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Trabalho de Grupo 7º Semestre Ciências Contábeis

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lista de Tabelas
Tabela 1 – Demonstração de Resultado – Alfa S.A.....................................................	4
Tabela 2 – Parte “A” – LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real).............................	5
Tabela 3 – Demonstrativo do Cálculo IRRF, Adicional e CSLL...................................	5
SUMÁRIO
31	INTRODUÇÃO	�
42	DESENVOLVIMENTO	�
42.1	VERIFICAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO E LALUR	�
62.2	TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO REAL	�
72.2.1	Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR	�
2.3	ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO E LIVRO DE
APURAÇÃO DO LUCRO REAL – LALUR	8�
92.3.1	Parecer de Auditoria	�
102.4	AUDITORIA CONTÁBIL	�
112.5	PERÍCIA CONTÁBIL	�
122.6	DIREITO TRIBUTÁRIO	�
132.6.1	Imunidade	�
132.6.2	Isenção	�
2.7	PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO - ANÁLISE FINAL DAS
DEMONSTRAÇÕES DA EMPRESA ALFA S.A.	14�
163	CONCLUSÃO	�
17REFERÊNCIAS	�
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INTRODUÇÃO
	A Contabilidade desempenha, dentro de uma entidade, a função imprescindível de acompanhamento, registro e controle dos atos e fatos que ocorrem no dia a dia da empresa, fornecendo informações para os usuários internos e externos.
	Neste aspecto, a Auditoria ganha notória relevância, pois pode, através de análises, atestar todo o trabalho realizado, oferecendo credibilidade às demonstrações contábeis apresentadas.
	Com base nas informações contidas nos pareceres/relatórios de auditoria, os gestores estarão aptos a tomadas de decisões para o melhoramento da condutividade da empresa, principalmente frente à forte concorrência do mercado atual.
	Veremos adiante um exemplo prático da contabilização de uma Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, em que alguns fatos contábeis não foram corretamente contabilizados, levando a emissão de um Parecer de Auditoria Adverso, o que poderia levar a uma provável autuação por parte do Fisco.
Abordar-se-á ainda sobre o direito tributário, juntamente com os aspectos da imunidade e isenção. Além disso, será analisada a importância do Planejamento Tributário para a organização e as consequências da falta deste planejamento para as finanças da entidade.
DESENVOLVIMENTO
Verificação da demonstração de resultado e lalur
	A Demonstração de Resultado abaixo discriminada, assim como o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), foram disponibilizados pela empresa Alfa S.A. a uma equipe de auditoria para que seja verificada se estão escriturados de forma correta e se atendem aos requisitos necessários exigidos pelo Fisco.
	A empresa Alfa S.A. é tributada pelo Lucro Real (regime trimestral) e a Demonstração de Resultado e LALUR apresentados referem-se ao 1º trimestre de 2016.
Tabela 1 – Demonstração de Resultado – Alfa S.A.
	Demonstração de Resultado – Alfa S.A.
	Descrição
	Valores (em R$)
	Receita Bruta de Revenda de Mercadorias
	800.000,00
	Receita Bruta de Prestação de Serviços
	250.000,00
	RECEITA OPERACIONAL BRUTA
	1.050.000,00
	(-) Vendas canceladas e descontos incondicionais
	-10.000,00
	(-) ICMS
	-25.000,00
	(-) ISS
	-12.550,00
	(-) PIS/PASEP sobre o faturamento
	-19.635,00
	(-) COFINS sobre o faturamento
	-90.440,00
	RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
	892.375,00
	(-) Custo das mercadorias revendidas
	-320.000,00
	(-) Custo dos serviços vendidos
	-50.000,00
	LUCRO BRUTO
	522.375,00
	Despesas com vendas
	-39.920,00
	(-) Comissões sobre vendas
	-24.000,00
	(-) Propaganda e Promoção
	-5.420,00
	(-) Brindes
	-3.200,00
	(-) Estimativa de perdas com duplicatas de vendas a prazo
	-7.300,00
	Despesas administrativas
	-147.686,00
	(-) Remuneração a Dirigentes
	-42.000,00
	(-) Salários, Ordenados e Outras Remunerações a Empregados
	-56.000,00
	(-) Encargos sociais
	-29.141,00
	(-) Transporte de Empregados
	-1.521,00
	(-) Despesas com alimentação dos sócios
	-1.176,00
	(-) Provisão para Férias
	-4.942,00
	(-) Serviços profissionais pagos à pessoas jurídicas
	-7.000,00
	(-) Aluguéis pagos em favor dos diretores
	-1.200,00
	(-) Conservação e Manutenção do Imobilizado
	-2.454,00
	(-) Multas de trânsito
	-187,00
	(-) Depreciação
	-4.105,00
	(-) Bens de pequeno valor deduzido como despesa
	-260,00
	Despesas/Receitas Financeiras
	1.150,00
	Receitas financeiras
	2.400,00
	(-) Despesas financeiras
	-1.250,00
	LUCRO OPERACIONAL
	335.919,00
	Outras Receitas (Receitas não operacionais)
	1.100,00
	(-) Outras Despesas (Despesas não operacionais)
	-760,00
	LUCRO LÍQUIDO ANTES DA CSLL E IRPJ
	336.259,00
	(-) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
	-30.388,14
	LUCRO LÍQUIDO APÓS A CSLL
	305.870,86
	(-) Provisão para o Imposto de Renda
	-78.411,50
	LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO (DO TRIMESTRE)
	227.459,36
Tabela 2 – Parte “A” – LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real)
	PARTE "A" REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
	DATA
	HISTÓRICO
	ADIÇÕES
	EXCLUSÕES
	31/03/2016
	ALUGUÉIS PAGOS EM FAVOR DOS DIRETORES
	1.200,00
	 
