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Direitos Fundamentais em espécie

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Direitos Fundamentais em espécie
As diversas nomenclaturas que se referem aos direitos fundamentais, as características dos direitos fundamentais e os diversos objetos do direito fundamental. Direito a inviolabilidade domiciliar, sigilo, liberdade profissional, informação e locomoção. Direito de reunião, associação, propriedade, herança, propriedade intelectual, e defesa do consumidor. Trata do direito de petição e obtenção de certidões, princípio da inafastabilidade da jurisdição, limites à retroatividade da lei, princípio do juiz natural ou legal, e Tribunal Penal Internacional. Tribunal do Júri, Segurança Jurídica em matéria criminal, Devido Processo Legal, Provas Ilícitas, Publicidade e Assistência Judiciária. Erro judiciário, gratuidade das certidões, do habeas corpus e do habeas data, celeridade processual, federalização dos crimes humanos. Aspectos gerais da aplicabilidade e eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
As diversas nomenclaturas que se referem aos direitos fundamentais
Direitos naturais, direitos humanos, direitos do homem, direitos individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades fundamentais, liberdades públicas e direitos fundamentais do homem são as várias nomenclaturas que se referem aos direitos fundamentais.
O doutrinador José Afonso da Silva prefere a nomenclatura: direitos fundamentais do homem, por entender ser a mais adequada. Para o mesmo estudioso, direitos fundamentais do homem referem-se a "princípios que resumem a concepção do mundo e informam a ideologia política de cada ordenamento jurídico, é reservada para designar, no nível do direito positivo, aquelas prerrogativas e instituições que ele concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual  de todas as pessoas".
De forma mais simples, a conceituação acima transcrita será analisada em partes, sob a ótica do pensador José Afonso:
a) quanto a qualificação "fundamentais" utilizou-se este termo, pois os direitos ora conceituados tratam de situações jurídicas que sem as quais o indivíduo não se realizaria, não teria como conviver com os demais e até mesmo não sobreviveria.
b) quanto ao termo "do homem" quis fazer referência à igualdade entre as pessoas no sentido de que o termo "homem" não significa o sexo masculino da raça humana, mas ela propriamente dita.
Os direitos fundamentais do homem devem ser não apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados. Os direitos fundamentais não são uma mera contraposição dos direitos do homem ao Estado, mas sim uma simples limitação ao Estado.
As características dos direitos fundamentais
As concepções jusnaturalistas, segundo José Afonso da Silva, foram a base para o desenvolvimento dos direitos fundamentais, por isso é que até hoje se tem aquela ideia de que os direitos fundamentais são inatos, absolutos, invioláveis, intransferíveis e imprescritíveis.
Se afastarmos a conotação jusnaturalista que informa o assunto ora tratado, algumas características ainda podem ser notadas. Quatro são as principais características dos direitos fundamentais:
a) Historicidade: os direitos fundamentais são como qualquer direito quando se refere a sua história, pois nascem, modificam-se e desaparecem. Os primeiros direitos fundamentais surgiram com a revolução burguesa e com o decorrer dos anos estes direitos vão evoluindo.
b) Inalienabilidade (intransferíveis): diferentemente dos direitos materiais, os fundamentais não podem ser transferidos, negociados; eles não têm conteúdo econômico-patrimonial. Estes direitos aqui tratados são concedidos pela ordem constitucional e não pode o indivíduo ainda que por vontade própria e livre de qualquer vício deles se desfazer, afinal são indisponíveis.
c) Imprescritibilidade: como mencionado na característica anterior, os direitos fundamentais são direitos reconhecidos na ordem jurídica e esta ordem não estabelece nenhum tipo de norma que menciona a existência da prescrição ao exercício destes direitos personalíssimos. A prescrição não ocorrerá nem que qualquer dos direitos fundamentais ou mais de um deles ao mesmo tempo não esteja sendo exercido. Portanto, é cediço que para os direitos personalíssimos não há regulação quanto a existência da prescrição.
d) Irrenunciabilidade: não se admite a renúncia dos direitos fundamentais, pois mais uma vez, são indisponíveis.
Antigamente tinha-se mais uma característica dos direitos fundamentais, a qual era o caráter absoluto destes direitos. Ocorre que, o caráter absoluto compreende o fato de serem estes direitos do homem imutáveis e, por isso, absolutos. Dessa forma, esta característica acabou ficando de lado e dando lugar a historicidade, a qual, como visto, não imutabiliza o direito, ainda que fundamental.
