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QF – aula 2 – HIPERGLICEMIANTES ORAIS E INSULINA Ate a década de 70/80 a insulina era isolada do porco ou do boi. As insulinas eram mt parecidas, essas pequenas diferenças davam origem a respostas alérgicas. Antes isola-las vamos entender como ela é produzida pelo nosso corpo. A insulina é produzida como uma pré-pró-insulina. O pepBdeo sinal é clivado, gerando a pro- insulina, que é a insulina em si + o pepBdeo c. O pepBdeo c serve apenas para orientar a sequencia primaria de forma que ela se enovele e forme essas pontes de dissulfeto intra ou intermolecular que vão estabilizar a estrutura da insulina. Uma vez formadas essas pontes de dissulfeto, o pepBdeo c é clivado e dai teremos a insulina propriamente dita. Sao 51 aa no total, 21 da cabeia A e 30 da cadeia B. Ele mostrou apenas os que são importantes ou para a interação ou pra estabilização da insulina com seu receptor. Depois desse conhecimento podemos usar a técnica de DNA recombinante para clonar o gene que codifica a insulina e então obter a insulina humana. Ou podemos fazer mutações nesse gene pra obter insulinas com propriedades fisico- quimicas diferentes. Foi assim que chegou por exemplo aos diversos Tpos de insulina. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Primeira coisa é o estado OLIGOMERICO dessas proteínas (é proteína mas vamos tratar como hormônio). {Proteínas Oligoméricas - Formadas por mais de uma cadeia polipepBdica; São as proteínas de estrutura e função mais complexas.} A insulina é armazenada na forma de um hexano. Ai tem 6 cadeias de insulina mas ele destacou uma delas, se a gente rodar a figura encontra as outras. La nas vesículas esse hexano existe graças a coordenação com o zinco (ele estabiliza a insulina). Descobriu-se também que alguns álcoois de cadeia alquilica, o fenol e o m- cresol, causam uma mudança conformacional na insulina que estabiliza as ligacoes que formam o hexano. Fenol passa do rosa, o estado relaxado, para o azul, o estado tenso [ Ta trocado na figura]. Dagoberto Realce Pq o estado oligomerico é importante? Para a estabilidade. Quando a insulina se transforma em hexamero, alguns dos seus resíduos fica escondido e portanto menos suscepBveis a degradação, como por exemplo a asparagina. A asparagina sofre uma reação de deaminacao, principalmente em condições acidas. So que a insulina so e aTva na forma monomerica. A gente administra pro paciente a insulina que tem tanto cresol como zinco, ocorre o seguinte: inicialmente O cresol que eh hidrossoluvel vai diluir no local da aplicacao. conforme ele vai diminuindo a concentracao dele, eu desestabilizo o hexamero. So quem mantem o hexamero eh a coordenacao com o zinco. Quando o zinco saio hexamero comeca a se desfazer, primeiro pra dimero e depois pra monomero. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce E eh o monomero que vai interagir com o receptor. ➡Esse processo basicamente eh o que determina se insulina vai ter perfil de acao rapido ou prolongado! Eh o tempo de leva pra dissociacao desse hexamero. Portanto a acao maxima da insulina, seu pico, vai ocorrer duas a tres horas depois da adm. Ate toda a dose administrada ser degradada eu tenho uma acao por volta de 5 a 8 horas, exigindo entao que o paciente fizesse varias administracoes por dia (o que nao deve ser nada legal). Entao a apliacao deve ser feita antes da refeicao, pra que eu nao tenha um pico glicemico. Por outro lado, a depender a variabilidade por paciente isso vai ocorrer mais rapidamente ou mais lentamente. E o contrario pode ocorrer, aumento da insulina antes do aumento da glicose, um pico hipoglicemico. O ideal seria entao que eu Tvesse uma insulina com um pico de acao mais rapido, nesse pensamento foram feitas posteriormente modificacoes nos genes que codificam esses aminoacidos (desconsiderando que aa sofre mutacoes - ?). Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce MUDANCAS FEITAS NA ESTRUTURA PRIMARIA DA INSULINA PARA QUE SE TENHA UMA DISSOCIACAO MAIS RAPIDA DO HEXAMERO A primeira estrategia foi fazer uma inversao dos aa Prolina e Lisina (prolina 28 , lisina 29). Quando tem essa inversao – lisina 28 e prolina 29 – ha uma alteracao da interface desses oligomeros, de forma que isso fica desestabilizado. E ai ao inves de passar de hexamero pra trimero, pra dimero, pra monomero quando sai o cresol e o zinco a estrura do hexamero vai de uma vez pra monomero. O pico de acao entao cai pra 1 hora, e o paciente pode entao fazer a adm muito mis proxima do horario de refeicao, reduzindo os problemas de hipoglicemia. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce A mesma estrategia foi uTlizada pra desenvolver a INSULINA ASPARTICA. Agora ha uma subsTtuicao da prolina 28 (que eh um aa ciclico, polar) por um asparTco. Isso gera reducao eletrostaTca, ou uma desestabilizacao da interface. (Correcao prolina pra asparTco, no slide tem lisina por asparTco). A terceira insulina que se tem no mercado eh a GLULISINA. Ha uma subsTtuicao da lisina 29 por um glutamico ( de nv ta errado no slide - ? ). Onde Tnha carga posiTva, passa a ter carga negaTva. Ai sim na posicao 3 onde Tnha uma asparagina, tem agora uma glicina com carga posiTva. Essa molecula de insulina agora carregada vai ter uma dissociacao mt mais rapida. Isso resolve o problema do pico inicial, mas eu tenho um pico de insulina e depois cai a niveis basais. Se eu uTlizo apenas insulinas de acao rapido, eu resolvo o problema de pico inicial. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Como fazer pra ter a manutencao dos niveis basais? Historicamente isso foi feito com a co- cristalizacao da insulina com uma protamina! Ela eh comercilizada na forma NPH, neutro protamin hagendor (?). Essa co-cristalizacao forma microcristais. Esses microcristais tem que ser desfeitos pra dissociar o oligomero. O tempo pra desfazer esses microcristais e dissociar o oligomero eh que faz a acao prolongada – de 18 a 24h. Agora da pra fazer entao uma mistura de insulinas de acao rapida e insulinas de acao lenta – uma combinacao de acao bifasica. Sao as insulinas conhecidas pelas siglas NPL e NPA (prolina/ lisina e prolina/asparTco). No que se refere a tempo de acao nao ha diferencas estaTsTcas de uma pra outra. De certa forma resolveu o problema da mulTpla injecao, porem ainda nao da pra manter os niveis basais (principalmente pq a duracao eh de 18 a 24 horas, agora eu temho problema de hipoglicemia maTnal). Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Na tentaTva decontornar isso modificaram a estabilidade ou o tempo de dissociacao do oligomero. Pensou-se: se quando eu tenho um co-cristal eu tenho um tempo de dissolucao grande eu poderia fazer modificacoes na estrutura da insulina pra que ela precipita-se sozinha. Eu altero o ponto isoeletrico dela, que era de 5.4 pra 6.7, mais proximo do pH fisiologico. Uma proteina perto do seu pI tem hidrossolubilidade minima. A adicao da arginina na posicao 38 e dessa outra na posicao 32 e uma glicina na posicao 21 (ta tudo ao contrario do slide mesmo) subsTtuindo a asparagina problemaTca, vao levar a GLARGINA. A glargina tem propensao pra formar microcristais. Essesmicrocristais vao demorar pra se dissolver e com isso eu vou ter um tempo de acao estendido. Essa estrategia eh parecida com o que a gnt viu pra pro-farmacos: adicao de um cadeia alquilica longa ligada num residuo basico. Pego uma acido graxo faco uma reacao com a lisina (base), tenho entao uma etolamida. A formacao dessa am da vai estabilizar o oligomero. E alem disso o aumento do logP vai favorecer a ligacao com a albumina. Isso eh interessante pq a dissolucao desses cristais varia muito de paciente pra paciente. Enquanto que a clivagem dessa amida eh muito mais regular de paciente pra paciente (esterases e amidases sao quase que constante de paciente pra paciente, como vimos antes pra pro-farmacos). Uma outra insulina de acao longa eh o DEGLUDE . Que agora tem modificacoes que estabilizam os trimeros, como se eu Tvesse um passo a mais na dissolucao. Alem disso tem uma cadeia alquilica longa que vai promover a reacao com a albumina. E o resultado disso tudo eh um tempo de acao muito longa, ao ponto de que alguns pacientes conseguem fazer a aplicacao em dias alternados. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce ALTERNATIVAS TERAPEUTICAS PRA TRATAR PACIENTES COM DIABETES TIPO 2 Sao alternaTvas pra reduzir a absorcao de carboidratos. Carboidratos complexos parasere. Absorvidos precisam ser clivados ate monosscarideos (ele vai se preocupar apenas com a transformacao de dissacarideos em monossacarideos). Temos duas enzimas principais que fezem essa funcao:a BETA-GALACTOSIDASE e ALFA-GLICOSIDASE. Moleculas que inibem a alfa-glicosidase vao retardar o processo de absorcao desses sacarideos, por isso nao vou ter um aumento abrupto de niveis glicemicos. Isso eh bom pra paciente que ainda secretam um pouco de insulina. Nao tem mt que falar desses farmacos, entao vai ser assim superficial mesmo. Pacientes do Tpo 2 as vezessecreta insulina mas em niveis insuficientes. A estrategia terapeuTca seria aumentar a secrecao de insulina sao os farmacos conhecidos como SECRETAGOGOS. E se eu vou esTmular a secrecao de insulina, eu preciso entender o mecanismo fisiologico em que isso acontece. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Vamos nos concentrar na celula la no pancreas, enquanto eu tenho glicose circulando, ela entra nessa celula atraves de um transportador do Tpo Glut2. Essa glicose eh converTda em glicose-6- fosfato que ao entrar no ciclo de krebs produz ATP que aTva um receptor que vai promover a despolarizacao e o influxo de calcio. O aumento do calcio intracelular vai promover que esses granulos de varias coisas mas que vao promover no final que esses granulos de insulina se fundam com a membrana e liberem insulina. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Sulfonilureas: Esses receptor alem de ter um siTo pra ATP ou uma regiao receptora para sulfonilureas. Sabe-se que o siTo foi descoberto muito tempo depois das SULFONILUREAS, por isso ele tem esse nome. As sulfonilureas foram descobertas na decada de 40, com aTvidade anTbioTca. Antes da insulinas as sulfas eram as unicas alternaTvas terapeuTcas pra tratar infecoes, mas percebeu-se que muitos pacientes Tnham crises hipoglicemicas. E a parTr de uma delas, um composto proTpo onde eu queria diminuir a aTvidade anTbacteriana e aumentar a Tvidade hipoglicemiante. Em destaque no slide tem um grupo que foi modificado pra gerar o composto protoTpo. Isso era um bioisostero, a alteracao feita foi uma flexibilizacao de uma cadeia alquilica. Ele agora nao tem mais aTvidade anTbacteriana mas que mesmo assim interage com o receptor de sulfonilurea na celula do pancreas. Pra fRente conseguir eliminar totalmente a Tvidade anTbacteriana, eu preciso Trar o grupo amino. Logo as sulfas hipoglicemiantes nao tm mais o grupo amino na posicao –para. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Na primeira geracao Tnhamos grupo alquilicos ou apolares em r2. Inicialmente com cadeias alquilicas, depois com cadeias ciclicas. Pra tentar resgatar quais seriam as conformacoes bioaTvas e ganhar maior potencia. Entao ha um aumento de potencia quando vai de cadeias alquilicas flexiveis para ciclos. Farmacos que tem cloro na posicao –para intrinsicamente estao protegidos do metabolismo, isso vai ter um consequencia na meia vida desse farmaco. Percebeu-se tambem que em r2 grupos menores do que eTla nao dao origem a farmacos aTvos. Na segunda geracao ficou manTdo fixo o grupo apolar ciclico em r2, e o que se variou foi basicamente grupo em r1 que agora passaram a ter um tamanho muito maior. User Nota Substituíntes em R2 menores que um grupo etil - torna INATIVOS! Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Do ponto de vista de quimica medicinal precisamos nos lembrar que esses farmacos sao sucepTveis ao metabolismo..como exemplo eu peguei a tolazamida que tem um grupo ciclio em r2 e uma meTla em –para, nos podemos ver entao que oxidacao na posicao benzilica da origem a metabolitos aTvos, assim como a hidroxilacao ( na verdade eh uma oxidacao na poiscao que ele nao sabe e ele disse que a hidroxila ta no lugar errado…nao sei o que escrever – para duvidas ouçam o audio 29:00 ate 29:30) do anel tambem nao leva a metabolitos inaTvos. Qual eh a consequencia disso tudo? Olhando para a gliprizida e clorpropamida vamos tentar entender qual a via metabolica eh principal pra elas? A clorpropamida tem um cloro na posicao –para logo nao vai poder sofrer oxidacao na posicao benzilica, entao o metabolismo vai ocorrer apenas na cadeia alquilica. A gliprizida vai ser metabolizada no anel. User Nota Pelo que entendi a Glipizida não sofrera metabolismo no anel aromático que tem o substituínte R1. E sim no substituinte R2 que é um ciclo-hexano. Ou seja, sofrera uma oxidação alquílica. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Isso tem influencia direta na meia vida desses farmacos. Mas e quanto a duracao da acao? Sera que a duracao da acao vai seer igual? Vimos que os metabolitos formados ainda sao aTvos, por isso eu tenho farmacos com meia vida curta mas tempo de acao longa! A clorpropamida tem tanto a meia vida longa quanto a duracao de acao longa tambem. E isso pode ser um problema, pq farmacos que tem duracao de acao muito longa podem ter efeitos colaterais. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Uma outra classe de farmacos que tem uma acao esTmulante sobre a secrecao de insulina eh a das METIGLINIDAS, nos quais encontramos farmacos como a repaglinida e a nateglinida. Embora alguns livros sugiram que o mecanismo de acao deles eh diferente das sulfonilureas, estudos de modelagem molecular mostraram que tanto as sulfonilureas quanto as meTglimidas adotam uma conformacao em U. Onde vc tem grupos apolares na parte de cima do U e a parte pepTdica embaixo. Quando a gnt olha oara as sulfonilureas nos vemos algo parecido com ps pepTdeos e grupos apolares. Entao ha indicios que esses farmacos agem pelo mesmo mecanismo de acao. Ha diferenca do ponto de vista farmacocineTco, s meTglinidas tem um inicio de acao mais rapido e por isso causam muito menos hipoglicemia que as sulfonilureas. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto RealceDagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Outro problemas de pacientes com uma outra forma de diabetes Tpo 2 eh quando o problema nao eh na secrecao mas eh na expressao dos receptores que levam a menor sensibilidade a insulina. Que algumas pessoas chamam de resistencia periferica a insulina. Uma forma de contornar esse problema da diabetes Tpo 2 eh sensibilindo os receptores encontrados nos tecidos perifericos e uma forma de fazer isso eh uTlizando farmacos da classe das BIGUANIDAS. As BIGUANIDAS embora tenham sido comercializadas a parTr da decada de 50 o principio do metodo ja era conhecido desde 1918. Onde descobriu-se que a guanidina reduz a glicemia. Eh claro que ninguem vai tomar a guanidina, pq eh mt toxico. Mas vejam que a fenformina foi o primeiro farmaco desse classe, e ele apresenta exatamente a guanidina (na verdade ele tem uma biguanidina). Devido a casos de acidose laTca ele saiu do mercado. Mas ele foi susbTtuido pela Mevormina que eh usado ate hoje. Baixo custo e bom perfil terapeuTco. Nela eu nao tenho problema de crise hipoglicemica, pq eu nao to esTmulando a secrecao de insulina, ela acontec de acirdo com esTmulos fisiologicos. O que acontece eh a sensibilizacao do receptor, logo nao ha problema de crise hipoglicemica. A mevormina tem mecanismo de acao atraves de uma aTvacao de uma adenisina difosfato monoquinase (AMP-quinase), que leva a sensibilizacao dos receptores ( nao vou flar pq vcs ja viram em outras disciplinas se eu falar vai se tornar repeTTvo). Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Outra classe de farmacos conhecida como potencializadores da insulina, eh a classe das GLITAZONAS. Que foi descoberto na decada de 80 por um projeto que visava encontrar moleculas que pudessem reduzir os niveis de colesterol serico e triglicerideos. Nos ja vimos na aula passad que as coisas sao interligadas. Acontece que essas molecul que foram ensaiadas como anTlipemicos, foram testadas tambem pra ver seu efeito na glicemia. Essa molecula aqui (no slide) se mostrou aTva nos ensaios pra glicemia. So que essa molecula vemos um ester que em vivo vai se clivar, de cara deduziram que a molecula bioaTva nao era um ester, e sim o acido. Acido eh uma condicao bastante facil de ser conjugada com o glucoronideo, portanto a meia vida disso seria muio baixa. Eles pensaram “precisamos trocar esse acido pelo bioisostero”. Foram testando os bioisosteros e encontraram o anelToazolidinona. Que mostrou-se mais eficiente que o composto original em reduzir os niveis glicemicos. Tinha uma aTvidade esTmulante maior dos receptores de insulina. Pra provar que le Tnha uma aTvidade maior que o acido fizeram a meTlacao no nitrogenio e isso levou a um composto sem aTvidade biologica. Provando entao que a funcao acida eh essencial para a aTvidade biologica. Pequenas modificacoes da cadeia apolar ligada ao anel (ele nao tem certeza), deu origem a primeira Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce glitazona que foi a ciglitazona. E de certa forma foi um composto candidato a farmaco, serviu de composto protoTpo. Chegaram entao na pioglitazina e rosiglitazona. As glitazonas sao estensamente metabolizadas no figado e inclusive a troglitazona (que chegou antes no mercado) foi reTrada por problemas de hepatotoxicidade. Isso nao ocorre com a pioglitazona e rosiglitazona. A pioglitazona da origem a metabolitos aTvos, enquanto que a rosiglitazona da origem a metabolitos inaTvos. Por conta disso a rosiglitazona tem uma farmacocineTca mais simples, por isso geralmente prefere- se ela a pioplitazona. O mecanismo de acao das glitazonas eh atraves de receptores do Tpo PPAR-gama. A familia dos PPAR esta diretamente relacionada com o equilibrio glicemico e lipidico. Se o mecanismo de acao eh dependente de um receptor nuclear eh pq ele vai aTvar a transcricao genica. Logo o inicio da acao nao vai ser imediato, ele sera de dias ou de semanas. Sao farmacos mais recentes..vamos tentar entender qual foi a logica na descoberta desses farmacos. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Primeiro vamos falar de farmacos que interferem no metabolismo de GLP (glucagon like pepTde – um pepTdeo com funcao parecida do glucagon). Voces sabem que se eu aumento os niveis de GLP eu tenho um efeito de modulacao da glicemia. Nao vou me estender sobre ele pq a insulina tbm eh um pepTdeo. E sabemos que pepTdeo nao eh a coisa mais estavel por via oral, entao ele comTnua sendo injetavel. Nao eh interessante pro paciente. Ao inves de fazer um analogo desse pepTdeo pensaram em fazer um inibidor da enzima que degrada esse pepTdeo, essa enzima eh a DPP-4 (dipepTlprotease do subTpo 4). Tem diversos farmacos que sao inibidores da dpp-4 que estao no mercado hoje. Eu vou contar a historia de um deles. Que comecou com esse derivado de xanTna, que foi idenTficado por ensaio aleatorio. Encontraram esse derivado que Tnha um IC50 de 3.9 mM e a parTr dai fizeram modificacoes pra ver se era vantajoso invesTr nessa serie. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Primeira coisa foi subsTtuir o anel piperazina por um anel morfolina que tem um Oxigenio nessa posicao (?) ou por um anel piperidina onde nao tem o N terminal e ambos perderam aTvidade. Ja que nao dava pra modificar esse anel piperazina, passaram a estudar subsTtuintes da posicao 7. Percebeu-se que (ta diferente os valores da tabela) aumenta a cadeia espacadora tem queda na aTvidade. Se eu coloco um anel que nao eh aromaTco mas um ciclo hexano ligado a um CH2 eu tenho perda de aTvidade. Por outro lado grupos lipofilicos um pouco menores havia um ganho de aTvidade em relacao ao composto original, seja considerando o 2800 seja considerando o 3900. Entao parece que para a posicao r7 o ideal eh ter um grupo apolar com volume restrito. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Vamos invesTgar agora de forma mais seria a posicao r8. Sera que a orientacao do nitrogenio terminal eh importante? Quando passa de um anel de 6 membros para um anel de 7 membros tem um aumento da potencia, mas se eu coloco agora uma cadeia flexivel eu perco a aTvidade. Isso quer dizer que o NH tem alguma posicao que eh melhor. O que fizeram? Colocaram uma amina nao dentro do anel, mas como um subsTtuinte. Seria upo equilivalente de uma conformacao barco pra cadeira, de cis pra trans. E eh na conformacao trans que ela eh bioaTva! Entao o derivado 3-amino piperidina foi o mais aTvo. A basicidade desse amino terminal eh importante. Quando eu coloco um CH3 ou dois CH3 ligados nesse amino terminal eu vejo uma reducao da aTvidade. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Na posicao 7 eu Tnha dois grupos que eram equivalentes, um deles que eh o isopropenil e aqui eh o buTnil. R7 vai ser ou um ou outro. Agora vou oTmizar a posicao N1. Quando eu olho r1 que originalment era com a meTla, eu vejo que colocar um grupo aromaTco reduz a potencia, entretanto aneis fundidos volta a potncia. O problema eh que com esse aumento da potencia eu tenho uma perda de seleTvidade. Agora esses diciclos inibem tambem o hERG ( viram na aula praTca que farmacos que tem afinidade pelo hERGbao eh mt interessante). Alem disso quando tem um diciclo eu passo a ter acao em receptores muscarinicos, o que vai gerar uma serie de efeitos colateris que nao soa interessantes. Pra resolver: deixo de uTlizar na posicao 7 o isopropenil e passo a uTlizar o buTnil. Vejam que quando troca, deixo de ter aTvidade no hERG e passo a ter uma aTvidade muito menor no receptor muscarinico. Logo o buTnil eh melhor. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Agora R3. Antes era CH3. Tudo o que eles colocavam piorou ou ficou mt parecido. Aqui na verdade eh o enenTomero. Entao parece que qq cois maior que CH3 piora a aTvidade. Dagoberto Realce Se eu testei todos os subsTtuintes me resta agora ter certeza que o anel xanTna eh essencial ou se eu posso fazer algum Tpo de simplificacao molecular. Eu Trei a carbonila, a meTla e vi que a aTvidade nao muda mt. Entretanto quando ao inves de um anel fundido eu tenho so um imidazol vizinho a uma amida eu tenho perda de potencia. Sugerindo que a planaridade da amida com o imidazol eh importante, ou seja, o nucleo xanTnico eh importante pra aTvidade biologica. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce O resultado disso tudo que mostrei pra voces deu origem a LINAGLIPTINA. E aqui na tabela vcs veem outros farmacos da familia das glipTnas. Todos eles tem o mesmo mecanismo de acao, diferem entre si na meia vida. E em decorrencia dessa meia vida diferente a inibicao vai ser mais duradoura ou menos duradoura. Como na VildaglioTna que tem uma meida vida de 1hora e meia a 4 horas e meia eu preciso fazer varias administracoes num dia pra manter o nivel adequado. Dagoberto Realce Ja foi comentado aqui que ao longo da evolucao do paciente eh mt comum que ele passe d monoterapia para terapia combinada aqui temos que se usar vitaglipTna sozinha como monterapia leva a reducao da hemoglobina glicada em cerca de 1%, a mevormina isoladamente 1.4%. No uso combinado delas eu tenho 3.7%. No grafico tem a comparacao da vildglioTna e mevormina com a pioglitazona e mevormina. Mostrando que tem efeiciencia parecida Dagoberto Realce Vamos falar agora de um mecanismo novo. Quando se fala em diabetes eh mt como pensar em sensibilizacao de receptores, secrecao da