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bulimia e anorexia

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE PSICOLOGIA
PSICOENDÓCRINOLOGIA
ANDRÉIA ZAMBON BRAGA
ANOREXIA E BULIMIA
Porto Alegre
2013
1. Descreva os principais critérios para o diagnóstico de:
a) Anorexia nervosa: recusa em manter o peso acima do mínimo normal adequado à idade e à altura, levando à manutenção do peso em 15% abaixo do esperado; medo intenso do ganho de peso ou de se tornar obeso, mesmo apresentando um peso abaixo do esperado normal para sua idade e altura; perturbação no modo de vivenciar seu peso corporal, o paciente se sente acima do peso, mesmo estando muito abaixo; especificamente nas mulheres, é frequente a amenorreia (ausência de três ciclos menstruais consecutivos).
b) Bulimia: há uma sensação subjetiva de perda do controle alimentar associada aos episódios bulímicos e aos episódios de hiperingestão, nos quais o paciente ingere grandes quantidades de alimentos, especialmente aqueles que mantém afastados de sua dieta; há uma forte preocupação com a manutenção do peso corporal, havendo a presença de exercícios físicos, uso de laxantes, abuso de cafeína e o expediente de forçar o vômito após um episódio bulímico; uma outra característica desta condição é a extrema preocupação com a forma e o peso corporal, semelhante à encontrada na anorexia, há um medo de ficar acima do peso. Essa preocupação ocupa a mente do paciente frequentemente, de modo que a maior parte das conversas que mantém são sobre o tema.
2. Cite as principais causas desses distúrbios.
As causas para esses distúrbios são múltiplas e incluem aspectos psicossociais e psicoculturais, especialmente calcado na ideia de que para sermos atraentes temos que ser magros. Associado a isso há a propaganda dos regimes, que convence o público em geral que nosso corpo pode ser moldado da maneira que preferirmos o que seria um equívoco. Também há a hipótese de que esses distúrbios seriam uma resposta à tensão social e de definição sexual gerada pelas alterações físicas da puberdade, levando a um afastamento fóbico do alimento, no caso da anorexia.
No entanto, causas genéticas também são consideradas, visto que estudos com gêmeos monozigotos demonstraram que a taxa de concordância para esses distúrbios é alta. Postula-se que diferentes neurotransmissores cerebrais podem contribuir para o complexo sintomático, sendo alterações descritas nos sistemas da serotonina, noradrenalina, dos opióides, do peptídeo YY e do neuropeptídio Y (NPY) e da colecistoquina. Porém, não há confirmação se essas alterações são causas ou consequências dos distúrbios. 
3. Quais as características clínicas diferenciais entre essas duas doenças?
Há uma frequência menor de vômitos e uso de laxantes em pacientes anoréxicas, com uma perda de peso acentuada, enquanto que nas pacientes bulímicas o peso varia de normal para um pouco acima do esperado; na anorexia há uma distorção severa da imagem corporal, enquanto que na bulimia essa distorção, quando ocorre, tende a ser leve; a paciente anoréxica considera seu comportamento alimentar normal, e seu desejo de perder peso é justo e adequado. A paciente bulímica sente vergonha de seu comportamento, e tem o desejo de mudá-lo ou ocultá-lo. Pacientes que sofrem de anorexia tendem a ser sexualmente inativas, e a apresentar amenorreia; já pacientes bulímicas são sexualmente ativas e podem apresentar amenorreia ou não. 
O paciente com anorexia mostra-se doente, mas sente-se normal; enquanto que o paciente com bulimia mostra-se normal, mas sente-se doente.
4. Organize um plano de tratamento.
Um plano de tratamento incluiria psicoterapia individual, no qual uma postura mais educativa e diretiva deve ser adotada, em vista do risco pelo qual o paciente está passando. A psicoterapia para pacientes bulímicos deve incluir um diário de automonitorização pelo paciente, no qual devem constar seus episódios bulímicos e os sentimentos e sensações associados a tais eventos. O diário deve ser discutido com o terapeuta, a fim de detectar possíveis condicionantes ambientais.
Uma psicoterapia familiar também seria indicada, para que a família compreenda a situação pela qual o paciente está passando e para ela entender que a única pessoa que deve controlar o comportamento alimentar é o paciente. Em alguns casos deve haver a indicação para o paciente se alimentar separadamente da família, com o intuito da mesma recuperar seus hábitos alimentares normais, possivelmente afetados pelo comportamento anormal do paciente acometido por esses distúrbios. 
Em alguns casos deve haver o uso de psicofármacos. No caso da anorexia seriam indicados remédios que contribuam para o aumento do peso corpóreo, já em pacientes com bulimia antidepressivos seriam os mais indicados. 
Em casos mais severos, deve haver a internação do paciente, sem a interrupção das outras facetas do tratamento.
5. Aborde algum aspecto do funcionamento emocional dessas pessoas.
Um aspecto emocional importante nessas pessoas é o extremo medo que elas sentem de sofrer um aumento de peso. Esse medo chega a ser irracional e incontrolável, na medida em que é ele que controla o comportamento alimentar da pessoa, e continua presente mesmo após a pessoa passar por grandes emagrecimentos. O medo de estar acima do peso pode originar comportamentos obsessivos, que é uma das bases para a manutenção do distúrbio.
Podemos dizer que esse medo tem uma origem calcada na concepção que a mídia vende de beleza, com modelos extremamente emagrecidas, consideradas “perfeitas”. Isso pode levar muitas jovens, que em geral apresentam distúrbios alimentares, a buscarem essa dita perfeição para serem aceitas, visto que a inclusão em um grupo é algo de extrema importância para adolescentes e pode levá-los a condutas de risco. 
6. Porque a taxa de mortalidade é tão alta nos transtornos alimentares?
Há uma distorção da imagem do corpo severa nessas doenças, resultando na paulatina deterioração física e mental, inicialmente com sintomas leves, tais como queda dos cabelos, até complicações cardiovasculares, renais e endócrinas tão graves que podem levar a morte. Uma causa frequente de morte nessas pessoas é morte por desnutrição, visto que existem anoréxicas que se alimentam de somente uma xícara de café por dia. 
Os transtornos alimentares apresentam alta taxa de mortalidade em vista que, apesar de as pessoas acometidas estarem enfraquecidas, desnutridas, e muitas vezes com quadros depressivos, elas não param com a compulsão, pois temem engordar.

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