Os diversos objetos do direito fundamental
Os objetos do direito fundamental são os diversos direitos individuais e personalíssimos em espécie, quais sejam: o direito à vida, o direito à privacidade, o direito à igualdade, o direito à liberdade e o direito à propriedade.
A vida é dentre todos os direitos o mais importante de todos, pois sem ela de nada vale a garantia dos demais objetos do direito fundamental, deste mesmo entendimento comunga Jacques Robert:
"O respeito à vida humana é a um tempo uma das maiores ideias de nossa civilização e o primeiro princípio da moral médica. É nele que repousa a condenação do aborto, do erro ou da imprudência terapêutica, a não-aceitação do suicídio. Ninguém terá o direito de dispor da própria vida, a fortiori da de outrem e, até o presente, o feto é considerado como um ser humano".
O direito à privacidade está previsto na CF/88 em seu artigo 5º, inciso X:
"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação".
Este direito é considerado conexo ao direito à vida, pois não consta expressamente no caputdo dispositivo constitucional, mas sim como reflexo ou manifestação deste.
Já a igualdade é o signo fundamental da democracia, portanto não se admite privilégios e distinções consagradas por um regime meramente liberal. O que se busca com a defesa ao direito à igualdade é a sua forma material em que se deve tratar os "iguais igualmente e os desiguais desigualmente na medida de sua desigualdade".
Tal verbete bastante conhecido entre os operadores do direito tem como fundamento a previsão programática de que a República Federativa do Brasil tem o objetivo fundamental de reduzir as desigualdades sociais e regionais, conforme se observa do artigo 3º, inciso III, CF/88.
Quanto ao objeto do direito fundamento também se tem o direito à liberdade. A liberdade tem duas conotações, uma no sentido negativo em que se nega todo e qualquer tipo de autoridade e, a outra no sentido positivo, a qual vislumbra a existência da autoridade tendo-a, inclusive, como algo essencial à expansão social. Contudo nesta última concepção, a liberdade refuta apenas a autoridade quando exercida através de coação anormal, ilegítima e imoral.
O direito à liberdade é, portanto, o ponto de equilíbrio entre a liberdade completa e a autoridade.
Por fim, o último objeto essencial do direito fundamental é o direito à propriedade. Este último objeto, primeiramente foi discutido como sendo algo que havia surgido de uma relação entre uma pessoa e uma coisa, de caráter absoluto, natural e imprescritível.
Entretanto, percebeu-se que uma relação só existe entre pessoas. Desta forma, o direito à propriedade nada mais é do que um modo de imputação jurídica de uma coisa a um sujeito, ou seja, é uma relação jurídica entre um indivíduo (sujeito ativa) com um sujeito passivo universal.
Direito à Inviolabilidade Domiciliar
A inviolabilidade domiciliar consiste na proteção à tranquilidade da pessoa para que não venha a ser importunada em sua casa ou em suas dependências. É uma espécie de liberdade individual.
A ConstituiçãoFederal prevê o direito a inviolabilidade domiciliar em seu artigo 5º, inciso XI, in verbis:
"a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial".
Este direito, contudo, não é absoluto, podendo ser relativizado ante a existência de interesse público relevante. Podem ser enquadrados nessa hipótese os casos de flagrante delito, desastre e pedido de socorro, os quais permitem o acesso do policial para intervenção sem ordem judicial, pois estão contemplados pela norma Constitucional.
Direito ao Sigilo
A Carta Magna Brasileira prevê o direito ao sigilo no seu artigo 5º, inciso XII. Vejamos:
"é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal".
O direito ao sigilo de correspondência abrange inclusive o direito de expressão e o direito de comunicação, os quais são também espécies da liberdade de expressão do pensamento.
Este direito visa proteger os segredos pessoais, segredos estes que dizem respeito apenas aos correspondentes. Desta forma, fica o indivíduo vulnerável, uma vez que sente segurança em expor suas confissões íntimas na confiança de certa pessoa.
Direito à Liberdade Profissional
A liberdade de ação profissional também é chamada de liberdade de trabalho, porém o doutrinador José Afonso da Silva não entende ser esta última denominação a mais acertada.
Previsto no artigo 5º, inciso XIII da Constituição Federal, o direito à liberdade profissional possui os seguintes termos:
"é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer".
