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CalculoI Beto Rober Bautista Saavedra 03-08-2009 ”Ama e faz o que quiseres. Se calares, ca- lara´s com amor; se gritares gritara´s com amor; se corrigires, corrigira´s com amor; se perdoares, perdoara´s com amor. Se teveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa sena˜o o amor sera˜o os teus frutos ” (Santo Agostinho) 1 ”Por mais esforc¸o que fac¸a para ser dida´tico, quem tem que aprender e´ voc¸eˆ, e isto demanda trabalho individual, que inclui: • Dedicac¸a˜o diaria fora da sala de aula, nem que seja de pouca durac¸a˜o , resolvendo exerc´ıcios e lendo a mate´ria dada e, se poss´ıvel, se na˜o for sonhar demais, a que sera´ dada. • Atenc¸a˜o em sala de aula, procurando absorver ao ma´ximo o ensinamento do seu professor. Deixe o mı´nimo de du´vidas para depois.” 2 . 1. Noc¸o˜es de Lo´gica . • Proposic¸a˜o . • Negac¸a˜o . • Proposic¸a˜o Composta - Conectivos. • Condicionais. • Sentenc¸as Abertas, Quantificadores. • Como negar proposic¸o˜es . • Proposic¸o˜es . . 1.1 Definic¸a˜o . Chama-se proposic¸a˜o ou sentenc¸a toda orac¸a˜o declarativa que pode ser classificada de verdadeira ou de falsa. . . 1.2 Exerc´ıcio. Determinar quais das expresso˜es seguintes sa˜o proposic¸o˜es . 1. 9 6= 5 2. 7 > 3 3. 2 ∈ Q 4. 2 + 5− 3 5. √ 2 ∈ Q? . 3 • Negac¸a˜o . . 1.3 Definic¸a˜o . A partir de uma proposic¸a˜o p qualquer sempre podemos construir outra, denomi- nada negac¸a˜o de p e indicada com o s´ımbolo ∼ p. A proposic¸a˜o ∼ p tem sempre o valor oposto de p, isto e´, ∼ p e´ verdadeira quando p e´ falsa e ∼ p e´ falsa quando p e´ verdadeira. Este criterio esta´ resumido na seguinte tabela. p ∼ p V F F V . . 1.4 Exerc´ıcio. Qual e´ a negac¸a˜o de cada uma das seguintes proposic¸o˜es ? Que´ negac¸o˜es sa˜o verda- deiras ? 1. 3× 7 = 21 2. 5× 7− 2 ≤ 5× 6 3. (1 2 )7 < (1 2 )3 4. −(−4) ≥ 7 5. 3 divide 7. . 4 • Proposic¸a˜o Composta - Conectivos . 1.5 Definic¸a˜o . A partir de proposic¸o˜es dadas podemos construir novas proposic¸o˜es mediante o em- prego de dois simbolos lo´gicos chamados conectivos: conectivo da conjunc¸a˜o ∧ (leˆ- se: e) e o conectivo disjunc¸a˜o ∨ (leˆ-se: ou ).Esses conectivos sa˜o definidos mediante a seguinte tabela. p q p ∧ q p ∨ q V V V V V F F V F V F V F F F F . . 1.6 Exerc´ıcio. Classificar em verdadeira ou falsa cada uma das seguintes proposic¸o˜es compostas: 1. 3 > 1 e 4 > 2. 2. 3 > 1 ou 3 = 1. 3. 1 2 < 3 4 ou 5 divide 11. 4. √ 16 = 6 ou MCD(4,7) = 2. . 5 . 1.7 Definic¸a˜o . Ainda a partir de proposic¸o˜es dadas podemos construir novas proposic¸o˜es mediante o emprego de dois simbolos lo´gicos chamados condicionais: o condicional se . . . enta˜o . . . (⇒) e o condicional ... se e somente se ... (⇔) .Esses condicionais sa˜o definidos mediante a seguinte tabela. p q p ⇒ q p ⇔ q V V V V V F F F F V V F F F V V . . 1.8 Exerc´ıcios. • Classificar em verdadeira ou falsa cada uma das proposic¸o˜es abaixo: 1. 2− 1 = 1 ⇒ 5 + 7 = 3× 4. 2. 22 = 4 ⇔ (−2)2 = 4 3. 3 5 < 2 7 ⇒ 3× 7 = 2× 5 4. Eu sou brasileiro se e somente se meu pai e´ brasileiro 5. Eu sou pernambucano se e somente se sou brasileiro • Admitindo que p e q sa˜o verdadeiras e r e´ falsa, determine o valor (V ou F) de cada proposic¸a˜o abaixo. 1. (p ∨ r) ⇔ q 2. p ⇒ (q ⇒ r) 3. ∼ p ⇔∼ q . 6 • Sentenc¸as Abertas, Quantificadores . 1.9 Definic¸a˜o . Sentenc¸as que conte´m varia´veis sa˜o chamadas func¸o˜es Proposicionais ou Sentenc¸as Abertas. Tais sentenc¸as na˜o sa˜o proposic¸o˜es pois seu valor lo´gico (V ou F) e´ dis- cut´ıvel, dependem do valor dado a´s varia´veis. Ha´, entretanto, duas maneiras de transformar sentenc¸as em proposic¸o˜es : 1a atribuir valor a`s varia´veis 2a utilizar quantificadores. . . 1.10 Exemplos. 1. A sentenc¸a aberta x + 1 = 7 e´ verdadeira se trocarmos x por 6 e e´ falsa para qualquer outro valor dado a x; 2. A sentenc¸a aberta x > 2 e´ verdadeira se trocarmos x por nu´meros maiores que 2 e e´ falsa para qualquer outro valor dado a x. 3. A sentenc¸a aberta x3 = 2x2 e´ verdadeira se trocarmos x por 0 ou 2 e e´ falsa para qualquer outro valor dado a x. . . 1.11 Definic¸a˜o (quantificador universal). O quantificador universal, usado para transformar sentenc¸as abertas em proposi- c¸o˜es , e´ indicado pelo s´ımbolo ∀ que se leˆ: qualquer que seja , para todo, para cada. . 7 . 1.12 Exemplos. 1. (∀x)( x + 1 = 7) que se leˆ: qualquer que seja o nu´mero x, temos x + 1 = 7. 2. (∀x)(x > 2) que se leˆ: para todo nu´mero x, x > 2. 3. (∀x)(x3 = 2x2) que se leˆ: para cada nu´mero x, temos (x3 = 2x2). 4. (∀y)(y2 + 1 > 0) que se leˆ: para cada nu´mero y, temos (y2 + 1 > 0). . . 1.13 Definic¸a˜o (quantificador existencial). O quantificador existencial, usado para transformar sentenc¸as abertas em proposi- c¸o˜es , e´ indicado pelo s´ımbolo ∃ que se leˆ: existe, existe pelo menos um, existe um. . . 1.14 Exemplos. 1. (∃x)( x + 1 = 7) que se leˆ: existe um nu´mero x, tal que x + 1 = 7. 2. (∃x)(x > 2) que se leˆ: existe um nu´mero x, tal que x > 2. 3. (∃x)(x3 = 2x2) que se leˆ: existe um nu´mero x, tal que (x3 = 2x2). 4. (∃x)(y2 + 1 > 0) que se leˆ: existe um nu´mero y, tal que (y2 + 1 > 0). . 8 . 1.15 Exerc´ıcio. Transforme as seguintes sentenc¸as abertas em proposic¸o˜es verdadeiras usando quan- tificadores: 1. x2 − 5x + 4 = 0 2. y 3 + y 4 6= y 7 3. −(−x) = x 4. 5a + 4 ≤ 11 5. a 2−a a = a− 1 . • Como negar proposic¸o˜es . 1.16 Negac¸a˜o de uma conjunc¸a˜o . A negac¸a˜o de p ∧ q e´ a proposic¸a˜o ∼ p∨ ∼ q. Por exemplo: 1. p: a 6= 0 q: b 6= 0 p ∧ q : a 6= 0 e b 6= 0. ∼ (p ∧ q) : a = 0 ou b = 0. 2. p: 2 divide a 4. q: 3 na˜o divide 5. p ∧ q : 2 divide 4 e 3 na˜o divide 5. ∼ (p ∧ q) : 2 na˜o divide 4 ou 3 divide 5. . 9 . 1.17 Negac¸a˜o de uma disjunc¸a˜o . A negac¸a˜o de p ∨ q e´ a proposic¸a˜o ∼ p∧ ∼ q. Por exemplo: 1. p: a 6= 0 q: b 6= 0 p ∨ q : a 6= 0 ou b 6= 0. ∼ (p ∨ q) : a = 0 e b = 0. 2. p: 2 divide a 4. q: 3 na˜o divide 5. p ∨ q : 2 divide 4 ou 3 na˜o divide 5. ∼ (p ∨ q) : 2 na˜o divide 4 e 3 divide 5. . . 1.18 Negac¸a˜o de um condicional simples. A negac¸a˜o de p ⇒ q e´ a proposic¸a˜o p∧ ∼ q. Por exemplo: 1. p: 2 ∈ Z q: 2 ∈ Q p ⇒ q : 2 ∈ Z ⇒ 2 ∈ Q. ∼ (p ∨ q) : 2 ∈ Z e 2 /∈ Q 2. p: 52 = (−5)2 q: 5 = −5. p ∨ q : 52 = (−5)2 ⇒ 5 = −5. ∼ (p ∨ q) : 52 = (−5)2 e 5 6= −5. . 10 . 1.19 Negac¸a˜o de proposic¸o˜es quantificadas. A negac¸a˜o de uma sentenc¸a aberta (∀x)(p(x)) e´ a proposic¸a˜o (∃x)(∼ p(x)) e a negac¸a˜o de uma sentenc¸a aberta (∃x)(p(x)) e´ a proposic¸a˜o (∀x)(∼ p(x)). Por exemplo: 1. p(x): x + 3 = 5 (∀x)(p(x)) : Para qualquer que seja o nu´mero x, temos x + 3 = 5. negac¸a˜o : existe um nu´mero x, tal que x + 3 6= 5. 2. p(x) : a + 1 2 ≥ 1 3 (∃x)(p(x)) : existe um nu´mero real x tal que a + 1 2 ≥ 1 3 . negac¸a˜o : Para qualquer que seja o nu´mero x, temos a + 1 2 < 1 3 . . . 1.20 Exerc´ıcios. Dizer qual e´ a negac¸a˜o de cada proposic¸a˜o abaixo. 1. 3 5 = 6 10 ou 3× 10 6= 6× 5. 2. 3 7 ≥ 1 e −3 > −7.; 3. 22 = 4 ⇒ √4 = 2. 4. 2 ≤ 5 ⇒ 32 ≤ 52. 5. (∀x)(x > 2 ⇒ 3x > 32) 6. (∃x)(√x) < 0. 7. Todo triaˆngulo iso´sceles e´ equila´tero. 8. Existe um losango que na˜o e´ quadrado. 9. Existe um nu´mero cuja raiz quadrada e´ zero. 11 . 2. Nu´meros Reais . • Axiomas para o Sistema dos Nu´meros Reais. • Propriedades Ba´sicas. • A Reta Real. O conjunto dos nu´meros reais sera´ indicado por R. R conte´m Q, isto e´, todo nu´mero racional e´ um nu´mero real. Os nu´merosreais que na˜o sa˜o racionais denominam- se irracionais.Esse conjunto sera´ denotado por I. . 2.1 Axiomas para o Sistema dos Nu´meros Reais. Ha´ duas operac¸o˜es fundamentais, adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o , que apresentam as se- guintes propriedades ( a, b, c sa˜o nu´meros reais arbitra´rios): Leis de Fechamento: A soma a + b e o produto a.b ou ab sa˜o nu´meros reais u´nicos. Leis de Comutatividade : • a + b = b + a : a ordem e´ irrelevante na adic¸a˜o . • a.b = b.a : a ordem e´ irrelevante na multipicac¸a˜o . Leis Associativas : • a + (b + c) = (a + b) + c : o agrupamento e´ irrelevante em adic¸o˜es repetidas. • a(bc) = (ab)c : o agrupamento e´ irrelevante em multiplicac¸o˜es repetidas. . 12 . Leis Distributivas: a(b + c) = ab + ac : multiplicac¸a˜o e´ distributiva em relac¸a˜o a` adic¸a˜o . Leis de Identidade : • Existe um u´nico nu´mero 0 com a propriedade de que 0+a = a+0 = a. • Existe um u´nico nu´mero 1 com a propriedade de que 1.a = a.1 = a. Leis de Inverso : • Para qualquer nu´mero real a existe um nu´mero real −a, tal que a + (−a) = (−a) + a = 0. • Para qualquer real a diferente de zero existe um nu´mero real a−1, tal que a−1a = aa−1 = 1 −a e´ chamado de inverso aditivo ou negativo de a. a−1e´ chamado de inverso multiplicativo ou rec´ıproco de a. . 13 . 2.2 Propriedades Ba´sicas. Leis de Fator Zero : • Para cada nu´mero real a, a.0 = 0. • Se a.b = 0, enta˜o a = 0 ou b = 0. Leis para os Negativos : • −(−a) = a • (−a)(−b) = ab • −(ab) = (−a)b = a(−b) = −(−a)(−b) • (−1)a = −a Subtrac¸a˜o e Divisa˜o : • Definic¸a˜o de Subtrac¸a˜o : a− b = a + (−b) • Definic¸a˜o de Divisa˜o : a b = a ÷ b = a.b−1. .Desse modo, b−1 = 1.b−1 = 1÷ b = 1 b . Leis para Quocientes : • −a b = −a b = a −b = − −a −b • −a−b = a b • a b = c d se, e somente se, ad = bc • ka kb = a b , para qualquer k real na˜o nulo.