é diferente de um estado para outro).
E, por último, a lei municipal, que só é válida dentro do Município e dos seus 
Distritos (por isso, ocorre da alíquota do IPTU ser menor em uma cidade e maior em 
outra).
Pós-Universo 13
Aspectos Essenciais 
da Legislação
Pós-Universo 14
Ainda dentro do ordenamento jurídico é necessário entendermos alguns aspectos 
essenciais ao funcionamento deste sistema.
Vigência da Lei
O primeiro deles é quanto à VIGÊNCIA DA LEI, já que a lei deve ser levada ao conhe-
cimento de todos, e isto é feito através da publicação no diário oficial, desta forma, 
ninguém poderá alegar o seu descumprimento pelo não conhecimento da norma.
A lei apenas surtirá efeitos após passar a vigorar, ou seja, sua força obrigatória 
está condicionada à sua vigência, em geral, a própria lei define a data que entrará 
em vigor. Caso não defina essa data, ela passará a vigorar 45 dias após a sua publica-
ção (artigo 1º. da Lei de Introdução ao Código Civil). Esse período de tempo entre a 
publicação e a vigência da lei é chamado de vacatio legis.
No Brasil existem 03 (três) regras sobre a entrada de uma lei em vigor:
a. De acordo com o art. 1.º da citada lei, uma lei passa a ter vigência após qua-
renta e cinco dias de sua publicação oficial, salvo disposição em contrário, 
dessa forma, se no próprio corpo da lei, não constar nada em contrário, a 
lei deve passar a ser cumprida após aquele prazo estabelecido.
b. A lei também pode entrar em vigência no ato de sua publicação. Isso ocorre 
quando na própria lei vem estabelecendo que “esta lei entra em vigor na 
data de sua publicação”, o que significa que se a lei foi publicada hoje, a 
partir desta data todos devem cumpri-la.
c. A lei determina um período maior ou menor para sua entrada em vigência, 
esse prazo vai depender da complexidade da norma. Da mesma forma, no 
próprio corpo da lei vem estabelecendo que “essa lei entra em vigência 10 
dias após sua publicação”, ou, “essa lei entra em vigência 90 dias após sua 
publicação”. Como exemplo, temos o atual Código Civil que entrou em vi-
gência 365 dias após sua publicação.
Pós-Universo 15
Esse período, compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vi-
gência, é denominado vacatio legis, ou seja, vacância da lei. Esse período é 
necessário e utilizado para que as pessoas tenham conhecimento que de-
terminada lei existe.
Fonte: a autora.
quadro resumo
Da mesma forma, os art. 1.º, §§ 3.º e 4.º estabelecem que, se antes de entrar a lei em 
vigor, ocorrer nova publicação de seu texto para correções, o prazo para que a lei 
entre em vigência começará a correr novamente. Todavia, se a lei a ser corrigida já 
estiver em vigor, considera-se lei nova.
Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando ignorância.
Assim, a partir do momento que uma lei é publicada no Diário Oficial, 
ninguém pode alegar que não a conhece, visto que subentende-se que 
todos tiveram conhecimento que a lei existe. Como exemplo: João mata 
Pedro e, em sua defesa, alega que matou Pedro, pois não sabia que matar 
uma pessoa era crime. Tal alegação não será considerada, uma vez que o 
Código Penal prescreve o homicídio como crime.
Todavia, esta regra não é absoluta, existem exceções, como, por exemplo, 
o art. 65, inciso II, do Código Penal que considera: “são circunstâncias que 
sempre atenuam a pena [...] II – o desconhecimento da lei”.
Fonte: a autora.
atenção
Irretroatividade da Lei
Um outro aspecto importante é a IRRETROATIVIDADE DA LEI, ou seja, a regra geral é 
de que uma lei apenas regula fatos futuros à sua publicação, ou seja, que irão ocorrer 
durante sua vigência. Isto está expresso no artigo 5º, XXXVI da CF.