Segundo este doutrinador, o direito à liberdade de profissão é um direito individual, pois não possui em seu conteúdo caracteres inerentes aos direitos sociais, uma vez que não garante a possibilidade de trabalho, nem emprego e menos ainda condições materiais para a investidura em um ofício ou para a aquisição de qualquer profissão. Na concepção deste renomado pensador, o dispositivo constitucional garante apenas a liberdade de escolha do ofício, profissão e trabalho.
Desta forma, o direito fundamental aqui tratado visa apenas a limitar o Estado para que este não intervenha, bem como não constranja o indivíduo a escolher ou deixar de escolher determinada atividade profissional.
Tal dispositivo é no todo formal, pois em nada apresenta maneiras efetivas para que o indivíduo possa de fato escolher sua profissão, o qual na maioria das vezes se submete à contragosto ao exercício de determinadas atividades profissionais, sob pena de não ter como sustentar sua família e a si próprio.
Direito à Informação
Primeiramente é de se anotar que o direito à informação é um direito coletivo, diferindo-se aí do direito à liberdade de informação, o qual se apresenta como um direito individual.
Entretanto, o direito à informação vem seguindo paralelamente a este direito individual de liberdade à informação. Segundo Albino Greco, mencionado por José Afonso da Silva, "a liberdade de imprensa nasceu no início da idade moderna e se concretizou - essencialmente - num direito subjetivo do indivíduo de manifestar o próprio pensamento: nasce, pois, como garantia de liberdade individual. Mas, ao lado de tal direito do indivíduo, veio afirmando-se o direito da coletividade à informação".
Este pensamento exposto pelo doutrinador Greco foi acatado pela Constituição Federal quando esta completa a liberdade de informar com a liberdade de manifestação do pensamento (artigo 5º, inciso IV).
A dimensão coletiva atribuída ao direito à informação é observada na escrita do artigo 5º, incisos XIV e XXXIII, senão vejamos:
"XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional". (grifo nosso)
"XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado". (grifo nosso)
Estes dispositivos demonstram a contraposição entre o interesse geral e o individual da manifestação de opinião, ideias e pensamento através dos meios de comunicação. Daí porque o direito à informação deixou de ser um direito individual, passando a ser função social.
Direito à Locomoção
Após a abolição da escravatura, este passou a ser o segundo direito constitucional mais importante, atrás somente do direito à vida.
A Constituição Federal de 1988 passou a dispor sobre este direito em dispositivo próprio, o que não era feito pelas Constituições anteriores. É o texto constitucional:
"Artigo 5º, inciso XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens". 
Em comentário a este dispositivo já existente na Constituição de 1946, o autor Dória Sampaio ensina que se extrai deste artigo a noção essencial da liberdade de locomoção, que é o poder que todos têm de "coordenar e dirigir suas atividades e de dispor de seu tempo, como bem lhes parecer, em princípio, cumprindo-lhes, entretanto, respeitar as medidas impostas pela lei, no interesse comum, e abster-se de atos lesivos dos direitos de outrem".
Esta liberdade é a tão conhecida liberdade de ir, vir e permanecer e ela compreende a migração (emigrar e imigrar).
Tal liberdade, contudo, não significa que não há restrições ao entrar ou sair do país, ao contrário, as autoridades poderão permitir tanto a entrada, quanto saída, ou ainda, a permanência, seja de brasileiro ou estrangeiro, no país com o fim de proteção do próprio indivíduo e também da segurança de seu território. O fundamento para a decisão será conforme a conveniência e oportunidade, portanto, utilizando-se de critérios discricionários.
Direito de reunião
O direito de reunião é garantido pela Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso XVI, desde que realizada de forma pacífica, sem armas e em locais abertos ao público. Não se exige autorização prévia do Poder Público para o exercício deste direito, mas apenas uma comunicação, já que se houver outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local, aquela restará prejudicada.
Desta forma, nota-se a necessidade do aviso prévio para que a autoridade administrativa possa tomar as providências necessárias a fim de viabilizar a realização da reunião.
O direito de reunião poderá ser restringido na vigência do estado de defesa, mesmo quando exercido na própria associação, e poderá ser suspenso durante o estado de sítio, conforme institui os artigos 136, §1º, inciso I, alínea “a”, e artigo 139, inciso IV, ambos da Constituição Federal.
