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Português IV AP1 gab (1)

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Universidade Federal Fluminense 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
 
Disciplina: Português IV 
Coordenador: Ronaldo Amorim Lima 
 
AP1 – 2016. 2 
 
 
 
GABARITO 
 
 
 
1) Analisando-se o trecho, abaixo, retirado de Koch e Silva (2002, p. 20), pode-se 
depreender a estreita relação entre três das disciplinas da área da Linguística. Nomeie 
e defina essas três disciplinas. (1,5 ponto) 
 
A análise mórfica consiste na descrição da estrutura do vocábulo mórfico, 
depreendendo suas formas mínimas ou morfemas, de acordo com uma 
significação e uma função elementares que lhes são atribuídas dentro da 
significação e da função do vocábulo. 
 
O enunciado determina que se nomeiem e que se definem três das disciplinas da área 
da Linguísticas. 
 
As disciplinas referidas no texto são a MORFOLOGIA, a SEMÂNTICA e a SINTAXE. 
A MORFOLOGIA é a disciplina que estuda as formas mínimas com significado da língua, 
os morfemas; a SEMÂNTICA se ocupa do estudo do significado, do sentido; a SINTAXE 
se dedica ao estudo das funções e das relações entre os termos da oração. 
 
2) “A distinção entre sincronia e diacronia foi explicitada na primeira edição da obra 
Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure, em 1916”, conforme 
informamos na nossa primeira aula. Apresente essa distinção e informe em qual das 
duas áreas o nosso curso de Morfologia se concentra. (1,5 ponto) 
 
O enunciado determina que se distinga SINCRONIA de DIACRONIA na área dos 
estudos linguísticos. 
 
SINCRONIA é o estudo de um objeto, fato ou fenômeno em determinada faixa de 
tempo; DIACRONIA é o estudo de um objeto, fato ou fenômeno ao longo do 
tempo. A Morfologia pode ser de caráter sincrônico ou diacrônico. Nosso curso 
de Morfologia se concentra na SINCRONIA atual. 
 
 
Bruxas não existem (Moacyr Scliar) 
 
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam 
o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam 
nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa 
casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas 
nós só a chamávamos de "bruxa". 
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era 
comprido, ela tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. 
Nunca tínhamos entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, 
nós a encontraríamos preparando venenos num grande caldeirão. 
Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno 
pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras 
no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando "bruxa, bruxa!". 
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse 
animal nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa 
da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e 
talvez por esquecimento, ela deixara aberta a janela da frente. Sob comando do João 
Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, 
e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas 
aí os chifres ficaram presos na cortina. 
– Vamos logo – gritava o João Pedro – antes que a bruxa apareça. E ela 
apareceu. No momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela 
janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. 
Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último. 
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti 
uma dor terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me 
levantar, mas não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o cabo 
de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, ninguém 
poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria. 
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a 
minha perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a 
examiná–la com uma habilidade surpreendente. 
– Está quebrada – disse por fim – Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, 
sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim. 
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de 
pano, improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado 
nela, fui até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe. Sorriu. 
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna 
e em poucas semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em 
bruxas. E tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em minha rua, uma 
senhora muito boa que se chamava Ana Custódio. 
 
 
 
 
 
3) Baseando-se nas palavras sublinhadas no texto de Moacyr Scliar, explique a 
formação do plural dos substantivos e adjetivos. (2 pontos) 
 
O enunciado determina que se explique a formação do plural dos substantivos e 
adjetivos, tomando por base os exemplos sublinhados no texto (“MULHER”, 
“SOLTEIRONA”, “CALDERÃO” e “HOSPITAL”). 
 
 Mulher/Mulheres – acréscimo do (alo)morfe/desinência de número “–es”. 
 Solteirona/Solteironas – acréscimo do (alo)morfe/desinência de número 
“–s”. 
 Caldeirão/Caldeirões – supressão/queda da vogal “ã” e acréscimo do 
(alo)morfe/desinência de número “–es”. 
 Hospital/Hospitais – supressão/queda do “l” e acréscimo do 
(alo)morfe/desinência de número “–is”. 
 
 
4) Tendo ainda em vista os mesmos exemplos da questão três, defina o fenômeno da 
alomorfia. (1,5 ponto) 
 
O enunciado determina que se defina o fenômeno da ALOMORFIA, com base 
nos exemplos da questão 3. 
 
ALOMORFIA consiste na concretização/materialização do MORFEMA por meio 
de mais de um MORFE. 
 
OU 
 
É a existência/ocorrência de mais de um MORFE para representar o mesmo 
MORFEMA. 
 
Nos exemplos da questão 3, observa-se a ocorrência de três MORFES distintos 
para representar o MORFEMA de plural dos substantivos e adjetivos. 
 
 
5) Defina flexão e derivação, ilustrando com exemplos do texto de Moacyr Scliar. (1,5 
ponto) 
 
O enunciado determina que se defina FLEXÃO e DERIVAÇÃO. 
 
A FLEXÃO atribui determinadas categorias gramaticais às palavras, sem lhes 
alterar o sentido básico. Substantivos, adjetivos, artigos, alguns pronomes e 
alguns numerais são passíveis de flexão de gênero e de número (Flexões 
nominais); verbos são flexionados em número, pessoa, tempo e modo. 
 
A DERIVAÇÃO é um dos processos de formação de palavras da Língua 
Portuguesa que consiste no acréscimo de afixos a bases, criando novas palavras 
com outros sentidos e, algumas vezes, de outras classes gramaticais. 
 
6) Explique a formação de gênero das palavras “bruxa”, “senhora”, “mãe”, ”líder” e 
“tala”. (2 pontos) 
 
O enunciado determina que se explique a FORMAÇÃO DE GÊNERO das palavras 
apresentadas. 
 
 Bruxa – supressão da vogal temática “–o” e acréscimo da desinência de 
gênero “–a”. 
 Senhora – acréscimo da desinência de gênero “–a”. 
 Mãe – palavra de gênero único feminino, marcado por meio de 
determinantes externos. 
 Tala – palavra de gênero único feminino, marcado por meio de 
determinantes externos. 
 Líder – palavra que assume o gênero marcado pelo determinante, podendo 
se adequar ao masculino ou ao feminino.

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