insulina, absorcao de carboidratos ou no figado. Mas recentemente comecaram a explorar os rins como orgao alvo. Isso ocorre a parTr do entendimento de uma coisa mt basica que vcs viram na fisiologia: que a glicose chega na urina, so que 90% eh reabsorvida no tubuli proximal devido ao mecanismo de co-transporte de glicose. Se a gnt consegue inibir esse mecanismo de reabsorcao, eu vou ter um excrecao de glicose acentuada e isso poderia levar a uma queda acentuada da glicemia. Existem varios subTposde recptores que fazem co-transporte de sodio com a glicose, os principais sao Tpo 1 e Tpo 2. Ambos estao presentes no tubulo proximal, mas o Tpo 1 eh expresso em grande concentracao no coracao e no intesTno. Paciente que geneTcamente nao tem o subTpo 2 sao praTcamente assintomaTcos. Entretanto quem nao tem o subTpo 1 sofre com um problema bastante desagradave, diarreia.Isso mostra que deveria fazer uma inibicao seleTva dos transportadores do subTpo 2. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Isso do ponto de vista fisologico nao tem nd novo, talvez o q vcs nao saibam eh que a FLORIZINA que eh um produto natural encontrado na macieira ele tem efeito glicosurico. E se descobeiu que isso se deve a inibicao do SGLT-2. Apesar de ter acao glicosurico, a florizina nao tem caracterisTcas farmacocineTcas adequadas pra pensar nela como um farmaco. Pq? Ela tem varias hidroxilas, que sao pontos de conjugacao com o glucoronideo, o logP dessa molecula eh baixo – resultado abs oral limitada e metabolismo rapido. O tempo de acao da florizina era mt curto. Se o problema eh conjugacao tentaram diminuir isso, e foi assim que oensaram numa DIHIDROCHALCONA. Ela nao tem mais hidroxila pra conjugar, e essa hidroxila foi mascarada com um eter. Isso d efato melhorou a abs oral dela pq o logP aumentou, mas a meia vida conTnuaca sendo baixa. O problema nao era so a conjugacao com o glucoronideo, estava ocorrendo alguma outra coisa. E ai nos vemos uma glicose. O que estava ocorrendo eh que uma glicosidase esta clivando a estrutura. E a aglicona, que eh a parte nao acucar da molecula, nao tem aTvidade alguma. O reonhecimento para clivagem dessa glicose eh feita por uma hidroxila livre nessa posicao, quamdo a gnt faz um pro-farmacoe mascar essa hidroxila ele passa a ter uma maior meia vida. Isso provou que se eu inibir a glicosidase, eu tenho o controle da glicemia. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce No processo de desenvolvimento dos inibidores fizeram uma modificacao bioisosterica no C para o NH, isso por razoes sinteTcas. Pq fica mt mais facil vc ter grupos aqui reagindo uma amina com um acido. Essa estrategia visava permiTr o estudo da relacao estrutura aTvidade. Quando eu troco de carbono para nitrogenio, eu ganho em seleTvidade. De 2A para 5A eu perdi em potencia, mas eu ganhei em seleTvidade. A potencia da pra recuperar colocando subsTtuintes no anel. Na posicao para eu tenho moleculas mais aTvas. Volume: quando eu aumento o volume, eu tenho ganho na potencia. O problema eh que acima de eTl leva a uma rducao na potencia. Vamos olhar entao pra X, oTmizar o outro anel pra resgatar a potencia. Se eu Tro a hidroxila que estava em orto, posicao 6, eu vejo que a potencia nao muda substancialmente. Por outro lado grupos maiores q hidroxila levam a perda da potencia, ou seja pra essa serie nao conseguiram nada. Mesmo oTmizando os estudos em ambos aneis nao conseguiram melhorar a potencia. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce A unica coisa que nao Tnham feito ainda era ver se essa amina deveria realmente ser secndaria ou se ela poderia ser terciaria. Aqui eh a rota sinteTca que eles previram, ao inves disso no meio reacional o composto de parTdade era degradado e dava origem a uma serie de moleculas que nao Tnham aTvidade nenhuma. Cerca de 1% do era formado Tnha uma aTvidade mt fraca. Antes eu Tnha um glicosideo na posicao orto ligado com um oxigenio a uma hidroxila,agora eu tenho o glicosideo em meta ligado diretamente ao outro anel. Ou seja isso deu indicios de que um meta-c-glicosideo teri alguma aTvidade inibidora da dpp-4 e tem mt maior estabilidade. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Entao comecaram do zero de um outro lugar. Viram que essa molecula Tnha aTvidade in vivo, mas n Tnha aTvidade in vitro. Acontece que essa molecula se for glicosilada da origem a algo que eh um pouco parecido a minha serie original. Vcs conseguem ver que essas duas moleculas sao parecidas entre si? Isso levou ao pessoal a supor que o mecanismo de acao disso era o mesmo, entao elas teriam pontos farmacoforicos em comum. Atraves dessa comparacao simploria eles chegarama. Conclusao de q elas tem em comum dois aneis aromaTcos com um grupo espacador entre eles com um glicose ligada em orto. Isso deu origem a uma serie de composto. E comocaram um processo de oTmizacao das posicoes de novo. Meta e orto diminuiam apotencia e para eh a posicao ondetem maior potencia, exatamente como anteriormente. De nv grupos apolares em para ganahm potencia. Baseado nisso aumentou o volume e se observou algo parcido ao q se Tnha antes. Grupos mt volumosos levam a perda da potencia. Ai levaria a uma duvida, se essa variacao Tnha a ver com a lipofilicidade ou com o volume pq ambos estao aumentando paralelamente. Entao a lipofilicidade eh importante (ele ficou murmurando pra si mesmo varias coisas baixinho ate falar que a lipofilicidade eh importante). Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Entre nao ter nd e ter uma hidroxila em para, praTcamente nao muda a aTvidade biologica. Entao qr dizer q grupos polares ou atrapalhar, ou se ele eh volumoso n tem aTvidade biologica. Reforcando que grupos apolares lipofilicos sao melhores. O 18f foi selecionado para ensaios em vivo. Em camundongo ele eh extremamente aTvo. Em rato e macaco ele Tnha 10% e 1% de aTvidade. Isso pq em camundongo ocorre a clivagem aqui mas faz a glicosilacao de volta. Em rato e macaco isso nao acontece, haveria uma quebra e sairia como uma aglicona. 18f eh estavel pras glicosidases do intesTno, mas nao eh estavel pra aquelas glicosidases encontradas rim e figado. Por conta disso essa molécula apresentava problemas farmacocineTcos de estabilidade metabolica. Era possivel colocar o acucar em meta e ligar diretamente por ligacao carbono-carbono. SubsTtuintes em para, lipofilicos e pequenos tem maior aTvidade. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce OTmizar o grupo espacador: quando eu tenho eles ligados diretamente eu tenho essa aTvidade aqui ò (com H e ligado diretamente). (Ele ta apontando na tabela esse fala aqui…nao da pra saber onde eh). Se ao inves de CH2 eu tenho bioisosteros eu mantenho a aTvidade. Porem se o oxigenio tem volume menor eu tenho uma lerda de aTvidade. Dagoberto Realce Por fim eles tentaram repeTr em orto, para e colocaram um grupo espacador. Os resultados mostram que orto ou para ha uma perda de aTvidade, assim como o grupo espacador. Ou seja meta eh o melhor mesmo, lembrando que ele foi descoberto totalmente ao acaso. Entao eTl eh o melhor espacador Acucar tem q ta em meta 3 compostos com logP ao redor de 2 foram encaminhados para fase clinica e um deles foi ora frente e chegou ao mercado como DAPAGLIFOZIDA. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce Aqui nos temos o perfil de perda de peso de dapaglifozida com mevormina em comparacao a glipizida com a mevormina. Vejam que ha uma perda maior com a dapaglifozina. Isso eh bom pq geralmentepaciente com sindrome metabolica tem sobrepeso. Entao nos vemos controle dos niveis glicemicos e perda de peso. E so pra terminar, lembrar q paciente com diabetes eh mt comum se comecar com monoterapia oral, necessitar insulina + farmacos orais e por fim necessitar de doses maiores de insulina. Dagoberto Realce Dagoberto Realce Dagoberto Realce
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