Direito de associação
O direito de associação está previsto no artigo 5º, incisos XVII, XVIII, XIX, XX e XXI, da Constituição Federal. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, sendo expressamente vedada a associação de caráter paramilitar. Desta forma, salienta-se que ninguém será obrigado a associar-se ou a permanecer associado, caso já o seja.
Independe de autorização a criação da associação ou da cooperativa, não sendo permitida a interferência estatal em seu funcionamento, pois a própria associação tem autonomia de criar e modificar seus estatutos. A associação somente poderá ser dissolvida de forma compulsória mediante decisão judicial transitada em julgado, caso vislumbre finalidade ilícita.
A suspensão da associação também será proveniente de decisão judicial, antes mesmo de seu trânsito em julgado, pois pode dar-se mediante cautelares ou provimentos antecipatórios. Sempre que autorizadas pelos associados,a associação terá plena legitimidade para representá-los judicial ou extrajudicialmente, podendo, inclusive, defender o direito alheio de seus associados, em nome próprio, como substituto processual.
Direito de propriedade
O direito de propriedade está previsto no artigo 5º, incisos XXII, XXIII, XXIV, XXV e XXVI, da Constituição Federal, e apresenta como regra geral a premissa de que a propriedade deve atender sua função social, conforme institui os artigos 182, §2º, e 186, ambos da Carta Magna.
O direito aqui tratado não é absoluto, já que a propriedade pode ser desapropriada por necessidade ou interesse público, devendo indenizar seu proprietário em dinheiro de forma justa e prévia desde que esteja cumprindo sua função social. No entanto, poderá ocorrer a desapropriação-sanção caso a propriedade não cumpra sua função social.
Poderá também ser restringido o direito de propriedade pela requisição, ou seja, quando a autoridade competente em caso de iminente perigo público usa a propriedade particular, decorrendo dano deste uso, será assegurada indenização ulterior ao proprietário. Ainda, caso o proprietário utilize sua propriedade de forma ilícita, isto é, para cultura de plantas psicotrópicas, terá sua propriedade expropriada sem qualquer indenização e sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
À pequena propriedade rural, assim definida em lei e desde que trabalhada pela família, será assegurada a garantia de não ser objeto de penhora para pagamentos de dívidas referentes à sua atividade produtiva.
Herança
O direito de herança e o estatuto sucessório estão previstos no artigo 5º, incisos XXX e XXXI, da Constituição Federal. A herança é o objeto da sucessão causa mortis, isto é, quando aberta a sucessão, o patrimônio do de cujus será transferido aos seus sucessores, sendo denominada herança o passivo e o ativo correspondente a este patrimônio.
A Constituição prevê garantia ao herdeiro, salientando que havendo sucessão de bens de estrangeiro situados no País poderá ser adotada a lei que melhor favorecer o cônjuge ou seus filhos brasileiros. Sendo assim, a regra é que a sucessão do estrangeiro residente no Brasil será processada conforme a Lei nacional, no entanto, sendo a Lei de seu país de origem mais benéfica, poderão os herdeiros se utilizarem daquela.
Propriedade intelectual
O direito de propriedade intelectual está previsto no artigo 5º, incisos XXVII, XXVIII e XXIX, da Constituição Federal e abrange o direito autoral e a propriedade industrial.
Institui nossa Carta Magna que o autor tem direito exclusivo sobre a publicação, utilização ou reprodução de suas obras, podendo transmitir este direito aos seus herdeiros pelo prazo previsto em lei. A Constituição, ainda, prevê que são assegurados, nos termos da lei, a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; assim como o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.
Por fim, determina que a lei assegure aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Defesa do consumidor
O direito do consumidor está previsto no artigo 5º, inciso XXXII, da Constituição Federal. São os consumidores titulares de direitos constitucionais fundamentais e, desta forma, deve-se sempre primar pelo princípio da ordem econômica a fim de assegurar os mesmos. A Lei nº 8.078, de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), regula as relações de consumo, assim como conceitua as figuras do consumidor, fornecedor, produto e serviço.
O Código Civil poderá ser utilizado subsidiariamente para suprir as lacunas do Código de Defesa do Consumidor. As normas de proteção e defesa do consumidor são de ordem pública e interesse social e, desta forma, o juiz deverá apreciar de ofício qualquer questão referente à relação de consumo. Importante salientar, ainda, decisão do STF a qual declara que as relações de consumo de natureza financeira ou bancária estão protegidas pelo Código de Defesa do Consumidor.