Esta irretroatividade visa à segurança jurídica, porém existem casos especiais em que 
a lei retroage para atingir fatos anteriores à sua vigência, por exemplo, no Direito Penal, 
quando da edição de uma lei que beneficie o réu, ela irá retroagir para atingir aquele fato.
Pós-Universo 16
Interpretação da Lei
É importante mencionar ainda sobre a INTERPRETAÇÃO DA LEI. Interpretar significa determi-
nar o sentido da lei para aplicá-la ao caso concreto, buscando compreender o seu sentido.
Cabe ao jurista interpretar as leis, mas a sua aplicação cabe também ao juiz que 
em hipótese alguma poderá deixar de decidir o caso, ou seja, poderá deixar de aplicar 
a lei ao caso concreto. Para isso, o juiz poderá usar de interpretação ou integração.
Existem diversas formas de interpretação, como a gramatical (fundamentada no 
sentido das palavras), a lógica (que busca encontrar o que o legislador queria quando 
fez a lei), a histórica (que visa refletir a lei no momento histórico em que foi criada), 
a doutrinária (de acordo com o que os doutrinadores dizem a respeito), a jurispru-
dencial (seguindo as decisões dos tribunais), entre outras.
A interpretação não gera tantos conflitos, posto ser obrigatório ao jurista a ex-
pressa justificativa de sua decisão levando em conta os termos do artigo 5º. da Lei 
de Introdução ao Código Civil, os fins sociais e as exigências de bem comum.
Já a integração é a forma que o juiz deve proceder diante de uma lacuna ou 
omissão da lei, nos termos do artigo 4º da mesma lei: “Quando a lei for omissa, o 
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de 
direito”. Para tanto, cabe definir analogia, costumes e princípios gerais do direito.
Analogia significa se utilizar de uma lei que trata de um caso semelhante, ou seja, 
“consiste em aplicar, a um caso não contemplado de modo direto ou específico 
por uma norma jurídica, uma norma prevista para uma hipótese distinta, mas se-
melhante ao não contemplado” (DINIZ, Maria Helena.Compêndio de introdução 
à ciência do direito. 10. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 1998, p. 36).
Costume pode ser definido como a prática reitera de atos em uma determinada 
região, não existindo uma lei que discipline a conduta, mas as pessoas costumam 
agir daquela forma. “Resulta de uma prática geral, constante e prolongada, obser-
vada com a convicção de que é juridicamente obrigatória” (MONTORO, 1945, p. 23).
Já os princípios gerais do direito, segundo Miguel Reale, “são enunciações nor-
mativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do 
ordenamento jurídico, quer para sua aplicação e integração, quer para a elabora-
ção de novas normas” (REALE, 1999, p. 77).
Fonte: a autora.
saiba mais 
Pós-Universo 17
Obrigatoriedade da Lei
Uma lei tem vigência até que outra lei a modifique ou a revogue, com exceção das 
leis temporárias, que têm um prazo de validade estabelecido no próprio texto. Dessa 
forma, uma lei não pode ser revogada (perder seu efeito) pelo desuso, ou seja, pelo 
fato de uma determina lei ou dispositivo de lei não ser mais utilizado, não significa 
que a mesma foi revogada.
O Código Civil de 1916, Lei nº. 3.071, de 1.º de janeiro de 1916, que teve vigên-
cia até 10 de janeiro de 2003, constava em seu art. 178, § 1.º que: “Prescreve [...] Em 
10 (dez) dias, contados do casamento, a ação do marido para anular o matrimônio 
contraído com a mulher já deflorada”.
Assim sendo, até o dia 10 de janeiro de 2003, um dia antes de o Código Civil atual 
entrar em vigência, o marido poderia pedir a anulabilidade do casamento, caso sua 
esposa não fosse virgem. Esse artigo da lei há muito tempo tinha caído no desuso, 
ou seja, ninguém mais utilizava, todavia, a lei ainda estava em vigência, a lei não 
tinha sido revogada, qualquer pessoa que casasse e a mulher não fosse mais virgem 
poderia solicitar judicialmente a anulação do casamento.