	31/03/2016
	MULTAS DE TRÂNSITO
	187,00
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	SOMA
	1.387,00
	 
	 
	 
	 
	 
	DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL
	 
	
	
	 
	NATUREZA DOS AJUSTES
	
	 
	1 - LUCRO (PREJUIZO) DO TRIMESTRE ANTES DO IRPJ
	
	336.259,00
	2 - MAIS: ADIÇÕES
	
	1.387,00
	3 - MENOS: EXCLUSÕES
	
	-
	4 - Lucro Real antes da Compensação de Prejuízos Fiscais
	
	337.646,00
	5 - MENOS: COMPENSAÇÕES
	
	-
	5.1 - Prejuízo Fiscal
	
	-
	6 - LUCRO REAL
	 
	337.646,00
Tabela 3 – Demonstrativo do Cálculo IRRF, Adicional e CSLL
	
	Alíquota
	Base Cálculo
	Imposto
	IRRJ
	15%
	R$ 337.646,00
	R$ 50.646,90
	Adicional
	10%
	R$ 277.646,00
	R$ 27.764,60
	
	A RECOLHER
	 
	R$ 78.411,50
	
	
	
	
	CSLL
	9%
	R$ 337.646,00
	R$ 30.388,14
	
	A RECOLHER
	 
	R$ 30.388,14
tributação pelo Lucro real
	O lucro real pode ser definido como sendo o valor resultante do lucro ou prejuízo contábil de uma organização, depois de realizados os ajustes positivos (adições) ou negativos (exclusões).
	Neste tipo de regime, a determinação do lucro real se faz necessária para que sejam aplicadas as alíquotas correspondentes do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.
	As pessoas jurídicas obrigadas à tributação pelo lucro real estão elencadas no art. 14 da Lei nº 9.718/98:
I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013)
II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;
V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996;
VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários,financeiros e do agronegócio. (BRASIL, 1988)
As formas de apuração do lucro real se dividem em duas: apuração trimestral e apuração anual (com pagamento mensal) e servem para oferecer às empresas alternativas quanto ao prazo de recolhimento dos impostos devidos.
Na apuração trimestral do IRPJ e CSLL, o cálculo é realizado “sobre bases determinadas a partir do resultado em balanço levantado a cada trimestre do ano-calendário.” (PROENÇA, 2014, p. 13).
Neste regime, os recolhimentos são definitivos, ou seja, o prejuízo apurado em um trimestre está limitado a uma compensação de 30% no trimestre seguinte. Já no regime por estimativa (anual), a empresa poderá, através da elaboração de balancetes intermediários, reduzir ou até mesmo suspender o pagamento mensal do imposto devido.
Outra vantagem com relação ao regime por estimativa é que a empresa poderá, ao aferir prejuízo ou diminuição das receitas, reduzir ou até mesmo suspender o pagamento do adicional do IRPJ, que atualmente é de 10% sobre o excedido de R$ 20.000,00 na apuração do lucro.
No regime de estimativa, é aplicada sobre a receita bruta auferida no mês uma determinada alíquota, que varia em 1,6%, 16% e 32%, de acordo com o art. 15 da Lei nº 9.249/95.
O cálculo IRPJ é determinado através da aplicação da alíquota de 15%, com um adicional de 10% no que ultrapassar o limite, no mês, de R$ 20.000,00 em relação ao lucro.
Já a alíquota do CSLL será de 9% sobre o lucro líquido, conforme art. 3º da Lei nº 7.689/88.
Os tributos acima mencionados devem ser recolhidos, no regime de estimativa, no último dia do mês subsequente à apuração. Caso a empresa opte pela apuração trimestral, o vencimento se dá até o último dia do mês subsequente ao encerramento do trimestre apurado.
Uma vez tendo optado pelo regime de apuração (trimestral ou estimativa), a empresa não poderá modificá-lo durante todo o ano calendário do exercício.
Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR
	O Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR é um livro fiscal obrigatório para as empresas tributadas pelo Lucro Real, seja pelo regime de estimativa como pelo regime trimestral.
	A principal finalidade do LALUR:
É demonstrar os ajustes do resultado do período de apuração do IRPJ, por meio de adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas, que servirão de elementos para o preenchimento da Demonstração do Lucro Real, na Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). (PROENÇA, 2014, p. 40).
	O LALUR é dividido em duas partes, chamadas de “Parte A”, onde são inseridas as adições e exclusões, e “Parte B”, onde são informados valores que influenciarão apurações futuras.