Direito de petição e obtenção de certidões
De acordo com o artigo 5º, inciso XXXIV,  da Constituição Federal, "são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (...)".
O direito de petição pode ser conceituado como o direito que pertence a uma pessoa de invocar a atenção dos poderes públicos sobre determinada situação. É utilizado tanto para denunciar alguma lesão completa, como para solicitar reorientação de determinado fato, ou ainda para requisitar alteração de algum direito. O direito de petição consiste, em suma, na busca pela defesa de direitos e interesses gerais da coletividade.
Tal direito poderá ser exercido por qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira e independe de pagamento de taxas.
Note-se que a Constituição de 1967 entrelaça o direito de petição com o de representação. Tal não acontece explicitamente na atual Constituição, embora entenda-se que essa também foi a intenção do legislador. Sendo assim, considera-se que a Lei nº 4.898/65 regulamenta o direito de representação ainda está em vigor.
Desse modo, o direito de petição tem a finalidade de se levar ao conhecimento das autoridades determinada informação ou notícia de um ato ou fato ilegal, ou abusivo contra certos direitos, para que assim sejam tomadas as medidas necessárias.
Ressalta-se que o peticionário não tem o ônus de demonstrar a lesão ou ameaça de lesão, já que se trata de nítida participação política por intermédio de um processo. A Constituição Federal não prevê nenhuma penalidade em caso de negativa ou omissão do Poder Público, porém, é perfeitamente cabível mandado de segurança em tais situações.
O direito de petição não se confunde com capacidade postulatória para obtenção de pronunciamento judicial sobre a pretensão formulada. Segundo o Min. Celso de Mello, ninguém poderá postular em juízo sem a presença de advogado, "o direito de petição qualifica-se como prerrogativa de extração constitucional assegurada à generalidade das pessoas pela Carta Política. Traduz direito público subjetivo de índole essencialmente democrática. O direito de petição não assegura, contudo, por si só, a possibilidade de o interessado - que não dispõe de capacidade postulatória - ingressar em juízo para independentemente de advogado litigar em nome próprio ou como representante de terceiros...".
Já em relação à obtenção de certidões, preceitua o artigo 1º, da Lei nº 9.051/95, que "as certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido ao órgão expedidor".
Caso o pedido de certidão não seja atendido, será cabível mandado de segurança para se verificar a ilegalidade ou abuso de poder, já que se trata de direito certo e líquido para defesa dos direitos ou esclarecimentos de interesse pessoal, próprio ou de terceiros.
Frisa-se, todavia, que o direito de petição não é absoluto, podendo ser negado em caso de sigilo fundamental à segurança da sociedade ou do Estado.
Princípio da inafastabilidade da jurisdição
O princípio da inafastabilidade de jurisdição também é denominado direito de ação, princípio do livre acesso ao judiciário, ou princípioda ubiquidade da justiça.
Dispõe o artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição, que "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". A amplitude do termo "direito" era restringida nas Constituições anteriores, mas na atual Carta Magna é assegurada de forma expressa e categórica, em nível constitucional, sejam os direitos privados, públicos ou transindividuais.
Note-se que as expressões "lesão" e "ameaça de lesão" garantem o livre acesso ao Judiciário para postular tanto a tutela jurisdicional preventiva quanto a repressiva. Ademais, a inafastabilidade de jurisdição não se confunde com o direito de petição, que constitui direito de participação política, em que é desnecessário demonstrar-se qualquer interesse processual ou lesão a direito pessoal.
Outrossim, enquanto o direito de ação é público subjetivo e pessoal, o direito de petição é impessoal, porque direcionado à autoridade noticiando ilegalidade ou abuso de algum ato.
Sendo assim, não mais se admite a denominada jurisdição condicionada, ou seja, para se ingressar no Judiciário não é mais necessário que se tenham esgotado as vias administrativas.
Importante, ainda, dizer que o instituto da arbitragem não impede o direito de ação. A permissibilidade da submissão de litígios referentes a direitos patrimoniais disponíveis aos árbitros não significa que o titular do direito abriu mão do direito de ação, mas apenas institui opção por uma jurisdição privada. No compromisso arbitral exclui-se o avesso à via judicial e não à jurisdição.