Revogar uma lei significa tornar nula, é tirar a sua eficácia, é dizer que a lei não 
existe e, por isso, não preciso mais obedecê-la. O art. 2. º da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro estabelece que a revogação ocorre:
 “
Art. 2.º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra 
a modifique ou revogue.
§ 1.º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, 
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a 
matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2.º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das 
já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
Pós-Universo 18
O Direito brasileiro não adotou o efeito repristinatório, ou seja, se a lei revo-
gadora for revogada, a lei anteriormente revogada não volta a ter vigência, 
salvo disposição em contrário. Para que isso ocorra, é mister que venha ex-
presso na lei revogadora.
Fonte: a autora.
atenção
Não podemos esquecer que uma lei só revoga lei que for hierarquicamente igual 
ou inferior. Por exemplo, uma lei municipal, nunca vai revogar uma lei estadual, mas 
uma lei municipal pode revogar outra lei municipal (do mesmo município). Por sua 
vez, a lei federal pode revogar lei estadual e lei municipal.
A revogação pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação). Ocorre ab-ro-
gação, quando a lei nova revoga toda a lei anterior, enquanto que a derrogação é 
a revogação parcial de uma lei, como aconteceu com a Parte Primeira do Código 
Comercial que foi revogada pela Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
Antinomia Jurídica
E, por fim, vamos aprender sobre a ANTINOMIA JURÍDICA, que é a presença no or-
denamento de normas conflitantes, ou seja, normas que tratam de maneira diversa 
um mesmo tema. Para manter a coerência do sistema, o aplicador do direito deverá 
se utilizar de alguns critérios para dissolução destas antinomias, como: da hierarquia, 
da cronologia e da especialidade.
O primeiro passo para solucionar conflitos entre duas normas é verificar qual 
tem maior hierarquia (a hierarquia já foi estudada nesta unidade), por exemplo entre 
uma norma da Constituição Federal e de uma lei complementar deverá prevalecer 
a Constituição.
Porém, quando as normas estão na mesma hierarquia (por exemplo, duas leis 
complementares), deverá prevalecer a mais recente. E por último, em caso de leis de 
mesma hierarquia e tempo, deverá prevalecer a mais específica, ou seja, a lei espe-
cial prevalece sobre a lei geral.
Pós-Universo 19
Ramos do Direito 
Positivo
Pós-Universo 20
O direito é uno, mas para fins didáticos, bem como em razão de suas peculiaridades, 
as normas jurídicas são por assim dizer, selecionadas e agrupadas em ramos. Temos 
a divisão principal em Direito Público e Direito Privado.
O Direito Público regula as relações jurídicas do Estado com outro Estado, ou as 
do Estado com os cidadãos quando procede em razão de seu poder soberano e atua 
na tutela do bem coletivo. As normas de ordem pública são as cogentes, de aplica-
ção obrigatória.
O Direito Público pode ser tanto interno (Nacional) como Internacional, sendo 
que o primeiro tem por objeto o Estado, suas funções e sua organização, bem como 
a ordem e a segurança interna, os serviços públicos e os recursos indispensáveis à 
sua execução, tutelando assim o interesse do país. São exemplos: o Direito Tributário 
e o Constitucional. Já o Internacional disciplina as relações e situações jurídicas em 
que são partes os Estados soberanos como os Tratados Internacionais.
O nosso campo de estudo está inserido dentro do Direito Privado, que disci-
plina as relações entre os indivíduos, como nas quais predomina imediatamente o 
interesse de ordem particular. São as normas de ordem privada ou dispositivas que 
vigoram enquanto a vontade dos interessados não convencionar de forma diversa, 
tendo, pois, caráter supletivo, podendo ser aplicado na esfera nacional ou interna-
cional. São exemplos: o Direito Civil e o Empresarial.
Pós-Universo 21
Distinção Entre Fato, 
Ato e Negócio Jurídico
Pós-Universo 22
Antes de estudarmos os principais contratos voltados à atividade imobiliária, é ne-
cessário definir e diferenciar alguns institutos jurídicos de suma importância nesta 
nossa unidade: FATO, ATO E NEGÓCIO JURÍDICO.
