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A cor azul

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1 
 
 
 
DISCIPLINA: SEMIÓTICA 
PROFA. DANIELLE ZUMA 
AULA de 05/03/2015 
 
 
Ninguém podia ver a cor azul até os tempos modernos 
Publicado em 2 de março de 2015por Editoria Além do Laboratório 
Por Kevin Loria 
 
Fonte: Business Insider 
Esta não é uma história sobre este vestido. Ou, ao menos, não é realmente sobre 
ele. 
É sobre como os humanos vêem o mundo, e sobre como nós temos maneiras de 
descrever as coisas, mesmo sendo elas tão fundamentais como cores, que muitas 
vezes nem notamos que existem. 
Até pouco tempo atrás na história da humanidade, o “azul” não existia, pelo 
menos não da maneira como compreendemos ele hoje. 
Como o ótimo episódio “colors” do Radiolab descreve, as línguas antigas não 
tinham uma palavra para descrever a cor azul. Nem em grego, nem em chinês, 
nem em japonês e nem em hebraico. E, sem uma palavra para a cor, não há 
evidências de que eles identificavam a cor azul de fato. 
Como Nós Percebemos que estava faltando o azul 
2 
 
Na Odisséia, há uma descrição famosa de Homero: “mar cor de vinho”. Mas por 
que mar cor de vinho e não azul ou verde? 
Em 1858, um estudioso chamado William Gladstone, que depois se tornou 
Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha, percebeu que essa não era a única 
descrição de cor que soava estranha. Embora o poeta Homero passasse várias 
páginas descrevendo os intrincados detalhes de roupas, armaduras, armas, 
características faciais, animais e outros mais, suas referências às cores são 
estranhas. O ferro e as ovelhas são roxos, e o mel é verde. 
Gladstone resolveu, então, contar as referências da Odisséia às cores. Enquanto 
a cor preta é mencionada quase 200 vezes e a cor branca umas 100, outras cores 
são raras. O vermelho é mencionado menos de 15 vezes, e o amarelo e o verde, 
menos de 10. Gladstone começou a olhar outros textos gregos antigos, e notou a 
mesma coisa. Não havia nenhuma referência ao “azul”. A palavra nem mesmo 
existia. 
A impressão era de que os gregos viviam em um mundo obscuro e sujo, 
desprovido de cor, dominado pelo preto, pelo branco e pelos tons metálicos, 
com eventuais flashes de vermelho ou de amarelo. 
Gladstone pensou que essa fosse, talvez, uma característica específica dos 
gregos, mas um filólogo chamado Lazarus Geiger prosseguiu com seu trabalho e 
percebeu que isso era verdadeiro em todas as culturas. 
Ele estudou sagas islandesas, o Alcorão, histórias antigas chinesas e uma versão 
antiga da Bíblia Sagrada. Sobre os hinos védicos Hindus, ele escreveu: “esses 
hinos, de mais de dez mil linhas, estão repletos de descrições dos céus. 
Um assunto raramente é evocado com maior frequência. O Sol e o seu 
avermelhado jogo de cores, o dia e a noite, as nuvens e os relâmpagos, tudo isso 
se desenrolando diante de nós de novo e de novo. Mas há algo que ninguém vai 
aprender com essas músicas antigas… e esse algo é que o céu é azul” 
Não havia azul, não da forma que conhecemos a cor – ela não foi distinguida da 
cor verde ou de tons mais escuros. 
Geiger pesquisou para saber quando o azul começou a aparecer nas linguagens e 
encontrou um estranho padrão no mundo todo. 
3 
 
Cada idioma teve primeiro uma palavra para o preto e para o branco, que 
designavam a escuridão e a luz. A palavra seguinte que surgiu para designar 
uma cor foi o vermelho, a cor do sangue e do vinho. 
Historicamente, depois do vermelho aparece a cor amarela, e, depois, o verde 
(no entanto, o amarelo e o verde trocam de posição em alguns idiomas). A 
última cor a aparecer em todas as linguagens é o azul. 
A única cultura antiga a desenvolver uma palavra para descrever o azul foi a dos 
egípcios – e, como isso ocorreu, eles também foram a única cultura antiga que 
encontrou uma forma de produzir um corante azul. 
Se você pensar sobre isso, a cor azul não aparece muito na natureza – quase não 
existem animais azuis, olhos azuis são raros, e as flores azuis são em sua maioria 
criações humanas. Mas o céu não é evidentemente azul? Como mostrou o 
trabalho de Geiger, mesmo as escrituras que contemplavam continuamente o 
céu não precisavam descrevê-lo como “azul” 
 