Além disso, a arbitragem não é nunca obrigatória e, mesmo que instituída, poderão as partes recorrer ao Judiciário e alegar a exceção do compromisso arbitral.
Limites à retroatividade da lei
O artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, estabelece que "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada". O artigo 6º, da LINDB define os institutos mencionados.
O direito adquirido é considerado o direito que seu titular possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Já o ato jurídico perfeito é considerado como aquele já consumado de acordo com a lei vigente ao tempo em que se efetuou; e a coisa julgada é a decisão judicial, da qual não cabe mais recurso.
Em relação ao direito adquirido, não será possível alegá-lo face a manifestação do poder constituinte originário, por ser este incondicionado e ilimitado. Porém, quando se tratar de manifestação do poder constituinte derivado entende-se que ele deve ser preservado.
Ressalta-se, ainda, que o Supremo Tribunal Federal entende ser possível que a lei traga novas regras e preserve a expectativa de direito em benefício dos cidadãos, como aconteceu, por exemplo, com a edição do artigo 1º, parágrafo único, da Lei Estadual de São Paulo nº 200/74, que revogou a legislação que concedia benefício de complementação de aposentadoria, mas ressalvou os direitos dos empregados admitidos até a data de sua vigência.
Nesse diapasão é a Súmula 654 do STF, segundo a qual "a garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estadual que a tenha editado".
Importante mencionar que no direito penal há retroatividade da lei mais benéfica ao réu, conforme disposição do inciso XL, do artigo 5º, da Constituição Federal.
Princípio do juiz natural ou legal
De acordo com o artigo 5º, incisos XXXVII e LIII, "não haverá juízo ou tribunal de exceção; e "ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente".
O princípio em questão evidencia a necessidade de predeterminação do juízo competente, proibindo-se qualquer forma de designação de tribunais para casos determinados. Trata-se de direito ao juízo legal comum, vedando a discriminação de pessoas ou casos para efeito de submissão a juízo ou tribunal que não o recorrente por todos.
Segundo o princípio do juiz natural, não haverá juízo ou tribunal "ad hoc", ou seja, tribunal de exceção; todos têm o direito de submeter-se a julgamento por juiz competente predeterminado; e o juiz deve ser imparcial.
Note-se que a prerrogativa de foro não afronta o princípio do juiz natural, assim como não há restrição aos foros de eleição no caso de competência relativa, por convenção das partes e dentro dos limites da lei. Ademais, a instituição de juízo arbitral também não viola o princípio em comento.
Outrossim, de acordo o texto constitucional (artigo 5º, §4º), "o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão".  Tal regra está totalmente em consonância com o princípio do juiz natural, sendo que o TPI terá legitimidade, força moral e poder jurídico, o que não acontece com os tribunais que estão julgando os crimes praticados em outros países.
A criação do TPI assegura o princípio do juiz natural, tendo em vista que criado previamente por lei ou constituição e proíbe os juízes e tribunais de exceção.
Tribunal Penal Internacional
O Estatuto de Roma, que criou o TPI,foi aprovado em 1998 e assinado pelo Brasil em 2000. O TPI é uma instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade em alcance internacional e será complementar às jurisdições penais nacionais. Dessa forma, resta consagrada o princípio da complementariedade, que preserva o sistema jurídico interno.
O Tribunal Penal Internacional tem sede em Haia e pode funcionar em outro local sempre que entender conveniente e nos termos de seu Estatuto. Além disso, de acordo com seu artigo 86, os países signatários devem cooperar plenamente com o Tribunal no inquérito e no procedimento contra crimes de competência deste.
A competência do TPI restringe-se aos crimes mais graves que afetam a comunidade internacional. Assim, conforme o artigo 5º, o TPI tem competência para julgar os crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crimes de agressão.
Tribunal do Júri
 A previsão legal do direito do cidadão de ser julgado exclusivamente pelo Tribunal do Júri encontra-se no dispositivo constitucional do artigo 5º, inciso XXXVIII:
"é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida".
Em razão da prévia previsão legal e, neste caso, constitucional, não pode ser considerado o Tribunal do Júri como um Tribunal de Exceção propriamente dito.
Sendo assim, é sabido que as decisões proferidas no plenário do júri, através de votações sigilosas dos jurados, considerando a soberania dos veredictos, outro tribunal, seja ele qual for, não poderá reformar o mérito da decisão do júri.
