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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS CURSO DE DIREITO WANIA ALVES FERREIRA FONTES ........................................................................................................................................ DIREITO DAS SUCESSÕES – RESUMO 01 1. CONCEITO DE SUCESSÃO Sentido amplo: “ato pelo qual uma pessoa assume o lugar de outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens”. Gonçalves, (2015, p. 19). As relações jurídicas permanecem. Modificam-se apenas os titulares. Exemplo: Marcos doa sua casa a seu filho Carlos. Esta casa está hipotecada. A propriedade passa a ser de Carlos, no entanto, a casa continua gravada com hipoteca. Exemplos de sucessão inter vivos _ Comprador sucede ao vendedor _ Donatário sucede ao doador _ Cessionário sucede ao cedente Sentido estrito: ato pelo qual os herdeiros (legítimos ou testamentários) assumem o lugar do “de cujus”. É a sucessão “causa mortis”. A palavra suceder vem do latim “sucedere” que significa “vir ao lugar de alguém”. 2. CONCEITO DE DIREITO DAS SUCESSÕES “O direito das sucessões vem a ser o conjunto de normas que disciplinam a transferência do patrimônio de alguém, depois de sua morte, ao herdeiro, em virtude de lei ou de testamento (C.C. artigo 1.786). Consiste, portanto, no complexo de disposições jurídicas que regem a transmissão de bens ou valores e dívidas do falecido, ou seja, a transmissão do ativo e do passivo do de cujus ao herdeiro”. Diniz (2007, p. 3). Veja os conceitos de “Direito das sucessões” citados por Gonçalves (2015, p. 20). 3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DAS SUCESSÕES: Resumo de Gonçalves (2015 p. 21/25). Antiguidade: ligado à família e religião Quem morria devia ser cultuado pelo sucessor. Sucessão transmitida para a linha masculina que continuava com o patrimônio da família. “Lei das XII Tábuas”: Liberdade ao pater famílias para dispor dos bens para depois da morte. É a ideia de testamento. Se falecesse sem testamento eram sucessores 3 classe de herdeiros: Herdeiros “SUI”: Filhos sob o poder do pater – Filhos, netos e esposa. Com a morte passavam a ser “SUI IURIS”. Herdeiros “AGNATI”: Parentes próximos como os irmãos da linha paterna. Herdeiros “GENTILES”: Na ausência dos “agnati”, herdavam os pertencentes ao grupo familiar. “Código de Justiniano”: A sucessão legítima passa a ser dos parentes naturais: descendentes; ascendentes em concurso com irmãos e irmãs bilaterais; irmãos e irmãs consanguíneos ou uterinos; outros parentes colaterais. “Romanos”: utilizavam a sucessão testamentária. Morrer sem deixar testamento era vergonhoso. “França”: Fixação da saisine. A propriedade e a posse transmitem-se aos herdeiros legítimos, naturais e cônjuge sobrevivente, com a morte do autor da herança. Direito sucessório contemporâneo: ligado à família Herança transmitida desde a morte aos herdeiros legítimos. Acatamento das disposições de última vontade através de testamento. Abolição da primogenitura. Abolição do privilégio da masculinidade. Igualdade dos herdeiros do mesmo grau. Direito sucessório no Brasil com a CF/88, Leis posteriores e Código Civil 2002 Direito de herdar: Baseado no princípio da solidariedade, onde os pais tem o dever de assistência aos filhos e os filhos aos pais. Transmissão aos herdeiros legítimos com base no princípio da afeição real ou presumida. Direito de testar: Baseado no princípio da autonomia da vontade, devendo ser respeitado a legítima dos herdeiros necessários. Igualdade do direito sucessório entre os filhos: Abolição do tratamento diferenciado a filho legítimo, natural, adulterino, adotivo. Todas estas expressões foram abolidas, dando origem à igualdade. Inclusão do cônjuge e do companheiro(a) como herdeiros. ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA NA SEGUINTE FORMA: (ARTIGO 1.829 C.C) I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. 