O céu é realmente azul (Fonte: Business Insider) 
4 
 
De fato, um pesquisador com quem o Radiolab falou – Guy Deutscher, autor de 
“Through the Language Glass: Why the World Looks Different in Other 
Languages“, tentou fazer uma experiência casual com isso. Em teoria, uma das 
primeiras perguntas das crianças é “por que o céu é azul”? Então ele tomou o 
cuidado de nunca descrever a cor do céu para sua filha, até que um dia ele 
a questionou sobre qual cor ela via quando olhava para cima. 
Alma, a filha de Deutscher, não tinha ideia. Para ela, o céu estava incolor. 
Depois, ela descreveu o céu como eventualmente branco ou eventualmente azul. 
Mas o azul não foi a primeira direção que o pensamento dela tomou, embora 
tenha sido o pensamento final. 
Então, antes de termos uma palavra para isso, as pessoas não viam 
naturalmente o azul? 
Essa parte é um pouco complicada, porque não sabemos exatamente os que 
estava se passando pela cabela de Homero quando ele descreveu o mar cor de 
vinho e as ovelhas violetas – mas sabemos que os gregos e os outros povos do 
mundo antigo tinham a mesma biologia que nós temos, e eram capazes de ver as 
mesmas cores que nós. 
Mas você realmente vê alguma coisa se não tem uma palavra para descrevê-la? 
Um pesquisador chamado Jules Davidoff viajou até a Namíbia para investigar 
isso, e conduziu um experimento com a tribo Himba, que fala um idioma que 
não tem uma palavra para a cor azul ou distinção entre o azul e o verde. 
5 
 
 
Membro de tribo da Namíbia participa de projeto de pesquisa (Fonte: Business Insider) 
Quando viam um círculo com onze blocos verdes e um azul, os Himbas não 
conseguiam identificar qual bloco era diferente dos outros – e os que viram 
alguma diferença demoraram muito mais e cometeram muito mais erros do que 
faria sentido para nós, que enxergamos o bloco azul claramente. 
Mas os Himbas tem mais palavras para descrever diferentes tons de verde do 
que as existentes em inglês. 
Ao olhar para um círculo de blocos verdes em que um deles tem um tom um 
pouco diferente, eles podem detectar imediatamente o bloco diferente. Você 
pode? 
6 
 
 
Qual bloco é o diferente? (Fonte: Business Insider) 
Para a maioria de nós, isso é muito difícil. 
Esse foi o único bloco: 
 
Fonte: Business Insider 
7 
 
Davidoff diz que, sem uma palavra para identificar uma cor, sem uma maneira 
de identificá-la como algo diferente, é muito difícil para nós perceber o que é 
único sobre ela – mesmo que os nossos olhos estejam vendo fisicamente os 
blocos da mesma forma. 
Portanto, antes da cor azul se tornar um conceito comum, talvez os seres 
humanos já a vissem. Mas parece que eles não sabiam o que estavam vendo. 
Se você vê algo para o qual ainda não há descrição, isso existe? As cores 
tem existência ao longo do tempo? Não tecnicamente, mas a nossa habilidade de 
percebê-las talvez tenha. 
Para mais informações fascinantes sobre as cores, incluindo informações sobre 
como a “super-visão” de algumas mulheres pode vislumbrar cores no céu que a 
maioria de nós nunca sonhou, confira o episódio completo no Radiolab. 
Publicado Originalmente no Business Insider. Traduzido pela Editoria Além do 
Laboratório 
Fonte: https://alemdolaboratorio.wordpress.com/2015/03/02/ninguem-podia-ver-a-cor-azul-
ate-os-tempos-modernos/. Acesso em 11 mar. 2015.

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