	As adições são os valores que aumentarão o lucro líquido da empresa, e desta maneira, a base de cálculo dos impostos. São exemplos de adições: custos, despesas, perdas, provisões, e qualquer outro valor estipulado pela legislação tributária. (BRASIL, 1977).
	Já as exclusões, de acordo com o § 3º da legislação acima, serão os valores de dedução que sejam autorizados pela legislação, assim como os prejuízos de exercícios anteriores.
ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO E LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL – LALUR
Em análise da Demonstração de Resultado apresentada pela empresa Alfa S.A., foram encontradas irregularidades nas adições no LALUR, conforme explicitado abaixo.
A empresa adicionou corretamente na “Parte A” do LALUR os aluguéis pagos em favor dos diretores e também as multas de trânsito. Os aluguéis foram corretamente adicionados, pois não fazem parte das operações da empresa, e sim dos sócios. As multas foram adicionadas, conforme determinado no § 5º do art. 344 do Decreto nº 3000/99.
Entretanto, outras três adições não foram consideradas pela empresa: Brindes, Estimativa de perdas com duplicatas de vendas a prazo e Despesas com alimentação dos sócios. A seguir, segue análise individual de cada despesa.
Brides: este tipo de despesa deve ser adicionada ao lucro líquido apurado, conforme inciso VIII, do art. 249 do Decreto 3000/99.
Estimativa de perdas com duplicatas de venda a prazo: somente podem ser deduzidas as perdas efetivamente ocorridas, considerando o art. 9º da Lei nº 9430/96. Neste caso, por se tratar somente de Estimativa de Perdas, esta despesa deveria ter sido adicionada ao LALUR.
Despesas com alimentação dos sócios: por se tratar de despesas pessoais dos sócios da empresa, a legislação impõe que sejam adicionadas ao lucro, de acordo o inciso V do art. 249 do Decreto 3000/99.
Parecer de Auditoria�
PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
Aos
Administradores e Acionistas da
ALFA S.A.
Loanda - Paraná
1. Examinamos a Demonstração de Resultado da ALFA S.A., levantados em 31 de março de 2016, e a respectiva Parte “A” do Registro dos Ajustes do Lucro Líquido do Exercício, escriturado no Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com a Lei nº 9430, de 27 de dezembro de 1996; Decreto 3000, de 26 de março de 1999 e Princípios Contábeis vigentes.
3. No primeiro trimestre do exercício 2016, ao elaborar a Parte “A” do LALUR, a entidade não contabilizou corretamente as adições das seguintes despesas: Brindes, Estimativa de perdas com duplicatas de vendas a prazo e Despesas com alimentação dos sócios. Como consequência, o lucro real do trimestre analisado apresentou um valor superior ao permitido pela legislação, com um valor a maior de R$ 11.676,00.
4. Em nossa opinião, considerando a relevância dos efeitos dos fatos mencionados no item 3, as demonstrações contábeis mencionadas no item 1 não representam adequadamente em todos os aspectos relevantes o lucro real para o cálculo do IRPJ e CSLL da empresa ALFA S.A., de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade.
Loanda/PR, 21 de abril de 2016.
ALFA S.A.
________________________________
Contador
	________________________________
	CRC-(PR)
Auditoria contábil
	Auditoria Contábil pode ser definida como sendo um conjunto de procedimentos exercidos em uma organização que compreende o exame minucioso dos registros contábeis e se estes estão em conformidade com as leis vigentes e os Princípios Fundamentais da Contabilidade.
	De acordo com Costa (2010, p. 7):
A auditoria contábil é denominada, muitas vezes, auditoria financeira, destinando-se a avaliar e comprovar a atividade contábil ou financeira através de um exame independente, expressando opinião sobre os relatórios financeiros, contábeis ou outras informações financeiras da entidade examinada por um auditor.
	Em auditoria, há duas situações que a empresa pode incorrer: fraude e erro. Conforme Resolução CFC nº 820/97, que aprovou a NBC T 11, a fraude pode ser caracterizada como um ato intencional de omissão ou de manipulação de transações, assim como na adulteração de documentos e demonstrações contábeis. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1997).
