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Conceito e fundamento do direito das sucessões

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18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/13
MÓDULO 1.
 
Introdução.
Da sucessão em geral
Princípios
Da herança
Da cessão de direitos hereditários
Conceito e fundamento do direito das sucessões.
1. Conceito.
Sucessão é a substituição de outrem, em direitos e obrigações. O termo é usado
para a transmissão de bens e deveres – há um adquirente que substitui o antigo
titular.
A sucessão pode ser:
- O título gratuito ou oneroso;
- Inter vivos ou causa mortis.
· Quando se fala em direito das sucessões estuda-se apenas a transmissão em
decorrência da morte, excluindo-se a transmissão de bens por ato entre vivos.
Conceito:
Direito das sucessões é conjunto de princípios jurídicos que disciplinam a
transmissão do patrimônio de uma pessoa que morreu a seus herdeiros e
legatários.
E trata-se de transmissão de patrimônio, e não de bens ou valores, porque a
secessão hereditária envolve a transmissão do ativo e do passivo
(obrigações/dívidas) - do morto ao sucessor.
No sentido subjetivo, direito de sucessão (ou de suceder) é o direito de receber o
acervo hereditário do de cujus.
________//_________
2. Evolução histórica e fundamento do direito sucessório.
Etimologicamente, succedere (latim) significa “vir depois”.
A possibilidade de alguém transmitir seus bens por sua morte é instituição muito
antiga – direito egípcio, hindu e babilônico, dezenas de séculos antes da Era
Cristã, o consagravam.
18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/13
Mas as razões pelas quais a lei acata o direito hereditário variaram ao longo do
tempo – e muitos contestam a legitimidade e a conveniência da sucessão
hereditária.
No Direito Romano, a regra era a da sucessão testamentária. Havia íntima
conexão entre o direito hereditário e a religião. O culto dos antepassados constitui
o centro da vida religiosa nas antigas civilizações, sendo grave castigo falecer sem
deixar quem lhe cultue o altar doméstico, deixando seu túmulo ao abandono.
Cabe ao herdeiro o sacerdócio desse culto.
O filho varão, biológico ou adotado, recebia a herança. A filha só era herdeira a
título provisório, como usufrutuária, e passava a titularidade da herança ao
marido, com o casamento. Carlos Roberto Gonçalves afirma que a filha não
recebia herança porque, pelo casamento, passava a integrar a família do marido,
perdendo os laços com a família do seu pai[1].
Então: herdar não decorria da vontade do pai, mas do culto religioso – daí se falar
em herdeiro necessário. Os filhos herdam porque devem continuar o culto.
Por isso a sucessão durante séculos se transmite apenas pela linha masculina –
como o filho é o sacerdote da religião doméstica, recebe o patrimônio da família.
O direito de primogenitura e varonia, entretanto, se perpetua em muitas
civilizações, para preservar o poder da família e impedir a divisão da fortuna entre
a prole numerosa.
O direito hereditário evoluiu – hoje, em quase todos os países, a sucessão
legítima se processa entre os herdeiros que se encontram no mesmo grau
e esses recebem quinhões idênticos.
Obs.: o direito hereditário encontra opositores. Sistemas socialistas negam a
legitimidade da propriedade privada e, portanto, contestam a legitimidade da
transmissão de bens causa mortis. Dizem que o direito hereditário é injusto por
criar e ampliar a desigualdade entre os homens, estimulando o ócio. Acreditam
que há prejuízo aos meios de produção, o que é ruim para a coletividade. Assim,
tais autores concluem que o direito sucessório deve ser abolido, devolvendo-se ao
Estado os bens da pessoa que falecer[2].
Em sentido contrário: o direito de propriedade é estímulo ao progresso, e tem
como corolário o direito sucessório. Ao buscar satisfazer interesse pessoal, cada
indivíduo se desenvolve mais, beneficiando a sociedade. Consoante Roberto
Senise Lisboa: “Não se buscou um modelo socialista nem qualquer modelo misto
de sucessão, segundo o qual parte do patrimônio necessariamente seria destinada
ao poder público. Pelo contrário, manteve-se um modelo de transmissão
primordial aos familiares, assentado em normas de ordem pública e em disposição
de última vontade limitada por tais normas”[3].
O direito de propriedade é direito fundamental, assim como o direito sucessório.
Se não fosse admitida a sucessão hereditária, o indivíduo não teria incentivo para
amealhar e conservar a riqueza. Tal comportamento prejudicaria a sociedade.
Seriam feitas doações ou liberalidades simuladas em negócios onerosos, e o
titular do direito tentaria transmitir seu patrimônio a seus herdeiros.
· Fundamentos: art. 5º, XXII e XXX da CF/88.
