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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO PELO FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS Acadêmico de Direito do 9º NA, Faculdades Integradas dos Campos Gerais – CESCAGE – VICTOR FELIPE LOPES O atendimento à Saúde constitui dever fundamental da Administração Pública, instituído sob a forma solidária entre as três esferas de Governo, conforme se extrai dos artigos 196 e 198 da Constituição Federal, assim interpretado pela jurisprudência recém consolidada no Supremo Tribunal Federal. Assim, por se tratar de decorrência imediata do dever solidário inerente aos três poderes em garantir o direito fundamental à Saúde (CF, artigos 196 e 198), não há dúvida acerca da responsabilidade do Estado pelo fornecimento dos medicamentos, sem prejuízo de eventual ressarcimento ou compensação recíprocos a ser resolvido na esfera administrativa, entre União e Estado ou Município. A Constituição Federal e a Lei Orgânica de Saúde consagraram a prevalência dos direitos fundamentais à vida e à saúde que, em certos casos concretos, são flagrantemente vulnerados. Nesse contexto fundamental, que defende a vida, a dignidade e a saúde das pessoas e, sobretudo, visando o atendimento integral nessa área, a Constituição Federal impõe que as ações e serviços públicos de saúde constituam um sistema único, conferindo prioridade aos serviços assistenciais, por exemplo o atual Sistema Único de Saúde - SUS. Logo, sendo a saúde direito do cidadão e dever do Estado, esse direito há de ser satisfeito de modo integral e gratuito, em consonância com as disposições da Constituição e da Lei Orgânica da Saúde, o que compreende atenção individualizada, ou seja, para cada caso e em todos os níveis de complexidade. A exegese do direito à vida, conjugado com a garantia fundamental da igualdade, impõe a conclusão que, nos casos de doença, todos, independentemente de sua condição econômica, têm direito a tratamento condigno e integral, de acordo com o atual estado da ciência e da medicina, a partir do que conclui o médico que presta o atendimento a seus pacientes. Não é por outra razão que a Constituição Federal e a Lei Federal nº 8.080/1990 tutelam firmemente o direito à saúde e impõem ao estado o dever de garantir esse direito, reconhecendo ao usuário um direito público subjetivo que o legitima a exigência desse acesso e a assistência do Poder Público. Dessa forma, não só pela impossibilidade econômica para arcar com os custos de aquisição de certos medicamentos para o seu devido tratamento, principalmente, por estar-se diante de um direito fundamental violado, e que, se respeitado, proporcionaria ao indivíduo a oportunidade de manutenção e consequente melhora na sua qualidade de vida. Com tudo isso, diante do desrespeito reiterado aos direitos mais evidentes em alguns casos concretos, mediante o descumprimento contínuo dos deveres da Administração Pública para com os administrados, é que constantemente se pleiteia a tutela jurisdicional, no sentido de se garantir a todos o direito de viver com o mínimo de dignidade e respeito. Palavras-chave: Responsabilidade, Estado, Medicamentos, Saúde.
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