	Já o erro é o ato não intencional resultante de desatenção ou mesmo na má interpretação de fatos na elaboração das demonstrações contábeis.
	Quando finalizados os trabalhos do auditor, este deve emitir um parecer expressando sua opinião acerca dos documentos analisados, de forma clara e objetiva.
	Há quatro tipos de pareceres: sem ressalva; com ressalva; adverso e com abstenção de opinião.
	O parecer sem ressalva deve ser emitido quando o auditor concordar com todos os aspectos tratados na análise dos documentos da empresa.
	O parecer com ressalva é emitido quando o auditor concluir que o efeito das discordâncias não é de tal magnitude que se deva emitir um parecer adverso.
	No parecer adverso o auditor opina pela não adequação das demonstrações contábeis às normas contábeis ou à legislação vigente, ou seja, que as demonstrações analisadas estão incorretas ou incompletas.
	Por fim, caso o auditor não obtenha suficiente comprovação ao analisar as demonstrações contábeis,deve emitir um parecer com abstenção de opinião.
perícia contábil
	Perícia Contábil pode ser definida como sendo “o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar a instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio.” (PORTAL DE CONTABILIDADE).
	Ao finalizar as perícias solicitadas, o Perito emitirá o Laudo Pericial Contábil, de acordo com a legislação vigente. Neste Laudo, será demonstrada a verdade dos fatos, evidenciando e esclarecendo acerca das dúvidas apresentadas nos quesitos.
	Há dois ambientes que a Perícia pode ocorrer: ambiente judicial e extrajudicial. A perícia judicial ocorre quando é encaminhada pelo juízo, ou seja, é realizada dentro dos procedimentos processuais do Poder Judiciário.
	A perícia extrajudicial é realizada fora do ambiente judicial, e tem por objetivo esclarecer sobre fatos e circunstâncias de duas ou mais partes envolvidas e que não requeiram a invocação do poder judiciário.
	Os usuários da perícia judicial são, a princípio, os juízes e as partes litigantes do processo. Já os usuários da perícia extrajudicial são os empresários, sócios e administradores que necessitam verificar a veracidade de demonstrações contábeis ou situação patrimonial da empresa.
	A perícia contábil pode ser aplicada em várias situações, como: “1) apuração de haveres; 2) avaliação de valores patrimoniais; 3) exame, análise e identificação de erros e fraudes.” (REIS, 2010, p. 7).
	Em relação ao exame e identificação de erros ou fraudes, conforme explanado por Reis (2010, p. 8), são exemplos de perícia aplicada em: inquéritos, concordatas e falências, reclamatórias trabalhistas e extrajudicialmente.
	Em um julgamento que necessite de perícia, temos o Laudo de Instrução, que é caracterizado como sendo a peça processual realizada na fase de instrução ou conhecimento (fase de formação de provas). É constituído de dados obtidos em diligências realizadas, cálculos efetuados, juntamente com demais peças do trabalho realizado pela perícia.
	O principal objetivo é fornecer elementos para que o juiz formule suas convicções, juntamente com os demais elementos existentes nos autos. O responsável por emitir o Laudo de Instrução é o perito nomeado pelo juiz.
DIREITO TRIBUTÁRIO
	Os tributos de natureza fiscal são aqueles que possuem a função de arrecadar recursos para a manutenção do Estado, sendo aplicados no pagamento do funcionalismo público, na manutenção dos poderes e dos órgãos da Administração Pública, ou seja, “destinam-se ao pagamento de despesas correntes e contínuas.” (HACK, 2013, p. 244).
	Um exemplo de imposto com finalidade fiscal é o Imposto de Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, que tem como característica principal a oneração somente dos proprietários de veículos, ou seja, apenas estes são passíveis do pagamento do Imposto.
	Outra particularidade deste tipo de imposto é que são cobrados por todos os entes federativos: União, Estados, Distrito Federal e Município, pois tem intuito arrecadatório.
	Já os tributos de natureza extrafiscal “são aqueles que se destinam a realizar algum fim que não seja a mera arrecadação de valores para o erário.” (HACK, 2013, p. 244).
