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REVISÃO bronquiolite

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Serviço Público Federal 
Ministério da educação 
Universidade Federal de Sergipe 
Campus Universitário “Professor Antônio Garcia Filho” 
Graduação em Medicina 
 
Sanni Silvino Parente 
 
Revisão: Bronquiolite 
Doença inflamatória que cursa com obstrução 
de pequenas VA com gravidade variada, com 
edema e secreção no lúmen. Em crianças 
menores de 2 anos, com maior incidência entre 
menores de 6 meses. O aparelho respiratório 
imaturo, com alta resistência aérea, é mal 
adaptado para resistir à agressão causada 
pelos agentes, direcionando o sistema imune à 
uma resposta inflamatória que danifica. Além 
disso, a proteção imune advinda dos 
anticorpos maternos caem consideravelmente 
nos primeiros meses. 
EPIDEMIOLOGIA: A incidência no 1° ano é de 
11% e de 6% no 2° ano, de forma que, ao final 
do 2° ano de vida, quase todas as crianças já 
foram infectadas por um dos agentes 
etiológicos do BVA. Pico de incidência = 2 – 5 
meses de idade. 
Apresentações mais graves ocorrem 
nos lactentes entre 1 e 3 meses, fatores: baixo 
peso ao nascer, desnutrição, muitos 
habitantes por cômodo. 
A taxa de mortalidade é de 1% nas 
crianças previamente hígidas e de 3,5% 
naquelas com história prévia de doenças 
cardíacas, displasia broncopulmonar, 
prematuridade e imunodeficiência. Podem 
ocorrer infecções bacterianas secundárias. 
Essas crianças tem aumento do risco para 
asma brônquica. 
ETIOLOGIA: 
Vírus sincicial respiratório (VSR): Responsável 
por 70 % de todos os casos, podendo chegar a 
100% nas epidemias, meses de inverno e 
primavera. A fonte de infecção é um membro 
da família/escola/creche com enfermidade 
respiratória benigna, com transmissão por 
contato com secreções. 
 Incubação = 2 – 8 dias/ disseminação = 
3- 8 dias (pode se prolongar em lactentes mais 
novos – 3 meses)/ Não confere imunidade 
completa. 
Outros agentes: 
 Influenza: 10 a 20%; 
 Rinovírus: 20%; 
 Parainfluenza – tipos 1 e 3: 10 a 30%; 
 Adenivírus – tipo 7 e 21: relacionados às 
formas grave da doença, como 
bronquiolite obliterante e síndrome do 
pulmão hipertransparente unilateral. 
 Metapneumovírus: 10%; 
 Mycoplasma pneumonia: 5 a 15%. 
FISIOPATOLOGIA: 
 
 Inoculação: mucosa nasal; 
 Incubação assintomática: 3 a 5 dias; 
 Sintomas de IVAS; 
 Tropismo para pequenas VA inferiores; 
o Efeito citopático viral direto; 
o Efeito imunológico indireto; 
 Leucócitos 
polimorfonucleares; 
 Macrófagos; 
 Mediadores pró-
inflamação; 
 Alteração endotelial > 
edema; 
 Obstrução de VA; 
 Atalectasias; 
 Desequilíbrio ventilação/perfusão. 
 Contração de músculo liso 
o Anormalidade no sistema 
adrenérgico e colinérgico. 
QUADRO-CLÍNICO: 
 
CONDUTA DIAGNÓSTICA: 
Clínica: Fecha diagnóstico. Geralmente nos 
meses de outono e inverno. Manifestações 
clínica típicas, febre elevada pode aparecer 2 a 
3 dias depois do início dos sintomas. Doença 
autolimitada. 
Imagem: não é indicada na maioria das 
situações, tendo achados mais característicos 
nos casos graves, com piora súbita do quadro: 
 Hiperinsuflação difusa; 
 Hipertransparência; 
 Retificação do diafragma; 
 Aumento do número de costelas; 
 Infiltrados intersticiais 
peribrônquicos; 
 Colapso pulmonar e atalectasia; 
 Complicações: pneumonia e 
pnaumotórax. 
Laboratoriais: não é realizado rotineiramente. 
 Hemograma: em infecções bacterianas ou 
por adenovírus observa-se leucocitose 
com desvio à esquerda. 
 Gasometria: casos que evoluem com 
insuficiência respiratória, hipoxemia e 
hipercapnia (desequilíbrio hidroeletrolítico 
e retenção de líquidos – SIHAD); 
 Isolamento do vírus em células: aspirado 
da nasofaringe, teste rápido à beira do 
leito (custo elevado – estudos 
epidemiológicos): 
o Imunofluorescência: elevada 
sensibilidade e especificidade. 
o PCR; 
o Cultura viral; 
o Genotipagem viral; 
o Pesquisa de anticorpos séricos. 
Diagnóstico diferencial: asma, fibrose cística, 
síndrome aspirativa, colapso das VA, 
compressão extrínseca, corpo estranho, 
coqueluche, pneumonia viral, DRGE, ICC, 
trauma, malformações, tumores, etc. 
TRATAMENTO 
Classificação de risco: critérios abaixo. 
 
Critérios para internação: 
 Prematuros; 
 < 3 meses; 
 Doenças prévias – cardiopatias, 
pneumopatias ou imunodeficiência; 
 Insuficiência respiratória; 
 Condições sociais. 
Indicação para UTI: 
 paO2 <60mmHg, paCO2> 50mmHg e 
pH<25 mesmo recebendo oxigênio a 50%; 
 Apneia + SatO2<90% mesmo recebendo 
oxigênio a 50%; 
 Episódios muito frequentes e rápidos de 
apneia. 
Casos leves – FR< 60irpm / sem tiragem ou 
com tiragem discreta: orientações sobre sinais 
de piora, tratamento domiciliar. 
 Hidratação e alimentação normal; 
 Decúbito com a cabeceira elevada; 
 Tratar a hipertermia; 
 Soro fisiológico nasal; 
 BD inalatória (?). 
Casos moderados/graves – FR>60irpm e 
tiragem moderada a intensa: Hospitalização 
(suporte respiratório e correção da 
homeostasia). Pouca manipulação nas crianças 
 
 
e controle rígido de limpeza. Monitorização da 
saturação de oxigênio, eletrólitos, sódio 
urinário, ureia e creatinina. 
 Suporte ventilatório por máscara facial ou 
cânula nasal, manutenção constante para 
deixar em níveis > 95%; 
 FR>80irpm: alimentados com cautela ou 
dieta zero + aporte venoso (70% do 
requerido diário); 
 UTI: Surfatante e ribavirina; 
 Adenovírus: corticosteroide na fase aguda; 
 Teste terapêutico com beta-2-agonista; 
 Claritromicina (?); 
Profilaxia: 
 PALIVIZUMABE - Anticorpo monoclonal 
humanizado para VSR: mensalmente IM 
para crianças em risco: 
o Prematuros <28s no 1° ano de vida, 
durante a 1° estação do VSR. 
o 6 meses antes da estação do VSR: 
 Prematuros de 29 a 32s nos 
1° 6 meses de vida; 
 Prematuros de 33 a 35s com 
2ou mais fatores de risco; 
 Cardiopatas com <2anos; 
 Crianças de até 2anos que 
realizaram tto para 
cardiopatia ou 
pneumopatia.

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