( Pr´ıncipio Fundamental de Frac¸o˜es ) . 14 . Propriedades de Ordem : Os nu´meros reais positivos, denotados por R+, sa˜o um subconjunto dos nu´meros reais e apresentam as seguintes propriedades: 1. Se a e b esta˜o em R+, enta˜o a + b e ab tambe´m esta˜o . 2. Para cada nu´mero real a, ou a ∈ R+, ou a = 0, ou −a ∈ R+. (�) Se a esta´ em R+, a e´ dito positivo; (�) se −a e´ elemento de R+, a e´ chamado negativo. (�) O nu´mero a e´ menor que b e escrevemos a < b, se b − a e´ positivo.Logo, b e´ maior que a e escrevemos b > a. (�) Se a e´ menor ou igual a b, isso e´ representado por a ≤ b. Logo, b e´ maior ou igual a a, e escrevemos isso como b ≥ a. O que segue pode ser deduzido conforme as definic¸o˜es acima: 1. a > 0 se, e somente se, a e´ positivo. 2. Se a 6= 0, enta˜o a2 > 0. 3. Se a < b, enta˜o a + c < b + c. 4. se a < b, enta˜o ac < bc, se c > 0; ac > bc, se c < 0. 5. Para qualquer nu´mero real a, ou a > 0, ou a = 0, ou a < 0. 6. Se a < b e b < c, enta˜o a < c. . 15 . 2.3 A Reta Real. Nu´meros reais podem ser representados por pontos em uma reta r, tal que a cada nu´mero real a corresponde exatamente um ponto sobre l, e reciprocamente (Ver figura 2.1). Valor Absoluto de um Nu´mero : O valor absoluto de um nu´mero real a, representado por |a|, e´ definido como: |a| = a, se a ≥ 0; −a, se a < 0. . Figura 2.1 : A Reta Real . 2.4 Exerc´ıcios. 1. Provar a(b + c + d) = ab + ac + ad. 2. Reescreva o que se segue sem usar o s´ımbolo para valor absoluto e simplifique: (a) |3− 5| (b) |3| − |5| (c) |x− 5| se x > 5 (d) |x + 6| se x < −6. . 16 . 3. Revisa˜o de A´lgebra Elementar . • Polinoˆmios. • Expoentes. • Expresso˜es Racionais e Radicais. . • Polinoˆmios . 3.1 Revisa˜o de Conceitos. Um Polinoˆmio e´ uma expressa˜o que pode ser escrita como um termo ou uma soma de termos da forma axn11 x n2 2 . . . x nm m , sendo a uma constante, n1, n2, . . . , . . . , nm nu´meros naturais, inclu´ındo o zero, e x1, x2, . . . , xm varia´veis. Um polinoˆmio de um termo e´ chamado de monoˆmio.Um polinoˆmio de dois termos e´ dito binoˆmio; e, um polinoˆmio de treˆs termos e´ dito trinoˆmio. O Grau de um Termo em um polinoˆmio e´ o expoente da varia´vel ou, se houver mais de uma varia´vel, a soma dos expoentes das varia´veis. O Grau de um Polinoˆmio com mais de um termo e´ o maior dos graus dos termos individuais. Termos Semelhantes e Dissemelhantes: Dois termos sa˜o chamados de Semel- hantes se sa˜o constantes ou se conteˆm as mesmas varia´veis elevadas aos mes- mos expoentes, diferindo apenas, se for ocaso, em seus coeficientes constan- tes.Termos que na˜o sa˜o semelhantes sa˜o ditos dissemelhantes. (z) Assumindo que as varia´veis de um polinoˆmio representam nu´meros reais, podemos definir adic¸a˜o , subtrac¸a˜o e multiplicac¸a˜o de polinoˆmios mediante as propriedades dos nu´meros reais e a lei dos expoentes. . 17 . Produtos Nota´veis: . • Diferenc¸a de dois Quadrados, a2 − b2 = (a + b)(a− b) • Quadrado de uma soma, (a + b)2 = a2 + b2 + 2ab • Quadrado de uma diferenc¸a, (a− b)2 = a2 + b2 − 2ab • Diferenc¸a de dois cubos, a3 − b3 = (a− b)(a2 + ab + b2) • Soma de dois cubos, a3 + b3 = (a + b)(a2 − ab + b2) • Cubo de uma soma, (a + b)3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 • Cubo de uma diferenc¸a, (a− b)3 = a3 − 3a2b + 3ab2 − b3 . . 3.2 Exerc´ıcios. 1. Encontre o grau de (a)8; (b)8x7; (c)5pi2 − 5pi + 5. 2. Sejam P um polinoˆmio de grau m e Q um polinoˆmio de grau n. Prove que (a) PQ e´ um polinoˆmio de grau m+n; (b) o grau de P + Q e´ menor ou igual ao maior valor entre m e n. 3. Sejam A = x2 − xy + 2y2, B = x3 − y3, C = 2x2 − 5x + 4. Calcule (a)BC; (b)B − Cx; (c)AC −B2. 4. Fac¸a as operac¸o˜es indicadas: (a)− (x− 5)2; (b)2x− (x− 3)2; (c)− (4x + 1)3 − 2(4x + 1)2. 5. Fatore: (a)t2 + 6t− 27; (b)4x3 − 20x2 − 24; (c)3x2 − x− 14; (d)x2 − 6xy + 9y2; (e)x4 − 5x2 + 4. . 18 • Expoentes . 3.3 Revisa˜o de Conceitos. Expoentes Naturais sa˜o definidos por: xn = x . . . x (n fatores de x) Expoente Zero: x0 = 1 para qualquer nu´mero real x diferente de zero. 00 na˜o e´ definido. Expoentes Inteiros Negativos sa˜o definidos por: • x−n = 1 xn para qualquer real na˜o -nulo x. • 0−n na˜o e´ definido para qualquer inteiro positivo n. Expoentes Racionais: x 1 n , a raiz n-e´sima de x, e´ definida, sendo n um inteiro maior que 1, como se segue: • Se n e´ ı´mpar, x 1n e´ o u´nico nu´mero real y que elevado a` poteˆncia n e´ igual a x. • Se n e´ par, enta˜o , – se x > 0, x 1 n e´ o nu´mero real positivo y que elevado a` poteˆncia n e´ igual a x; – se x = 0, x 1 n = 0; – se x < 0, x 1 n na˜o e´ um nu´mero real. Assim, para os inteiros m, 0 6= n, temos xmn = (x 1n )m, desde que x 1n seja real. . 19 . Leis para Expoentes: Para a e b nu´meros racionais e x e y nu´meros reais ( evitando ra´ızes pares de nu´meros negativos e divisa˜o por zero): xaxb = xa+b (xy)a = xaya (xa)b = xab xa xb = xa−b xa xb = 1 xb−a ( x y )a = xa ya ( x y )−m = ( y x )m x−m y−m = ym xm Notac¸a˜o Cient´ıfica: Um nu´mero e´ escrito em notac¸a˜o cient´ıfica quando e´ expresso na forma de um nu´mero entre 1 e 10 multiplicado por uma poteˆncia de 10. Por exemplo: (a)51.000.000 = 5, 1× 107 (b)0, 000000000352 = 3, 52× 10−10 . . 3.4 Exerc´ıcios. 1. Calcule: (a)25 −1 2 − 16−12 (b)(25− 16)−12 (c)16 34 + 16−34 2. Simplifique: (a)x0 + y0 + (x + y)0; (b)( 8x0y5 3x5y−3 )−2; (c)( 32x2y−4 x7y6 ) 3 5 3. Fac¸a as operac¸o˜es indicadas: (a)(x 1 2 + y 1 2 )(x 1 2 − y 12 ); (b)(x 13 + y 13 )(x 13 − y 13 ); 4. Coloque em evideˆncia os fatores comuns: (a)x−8y−7 + x−7y−8; (b)4(x2 + 4) 3 2 (3x + 5) 13 + (3x + 5) 4 3 (x2 + 4) 1 2 3x . 20 . 5. Simplifique e escreva em notac¸a˜o cient´ıfica: (a)(7, 2× 10−3)(5× 1012); (b)(7, 2× 10−3)÷ (5× 1012). 6. Ha´ aproxidamente 6, 01× 1023 a´tomos de Hidrogeˆnio em uma grama. Calcule a massa aproximada, em grama, de um a´tomo de Hidrogeˆnio. Resposta. 1, 67× 10−24 grama. . • Expresso˜es Racionais e Radicais . 3.5 Revisa˜o de Conceitos. Uma Expressa˜o Racional e´ aquela que pode ser escrita como o quociente de dois polinoˆmios( portanto, qualquer polinoˆmio e´ tambe´m uma expressa˜o racional). Expresso˜es racionais sa˜o definidas para todos os valores reais das varia´veis, exceto aqueles que tornam o denominador igual a zero. Pr´ıncipio Fundamental das Frac¸o˜es : Para quaisquer nu´meros reais a, b, k (b, k 6= 0) a b = ka kb = a b Operac¸o˜es sobre Expresso˜es Racionais (todos os denominadores sa˜o consi- derados diferentes de 0 ): ( a b )−1 = b a a b . c d = ac bd a b ÷ c d = a b .( d c ) = ad bc a c +− b c = a +− b c a b +− c d = ad bd +− bc bd = ad +− bc bd . 21 . ♠ Para a adic¸a˜o de expresso˜es com denominadores distintos,usando o Principio Fundamental das Frac¸~oes , simplificamos cada expressa˜o e, logo, transfor- mamos as expresso˜es com denominador comun que pode ser o mı´nimo mu´ltiplo comun (MMC). ♣ As expresso˜es racionais sa˜o frequ¨entemente escritas em termos de expoentes negativos. Expresso˜es Radicais: Para um nu´mero natural n ≥ 1 e um nu´mero real x, a raiz n−e´sima e´ definida como: n √ x = x 1 n Se n = 2, escreva √ x no lugar de 2 √ x. O s´ımbolo √ e´ chamado de radical, n e´ o ı´ndice e x e´ o radicando. Propriedades de Radicais: . ( n √ x)n = x, se n √ x e´ definida ( n √ xn) = x, se x ≥ 0 ( n √ xn) = x, se x < 0, n ı´mpar ( n √ xn) = |x|, se x < 0, n par n √ ab = n √ a n √ b n √ m √ x = nm √ x n √ a b = n √ a n √ b A Notac¸a˜o Mais Simples para Forma Radical em expresso˜es radicais: 1. Nenhum fator radicando pode conter um fator com um expoente maior ou igual ao ı´ndice do radical. 2. O expoente de um fator radicando e o ı´ndice do radical jamais podem ter em comun um fator diferente de 1. 3. Nehum radical aparece no denominador. 4. Nenhuma frac¸a˜o aparece em um radical. . 22 . Conversa˜o de Expresso˜es Radicais para a forma exponencial: Para m e n inteiros positivos (n > 1) e x ≥ 0 quando n for par, n √ xm = x m n = ( n √ x)m Reciprocamente, x m n = ( n √ x)m = n √ xm. . . 3.6 Exerc´ıcios. 1. Reduza a termos de menor grau: (a) x 4−y4 x4−2x2y2+y4 (b) (x+h)3−x3 h 2. Fac¸a as operac¸o˜es indicadas: 1 (x+1)(x+2) − 3 (x−1)(x+2) + 3 (x−1)(x+1) . 3. Escreva como frac¸a˜o simples com termos de menor grau: 1 t−1− 1t+1 1 t − 1 t2 4. Escreva na notac¸a˜o mais simples para forma radical: (a) 4 √ 48x6y7z8 (b) 4 √ 15x2 8y7z . 5. Racionalize o denominador: (a) 1√ a− √ b (b) √ x+2√ x−1 6. Racionalize o numerador : (a) √ x+1−√a+1 x−a (b) 1√ x+h − 1√ x h 7. Escreva como frac¸a˜o simples de termos de menor grau. Na˜o racionalize os denominadores. 2x √ 4− x2 + 2x3√ 4−x2 4− x2 . 23 . 4. Equac¸o˜es e Inequac¸o˜es . • Equac¸o˜es Lineares e Na˜o -Lineares. • Inequac¸o˜es Lineares e Na˜o -Lineares. • Valor Absoluto em Equac¸o˜es e Inequac¸o˜es . • Equac¸o˜es Lineares e Na˜o -Lineares . 