	O objetivo principal para a cobrança deste tipo de tributo é a realização de uma finalidade política que o próprio Estado deseje alcançar, como por exemplo, estimulando ou desestimulando o consumo.
	Podemos citar como imposto extrafiscal é o Imposto sobre Produtos Industrializados, cuja alíquota é alterada por Decreto do Governo Federal.
Imunidade
	Imunidade é a situação de não ocorrência da cobrança de impostos por parte do poder executivo Federal, Estadual e Municipal, e é concedida somente pela Constituição Federal.
	De acordo com a própria Constituição, em seu art. 150, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013). (BRASIL, 1988).
	Observa-se que o texto constitucional dispõe somente sobre a imunidade de impostos, o que garante aos entes federativos a cobrança de outras modalidades tributárias, como contribuição de melhoria e taxas.
	Na imunidade, por conseguinte, há a proibição absoluta de se cobrar os impostos elencados na Carta Magna, ou seja, não dá margem para a vontade das partes envolvidas na tributação de realizar os lançamentos, conforme disposto por Testa (2013, p. 108).
Isenção
A isenção de tributos é uma hipótese de exclusão do crédito tributário, em que o ente da federação escolheu isentar o contribuinte, ou seja, apesar de haver o fator gerador, não há a incidência do tributo.
Segundo Martins e Rodrigues (2012 apud TESTA, 2013, p. 106):
A isenção é sempre um favor legal. O poder tributante que tem a faculdade de impor, expressamente, abre mão de determinada receita fiscal, desonerando de tributo determinada categoria ou situação, razão pela qual alguns doutrinadores têm entendido ser a isenção uma não incidência qualificada.
	Verifica-se, portanto, que na isenção o tributo é legalmente constituído, pois o ente federativo tem o poder de tributar. No entanto, a exclusão do pagamento somente alcançará aqueles contribuintes que se enquadrarem nos requisitos definidos na lei que criou a isenção.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO - ANÁLISE FINAL DAS DEMONSTRAÇÕES DA EMPRESA ALFA S.A.
	O Planejamento Tributário é de suma importância para toda e qualquer organização, pois visa criar um conjunto de sistemas legais com o objetivo de reduzir o pagamento de tributos.
	Nesse sentido, o Contador deve conduzir-se objetivando a prática da elisão fiscal, que, conforme Proença (2014, p. 13), “é uma conduta lícita do contribuinte antes da ocorrência do fato gerador, sem qualquer prática simulatória, para reduzir, eliminar ou postergar a obrigação tributária.”
	Já a evasão fiscal é a prática de atos ilícitos, de forma consciente e dolosa por parte do contribuinte em evitar ou reduzir o pagamento de tributos. Caso seja constatada a evasão fiscal, o contribuinte poderá sofrer sanções administrativas e penais.
	A Lei nº 6.404/76, em seu art. 153, dispõe sobre a necessidade do Planejamento Tributário por parte dos administradores: “O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.” (BRASIL, 1976).
	Após análise das Demonstrações e do Livro LALUR da empresa Alfa S.A., verificou-se que foram adotados procedimentos que caracterizam a evasão fiscal, por não terem sido adicionados junto a parte “A” do LALUR as despesas referentes às contas: Brindes, Estimativas de perdas com duplicatas de vendas a prazo e Despesas com alimentação dos sócios.
	Diante dos procedimentos adotados pela empresa, o lucro real apurado foi menor que o exigido legalmente pelo Fisco. Com uma base de cálculo menor, o pagamento do IRPJ e CSLL não correspondeu ao legalmente exigido.
	Com os equívocos cometidos, a empresa descumpriu as determinações da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996, do Decreto 3.000, de 26 de março de 1999 e feriu os Princípios Fundamentais da Contabilidade.
CONCLUSÃO
	Levando-se em consideração as análises apresentadas acerca dos procedimentos de auditoria, percebe-se agrande importância que esta área da contabilidade tem em uma empresa, pois demonstra, tanto aos usuários internos quanto aos usuários externos, a conformidade das demonstrações com a legislação em vigor e com os princípios da contabilidade.