O que eventualmente ocorrerá é a anulação do processo em razão de vício de forma, porém jamais quanto ao mérito do julgamento.
Segurança Jurídica em Matéria Criminal
Este direito fundamental está previsto pela Constituição Federal em seu artigo 5º, incisos XXXVII a XLVII, bem como o inciso LXXV, exceto no que menciona o habeas corpus.
Como exemplo, dois incisos do mencionado dispositivo constitucional:
"XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal".
"XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu".
As garantias penais/criminais protegem o indivíduo contra condutas arbitrárias. Estas garantias dividem-se em 8 grupos, quais sejam:
a) garantias jurisdicionais penais: abrange, dentre outras, a garantia de julgamento pelo Tribunal do Júri nos crimes dolosos contra a vida;
b) garantias criminais preventivas: como exemplo, tem-se o princípio da anterioridade da lei penal descrita pelo artigo 5º, inciso XXXIX, CF/88;
c) garantias relativas à aplicação da pena: abrange inclusive o direito a individualização da pena (artigo 5º, inciso XLVI, CF/88);
d) garantiasprocessuais penais: nesta está presente a garantia do devido processo legal (artigo 5º, inciso LIV, CF/88);
e) garantias da presunção de inocência: "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória", é o clássico exemplo desta garantia (artigo 5º, inciso LVII, CF/88);
f) garantias da incolumidade física e moral: a vedação de tratamento desumano e degradante, constante do artigo 5º, inciso III, CF/88, é um dos exemplos;
g) garantias penais da não discriminação: foi fundada nesta garantia que o racismo passou a ser considerado crime pela lei brasileira dando a ele conotação mais grave, incluindo a imprescritibilidade e a inafiançabilidade (artigo 5º, inciso XLII, CF/88);
h) garantia penal da ordem constitucional democrática: a criminalização das ações de grupos armados, civis ou militares contra a ordem constitucional e o Estado Democrático se fundou nesta garantia constitucional (artigo 5º, inciso XLIV, CF/88).
Devido Processo Legal
O dispositivo constitucional brasileiro que prevê o direito ao devido processo legal teve influência inglesa.
Previsto pelo artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal, "ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal", a Magna Carta Brasileira combina o devido processo legal com outros direitos também constantes da legislação, quais sejam, direito de acesso à Justiça (artigo 5º, inciso XXXV), direito ao contraditório e a plenitude de defesa (artigo 5º, inciso LV).
Ao falar-se em processo, também estará fazendo menção às formas instrumentais apropriadas no sentido de dar a cada um o que é seu através de uma prestação jurisdicional exercida perante o Estado. Contudo, para que isto aconteça de maneira justa, necessário se faz a existência do contraditório, isonomia processual, bilateralidade dos atos procedimentais e também a plenitude do direito de defesa.
Todas estas necessidades para uma justa prestação jurisdicional é o "devido processo legal".
Provas Ilícitas
Primeiramente é de se notar que provas ilícitas não se confundem com provas ilegais ou ilegítimas.
Segundo o professor Alexandre de Moraes, "as provas ilícitas são aquelas obtidas com infringência ao direito material, as provas ilegítimas são obtidas com desrespeito ao direito processual. Por sua vez, as provas ilegais seriam o gênero do qual as espécies são as provas ilícitas e as ilegítimas, pois configuram-se pela obtenção com violação de natureza material ou processual ao ordenamento jurídico".
A inadmissibilidade da prova ilícita se baseia na defesa do indivíduo, que acusado não deve ser condenado com base em elementos instrutórios obtidos ou produzidos de forma incompatível com os limites impostos pelo ordenamento jurídico ao poder persecutório e ao poder investigatório do Estado.
A prova ilícita é prova inidônea, imprestável, portanto não tem revestimento para aptidão jurídico-material e é destituída de eficácia jurídica, por menor que ela seja.
Publicidade
A publicidade processual implica em garantir o direito à assistência dos atos processuais pelo público em geral, bem como na narração ou reprodução dos termos dos atos processuais, através dos meios de comunicação social, além de compreender a consulta dos autos processuais, sendo permitida, inclusive, a extração de cópias e certidões.
Entretanto, o direito à publicidade do processo não é absoluta, não abrangendo os dados relativos à reserva da vida privada e que não constituem meios de prova, os quais são protegidos pelo denominado segredo de justiça.