Conforme já mencionado, o direito contratual está inserido no ramo do Direito 
Privado, onde o princípio básico é o da livre iniciativa, ou seja, há uma delimitação 
de um amplo espaço de liberdade para estabelecer atos jurídicos, cujas linhas limí-
trofes são a proibição e a determinação legal. Daí a necessidade de se entender a 
diferença entre ato, fato e negócio jurídico.
Quando ocorre um FATO, este pode ser um fenômeno natural sem maiores con-
sequências, mas quando este FATO repercute na esfera jurídica, temos um FATO 
JURÍDICO e, quando este FATO JURÍDICO deixa de ser produzido naturalmente e passa 
a ser produzido pela vontade humana, temos um ATO JURÍDICO.
O ATO JURÍDICO é, portanto, um FATO JURÍDICO decorrente da ação humana, nos 
quais se poderá adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Quando 
tratamos dos ATOS JURÍDICOS sob uma ótica obrigacional e contratual, o termo uti-
lizado será NEGÓCIO JURÍDICO, portanto todo contrato é um NEGÓCIO JURÍDICO.
Esses NEGÓCIOS JURÍDICOS são comumente estabelecidos em nossa vida coti-
diana, como, por exemplo, na compra de um jornal pela manhã, onde o jornaleiro 
e o comprador estão estabelecendo um Contrato de Compra e Venda, ou até na 
compra de um bem imóvel. Dentro deste contexto é que podemos estabelecer um 
conceito de contrato.
Contrato é o acordo de vontade de duas ou mais pessoas para o fim de adquirir, 
resguardar, modificar ou extinguir algum direito. Assim, diz a doutrina para defini-lo:
 “
[...] O contrato é um acordo e um acordo pressupõe mais de uma parte. 
Quando duas ou mais pessoas acordam em constituir, regular ou extinguir 
uma relação jurídica de índole patrimonial estão celebrando um contrato. 
Contrato é consenso, aperfeiçoando-seem regra pelo encontro de vontades. 
É um negócio jurídico bilateral para o fim de adquirir, resguardar, modificar, 
transferir ou extinguir direitos. (JUNIOR, p. 138)
Para tanto, o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 104, traz alguns requisitos ineren-
tes a todos os tipos de contrato, sem os quais tais documentos não terão validade 
jurídica e que serão estudados na próxima unidade.
atividades de estudo
1. O Direito tem poder coercitivo e, para que seja melhor compreendido, é dividido em 
dois grupos: o Direito Público e o Direito Privado. O _______________ rege os atos 
em que o Estado está envolvido e representa o interesse coletivo, e o _____________ 
trata das normas a serem observadas nas relações entre particulares, sejam elas 
pessoas físicas ou jurídicas. Complete as lacunas com a alternativa correta:
a) Direito Público e Direito Natural
b) Direito Público e Direito Privado
c) Direito Privado e Direito Natural
d) Direito Privado e Direito Público
e) Direito Privado e Direito Constitucional
2. O ordenamento jurídico brasileiro é ditado pela Constituição Federal, Leis, Códigos, 
Decretos e demais normas. Com base nisso e no conteúdo estudado, assinale com 
(V) de Verdadeiro e (F) de falso as afirmativas abaixo:
 )( A Constituição Federal é a lei máxima do ordenamento, estabelecendo os prin-
cípios e as normas gerais.
 )( As Leis Delegadas são aquelas em que o Poder Legislativo delega ao Presidente 
da República a competência para elaborá-las, em casos expressos e não proibi-
dos pela Constituição.
 )( As Leis Complementares são aquelas que são elaboradas pelo Poder Executivo 
em casos de relevância e urgência nacional, devendo se submeter à aprovação 
do Congresso Nacional.