4.1 Revisa˜o de Conceitos. Uma equac¸a˜o e´ uma declarac¸a˜o de que duas expreso˜es sa˜o iguais. Uma equac¸a˜o contendo varia´veis, em geral, na˜o e´ verdadeira nem falsa; a questa˜o de ser verdadeira depende do(s) valor(es)da(s)varia´vel(eis). Para equac¸o˜es de uma varia´vel, o valor da variv´el que torna a equac¸a˜o verdadeira e´ dito soluc¸a˜o da equac¸a˜o . O conjunto de todas as soluc¸o˜es e´ chamado de conjunto soluc¸a˜o da equac¸a˜o . Uma equac¸a˜o que e´ verdadeira para todos os valores das varia´veis, de tal modo que esses valores fac¸am sentido quando associados a`s varia´veis, chama-se identidade. As Equac¸o˜es sa˜o Equivalentes se admiten o mesmo conjunto soluc¸a˜o . Por exemplo, as equac¸o˜es 2x + 10 = 20, x + 5 = 10 e x = 5 sa˜o equivalentes, pois, teˆm o mesmo conjunto soluc¸a˜o {5}. As equac¸o˜es x = 5 e x2 = 25 na˜o sa˜o equivalentes, pois, a primeira tem o conjunto soluc¸a˜o {5} e a segunda tem o conjunto soluc¸a˜o {5,−5}. (♣) O processo de resolver uma equac¸a˜o consiste em transformar-la em uma equac¸a˜o equivalente cuja soluc¸a˜o e´ obvia, usando operac¸o˜es alge´bricos ou ou- tros meios. Uma Equac¸a˜o Linear e´ aquela que esta´ na forma ax + b = 0, a 6= 0. Essa equac¸a˜o e´ equivalente a x = −b a . Isto e´, uma equac¸a˜o linear tem uma u´nica soluc¸a˜o linear {−b a }. Uma equac¸a˜o que na˜o e´ linear e´ chamada de na˜o -linear. . 24 . Uma Equac¸a˜o Quadra´tica e´ aquela equac¸a˜o na˜o -linear da forma ax2+bx+c = 0, a 6= 0 (forma padra˜o ), ou que pode ser transformada nessa forma. Existem dois me´todos importantes para resolver equac¸o˜es quadraticas: Completando o Quadrado. A equac¸a˜o quadra´tica passa pelas seguintes transformac¸o˜es equivalentes. ax2 + bx + c = 0 ⇔ x2 + px = q ⇔ (x + p 2 )2 = q + p2 4 A u´ltima equac¸a˜o equivalente e´ fa´cil de resolver e nos da´ a seguinte fo´rmula. Fo´rmula Quadra´tica ou Fo´rmula Bhaskara As soluc¸o˜es de ax2 + bx + c = 0, a 6= 0, podem ser escritas como: x = −b +− √b2 − 4ac 2a ♣ Se r1 e r2 sa˜o soluc¸o˜es da equac¸a˜o quadra´tica x2 + px + q = 0 enta˜o x2 + px + q = (x− r1)(x− r2) Equac¸o˜es contendo Radicais exigem um cuidado especial em sua resoluc¸a˜o . Se n e´ impar, a equac¸a˜o a = b e´ equivalente a` equac¸a˜o an = bn. Se n e´ par, o conjunto soluc¸a˜o da equac¸a˜o an = bn e´ igual a unia˜o dos conjuntos soluc¸o˜es de cada uma das equac¸o˜es a = b e a = −b. . 25 . 4.2 Exerc´ıcios. 1. Resolva: 3− x 8 = 5x 2 − 2 3 (x− 4) + 5 2. Resolva: 5 x − 4 x(x−2) = x−4 x−2 3. Resolva: x4 − 5x2 − 36 = 0 4. Resolva: (a) 3 √ 5x + 9 = −6 (b) √5x + 9 = −6 5. Resolva: x 2 3 − x 13 − 6 = 0 6. Resolva √ 2x = √ x + 1 + 1 . 26 • Inequac¸o˜es Lineares e Na˜o -Lineares . 4.3 Revisa˜o de Conceitos. Relac¸o˜es de Desigualdade: O nu´mero a e´ menor que b, escrito como a < b, se b − a e´ positivo. Logo, b e´ maior que a, o que se escreve como b > a. Se a e´ menor ou igual a b, escreve-se a ≤ b. Desse modo, b e´ maior ou igual a` a e se escreve b ≥ a. Por exemplo, na reta real dada na figura 4.1, observamos que, como a < b, a esta´ a` esquerda de b. Assim mesmo,como b > c e c > d enta˜o b esta´ a` direita de c e c esta´ a` direita de d. . Figura 4.1 : a < d, b > c, a < c e b > d . Desigualdades Combinadas e Intervalos: Se a < x e x < b, as duas afirmac¸o˜es sa˜o frequ¨entementes combinadas para se escrever: a < x < b. O conjunto de todos os nu´meros x que satisfazem a < x < b e´ dito intervalo aberto e representado por (a, b). Analogamente, o conjunto de todos os nu´meros reais x que satisfazem a desigualdade combinada a ≤ x ≤ b e´ chamado de intervalo fechado e e´ escrito como [a, b]. A tabela a seguir exibe va´rias desigualdades comuns e suas representac¸o˜es como intervalos. . 27 Figura 4.2 : Tabela de va´rias desigualdades comuns e suas representac¸o˜es como intervalos. . Uma Inequac¸a˜o : e´ uma declarac¸a˜o , envolvendo varia´veis, de que uma expressa˜o e´ menor (ou menor igual ) que outra expressa˜o . Como no caso de uma equac¸a˜o , uma inequac¸a˜o na˜o e´ verdadeira e nem falsa em geral; esse tipo de decisa˜o dependedo(s) valor(es) da(s) varia´vel(eis). Para desigualdades com uma varia´vel, um valor da varia´vel que torne a inequac¸a˜o verdadeira e´ uma soluc¸a˜o para a mesma. O conjunto de todas as soluc¸o˜es e´ chamado de Conjunto Soluc¸a˜o da inequac¸a˜o . Inequac¸o˜es sa˜o equivalentes: se admitem os mesmos conjuntos soluc¸a˜o . Por exemplo, as inequac¸o˜es x < −5 e x + 5 < 0 sa˜o equivalentes. Cada uma tem o conjunto soluc¸a˜o de todos os nu´meros reais menores que −5, isto e´, (−∞,−5). . 28 . ♣ O processo de resolver uma inequac¸a˜o consiste em transforma´-la em uma ine- quac¸a˜o equivalente, cuja soluc¸a˜o e´ obvia.Operac¸o˜es de transformac¸a˜o de uma inequac¸a˜o em outra equivalente incluem: 1. Somar ou Substrair: As inequac¸o˜es a < b, a + c < b + c, a − c < b− c sa˜o equivalentes para qualquer nu´mero real c. 2. Multiplicar ou Dividir Por Um Nu´mero Positivo: As inequac¸o˜es a < b, ac < bc e a�c < b�c sa˜o equivalentes para qualquer nu´mero real positivo c. 3. Multiplicar ou Dividir Por Um Nu´mero Negativo: As inequac¸o˜es a < b, ac > bc e a�c > b�c sa˜o equivalentes para qualquer nu´mero real negativo c. 4. Simplificar: expresso˜es em um dos lados de uma inequac¸a˜o . Regras semelhantes se aplicam para desigualdades da forma a > b e assim por diante. Uma Inequac¸a˜o Linear: e´ aquela que esta´ na forma ax + b < 0, ax + b > 0, ax + b ≤ 0 ou ax + b ≥ 0, ou que pode ser transformada em uma inequac¸a˜o equivalente a esta forma. Inequac¸o˜es lineares sa˜o resolvidas isolando-se a varia´vel de um modo semelhante ao empregado em equac¸o˜es ; mas com o cuidado ao dividir o multiplicar por nu´meros negativos como explicarmos no item anterior. Uma inequac¸a˜o que na˜o e´ linear e´ chamada de na˜o -linear. . 29 . Resolvendo Inequac¸o˜es Na˜o -Lineares: Uma inequac¸a˜o na qual o lado es- querdo pode ser escrito como produto ou quociente de fatores lineares (ou fatores quadra´ticos primos, isto e´, o discriminante e´ menor que zero) pode ser resolvida via um diagrama de sinais. Se um tal fator jamais e´ zero em um intervalo, enta˜o e´ positivo ou negativo em todo o intervalo. Logo: 1. Determine os pontos nos quais cada fator e´ 0. Esses sa˜o chamados de pontos cr´ıticos. 2. Desenhe uma reta numerada e exiba os pontos cr´ıticos. 3. Determine o sinal de cada fator em cada intervalo; enta˜o , usando leis de multiplicac¸a˜o ou divisa˜o , verifique o sinal de toda a expressa˜o do lado esquerdo da inequac¸a˜o . 4. Escreva o conjunto soluc¸a˜o . . 30 . 4.4 Exerc´ıcios. 1. Resolva: 3(y − 5)− 4(y + 6) ≤ 7 2. Resolva: 2x−3 3 − 5x+4 6 > 5− 3x 8 3. Resolva: −8 < 2x− 7 ≤ 5 4. Resolva: 0 < 3− 5x ≤ 10 5. Resolva: 2x2 + 2 ≥ 5x 6. Resolva: x3 < x2 + 6x 7. Resolva: x+5 x−3 ≤ 0 8. Resolva: 2x x−3 ≥ 3 9. Resolva (x− 2) 13 (2x + 3)2 (x + 5)3(x2 + 4) ≥ 0 10. Para quais valores de x a expressa˜o √ x (2−x)(5+x) representa um nu´mero real ? . 31 • Valor Absoluto em Equac¸o˜es e Inequac¸o˜es . 4.5 Revisa˜o de Conceitos. Valor Absoluto de um Nu´mero: O valor absoluto de um nu´mero real a, representado por |a|, e´ definido como segue: |a| = a, se a ≥ 0; −a, se a < 0. Geometricamente, o valor absoluto de um nu´mero real e´ a distaˆncia deste nu´mero a` origem. Ver Figura 4.1. Analogamente, a distaˆncia entre dois nu´meros reais a e b e´ o valor absoluto de sua diferenc¸a: |a− b| ou |b− a|. Figura 4.3 : Valores absolutos de −5 e 4. A distaˆncia entre os pontos 4 e −5 e´ 9. 32 . Propriedades do Valor Absoluto: | − a| = |a|; |a| = √ a2; |ab| = |a||b|; |a + b| ≤ |a|+ |b| (Desigualdade Triangular) Valor Absoluto em equac¸o˜es : Observar as seguintes regras 1. A equac¸a˜o |a| = b e´ equivalente a`s duas equac¸o˜es a = b ou a = −b, para b > 0. ( A distaˆncia de a a` origem igualara´ b precisamente quando a igualar b ou −b.) 2. A equac¸a˜o |a| = |b| e´ equivalente a`s equac¸o˜es a = b ou a = −b Valor Absoluto em desigualdades: Para b > 0, 1. A desigualdade |a| < b e´ equivalente a` dupla desigualdade −b < a < b ( Uma vez que a distaˆncia de a a` origem e´ menor que b, a esta´ mais pro´ximo da origem que b ou −b; ver Figura 4.2) 2. A desigualdade |a| > b e´ equivalente a` dupla desigualdade a > b ou a < −b ( Uma vez que a distaˆncia de a a` origem e´ maior que b, a esta´ mais afastado da origem que b ou −b; ver Figura 4.3 ) . Figura 4.4 : Representac¸a˜o Geome´trica de |a| < b Figura 4.5 : Representac¸a˜o Geome´trica de |a| > b 33 . 4.6 Exerc´ıcios. 1. Resolva: |x− 7| = 2 2. Resolva: |x + 5| = 0, 01 3. Resolva: 3|5− 2x|+ 4 = 9 4. Resolva: |2x− 5| = |8x + 3| 5. Resolva: |x + 5| > 3 6. Resolva: |3− 5x| ≥ 9 7. Resolva: |3x + 4|+ 5 < 1 8. Resolva: |5x− 3| > −1 9. Resolva: |x2 − 4x + 1| > −5 10. Provar que se 0 < x < 2 enta˜o |x2 − 1| < 3. 11. Provar que se 1 < x < 2 enta˜o |x2 + x + 1||x− 1| < 7|x− 1|. 12. Provar que se 1 < x < 3 enta˜o |x2 + x + 1||x− 1| < 14. . 34 . 5. Func¸o˜es reais de uma varia´vel real . • Introduc¸a˜o . • Func¸o˜es . • Gra´ficos. . • Operac¸o˜es sobre Gra´ficos. • A´lgebra Func¸o˜es . • Func¸o˜es Especiais. Introduc¸a˜o . O conceito de func¸a˜o refere-se essencialmente a` correspondeˆncia entre conjuntos. Em Ca´lculo, os conjuntos envolvidos sempre sera˜o subconjuntos de R. As func¸o˜es neles definidas sa˜o chamadas func¸o˜es reais de uma varia´vel real. Neste cap´ıtulo discutiremos as ide´as ba´sicas concernentes destes tipos de func¸o˜es e seus gra´ficos, bem como as formas de combina´-los e transforma´-los. Enfatizamos que uma func¸a˜o pode ser representada de va´rias maneiras : por uma equac¸a˜o , por uma tabela, por um gra´fico ou mesmo por meio de palavras.Vamos observar os principais tipos de func¸o˜es que ocorrem no Ca´lculo e descrever como usa´-las como modelos matema´ticos de fenoˆmenos do mundo real. Func¸o˜es . . 