4. FUNDAMENTOS DO DIREITO DAS SUCESSÕES Fundamento inicial de ordem religiosa. Na era medieval o fundamento era na manutenção do poder da família, razão pela qual só herdava o primogênito. Na era moderna: Fundamento na continuidade da vida humana. Criticado em virtude de a vida continuar com ou sem transmissão de herança, por ser biológica e não patrimonial. Fundamento na unidade familiar. Criticado em razão da possibilidade de se dispor da totalidade do patrimônio em não existindo herdeiros necessários. Fundamento na continuidade da propriedade. Incentivo a produção, a economia e ao trabalho. Fundamento próprio do capitalismo. Criticado pelos socialistas, em razão da acumulação de riquezas. A extinta União Soviética aboliu a herança. Tal ato foi tão prejudicial que tiveram que voltar atrás. 5. CONTÉUDO DO DIREITO DAS SUCESSÕES O Código Civil trata o Direito de Sucessões em quatro partes: Sucessão em Geral Disposições gerais: abertura da sucessão (arts. 1.784 a 1.790) Administração da herança (arts. 1.791 a 1.797) Vocação hereditária (arts. 1.798 a 1.803) Aceitação e renúncia da herança (arts. 1.804 a 1.1.813) Excluídos da sucessão (arts. 1.814 a 1,818) Herança jacente (arts. 1.819 a 1.823) Petição de Herança (arts. 1.824 a 1.828) Sucessão legítima Ordem de Vocação hereditária (arts. 1.829 a 1.844) Herdeiros Necessários (arts. 1.845 a 1.850) Direito de representação (arts. 1.851 a 1.856) Sucessão testamentária Testamento em geral (arts. 1.857 a 1.859) Capacidade para fazer testamento (arts. 1.860 e 1.861) Formas ordinárias de testamento (arts. 1.862 a 1.880) Codicilo (arts. 1.881 a 1.885) Testamentos especiais (arts. 1.886 a 1.896) Disposições testamentárias em geral (arts. 1.897 a 1.911) Legados (arts. 1.912 a 1.922) Efeitos dos legados e seu pagamento (arts. 1.923 a 1.938) Caducidade dos legados (arts. 1.939 e 1940.) Direito de acrescer entre herdeiros e legatários (arts. 1.941 a 1.946) Substituições (arts. 1.947 a 1.960) Deserdação (arts. 1.961 a 1.965) Redução das disposições testamentárias (arts. 1.966 a 1.968) Revogação dos testamentos (arts. 1.969 a 1.972) Rompimento do testamento (arts. 1.973 a 1.975) Testamenteiro (arts. 1.976 a 1.990) Inventário e partilha Inventário (arts. 1.991) Sonegados (arts. 1.992 a 1.996) Pagamento das dívidas (arts. 1.997 a 2001) Colações (arts. 2.002 a 2.012) Partilha (arts. 2.013 a 2.022) Garantia dos quinhões hereditários (arts. 2.023 a 2.026) Anulação da partilha (arts. 2.027) 6. PARTE PROCESSUAL – NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA Disposições Gerais: Artigos 610 a 614 Inventário judicial e extrajudicial. Prazo para ingressar. Inventariante. Administrador provisório Da Legitimidade para Requerer o Inventário: Artigos 615 a 616 Legitimidade ativa Legitimidade ativa concorrente Do Inventariante e das Primeiras Declarações: Artigos 617 a 629 Nomeação de inventariante Legitimidade para ser inventariante Obrigações do inventariante Primeiras declarações e Citações Da Avaliação e do Cálculo do Imposto: Artigos 630 a 638 Avaliação dos bens por oficial ou perito Vistas à fazenda pública Impugnações Homologação da avaliação e cálculo do imposto. Das colações: Artigos 639 A 641 Colação dos bens recebidos Pagamento das dívidas: Artigos 642 a 646 Habilitação dos credores Reserva de bens Pagamento Partilha: Artigos 647 a 658 Procedimentos da partilha Homologação da partilha Anulação da partilha Rescisão da partilha Arrolamento: Artigos 659 a 667 Partilha amigável Rito determinado por lei para bens até 1.000 SM (artigo 664). Rito do artigo 664 poderá ser utilizado mesmo em face de incapazes, desde que se tenha a anuência daspartes e do MP. Disposições comuns a inventário e arrolamento: Artigos 668 a 673 Sobrepartilha e cumulação de inventários.
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