 )( O Decreto Regulamentar são as normas emanadas do Poder Executivo para ope-
racionalizar e executar outras leis.
a) V, V, F, V
b) V, F, F, V
c) V, V, V, F
d) V, V, V, V
e) F, V, F, V
Wadher
Realce
Wadher
Realce
atividades de estudo
3. Uma Lei Federal voltada aos Contratos Imobiliários foi publicada no DOU em 
10/01/2017, constando em seu texto que entraria em vigor 10 dias após a sua pu-
blicação. Neste caso, considerando o conteúdo estudado, inclusive quanto a LINB que 
estipula o prazo de 45 dias de vacatio legis, pode-se afirmar que esta lei entrou 
em vigor em:
a) 20/01/2017
b) 10/01/2017
c) 25/02/2017
d) 24/02/2017
e) 10/02/2017
Wadher
Realce
resumo
Este primeiro estudo, apesar do caráter introdutório, é de importância fundamental para 
que vocês se familiarizem com os conceitos jurídicos necessários para o posterior enten-
dimento das leis relativas ao direito contratual.
Além do mais, entender o direito não é importante apenas para a vida profissional de vocês, 
mas também é essencial para a vida pessoal, para saber como agir frente a situações em 
que se tenha um direito ferido ou na eminência de um dever jurídico.
Mais especificamente na área profissional, agora, você, aluno(a), já tem condições de com-
preender porque o Direito surgiu e sua importância na contemporaneidade, além de poder 
entender também quais leis existem e como deve aplicá-las.
Em suma, agora, passado o estudo desta unidade, vocês são capazes de entender como 
se originou e evoluiu o direito, como as leis são emanadas e qual o sentido de se ter tantas 
leis no nosso ordenamento.
É capaz de afirmar a importância do nosso documento fundamental, que é a Constituição 
Federal de 1988, também conhecida por Carta Magna, bem como entender uma relação ju-
rídica e as bases do próprio Direito Contratual e Imobiliário, dois ramos jurídicos que, apesar 
de autônomos, estão interligados no universo jurídico que compõe o Direito.
É claro que em muitas situações, a contratação de um profissional da área (como um ad-
vogado, por exemplo) se torna primordial, mas em algumas outras essa presença não é 
tão essencial.
Conhecer e conseguir distinguir essas situações pode trazer uma economia ou um prejuízo 
à empresa que você atua, por isso a importância deste estudo preliminar é inquestionável.
Vamos em frente para poder compreender um pouco mais sobre os contratos, já que estes 
negócios jurídicos são firmados de forma rotineira na atividade empresarial e podem en-
volver quantias significativas em uma negociação comercial!
material complementar
Náufrago
Ano: 2001
Sinopse: Chuck Noland (Tom Hanks), um inspetor da Federal Express 
(FedEx), multinacional encarregada de enviar cargas e correspondências, 
que tem por função checar vários escritórios da empresa pelo planeta. 
Porém, em uma de suas costumeiras viagens ocorre um acidente, que 
o deixa preso em uma ilha completamente deserta por 4 anos. Com sua 
noiva (Helen Hunt) e seus amigos imaginando que ele morrera no acidente, Chuck precisa 
lutar para sobreviver, tanto fisicamente quanto emocionalmente, a fim de que um dia consiga 
retornar civilização.
Comentário: Filme reflexivo sobre a regulamentação da vida em sociedade, já que a partir do 
momento em que o autor, antes isolado, volta para a civilização, ele tem a obrigatoriedade 
de se adaptar novamente à regulamentação que ali existe.
referências
BRASIL. Lei 4657/1942. Lei de introdução as normas de direito brasileiro. Brasília, DF, set 
1942. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657.htm. Acesso em: 
29 set. 2017.
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 10. ed. atual. São Paulo: 
Saraiva, 1998.
FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Manual de direito público e privado. 16. ed. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2007.
JUNIOR, Waldo Fazzio. Manual de Direito Comercial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1945.
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 10 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1999.
resolução de exercícios
1. b) Direito Público e Direito Privado
2. a) V, V, F, V
3. a) 20/01/2017
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	Origem e Conceito de Direito
	O Ordenamento Jurídico
	Aspectos Essenciais da Legislação
	Ramos do Direito Positivo
	Distinção Entre Fato, Ato e Negócio Jurídico

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