5.1 Definic¸a˜o . Sejam A e B subconjuntos de R. Uma func¸a˜o f : A −→ B e´ uma lei ou regra que a cada elemento de A faz corresponder um u´nico elemento de B. O conjunto de A e´ chamado Domı´nio de f e e´ denotado por D(f). B e´ chamado Contradomı´nio ou Campo de valores de f. Escrevemos: f : A −→ B x 7−→ f(x) ou A f−→ B x 7−→ y = f(x). 35 5.2 Exemplos. Sejam A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 3, 4, 5} . i. A relac¸a˜o f : A −→ B, dada pelo diagrama abaixo, e´ uma func¸a˜o de A em B. ii. A relac¸a˜o g : A −→ B, dada por x 7−→ x + 1, e´ uma func¸a˜o de A em B. Podemos representar g, no diagrama, como segue. 36 5.3 Contra-exemplos. Sejam A = {3, 4, 5} e B = {1, 2}. i. A relac¸a˜o f : A → B, dada pelo diagrama a seguir, na˜o e´ uma func¸a˜o de A em B, pois o elemento 4 ∈ A tem dois correspondentes em B. ii. A relac¸a˜o g : A −→ B, dada por x 7−→ x− 3, na˜o e´ uma func¸a˜o de A em B, pois o elemento 3 ∈ A na˜o tem correspondente em B. Podemos ver isto facilmente representando g no diagrama. Mas, o que podemos fazer para que seja uma func¸a˜o ? 37 . 5.4 Definic¸a˜o . Seja f : A −→ B. i. Dado x ∈ A, o elemento f(x) ∈ B e´ chamado o valor da func¸a˜o f no ponto x ou imagem de x por f. ii. O conjunto de todos os valores assumidos pela func¸a˜o e´ chamado conjunto imagem de f e e´ denotado por Im(f). (z) Quando trabalhamos com subconjuntos de R, e´ usual caracterizar a func¸a˜o apenas pela fo´rmula ou regra que a define. Neste caso, entende-se que o domı´nio de f e´ o conjunto de todos os nu´meros reais para os quais a func¸a˜o esta´ definida. Vejamos os seguintes exemplos: . 5.5 Exemplos. Determinar o domı´nio e a imagem das func¸o˜es abaixo: i. f(x) = 1 x . Esta func¸a˜o so´ na˜o e´ definida para x = 0. Logo, D(f) = R − {0} e Im(f) = R− {0}. ii. f(x) = √ x. Para x < 0, f(x) na˜o esta´ definida.Enta˜o , D(f) = [0, +∞) e Im(f) = [0,∞). iii. f(x) = −√x− 1. f(x) na˜o esta´ definida para x < 1. D(f) = [1, +∞) e Im(f) = (−∞, 0]. 38 Gra´ficos . 5.6 Definic¸a˜o . Seja f uma func¸a˜o . O gra´fico de f e´ o conjunto de todos os pontos (x, f(x)) de um plano coordenado, onde x pertence ao domı´nio de f. (z) Se conhecemos o gra´fico de uma func¸a˜o , podemos determinar o Domı´nio e a Imagem de uma func¸a˜o como segue: • O domı´nio e´ o conjunto das abscissas dos pontos tais que as retas verticais conduzidas por esses pontos interceptam o gra´fico de f, isto e´, e´ o conjunto formado por todas as abscissas dos pontos do gra´fico de f. • A Imagem e´ o conjunto das ordenadas dos pontos tais que as retas hori- zontais conduzidas por esses pontos interceptam o gra´fico de f, isto e´, e´ o conjunto formado por todas as ordenadas dos pontos do gra´fico de f. (z) Observar que as retas verticais interceptam o gra´fico de f, ao mais num ponto. (z) Por enquanto determinaremos o gra´fico de uma func¸a˜o assinalando uma se´rie de pontos, fazendo uma tabela que nos da´ as coordenadas. Logo, desenvolveremos te´cnicas mais eficazes para o trac¸ado de gra´ficos. (z) Simetria. Essa condic¸a˜o nos ajuda no esboc¸o do gra´fico. • Se uma func¸a˜o f satisfazer f(x) = f(−x) para todo x em seu domı´nio, enta˜o f e´ chamada de uma func¸a˜o par. Por exemplo, a func¸a˜o f(x) = x2 e´ par. O significado geome´trico de uma func¸a˜o ser par e´ que seu gra´fico e´ sime´trico em relac¸a˜o ao eixo das ordenadas ( ver figura abaixo). Isso significa que se fizermos o gra´fico de f para x ≥ 0, enta˜o , para obter o gra´fico inteiro, basta refletir o que temos em torno do eixo y. • Se f satisfazer f(−x) = −f(x) para todo nu´mero x em seu domı´nio, dizemos que f e´ uma func¸a˜o ı´mpar.Por exemplo, a func¸a˜o f(x) = x3 e´ impar.O gra´fico de uma func¸a˜o impar e´ sime´trico em relac¸a˜o a origem.Se tivermos o gra´fico de f para x ≥ 0, poderemos obter o restante do gra´fico girando de 180 graus o que ja´ temos em torno da origem. 39 5.7 Exemplos. . i. O gra´fico da func¸a˜o f(x) = x2 consiste em todos os pares (x, y) ∈ R2 tais que y = x2. Em outras palavras, e´ a colec¸a˜o de todos os pares (x, x2) do plano XY. A Figura 5.1 nos mostra o gra´fico desta func¸a˜o , onde salientamos alguns pontos, de acordo com a tabela. Figura 5.1 40 ii. Seja f : R −→ R definida por f(x) = −2, se x ≤ −1 x, se −1 < x < 1 2, se 1 ≤ x O gra´fico de f pode ser visto na seguinte Figura 5.2. Figura 5.2 41 5.8 Exercicios. 1. Se f(x) = x 2−4 x−1 , achar: (a) f(0) (b) f( 1 t ) (c) f(−2) (d) f(x− 2) (e) f(t2) (f) f(1 2 ) 2. Se f(x) = 3x−1 x−7 , determine: (a) 5f(−1)−2f(0)+3f(5) 7 (b) [f(−1 2 )]2 (c) f(t) + f( 4 t ) (d) f(h)−f(0) h 3. Exprimir como func¸a˜o de x: a. A a´rea de uma esfera de raio x. b. A a´rea de um cubo de aresta x. 4. Determinar o domı´nio das seguintes func¸o˜es : (a) y = x2 (b) y = √ 4− x2 (c) y = 1 x−4 (d) y = √ x x+1 (e) y = x− 1 x (f) y = √ 3 + x + 4 √ 7− x (g) y = 1 1+ √ x (h) y = 3 √ x + 7− 5√x + 8 (i) f(x) = x, x ≤ 0 ; x + 1, x > 0. (j) f(x) = 2x + 3, x < −1 ; 3− x, x ≥ −1. (k) f(x) = −1, x ≤ −1 ; 3x + 2, |x| < 1; 7− 2x, x ≥ 1. (l) f(x) = x + 2, se x < −1 ; x2, se x ≥ −1. 5. Construir o gra´fico das seguintes func¸o˜es : (a) f(x) = (x− 2)2 (b) f(x) = −(x− 2)2 (c) f(x) = x + 1 (d) f(x) = x3 (e) f(x) = x3 + 1 (f) f(x) = |x|, −3 ≤ x ≤ 3 42 6. Um bala˜o esfe´rico com raio de r polegadas tem o volume V (r) = 4 3 pir3. Encontre uma func¸a˜o que represente a quantidade de ar necessa´ria para inflar o bala˜o de um raio r ate´ um raio r + 1 polegadas. 7. Encontre f(h + 2), f(x + h) e f(x+h)−f(x) h , onde h 6= 0. (a) f(x) = x− x2 (b) f(x) = x x + 1 8. Um retaˆngulo tem um per´ımetro de 20 metros. Expresse a a´rea do retaˆngulo como uma func¸a˜o do comprimento de um de seus lados. 9. Um retaˆngulo tem uma a´rea de 16 metros. Expresse o per´ımetro do retaˆngulo como uma func¸a˜o do comprimento de um de seus lados. 10. Uma caixa sem tampa deve ser constru´ıda de um pedac¸o retangular de papela˜o com dimenso˜es 12 por 20 polegadas. Deve-se cortar quadrados de lados x de cada canto e depois dobrar. Expresse o volume V da caixa como uma func¸a˜o de x. 11. Determine se a func¸a˜o e´ par, ı´mpar ou nehum destes dois. (a) f(x) = x5 + x (b) g(x) = 1−x 4 1+x6 (c) h(x) = 2x− x2 43 Operac¸o˜es sobre Gra´ficos . Neste para´grafo mostraremos como obter gra´ficos de func¸o˜es por deslocamento e reflexo dos gra´ficos conhecidos de outras func¸o˜es . . 5.9 Deslocamentos Verticais e Horizontais. Assumimos o nu´mero real c > 0.Para obter o gra´fico de • y = f(x) + c, desloque o gra´fico de y = f(x) em c unidades para cima. • y = f(x) − c, desloque o gra´fico de y = f(x) em c unidades para baixo. • y = f(x − c), desloque o gra´fico de y = f(x) em c unidades para a direita. • y = f(x + c), desloque o gra´fico de y = f(x) em c unidades para a esquerda. Figura 5.3 44 . 5.10 Reflexo˜es . Para obter o gra´fico de • y = −f(x), reflita o gra´fico de y = f(x) em torno do eixo X. • y = f(−x), reflita o gra´fico de y = f(x) em torno do eixo Y. . 5.11 Exerc´ıcios. 1. Esboc¸e o gra´fico de (a) f(x) = x2 + 6x + 10 (b) y = 1− sen(x) 2. Como o gra´fico de y = f(|x|) esta´ relacionado com o gra´fico de f ? 3. Esboce o gra´fico de y = sen(|x|). 4. Esboce o gra´fico de y = √|x|. 45 A´lgebra de Func¸o˜es . . 5.12 A´lgebra Aritme´tica de Func¸o˜es . Sejam f e g func¸o˜es com domı´nios A e B. Enta˜o as func¸o˜es f + g, f − g, fg, e f g esta˜o definidas da seguinte forma: • (f + g)(x) = f(x) + g(x) com domı´nio : A ⋂ B. • (f − g)(x) = f(x)− g(x) com domı´nio : A ⋂ B. • (fg)(x) = f(x)g(x) com domı´nio : A ⋂ B. • ( f g ) (x) = f(x) g(x) com domı´nio : {x ∈ A ⋂ B/ g(x) 6= 0} . . 5.13 Exerc´ıcios. Se f(x) = √ x e g(x) = √ 4− x2, encontre as func¸o˜es seguintes f + g, f − g, fg, e f g . Existe um outro procedimento para combinar duas func¸o˜es a fim de obter uma nova. O procedimento denomina-se Composic¸a˜o de Func¸o˜es . . 5.14 Definic¸a˜o (Composic¸a˜o de Func¸o˜es ). Dadas duas func¸o˜es f e g, a func¸a˜o composta f ◦g (tambe´m chamada de composic¸a˜o de f e g ) e´ definida por (f ◦ g)(x) = f(g(x)) com domı´nio Dom(f ◦ g) = {x ∈ Dom(g)/g(x) ∈ Dom(f)} 46 . 5.15 Definic¸a˜o (Func¸a˜o Inversa). Seja a func¸a˜o f : A −→ B. Se, para cada y ∈ B, existir exatamente um valor x ∈ A tal que y = f(x), isto e´, se a func¸a˜o e´ bijetora enta˜o podemos definir uma func¸a˜o g : B −→ A tal que x = g(y). A func¸a˜o g definida desta maneira e´ chamada func¸a˜o inversa de f e denotada por f−1. (z) Graficamente, podemos determinar se uma func¸a˜o admite inversa. Passando uma reta paralela ao eixo dos X, esta deve cortar o gra´fico em apenas um ponto.Por exemplo, analisando o gra´fico da func¸a˜o y = x2, observamos que no possui inversa. (z) O gra´fico de f−1 e´ obtido refletindo-se o gra´fico de f em torno da reta y = x. (z) Observar que (a) f ◦ f−1(y) = y, ∀y ∈ B (b) f−1 ◦ f(x) = x, ∀x ∈ A (z) Na˜o confunda o −1 do f−1 com um expoente. Assim f−1(x) na˜o significa 1 f(x) 5.16 Exerc´ıcios. . 1. Seja a func¸a˜o f(x) = x se x ≤ 0 x + 1 se x > 0 Fac¸a o gra´fico das seguintes func¸o˜es (a) y = f(x− 4) (b) y = f(x) + 3 (c) y = −f(x + 4) 2. Fac¸a o gra´fico das seguintes func¸o˜es (a) y = x2 + 2x + 2 (b) y = −x2 − 2x + 3 (c) y = x + 2 . 