A decretação do segredo de justiça é de competência específica da autoridade judiciária, a qual expede através de despacho ex officio ou a requerimento da parte interessada. O conteúdo do despacho pode inclusive conter ordem de destruição ou de entrega do documento à pessoa a quem de direito.
Assistência Judiciária
A Lei nº 1060/50 estabelece normas para a concessão do benefício da assistência judiciária aos necessitados.
A assistência judiciária gratuita permite às pessoas irem ao juízo sem que despendam de nenhum valor, desde que comprovem situação de hipossuficiência financeira. As custas do processo serão, neste caso, arcadas pelo Poder Público. É um benefício de caráter legal.
Este benefício não pode ser dado ex officio, portanto necessita ser pleiteado pela parte interessada. A assistência judiciária gratuita consiste na isenção de pagamento das taxas judiciárias, dos selos, dos emolumentos e custas, bem como das despesas de publicações necessárias ao andamento do processo, além dos honorários do advogado e de peritos.
Sua finalidade é proporcionar a todos o acesso à justiça.
Erro judiciário
O erro judiciário está previsto no artigo 5º, inciso LXXV, da Constituição Federal, o qual estabelece que "o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença". O entendimento em vigor, instituído pelo STF, declara que o Estado não é responsável civilmente pelos atos do Poder Judiciário, mas sim apenas nos casos previstos expressamente em lei.
Gratuidade das certidões
A gratuidade das certidões está prevista no artigo 5º, inciso LXXVI, da Constituição Federal, o qual determina que "são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito". O direito aqui mencionado será garantido a todas as pessoas, pois entende-se que se trata de ato necessário ao exercício da cidadania.
Por sua vez, o artigo 236, da Carta Maior, dispõe que "os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público". Sendo assim, serão cobrados os emolumentos e custas do cartório de notas. No entanto, conforme entendimento do STF é constitucional a lei que isenta o pagamento desses valores devidos pela expedição da certidão de óbito ou registro civil de nascimento aos reconhecidamente pobres.
Habeas Corpus e Habeas Data
De acordo com o artigo 5º, inciso LXXVII, da Constituição Federal, "são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania". O legislador constituinte apenas declarou expressamente a gratuidade dessas duas ações constitucionais, enquanto, entende-se que deveria ter estendido às demais.
Prescreve, por sua vez, o artigo 1º, da Lei nº 9.265/96, que "são gratuitos os atos necessários ao exercício da cidadania, assim considerados: I - os que capacitam o cidadão ao exercício da soberania popular, a que se reporta o art. 14 da Constituição; II - aqueles referentes ao alistamento militar; III - os pedidos de informações ao poder público, em todos os seus âmbitos, objetivando a instrução de defesa ou a denúncia de irregularidades administrativas na órbita pública; IV - as ações de impugnação de mandato eletivo por abuso do poder econômico, corrupção ou fraude; V - quaisquer requerimentos ou petições que visem as garantias individuais e a defesa do interesse público".
Celeridade processual
Segundo institui o artigo 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal, "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação". Essa garantia não será apenas prevista aos brasileiros natos, mas sim aos naturalizados, estrangeiros residentes ou não no País, apátridas e as pessoas jurídicas.
Entende-se, por isso, que cabe a legislação processual oferecer solução eficaz para promover a simplificação do processo, assim como sua desburocratização. 
Federalização dos crimes humanos
Constitui fundamento da República a dignidade da pessoa humana e, no que tange as relações internacionais, a prevalência dos direitos humanos, o repúdio ao terrorismo e ao racismo e a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade são princípios a serem observados. Permite-se, inclusive, a intervenção federal nos Estados que violarem os direitos da pessoa humana.
As regras epreceitos expressos nos tratados internacionais serão de responsabilidade exclusiva da República Federativa do Brasil. Desta forma, caso algum dos direitos humanos seja afrontado ou desrespeitado em território nacional caberá à União responder.
Determina o artigo 109, inciso V-A e §5º, da CF, que "aos juízes federais compete processar e julgar: V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o §5º deste artigo; §5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal".
Referências bibliográficas:
DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24ª edição. São Paulo: Malheiros. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2008. 
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DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24ª edição. São Paulo: Malheiros, 2005. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2008.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 10ª ed. São Paulo: Editora Método, 2006.
Constituição Federal, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/_Constitui%C3%A7aoCompilado.htm
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24ª edição. São Paulo: Malheiros, 2005. 
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LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2008

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