	Neste sentido, o profissional responsável pela contabilidade da organização deve atentar-se às normas e procedimentos legais para que as demonstrações por ele elaboradas sejam condizentes com que determina o Fisco e a própria legislação, e também possuir um senso ético e moral para que as informações registradas sejam exatamente aquelas apuradas pela entidade.
Outro aspecto importante estudado relaciona-se ao planejamento tributário. Esta área é muito importante para a empresa, pois a economia tributária pode trazer recursos essenciais para o desenvolvimento e sustentação da organização, principalmente em momentos de crise econômica.
Conclui-se, portanto, que o contador pode ser o diferencial para o sucesso ou fracasso de uma organização. Estar em constante aperfeiçoamento de sua capacidade técnica é o fator primordial para o desenvolvimento de um bom trabalho frente a organização na qual representa.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 05 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituicao.htm>. Acesso em: 20 abr. 2016.
BRASIL, Decreto-Lei n° 1.598, de 26 de dezembro de 1977. Altera a legislação do imposto sobre a renda. Brasília, 26 dez. 1977. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cciviL_03/Decreto-Lei/del1598compilado.htm>. Acesso em: 27 abr. 2016.
BRASIL, Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasília, 26 mar. 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm>. Acesso em: 26 abr. 2016.
BRASIL, Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília, 15 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br /ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 19 abr. 2016.
BRASIL, Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988. Institui contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas e dá outras providências. Brasília, 15 dez. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7689.htm>. Acesso em: 19 abr. 2016.
BRASIL, Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Brasília, 26 dez. 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9249.htm>. Acesso em: 25 abr. 2016.
BRASIL, Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências. Brasília, 27 dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9430.htm>. Acesso em: 06 abr. 2016.
BRASIL, Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998. Altera a Legislação Tributária Federal. Brasília, 27 nov. 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 /leis/L9718compilada.htm>. Acesso em: 06 abr. 2016.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, Resolução CFC nº 820/97. Aprova a NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis com alterações e dá outras providências. Disponível em: <http://www.contas.cnt.br/doc/NBCT11.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2016.
COSTA, José Manoel. Auditoria: ciências contábeis VII. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
HACK, Érico. Noções preliminares de direito administrativo e direito tributário. Curitiba: InterSaberes, 2013.
PORTAL DE CONTABILIDADE. Perícia Contábil – um mercado em expansão. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/trabalhopericial. htm>. Acesso em: 21 abr. 2016.
PROENÇA, Fábio Rogério. Planejamento Tributário. Londrina: UNOPAR, 2014.
REIS, Luciano Gomes dos. Perícia Contábil: ciências contábeis VII. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
TESTA, Janaina Carla da Silva Vargas. Direito Tributário. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
Sistema de Ensino Presencial Conectado
ciências contábeis
DANILO BONIFÁCIO
MARCOS FELIPE FERREIRA
áreas de atuação da contabilidade
Loanda
2016
DANILO BONIFÁCIO
MARCOS FELIPE FERREIRA
áreas de atuação da contabilidade
Trabalho apresentado ao 7º Semestre do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR.
Orientadores: Carla Patrícia Rodrigues Ramos; Isis Carolina Massi Vicente; Juliane Regina Bettin Santana; Lilian Lucy dos Santos; Valdeci da Silva Araújo; Vânia Machado.
Loanda
2016
� Modelo de Parecer Adverso disponível no site Portal de Contabilidade: (� HYPERLINK "http://www.portaldecontabilidade.com.br/modelos/adverso.htm" �http://www.portaldecontabilidade.com.br/modelos/adverso.htm�)

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