3. Encontre f + g, f − g, fg, e f g e estabelec¸a os domı´nios. 47 (a) f(x) = 2x3 + 2x2, g(x) = 3x2 − 1. (b) f(x) = √ 1 +x, g(x) = √ 1− x 4. Encontre as func¸o˜es f ◦ g, g ◦ f, f ◦ f, g ◦ g e seus domı´nios (a) f(x) = 2x2 − x, g(x) = 3x + 2 (b) f(x) = 1 x−1 , g(x) = x 3 + 2x (c) f(x) = √ x2 − 1, g(x) = √1− x 5. Encontre f ◦ g ◦ h. (a) f(x) = x4 − 1, g(x) = √x, h(x) = x− 1 (b) f(x) = √ x, g(x) = x x−1 , h(x) = 3 √ x (c) f(x) = 1 x , g(x) = x3, h(x) = x2 + 2 6. Expresse na forma f ◦ g as func¸o˜es (a) F (x) = (x− 9)5 (b) F (x) = sen( √ x) (c) G(x) = x 2 x2+4 (d) u(t) = tg(pit) 7. A func¸a˜o de Heaviside H e´ definida por H(t) = 0 se t < 0 1 se t ≥ 0 Essa func¸a˜o e´ usada no estudo de circuitos ele´tricos para representar o surgi- mento repentino de corrente ele´trica, ou voltagem, quando uma chave e´ instan- taneamente ligada. (a) Esboce o gra´ fico da func¸a˜o Heaviside 48 (b) Esboce o gra´ fico da voltagem V(t) no circuito se uma chave for ligada no instante t = 0 e 120 volts forem aplicados instantaneamente no circuito. Escreva uma fo´rmula para V (t) em termos de H(t). c) Esboce o gra´ fico da voltagem V(t) no circuito se uma chave for ligada no instante t = 5 segundos e 240 volts forem aplicados instantaneamente no circuito. Escreva uma fo´rmula para V (t) em termos de H(t). . . 8. Encontre a func¸a˜o inversa da (a) func¸a˜o f : R −→ R definida por y = 2x− 5. (b) func¸a˜o f : R− {3} −→ R− {−1} definida por x−1 3−x . (c) func¸a˜o f : [0, +∞) −→ [0, +∞), definida por f(x) = x2. 9. Encontre uma fo´rmula para a func¸a˜o inversa. (a) f(x) = 1+3x 5−2x (b) f(x) = 5− 4x3 (c) f(x) = √ 2 + 5x F Para responder as seguintes perguntas, ler as paginas de 56 ate´ 63 e de 64 ate´ 72 o livro Ca´lculo (vol I, 4ta edic¸a˜o ) de James Stewart. 10. . (a) Escreva uma equac¸a˜o que defina a func¸a˜o exponencial com base a > 0. (b) Qual e´ o domı´nio dessa func¸a˜o ? (c) Se a 6= 1, qual a variac¸a˜o dessa func¸a˜o ? (d) Esboce a forma geral do gra´fico da func¸a˜o exponencial nos seguintes casos. (i) a > 1 (ii) a = 1 (iii) 0 < a < 1 (e) Como e´ definido o nu´mero e? (f) Qual e´ um valor aproximado de e? (g) Qual e´ a func¸a˜o exponencial natural ? 49 11. Fac¸a num mesmo sistema de coordenadas os gra´ficos das func¸o˜es dadas. Como esta˜o relacionados esses gra´ficos ? 1. y = 2x, y = ex, y = 20x. 2. y = ex, y = e−x, y = 8x, y = 8−x. 3. y = 3x, y = 10x, y = ( 1 3 ) , y = ( 1 10 ) . 4. y = 0, 9x, y = 0, 6x, y = 0, 3x, y = 0, 1x. 12. Comenc¸ando com o gra´fico de y = ex, escreva as equac¸o˜es correspondentes aos gra´ficos que resultam de 1. deslocar 2 unidades para baixo. 2. deslocar 2 unidades para a direita. 3. refletir em torno do eixo x. 4. refletir em torno do eixo y. 5. refletir em torno do eixo x e depois em torno do eixo y. Dica: Aqui temos um exemplo de uma composic¸a˜o de func¸o˜es . 6. refletir em torno da reta y = 4. 7. refletir em torno da reta x = 2. 13. . 1. O que e´ uma func¸a˜o um a um ? 2. A partir do gra´fico, como dizer se uma func¸a˜o um a um ? 3. Seja f uma func¸a˜o um a um com domı´nio A e variac¸a˜o B. Como e´ definida a func¸a˜o inversa f−1? Qual o domı´nio de f−1 Qual a variac¸a˜o de f−1? 4. Se for dada a fo´rmula para f 50 Func¸o˜es Especiais . . 5.17 Func¸a˜o Linear. E´ toda func¸a˜o que associa a cada nu´mero real x, o nu´mero real y = ax + b, a 6= 0. Os nu´meros reais a e b sa˜o chamados, respectivamente, de coeficiente angular e linear. O domı´nio de f(x) = ax + b e´ Dom(f) = R. O conjunto imagem e´ Im(f) = R. O gra´fico de f e´ uma reta. . 5.18 Exemplo. No movimento ret´ılineo uniforme, o espac¸o percorrido e´ uma func¸a˜o linear do tempo, expresso pela fo´rmula s = s0 + vt, onde s0 e v sa˜o constantes e v 6= 0. . 5.19 Func¸a˜o Mo´dulo. A func¸a˜o definida por y = |x| chama-se func¸a˜o mo´dulo. O seu domı´nio e´ o conjunto Dom(f) = R e o conjunto imagem e´ Im(f) = [0, +∞). O gra´fico desta func¸a˜o esta´ ilustrado abaixo. 1 1 2 2 1-2- Figura 5.3 : Gra´fico da func¸a˜o Mo´dulo y = |x|. 51 . 5.20 Func¸a˜o Quadra´tica. A func¸a˜o f : R −→ R definida por f(x) = ax2 + bx + c, a 6= 0, e´ chamada func¸a˜o do 20 grau ou func¸a˜o quadra´tica. Seu domı´nio e´ Dom(f) = R. O gra´fico de uma func¸a˜o quadra´tica e´ uma para´bola com eixo de simetria paralelo ao eixo dos Y. Se o coeficiente de x2 for positivo (a > 0), a para´bola tem a concavidade voltada para cima. Se a < 0, a para´bola tem a concavidade voltada para baixo. A intersecc¸a˜o do eixo de simetria com a para´bola e´ um ponto chamado ve´rtice. A intersecc¸a˜o da para´bola com o eixo dos X define os zeros da func¸a˜o . A figura 5.4 ilustra o gra´fico desta func¸a˜o . Figura 5.4 : Gra´fico da Func¸a˜o Quadra´tica y = x2. 52 . 6. Limite e Continuidade . • Definic¸a˜o de Limite. • Propriedades dos Limites. • Limites Laterais. • Definic¸a˜o de uma Func¸a˜o Con- tinua. . • Propriedades de Continuidade. • Continuidade das func¸o˜es trigo- nome´tricas. • O Limite Fundamental limx→0 sen(x) x . O objetivo deste cap´ıtulo e´ dar uma definic¸a˜o de Limite de uma maneira intuitiva e tambe´m de uma maneira convencional. Definiremos a Continuidade das func¸o˜es usando Limites. Finalmente, estudaremos e registraremos propriedades e teoremas referentes a limites assim como a continuidade das func¸o˜es trigonome´tricas. Definic¸a˜o de Limite Sejam f uma func¸a˜o e p um ponto do domı´nio de f ou extremidade de um dos intervalos que compo˜em o domı´nio. Intuitivamente, dizer que o limite de f(x), quando x tende a p, e´ igual a L que simbolicamente, se escreve lim x→p f(x) = L significa que quando x tende a p, f(x) tende a L. Consideremos as situac¸o˜es a seguir: 53 Figura 6.1 . 6.1 Exerc´ıcio. O que outras situac¸o˜es de limites sa˜o omitidas ? . Na situac¸a˜o (a), f na˜o esta definida em p, mas existe L que satisfaz a propriedade: (1) . Para todo � > 0, existe δ > 0 tal que, para todo x ∈ Dom(f), p− δ < x < p + δ, x 6= p ⇒ L− � < f(x) < L + �. . Na situac¸a˜o (b), f esta´ definida em p, mas existe um salto em p, entretanto existe L satisfazendo (1). Pois, em (1) nos interesa o comportamento de x 6= p. Na situac¸a˜o (c), temos L = f(p) satisfaz (1).Finalmente, na situac¸a˜o (d), na˜o existe L satisfazendo (1) em p. A propriedade (1) e´ equivalente a 54 (2) . Para todo � > 0, existe δ > 0 tal que, para todo x ∈ Dom(f), 0 < |x− p| < δ ⇒ 0 < |f(x)− L| < �. . Vamos provar a seguir que existe no ma´ximo um nu´mero L satisfazendo a propriedade (1). De fato, suponhamos que L1 e L2 satisfac¸am, em p, a propriedade (1); enta˜o , para todo � > 0 dado, existem δ1 > 0 e δ2 > 0 tais que 0 < |x− p| < δ1 ⇒ |f(x)− L1| < � e 0 < |x− p| < δ2 ⇒ 0 < |f(x)− L2| < �; tomando-se δ = min{δ1, δ2} 0 < |x− p| < δ ⇒ 0 < |f(x)− L1| < � e 0 < |f(x)− L2| < � ; Assim, podemos assumir um x0 ∈ Dom(f) com 0 < |x0 − p| < δ tal que |L1 − L2| = |L1 − f(x0) + f(x0)− L2| ≤ |L1 − f(x0)|+ |f(x0)− L2| < 2� Isto implica que |L1 − L2| < 2�, ∀� > 0 0u seja, L1 = L2. Agora, podemos dar a definic¸a˜o a seguir: 55 . 6.2 Definic¸a˜o . Sejam f uma func¸a˜o e p um ponto do domı´nio de f ou extremidade de um dos intervalos que compo˜em o domı´nio de f. Dizemos que f tem limite L, em p, se para todo � > 0 dado, existir um δ > 0 tal que, para todo x ∈ Dom(f), 0 < |x− p| < δ ⇒ |f(x)− L| < �. Tal nu´mero L, que quando existe e´ u´nico, sera´ indicado por limx→pf(x). Assim, em s´ımbolos, temos limx→pf(x) = L ⇔ ∀� > 0, ∃δ > 0 tal que, para todo x ∈ Dom(f) 0 < |x− p| < δ ⇒ |f(x)− L| < �. . . 6.3 Observac¸o˜es . 1. Na figura 6.1, observamos que na situac¸a˜o (a) temos limx→pf(x) = L; na situac¸a˜o (b) vemos quelimx→pf(x) = L e f(p) 6= L; na situac¸a˜o (c), limx→pf(x) = f(p); e na situac¸a˜o (d), a func¸a˜o f na˜o tem limite em p. 2. Assim, o limite de f em p na˜o depende do valor (caso f esteja definida em p ) que f assume em p, mas sim dos valores que f assume nos pontos pro´ximos de p. Quando estivermos interessados no limite de f em p, basta olharmos para os valores que f assume num pequeno intervalo aberto contendo p. 3. Sejam f e g duas func¸o˜es . Se existir r > 0 tal que f(x) = g(x) para p − r < x < p + r, x 6= p, e se limx→pg(x) existir, enta˜o limx→pf(x) tambe´m existira´ e limx→pf(x) = limx→pg(x). (Por queˆ) . . 56 . 6.4 Exerc´ıcios. 1. Por meio de um gra´fico (intuitivamente) calcule limx→pk ( k e´ uma constante). Logo, verificar por meio da definic¸a˜o de limite. 2. Calcule limx→2(3x− 2). Logo, verificar por meio da definic¸a˜o de limite. 3. Calcule limx→1 x 2−1 x−1 . Logo, verificar por meio da definic¸a˜o de limite. 4. Calcule limx→1f(x) onde f(x) = x2−1 x−1 , se x 6= 1 ; 3, se x = 1. . . 57 Propriedades dos Limites . 6.5 Propriedades Ba´sicas dos Limites. A seguir introduziremos propriedades que podem ser usadas para achar muitos limites sem apelar para a pesquisa do nu´mero δ que aparece na anterior definic¸a˜o de Limite. Se a,m e n sa˜o nu´meros reais, enta˜o lim x−→a (mx + n) = ma + n Se limx−→a f(x) e limx−→a g(x) existem, e c e´ um nu´mero real qualquer, enta˜o : a. limx→a[f(x) − + g(x)] = limx→a f(x) − + limx→a g(x). b. limx→a c.f(x) = c. limx→a f(x). c. limx→a f(x).g(x) = limx→a f(x). limx→a g(x). d. lim x→a f(x) g(x) = limx→a f(x) limx→a g(x) , desde que limx→a g(x) 6= 0. e. limx→a[f(x)]n = [limx→a f(x)]n para qualquer inteiro positivo n. f. limx→a n √ f(x) = n √ limx→a f(x), se limx→a f(x) ≥ 0 e n inteiro positivo par, ou se limx→a f(x) ≤ 0 e n e´ um inteiro positivo ı´mpar. g. limx−→a ln[f(x)] = ln[limx−→a f(x)], se limx−→a f(x) > 0. h. limx−→a cos[f(x)] = cos[limx−→a f(x)]. i. limx−→a sen[f(x)] = sen[limx−→a f(x)]. j. limx−→a ef(x) = elimx−→a f(x). . 