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Apresentação oral O desenvolvimento matemático na condição do espectro do autismo Tamara Loures Chaves¹; Victor César Amorim Costa²; Pollyane A. de Carvalho Paiva³ 1. Discente do curso de Psicologia na Faculdade de Minas – FAMINAS, Muriaé; 2. Discente do curso de Psicologia na FACISA – UNIVIÇOSA; 3. Docente do curso de Psicologia na Faculdade de Minas – FAMINAS, Muriaé Palavras- chave: Matemática; Autismo; Àsperger O presente trabalho tem por objetivo promover uma reflexão sobre o estado da arte no que diz respeito ao ensino de matemática com autistas. Alguns autores discorrem sobre as definições do autismo, por exemplo, CUNHA (2011) diz que o termo “autismo” significa “de si mesmo” tal afirmação se fundamenta na teoria de KANNER (1943) referindo-se aos critérios de separação do autismo das outras psicoses da infância, são eles a solidão e a dificuldade de alterações na rotina. BOSA (2001) diz sobre a falta de tendência natural de juntar informações para se formar um “todo” com algum significado, ou seja, o autista tende a observar as partes ao invés da figura inteira. Peeters (1998 apud Gomes 2007) afirma que devido aos pensamentos rígidos e concretos, os autistas encontram dificuldades em entender termos abstratos e metáforas, possuem pouca flexibilidade no raciocínio, o que segundo O' Connor e Klien (2004, apud GOMES 2007) dificulta o ensino das habilidades acadêmicas. É crescente o aumento do número de diagnósticos de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) dentro dessa classificação se encontra a síndrome de Ásperger e o autismo de alto funcionamento, na maior parte das vezes, estes têm a linguagem e as habilidades cognitivas menos comprometidas e as necessidades educacionais mais amplas, assim, devido à filosofia de inclusão escolar, crianças com autismo tem sido inseridas às redes de ensino regular, se fazendo necessário o estudo de estratégias adequadas às necessidades do aluno para contribuir com o aprendizado deste. Almeida (2012) diz que o decreto de lei 3/2008 pressupõe que o sistema de ensino seria individual e personalizado, de acordo com as necessidades do aluno, promovendo a autonomia e integração na sociedade como membro ativo, para tal decreto no artigo 16, capítulo IV foram designadas várias medidas programares. A dificuldade se estreita quando os professores não buscam conhecer sobre o transtorno, logo, não acompanham o aluno, outros motivos de não integração são a necessidade de mais de um professor em sala de aula para promover atendimento personalizado, e a falta de participação da família nos processos de aprendizagem. A observação de Fonteles (2012) é importante ao esclarecer que alguns autores afirmam que pessoas com síndrome de Ásperger apresentam um desempenho superior na área do cálculo, porém é possível que esses autores confundam com uma síndrome na qual os indivíduos apresentam “ilhas de genialidades no cérebro” chamada de Síndrome de Savant. A matemática, segundo Hannula (2011, apud ALMEIDA 2012) é considerada a disciplina de maior conteúdo de sentido lógico e grau de objetividade. Devido ao grau de conteúdo de tal disciplina, Gomes (2007) relata uma pesquisa feita com uma menina autista de nível leve/moderado, matriculada em escola de ensino regular desde as series iniciais. Na matemática a turma aprendia todas as operações, a menina sequer havia aprendido soma e subtração, não compreendia o significado dos termos "maior" e "menor", "mais" e "menos". A principio foi ensinado adição, aplicando métodos visuais, tais como linhas para que ela pudesse ver as colunas a serem calculadas e circulava-se o resultado para mostrar um “todo”. A menina utilizava os dedos para fazer as contas. Gradativamente aumentava-se a complexidade dos exercícios e esvaneciam-se as linhas. Os exercícios de subtração não eram diferentes. Posteriormente as operações foram apresentadas paralelamente e a menina não identificava as ações, portanto foram implantados cores e sinais. Para adição o sinal "+" em azul e se levantava os dedos, para a subtração, o sinal "-" em vermelho se abaixava os dedos. Diante de tal pesquisa, Gomes (2007) afirma que a aprendizagem da adição e da subtração, por serem operações contrárias, amplia-se a habilidade de trabalhar a flexibilidade dos raciocínios. Segundo Almeida (2012), com dedicação, uso de novas tecnologias, e empenho do professor como mediador entre o aluno e a disciplina, é previsível que a matemática seja mais bem compreendida pelo aluno autista. Compreende-se que a falta de preparação de escolas e profissionais para receber alunos especiais pode ser algo bem mais grave, em questão de aprendizagem, do que os comprometimentos próprios do autismo. Com dedicação e esforço pode-se aproximar o aluno da matemática utilizada no cotidiano, tornando-os mais autônomos e capazes de raciocinar numericamente. Referências ALMEIDA, R. M. F.O papel das tecnologias na aprendizagem da matemática em alunos com síndrome de Ásperger – Estudo de caso. (2012) Disponível em: <http://run.unl.pt/bitstream/10362/8948/1/Almeida_2012.pdf> Acessado em: 29/03/2014 BOSA, C. As relações entre autismo, comportamento social e função executiva. Psicologia Reflexão e Crítica, v. 14, n. 2, 2001. CUNHA, E. Autismo e Inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. 3. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011. FONTELES, D. S. R. Avaliação de habilidades matemáticas de alunos com transtornos do espectro do autismo. 2012. Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) – Curso de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo. GOMES, C. G. S. Autismo e ensino de habilidades acadêmicas: adição e subtração. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 13, n. 3, 2007. KANNER, L. Os distúrbios autísticos do contato afetivo. In Rocha, P.S. (org.) Autismos. S. Paulo: Editora Escuta, 1997/1943.
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