58 . 6.6 Teorema (Teorema do Confronto). Sejam f, g, h treˆs func¸o˜es e suponhamos que exista r > 0 tal que f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) para 0 < |x− p| < r. Nestas condic¸o˜es , se lim x→p f(x) = L = lim x→p h(x) enta˜o existe limx→p g(x) e lim x→p g(x) = L. . 59 . 6.7 Exerc´ıcios. 1. Calcule limx→2(5x3 − 8) 2. Calcule limx→3 √ x−√3 x−3 . 3. Prove que limx→pf(x) = 0 ⇔ limx→p|f(x)| = 0. 4. Prove que limx→pf(x) = L ⇔ limh→0f(p + h) = L. 5. (Conservac¸a˜o do sinal.) Suponha que limx→p f(x) = L, com L > 0. Prove que existe δ > 0 tal que, ∀x ∈ Dom(f), p− δ < x < p + δ, x 6= p ⇒ f(x) > 0. 6. Provar que se limx→p f1(x) = L1 . . . limx→p fn(x) = Ln, enta˜o lim x→p [f1(x) + · · ·+ fn(x)] = L1 + · · ·+ Ln e lim x→p [f1(x) . . . fn(x)] = L1 . . . Ln. 7. Seja f uma func¸a˜o e suponha que para todo x |f(x)| ≤ x2 Provar que existe o limx→0 f(x) e limx→0 f(x) = 0. 8. Calcule limx→0 x2g(x) onde g(x) = 1, se x ∈ Q; −1, se x /∈ Q. . 60 Limites Laterais a) Quando x tende a p, pela direita, f(x) tende a L : limx→p+ f(x) = L. b) Quando x tende a p, pela esquerda, f(x) tende a L : limx→p− f(x) = L. Figura 6.2 . 6.8 Definic¸o˜es . 6.8.a Sejam f uma func¸a˜o , p um nu´mero real e suponhamos que existe b tal que ]p, b[⊂ Dom(f). Definimos: limx→p+f(x) = L ⇔ ∀� > 0, ∃δ > 0 tal que, para todo x ∈ Dom(f) p < x < δ + p ⇒ |f(x)− L| < �. O nu´mero L, quando existe, denomina-se limite lateral a` direita de f, em p. 6.8.b Sejam f uma func¸a˜o , p um nu´mero real e suponhamos que existe a tal que ]a, p[⊂ Dom(f). Definimos: limx→p−f(x) = L ⇔ ∀� > 0, ∃δ > 0 tal que, para todo x ∈ Dom(f) p− δ < x < p ⇒ |f(x)− L| < �. O nu´mero L, quando existe, denomina-se limite lateral a` esquerda de f, em p. . 61 . 6.9 Teorema. Sejam f uma func¸a˜o , p um nu´mero real e suponhamos que existam a e b tais que ]a, p[ e ]p, b[ estejam contidos em Dom(f). Enta˜o , limx→pf(x) = L ⇔ f admite limites laterais a` direita e a` esquerda em p e limx→p+f(x) = limx→p−f(x) = L. . . 6.10 Exerc´ıcio. 1. limx→0 |x| x existe ? Por queˆ ? 2. O Teorema do confronto continua va´lido para o caso de limites laterais ? Justificar resposta. . . 62 Definic¸a˜o de uma Func¸a˜o Continua. Vejamos as situac¸o˜es apresentadas a seguir. Figura 6.3 Na figura 6.3, observamos que a func¸a˜o f satisfaz em p a propriedade . Para todo � > 0 dado, existe δ > 0 (δ dependendo de �), tal que f(x) permanece entre f(p) − � e f(p) + � quando x percorre o intervalo ]p− δ, p + δ[, com x no domı´nio de f. . Ou de forma equivalente (A) . Para todo � > 0 dado, existe δ > 0 ( δ dependendo de �) tal que, para todo x ∈ Dom(f), p− δ < x < p + δ ⇒ f(p)− � < f(x) < f(p) + �. . Entretanto, a func¸a˜o g na˜o satisfaz em p tal propriedade: 63 Figura 6.4 para � > 0 acima, na˜o existe δ > 0 que torne verdadeira a afirmac¸a˜o ∀x ∈ Dom(f), p− δ < x < p + δ ⇒ g(p)− � < g(x) < g(p) + � Isto e´, qualquer que seja o δ > 0 que se tome, quando x percorre o intervalo ]p− δ, p + δ[, g(x) na˜o permanece entre g(p)− � e g(p) + �. Adotaremos a propriedade (A) como definic¸a˜o de uma func¸a˜o cont´ınua em p. . 6.11 Definic¸a˜o . Sejam f uma func¸a˜o e p um ponto de seu domı´nio. Definimos f cont´ınua em p ⇔ Para todo � > 0 dado, existe δ > 0 ( δ dependendo de �) tal que, para todo x ∈ Dom(f), |x− p| < δ ⇒ |f(x)− f(p)| < � Dizemos que f e´ cont´ınua em A ⊂ Dom(f) se f for cont´ınua em todo p ∈ A. Dizemos, simplesmente, que f e´ uma func¸a˜o continua se f for cont´ınua em todo p do seu domı´nio. Quando p ∈ Dom(f) na˜o e´ um ponto isolado dos demais pontos do domı´nio enta˜o podemos escrever f e´ cont´ınua em p ⇔ lim x→p f(x) = f(p). . 64 . 6.12 Definic¸a˜o . Uma func¸a˜o f e´ cont´ınua a` direita de um nu´mero a se lim x→a+ f(x) = f(a) e f e´ cont´ınua a` esquerda de a se lim x→a− f(x) = f(a) . . 6.13 Definic¸a˜o . Uma func¸a˜o f e´ continua em um intervalo se for cont´ınua em todos os nu´meros do intervalo.(Se f for definida somente de um lado do extremo do intervalo, entendemos continuidade no extremo como continuidade a` direita ou a` esquerda.) . 65 . 6.14 Exerc´ıcios.. 1. Prove que f(x) = 2x + 1 e´ cont´ınua em p = 1. 2. Prove que a func¸a˜o constante f(x) = k e´ cont´ınua em todo p real. 3. Provar que a func¸a˜o Valor Absoluto f(x) = |x| e´ cont´ınua. 4. Provar que a func¸a˜o f(x) = ax + b ( a e b constantes)e´ cont´ınua. 5. Mostre que f(x) = x3 e´ cont´ınua em 1. 6. Prove que f(x) = x2 e´ cont´ınua. 7. Se f(x) = 2, se x ≥ 1; 1, se x < 1. e´ cont´ınua em p = 1? Justifique. 8. (Conservac¸a˜o do sinal positivo) Seja f cont´ınua em p e f(p) > 0. Prove que existe δ > 0 tal que, para todo x ∈ Dom(f), p− δ < x < p + δ ⇒ f(x) > 0. 9. (Conservac¸a˜o do sinal negativo) Seja f cont´ınua em p e f(p) < 0. Prove que existe δ > 0 tal que, para todo x ∈ Dom(f), p− δ < x < p + δ ⇒ f(x) < 0. 10. Mostre que a func¸a˜o f(x) = 1−√1− x2 e´ cont´ınua no intervalo [−1, 1]. 66 Propriedades de Continuidade. . 6.15 Teorema. Se f e g forem cont´ınuas em a e se c for uma constante, enta˜o as seguintes func¸o˜es sa˜o cont´ınuas, tambe´m, em a : 1. f + g 2. f − g 3. cf 4. fg 5. f g se g(a) 6= 0 . . 6.16 Teorema. Os seguintes tipos de func¸o˜es sa˜o cont´ınuas em todo nu´mero de seus domı´nios: polinoˆmios func¸o˜es racionais func¸o˜es ra´ızes func¸o˜es trigonome´tricas func¸o˜es trigonome´tricas inversas func¸o˜es exponenciais (ax, 0 < a 6= 1) func¸o˜es logar´ıtmicas(loga(x), 0 < a 6= 1) . . 6.17 Teorema. (Limite de uma Func¸a˜o Composta) Sejam f e g duas func¸o˜es tais que Im(g) ⊂ Dom(f) onde Im(g) e´ a imagem de g, ou seja, Im(g) = {g(x)|x ∈ Dom(g)}. Se f e´ cont´ınua em b e limx→a g(x) = b, enta˜o limx→af(g(x)) = f(b). Em outras palavras, limx→af(g(x)) = f(b) . Uma consequ¨eˆncia desse teorema e´ o seguinte 67 . 6.18 Teorema. Sejam f e g duas func¸o˜es tais que Im(g) ⊂ Dom(f) onde Im(g) e´ a imagem de g, ou seja, Im(g) = {g(x)|x ∈ Dom(g)}. Se limx→ag(x) = g(a) e f continua em g(a), enta˜o a func¸a˜o composta f ◦ g dada por (f ◦ g)(x) = f(g(x)) e´ cont´ı nua em a. Em outras palavras, como a na˜o e´ um ponto isolado do Dom(f ◦ g), temos limx→af(g(x)) = f(g(a)) . . 6.19 Observac¸a˜o . Existe outra alternativa do Teorema 6.17. Se f na˜o e´ continua em b, mas existe o limite limu→b f(u). enta˜o limx→af(g(x)) = limu→bf(u) . 6.20 Teorema do Valor Intermediario. Suponha que f seja cont´ınua em um intervalo fechado [a, b] e seja N um nu´mero qualquer entre f(a) e f(b). Enta˜o existe um nu´mero c em [a, b] tal que f(c) = N. 68 . 6.21 Exerc´ıcios. 1. Provar que toda func¸a˜o polinomial e´ cont´ınua. 2. Provar que toda func¸a˜o racional e´ cont´ınua. 3. Dada a func¸a˜o f(x) = x 2−3x+2 x−1 , verifique que limx→1+f(x) = limx→1−f(x). Pergunta-se: f e´ cont´ınua em 1? Porqueˆ ? 4. Deˆ um exemplo de uma func¸a˜o definida em R, que na˜o seja cont´ınua em 2, mas que limx→2+ f(x) = limx→2− f(x). 5. Calcule lim x→−1 3 √ x3 + 1 x + 1 6. Calcule limx→1 3 √ x+7−2 x−1 7. Seja f definida em R e suponha que limx→0 f(x) x = 1. Calcule lim x→0 f(x2) x 8. Mostre que existe uma raiz da equac¸a˜o 4x3 − 6x2 + 3x− 2 = 0 9. Use o Teorema do Valor Intermediario para mostrar que existe uma raiz da equac¸a˜o dada no intervalo especificado. cos(x) = x, (0, 1) 69 Continuidade das Func¸o˜es Trigonome´tricas. Pode-se verificar geome´tricamente que se −pi 4 < x < pi 4 ( |x| < pi 4 ) temos (I) |sen(x)| ≤ |x| Usando (I) e as identidades trigonome´tricas, mostra-se que se |x− p| < pi 2 (II) |sen(x)− sen(p)| ≤ |x− p| ; |cos(x)− cos(p)| ≤ |x− p| As desigualdades em (II) e o Teorema do Confronto implicam seguinte teorema . 6.22 Teorema . As func¸o˜es sen e cos sa˜o cont´ınuas. . O Limite Fundamental limx→0 sen(x) x . Pode-se verificar geome´tricamente que se 0 < x < pi 4 temos 0 < sen(x) < x < tg(x) Dividindo por sen(x) 1 < x sen(x) < 1 cos(x) e, portanto, para 0 < x < pi 4 , cos(x) < sen(x) x < 1 Por outro lado, −pi 4 < x < 0 ⇒ 0 < −x < pi 4 ⇒ cos(−x) < sen(−x)−x < 1 Como cos(−x) = cos(x) e sen(−x)−x = sen(x)x , −pi 4 < x < 0 ⇒ cos(x) < sen(x) x < 1. Assim, se 0 < |x| < pi 4 , cos(x) < sen(x) x < 1. Como limx→0 cos(x) = 1 = limx→0 1, pelo teorema do confronto, 70 . lim x→0 sen(x) x = 1 . A partir dessa igualdade podemos dizer que, para mo´dulo de x suficientemente pequeno, sen(x) x ∼= 1 ou x ∼= sen(x). Interprete geometricamente. . 6.23 Exerc´ıcios. . 1. Calcule (a) limx→0 tg(x) x (b) limx→0 sen(3x) x (c) limx→p tg(x)−tg(p) x−p 71 . 7. Extenso˜es do Conceito de Limite . • Limite no Infinito. • Limites Infinitos. Limites no Infinito . 7.1 Definic¸a˜o . Seja f uma func¸a˜o e suponhamos que existe a tal que ]a, +∞[⊂ Dom(f). Definimos limx→+∞f(x) = L ⇔ ∀� > 0,∃δ > a, tal que x > δ ⇒ L− � < f(x) < L + �. . Figura 7.1 . 7.2 Definic¸a˜o . Seja f uma func¸a˜o e suponhamos que existe a tal que ]−∞, a[⊂ Dom(f). Definimos limx→−∞f(x) = L ⇔ ∀� > 0,∃δ > 0, com −δ < a, tal que x < −δ ⇒ L− � < f(x) < L + �. . 72 Figura 7.2 . 7.3 Exerc´ıcio. Calcule limx→+∞ 1x e justifique. . 7.4 Teorema. Sejam f e g duas func¸o˜es tais que Im(f) ⊂ Dom(g) e limx→+∞ f(x) = a (a) Se g for cont´ınua em a, enta˜o limx→+∞g(f(x)) = g(a). (b) Se g na˜o e´ cont´ınua em a mas existe o limite limu→a g(u), enta˜o limx→+∞g(f(x)) = lim u→a g(u) 73 . 7.5 Teorema. Seja k uma constante e suponhamos que limx→+∞ f(x) = L e limx→+∞ g(x) = L1. Enta˜o (a) limx→+∞[f(x) + g(x)] = L + L1. (b) limx→+∞ kf(x) = k limx→+∞ f(x) = kL. (c) limx→+∞ f(x)g(x) = LL1. (d) limx→+∞ f(x) g(x) = L L1 , desde que L1 6= 0. z Observamos que os teoremas acima continuam va´lidos se substituirmos << x → +∞ >> por << x → −∞ >> . z Assim mesmo, o teorema do confronto continua va´lido no caso de limites no infinito. Isto e´, quando x → +−∞. . . 7.6 Exerc´ıcios.. 1. Calcule limx→+∞ 1xn , onde n > 0 e´ um nu´mero natural dado. 2. Calcule lim x→+∞ x5 + x4 + 1 2x5 + x + 1 . 3. Calcule lim x→+∞ 3 √ x3 + 2x− 1√ x2 + x + 1 4. Sejam f e g definidas em [a, +∞[ e tais que limx→+∞ f(x)g(x) = 0, limx→+∞g(x) = 0 e g(x) 6= 0 para todo x ≥ a. Calcule, caso exista, limx→+∞ f(x). . 74 Limites Infinitos . 7.7 Definic¸a˜o . Suponhamos que exista a tal que ]a, +∞[⊂ Dom(f). definimos (a) limx→+∞ f(x) = +∞⇔ ∀� > 0, ∃δ > 0, com δ > a, tal que x > δ ⇒ f(x) > �. (b) limx→+∞ f(x) = −∞⇔ ∀� > 0, ∃δ > 0, com δ > a, tal que x > δ ⇒ f(x) < −�. . 7.8 Definic¸a˜o . Sejam f uma func¸a˜o , p um nu´mero real e suponhamos que exista b tal que ]p, b[⊂ Dom(f). Definimos lim x→p+ f(x) = +∞⇔ ∀� > 0,∃δ > 0, com p + δ < b, tal que p < x < p + δ ⇒ f(x) > �. . Figura 7.3 . 7.9 Observac¸a˜o . Na˜o e´ dif´ıcil concluir as definic¸o˜es dos seguintes limites lim x→p+ f(x) = −∞; lim x→−∞ f(x) = +∞; lim x→−∞ f(x) = −∞; lim x→p− f(x) = +∞; lim x→p− f(x) = −∞; lim x→p f(x) = +∞; e lim x→p f(x) = −∞ 75 . 7.10 Exerc´ıcios. 1. Calcule limx→0+ 1x e justifique. 2. Calcule limx→+∞ x e justifique. . 7.11 Teorema. (a) limx→+∞ f(x) = +∞ limx→+∞ g(x) = +∞ ⇒ limx→+∞[f(x) + g(x)] = +∞ limx→+∞ f(x)g(x) = +∞ (b) limx→+∞ f(x) = L, L real, limx→+∞ g(x) = +∞ ⇒ limx→+∞ f(x)g(x) = +∞, se L > 0 limx→+∞ f(x)g(x) = −∞, se L < 0 (c) limx→+∞ f(x) = −∞ limx→+∞ g(x) = +∞ ⇒ limx→+∞ f(x)g(x) = −∞ (d) limx→+∞ f(x) = L, L real, limx→+∞ g(x) = +∞ ⇒ limx→+∞[f(x) + g(x)] = +∞ (e) limx→+∞ f(x) = L, L real, limx→+∞ g(x) = −∞ ⇒ limx→+∞[f(x) + g(x)] = −∞ (f) limx→+∞ f(x) = −∞ limx→+∞ g(x) = −∞ ⇒ limx→+∞[f(x) + g(x)] = −∞ limx→+∞ f(x)g(x) = +∞ (g) limx→+∞ f(x) = L, L real, limx→+∞ g(x) = −∞ ⇒ limx→+∞ f(x)g(x) = −∞, se L > 0 limx→+∞ f(x)g(x) = +∞, se L < 0 76 . 7.12 Observac¸o˜es . (a) O teorema anterior continua va´lido se substituirmos << x → +∞ >> por << x → −∞ >> ou por << x → p+ >> ou por << x → p− >> ou por << x → p >> . (b) O teorema anterior sugere-nos como operar com os s´ımbolos +∞ e −∞ : +∞+ (+∞) = +∞; −∞+ (−∞) = −∞; L.(+∞) = +∞ se L > 0; L.(+∞) = −∞ se L < 0; L.(−∞) = −∞ se L > 0; L.(−∞) = +∞ se L < 0; L + (+∞) = +∞ se L ∈ R; L + (−∞) = −∞ se L ∈ R; +∞(+∞) = +∞; (−∞)(−∞) = +∞; e +∞.(−∞) = −∞. (c) Mas, mostraremos futuramente que existe indeterminac¸o˜es , ou seja, na˜o podemos afirmar nada : +∞− (+∞); −∞− (−∞); 0.∞; ∞∞ ; 0 0 ; 1∞; 00 e ∞0. . 7.13 Exerc´ıcios. 1. Calcule lim x→+∞ x3 + 3x− 1 2x2 + x + 1 2. Suponha que limx→p+ f(x) = 0 e que existe r > 0 tal que f(x) > 0 para p < x < p + r. Prove que lim x→p+ 1 f(x) = +∞. 3. Calcule limx→+∞(x4 − 3x + 2) 4. Calcule limx→+∞ x+1x2−2 77 . 8. A Derivada • A Reta Tangente. • A Derivada de uma Func¸a˜o . • Continuidade das Func¸o˜es Deriva´veis. • Derivadas Laterais. A Reta Tangente. > > Q )F(a)P (?a+h,F(a+h))(a, Figura 8.1 Seja F uma func¸a˜ocont´ınua e P (a, F (a)) um ponto sobre a curva. Analisaremos agora, o ca´lculo da inclinac¸a˜o (coeficiente angular) da reta tangente a` curva trac¸ada por F no ponto P. Para analisarmos esta questa˜o , escolhemos um nu´mero pequeno, h, diferente de zero. Sobre o gra´fico, marcamos o ponto Q(a+h,F(a+h)). Trac¸amos uma reta secante que passa pelos pontos P and Q. A inclinac¸a˜o desta reta e´ dada por: mPQ = F (a + h)− F (a) h Vamos fixar o ponto P, e mover Q ao longo da curva, aproximando-se de P, i.e., h → 0 (dizemos que h tende a 0). Note que a reta secante se aproxima a um posic¸a˜o limite. Desejamos que essa posic¸a˜o limite seja a reta tangente. Assim, caso a reta tangente a` curva trac¸ada por F no ponto P exista, mPQ tambe´m se aproxima do coeficiente angular dessa reta tangente: m = lim h→0 F (a + h)− F (a) h Denotaremos este coeficiente angular da reta tangente a` curva y = F (x) que passa pelo ponto (a, F (a)) por m = F ′ (a). 78 No caso que exista F ′ (a), a equac¸a˜o da reta tangente e´ : y − F (a) = F ′(a)(x− a) No caso em que lim h→0 F (a + h)− F (a) h = ∞ Enta˜o a reta tangente e´ x = a. A Derivada de uma Func¸a˜o . . 8.1 Definic¸a˜o . A Derivada de uma func¸a˜o F e´ a func¸a˜o F ′ cujo valor em x e´ F ′ (x) = lim h→0 F (x + h)− F (x) h sempre que o limite exista. O limite F ′ (x) ( leˆ-se F linha de x ) e´ chamado a Derivada de F em x. Dizemos que F e´ uma func¸a˜o diferencia´vel ou deriva´vel se for diferencia´vel para todo x ∈ Dom(F ). . . 8.2 Notac¸o˜es . Outras notac¸o˜es podem ser usadas no lugar de y = F ′ (x) : • DxF (x) (leˆ-se derivada de F (x) em relac¸a˜o a x ). • Dxy (leˆ-se derivada de y em relac¸a˜o a x ). • ∂F ∂x (leˆ-se derivada de F em relac¸a˜o a x ). . Continuidade de Func¸o˜es Deriva´veis. Observamos que se uma func¸a˜o e´ cont´ınua em a na˜o necessa´riamente e´ deriva´vel em a. Por exemplo, a func¸a˜o F (x) = |x| e´ cont´ınua em x = 0, mas na˜o e´ deriva´vel em x = 0. A rec´ıproca pore´m e´ verdadeira, como mostra o seguinte teorema. . 8.3 Teorema. Toda func¸a˜o deriva´vel num ponto a e´ cont´ınua nesse ponto. . 79 Derivadas Laterais. Se a func¸a˜o y = F (x) esta´ definida em a, enta˜o : • A Derivada a` direita de F em x = a, denotada por F ′+(a), e´ definida por F ′ +(a) = lim h→0+ F (a + h)− F (a) h = lim x→a+ F (x)− F (a) x− a • A Derivada a` esquerda de F em a, denotada por F ′−(a), e´ definida por F ′ −(a) = lim h→0− F (a + h)− F (a) h = lim x→a− F (x)− F (a) x− a 80 . 9. A Derivada como Taxa de Variac¸a˜o . • Acre´scimos. • Taxa de variac¸a˜o Me´dia. • Taxa de variac¸a˜o Instanta´nea. • Diferencial. Acre´scimos. Seja a func¸a˜o y = f(x), onde x e´ uma varia´vel independente e y e´ a varia´vel dependente.Se x varia de x1 a x2, definimos o Acre´scimo de x, denotado por 4x, como 4x = x2 − x1 ? Observamos que 4x pode ser positiva, negativa, ou zero. A variac¸a˜o de x origina uma correspondente variac¸a˜o ou acre´scimo de y, denotada por 4 y, dada por 4 y = f(x2)− f(x1) = f(x1 +4x)− f(x1) Ver figura abaixo. > > X 1 X 2 X 1 )(f X )( 2f 4Y 4 X Figura 9.1 81 Taxa Me´dia de Variac¸a˜o . A Taxa me´dia de variac¸~ao y = f(x), em relac¸a˜o a x no intervalo [x1, x2] e´ 4 y 4x = f(x2)−f(x1) x2−x1 = f(x1+4x)−f(x1) 4x , 4x 6= 0 ? Geome´tricamente, uma taxa me´dia de variac¸~ao e´ o coeficiente angular da reta secante que passa pelos pontos (x1, f(x1)), (x2, f(x2)) . Taxa de Variac¸a˜o Instantaˆnea. A Taxa de variac¸~ao Instanta^nea ou Taxa de Variac¸~ao de y = f(x) em relac¸a˜o a x e´ a derivada de f no ponto x. f ′ (x) = lim4x→0 f(x+4x)−f(x) 4x ? Geome´tricamente, uma taxa de variac¸~ao e´ o coeficiente angular de uma reta tangente. Diferencial. Sejam y = f(x) uma func¸a˜o deriva´vel e ∆ x um acre´scimo de x. Definimos a. A diferencial a varia´vel independente x, denotada por dx, como dx = ∆ x; b. A diferencial a varia´vel dependente y, denotada por dy, como dy = f ′ (x)∆ x = f ′ (x)d x De acordo com a definic¸a˜o anterior, podemos escrever dy dx = f ′ (x). ? Observamos que, quando ∆ x torna-se muito pequeno, o mesmo ocorre com a diferenc¸a ∆ y − dy. Em outras palavras, ∆ y e´ aproximadamente igual a dy, desde que o ∆ x seja um valor suficientemente pequeno. Isto denotamos por ∆ y ∼= d y. 9.1 Exemplos. 1. Se y = 6x2 − 4, calcule ∆ y e dy para x = 2 e ∆ x = 0, 001. Usando a definic¸a˜o de ∆ y, temos ∆ y = f(x1 + ∆ x)− f(x1) = f(2 + 0, 001)− f(2) = 20, 024006− 20 = 0, 024006. 82 Usando a definic¸a˜o de d y, temos d y = f ′ (x).∆ x = 12x.∆ x = 12.2.0, 001 = 0, 024. Observamos que a diferenc¸a ∆ y − d y = 0, 000006 seria menor caso usa´ssemos um valor menor que 0, 001 para ∆ x. 2. Calcule um valor aproximado para √ 65, 5 usando diferenciais. 3. Uma corrente existe sempre que a carga ele´trica se move. A Figura 9.2 ilustra a parte de um fio e eletrons movimentando-se atrave´s de uma superf´ıcie plana sombreada. Se 4Q for a quantidade de carga l´ıquida que passa atrave´s dessa superf´ıcie durante um per´ıodo de tempo 4t, enta˜o a corrente me´dia durante esse intervalo de tempo e´ definida como corrente me´dia = 4Q 4t = Q2 −Q1 t2 − t1 Se fizermos o limite dessa corrente me´dia sobre intervalos de tempo cada vez meno- res, obteremos o que chamamos de corrente I em um dado instante t1 : I = lim 4t→0 4Q 4t = ∂Q ∂t Assim, a corrente e´ a taxa na qual o fluxo de carga atravessa uma superf´ıcie, medida em unidades de carga por unidade de tempo (frequ¨entemente coulombs por segundo, chamado de ampe`res). Figura 9.2 83 9.2 Observac¸a˜o . A velocidade, a densidade, a corrente, a poteˆncia e o gradiente da temperatura na f´ısica; a taxa de reac¸a˜o e a compressibilidade na quimica; a taxa de crescimento e o gradiente da velocidade do sangue na biologia; o custo e o lucro marginal na economia; a taxa do fluxo do calor na biologia; o custo e o lucro marginal na economia; a taxa do fluxo do calor na geologia; a taxa do desenvolvimento do desempenho na psicologia; a taxa de espalhamento de um boato na sociologia - todos esses sa˜o casos especiais de um u´nico conceito matema´tico, a derivada. Isto e´ uma ilustrac¸a˜o do fato de que parte do poder da matema´tica esta´ em sua abstrac¸a˜o . Um u´nico conceito matema´tico abstrato (tal como derivada) pode ter inter- pretac¸o˜es diferentes em cada uma das cieˆncias. Quando desenvolvemos as propriedades do conceito matema´tico de uma vez por todas, podemos voltar e aplicar esses resultados para todas as cieˆncias. Isso e´ muito mais eficiente do que desenvolver propriedades de conceitos especiais separadas para cada cieˆncia. O matema´tico franceˆs Joseph Fourier(1768 - 1830) coloco isso sucintamente: ´´ Os matema´ticos comparam os mais diversos fenoˆmenos e descobrem as analogias secretas que nos unem ´´. 84 . 9.3 Exerc´ıcios. 1. Mede-se a aresta de um cubo, encontrando-se 12 cm como resultado. Conclui-se, dai, que o volume e´ de 123 = 1728 cm3. Se a medic¸a˜o da aresta tiver sido feita com precisa˜o de 2%, qual sera´, aproximadamente, a precisa˜o no ca´lculo do volume ? 2. Suponhamos que o custo total, em reais, da produc¸a˜o de q unidades de determinado produto seja C(q) = 3q2 + 5q + 10. Se o n´ıvel atual de produc¸a˜o for de 40 unidades, fac¸a uma estimativa de como o custo total variara´ caso se produzam 40,5 unidades. 3. Avalie o maior erro percentual admiss´ıvel na medic¸a˜o do raio de uma es- fera, se se desejar que o erro cometido no ca´lculo de seu volume, calculado pela fo´rmula V = 4pir 3 3 , na˜o exceda 8%. 4. Uma bola, confecionada emcouro de 1 8 cm de espessura, possui diaˆmetro interno de 81 2 cm. Avalie o volume da camada de couro dessa bola. 5. No estudo de ecossistemas, o modelo PREDADOR - PRESA e´ muitas vezes usado para estudar a interac¸a˜o entre as espe´cies.Considere uma populac¸a˜o de lobos da tundra, dada por W (t), e caribus, dada por C(t) no norte do Canada´.A interac¸a˜o tem sido modelada pelas equac¸o˜es : dC dt = aC − bCW dW dt = −cW + dCW (a) Que valores de dC dt e dW dt correspondem a populac¸o˜es esta´veis ? (b) Como representar matematicamente a afirmativa << O caribu esta´ se extinguindo >> ? (c) Suponha que a = 0, 05, b = 0, 001, c = 0, 05 e d = 0, 0001. Encontre todos pares (C,W ) que levam populac¸o˜es esta´veis. Se- gundo esse modelo,e´ poss´ıvel para as espe´cies viverem em harmonia, ou uma ou as duas espe´cies acabam por se extinguir ? . 85 . 10. Regras de Derivac¸a˜o • Tabela Geral de Derivadas. • Derivada da Func¸a˜o Composta ( Regra da Cadeia ). • Derivada da Func¸a˜o Inversa. • Derivao Impl´ıcita. • Derivada de uma Func¸a˜o na Forma Parame´trica. Tabela Geral de Derivadas. Nesta tabela u e v s~ao func¸~oes deriva´veis de x e c, α, e a s~ao constantes. . • y = c ⇒ y′ = 0 • y = xα, α 6= 0 ⇒ y′ = α.xα−1 • y = ex ⇒ y′ = ex • y = loga(x) ⇒ y′ = 1x . logae,∀x > 0 • y = ln(|x|) ⇒ y′ = 1 x , ∀x 6= 0 • y = c.u ⇒ y′ = c.u′ • y = u + v ⇒ y′ = u′ + v′ • y = u.v ⇒ y′ = u′ .v + u.v′ • y = u v = u ′ .v − u.v′ v2 , v 6= 0 • y = uα, α 6= 0 ⇒ y′ = α.uα−1.u′ • y = au(1 6= a > 0) ⇒ y′ = au.ln(a).u′ • y = eu ⇒ y′ = eu.u′ • y = loga(u) ⇒ y′ = u ′ u . logae . 86 . • y = ln(u) ⇒ y′ = u′ u • y = uv, u > 0 ⇒ y′ = v.uv−1u′ + uv.ln(u).v′ • y = sen(u) ⇒ y′ = cos(u).u′ • y = cos(u) ⇒ y′ = −sen(u).u′ • y = tg(u) ⇒ y′ = sec2(u).u′ • y = cotg(u) ⇒ y′ = −cosec2(u)u′ • y = sec(u) ⇒ y′ = sec(u).tg(u).u′ • y = cosec(u) ⇒ y′ = −cosec(u).cotg(u).u′ • y = arcsen(u) ⇒ y′ = u ′ √ 1− u2 • y = arccos(u) ⇒ y′ = −u ′ √ 1− u2 • y = arctg(u) ⇒ y′ = u ′ 1 + u2 • y = arccotg(u) ⇒ y′ = −u ′ 1 + u2 • y = arcsec(u), |u| ≥ 1 ⇒ y′ = u ′ |u|√u2 − 1 , |u| > 1 • y = arccosec(u), |u| ≥ 1 ⇒ y′ = −u ′ |u|√u2 − 1 , |u| > 1 . 87 Regra da Cadeia. Em muitas situac¸o˜es pra´ticas, a quantidade em estudo e´ dada como func¸a˜o de uma varia´vel que,por sua vez, e´ func¸a˜o de outra varia´vel.Nesse caso, a taxa de variac¸a˜o da quantidade em relac¸a˜o a` segunda varia´vel e´ igual a` taxa de variac¸a˜o da quantidade em relac¸a˜o a` primeira varia´vel multiplicada pela taxa de variac¸a˜o da primeira em relac¸a˜o a` segunda. Suponhamos que, por exemplo, o custo total de produc¸a˜o de uma certa fa´brica seja func¸a˜o do nu´mero de unidades produzidas que, por sua vez, e´ func¸a˜o do nu´mero de horas de funcionamiento da fa´brica. Sejam C, q e t o custo, o nu´mero de unidades e o nu´meros de horas, respectivamente. Enta˜o , dC dq = taxa de variac¸a˜o do custo (reais por unidade) em relac¸a˜o a` produc¸a˜o e dq dt = taxa de variac¸a˜o das unidades produzidas (unidades por hora) em relac¸a˜o ao tempo. O produto destas duas taxas e´ a taxa de variac¸a˜o do custo em relac¸a˜o ao tempo: dC dq dq dt = taxa de variac¸a˜o do custo ( reais por hora ) em relac¸a˜o ao tempo. Como a taxa de variac¸a˜o do custo em relac¸a˜o ao tempo tambe´m e´ dada pela derivada dC dt , segue-se que dC dt = dC dq dq dt . Esta fo´rmula constitui um caso particular de uma regra importante denominada Regra da Cadeia. . 10.1 Teorema . Derivada da Func¸a˜o Composta (Regra da Cadeia) Se y = g(u), u = f(x) e as derivadas dy du e du dx existem, enta˜o a func¸a˜o composta y = g[f(x)] tem derivada que e´ dada por dy dx = dy du . du dx ou y ′ (x) = g ′ (u).f ′ (x) . 88 z Note que uma forma de lembrar da regra da cadeia consiste em imaginar que as derivadas dy dx e du dx sa˜o quocientes. Assim sendo, podemos cancelar du, reduzindo a expressa˜o dy du .du dx , no segundo membro, a` expressa˜o dy dx do primeiro membro. . 10.2 Exerc´ıcios. 1. Calcule dy dx , sendo y = u3 − 3u2 + 1 e u = x2 + 2. 2. Calcule dy dx para x = 1, sendo y = u u+1 e u = 3x2 − 1. 3. y = tg(cos(x)) 4. y = e5sen(θ) 5. y = 23 x 2 6. y = sen 2(x) cos(x) 7. Calcule a derivada da func¸a˜o f(x) = √ x2 + 3x + 2. 8. Calcule a derivada da func¸a˜o f(x) = (3x + 1)4(2x− 1)5 e simplifique a resposta encontrada. . 10.3 Teorema. Derivada da Func¸a˜o Inversa Seja y = f(x) uma func¸a˜o definida num intervalo aberto (a, b). Suponhamos que f(x) admita uma func¸a˜o inversa x = f−1(y) cont´ınua.Se f ′ (x) existe e e´ diferente de zero para qualquer x ∈ (a, b), enta˜o f−1 e´ deriva´vel e vale [f−1] ′ (y) = 1 f ′ [f−1(y)] . 89 . 10.4 Exerc´ıcios. 1. Determine as derivadas das func¸o˜es trigonome´tricas inversas. 2. Determine a derivada da func¸a˜o Logar´ıtmica. 3. Calcule d dx ln(sen(x)). 4. Diferencie f(x) = ln(x + √ x2 − 1) 5. Diferencie y = x 3 4 √ x2+1 (3x+2)5 . usando logar´ıtmos. 6. Provar que lim x→0 (1 + x) 1 x = e 7. Determine as derivadas das func¸o˜es hiperbo´licas e das respectivas inver- sas. Derivac¸a˜o Impl´ıcita. Consideremos a equac¸a˜o F (x, y) = 0 (?) Dizemos que a func¸a˜o y = f(x) e´ definida implicitamente pela equac¸a˜o (?), se ao substi- tuirmos y por f(x) em (?), esta equac¸a˜o se transforma numa identidade. . 10.5 Exemplos. 1. A equac¸a˜o x2+ 1 2 y−1 = 0 define implicitamente a func¸a˜o y = 2(1−x2). 2. A equac¸a˜o x2 + y2 = 4 define, implicitamente,uma infinidade de func¸o˜es ? 3. A equac¸a˜o x2 + 1 2 y − 1 = 0 define implicitamente a funca˜o h(x) = √ 4− x2, para −2 ≤ x ≤ 0 ; −√4− x2, para 0 < x < 1 ? . 90 . 10.6 Observac¸a˜o . • Nem sempre e´ poss´ıvel encontrar a forma expl´ıcita de uma func¸a˜o de- finida implicitamente. Por exemplo, como explicitar uma func¸a˜o y = f(x) definida pela equac¸a˜o y4 + 3xy + 2lny = 0? • Mas, se a func¸a˜o definida implicitamente e´ deriva´vel, usando a Regra da Cadeia podemos encontrar a derivada desta func¸a˜o , sem necessidade de explicita´-la. Podemos derivar a func¸a˜o h(x) do exemplo 3 ? . Derivac¸a˜o de uma Func¸a˜o na Forma Parame´trica. Sejam x = x(t) (I) y = y(t) duas func¸o˜es da mesma varia´vel real t ∈ [a, b]. Se as func¸o˜es x = x(t) e y = y(t) sa˜o cont´ınuas, quando t varia de a ate´ b, o ponto P (x(t), y(t)) descreve uma curva no plano. Ver figura abaixo. As equac¸o˜es (I) sa˜o chamadas equac¸o˜es parame´tricas da curva e t e´ chamado paraˆmetro. Figura 10.1 91 Vamos supor agora, que a func¸a˜o x = x(t) admite uma func¸a˜o inversa t = t(x). Neste caso, podemos escrever y = y[t(x)] e dizemos que as equac¸o˜es (I) definem y como uma Func¸a˜o de x na Forma Parame´trica. Por outro lado, aplicando a Regra da Cadeia e o Teorema da Func¸a˜o Inversa, obtemos a Derivada da Func¸a˜o y = y(x) dada na Forma Parame´trica (I). dy dx = y ′ (t) x′(t) . 10.7 Exercicios. 1. Graficar a func¸a˜o dada na forma parame´trica: x = 2cos(t) y = 2sen(t), t ∈ [0, pi] 2. Calcular a derivada dy dx = y ′ (t) x′(t) da func¸a˜o y(x) definida na forma parame´trica pelas equac¸o˜es : x = 3t− 1 y = 9t2 − 6t . 92 . 10.8 Exerc´ıcios de Revisa˜o . 1. Usando a definic¸a˜o , provar que se n for um inteiro positivo, enta˜o d dx (xn) = nxn−1 2. Usando logar´ıtmos, provar que se n for um nu´mero real, enta˜o d dx (xn) = nxn−1 3. Diferencie a func¸a˜o f(x) = x √ x + 1 x2 √ x + x2 + 4x + 3√
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