· Prescreve o art. 5º, XXX da CF:
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn1
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn2
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn3
18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/13
“XXX – é garantido o direito de herança”.
_________________//___________
Da sucessão em geral;
Trata da sucessão legítima e testamentária.
São regras sobre a administração da herança, sua aceitação e renúncia, sobre a
vocação hereditária e dos legitimados a suceder, da herança jacente, da petição
de herança, e sobre a indignidade: aplicam-se à sucessão decorrente da lei e à
sucessão derivada de testamento.
Ainda estudaremos os seguintes Títulos:
Título II - Da sucessão legítima;
Trata da sucessão que opera por força de lei.
No Brasil, é mais comum que a sucessão testamentária.
A lei determina a transmissão da herança às pessoas constantes da ordem de
vocação hereditária, no art. 1829 do CC, mencionando os herdeiros necessários e
consagrando o direito de representação.
Título III. Da sucessão testamentária;
É o maior Título: a lei dá importância à transmissão de bens por ato de última
vontade.
A lei traz regras interpretativas da vontade do testador.
Título IV. Do inventário e partilha.
As regras são mais processuais. Tratam das colações e dos sonegados.
_______________//_______________
Da sucessão em geral.
Cap. I – Disposições Gerais.
Da abertura da sucessão.
Art. 1.784, CC/02: A sucessão causa mortis se abre com a morte do autor da
herança. O instante do falecimento é o exato momento da transmissão da
herança.
No momento do falecimento, a herança se transmite aos herdeiros legítimos e
testamentários do de cujus[4], quer estes tenham ou não ciência daquela
circunstância.
Porque (vimos) a personalidade civil (capacidade da pessoa de ser titular de
direitos e obrigações na órbita do direito) se extingue com sua morte.
Como não há direito subjetivo sem titular, e nem obrigação sem responsável, a
titularidade dos direitos e das obrigações do de cujus se transmite, desde o
preciso instante de sua morte, a seus sucessores.
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn4
18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/13
O art. 1.784 (supra) elimina as dúvidas quanto ao domínio e posse da herança, no
intervalo entre a morte do de cujus e a partilha, esta decorrente de sentença
judicial ou de documento do cartório de notas, se o inventário é extrajudicial.
Consequências da regra do art. 1.784, CC:
a) A capacidade para suceder é averiguada ao tempo da abertura da sucessão. É
preciso que o herdeiro esteja vivo ao tempo da morte do autor da herança. Pode o
herdeiro sobreviver ao de cujus apenas por um instante. Por uma fração de
segundo o herdeiro se torna efetivamente o sucessor e, quando este morre,
transmite aos seus próprios herdeiros o patrimônio adquirido, embora houvesse
morrido na ignorância de haver herdado referido patrimônio.
· Por isso é importante saber quem morreu antes e, em caso de comoriência,
presumem-se simultaneamente mortos.
b) A leiaplicável à sucessão é a que está em vigor no instante do falecimento,
pois nesse momento ocorre a transmissão patrimonial (art. 1.787). Assim, serão
reguladas pelas normas do CC/1916 todas as sucessões que se abriram no tempo
em que este vigorava. E o atual CC regerá as sucessões que forem abertas a
partir de sua vigência.
Ex.: cf. CC/1916 eram chamados à sucessão, à falta de outros herdeiros, os
colaterais até 6º grau. Pelo CC/02 só conservam este direito os colaterais em até
4º grau.
c) O valor dos bens inventariados é o do momento da morte do de cujus, pois é
nesse momento que se dá a transmissão dos mesmos aos herdeiros (jurispr.).
______________//____________
Transmissão da posse. O princípio da “saisine”.
“Na herança, o sistema da saisine é o direito que os herdeiros têm de entrar na
posse dos bens que constituem a herança”[5].
Embora seja a posse situação de fato, a lei atribui ao herdeiro a condição de
possuidor e determina a sua transferência no instante do falecimento do autor da
herança, sem subordinar a aquisição de tal estado (possuidor) à apreensão
material da coisa.
Ainda que a herança se encontre na detenção de terceiros, o herdeiro adquire a
qualidade de possuidor. Ele obtém a posse indireta, a posse de direito.
· É importante a atribuição da qualidade de possuidor ao herdeiro, porque gera
efeitos: o principal é permitir que os herdeiros defendam a posse dos bens
herdados, diretamente[6] e através dos interditos possessórios.
· A transmissão da posse da herança, por força de lei, era desconhecida dos
romanos. Entre eles, a posse só era adquirida pelo herdeiro através da apreensão
da coisa[7].
Enquanto é facilmente entendida a transmissão automática do domínio, pois o
herdeiro toma a posição do autor da herança, substituindo-o em todas as relações
jurídicas patrimoniais, a posse, fato, envolve, na concepção tradicional, um ato
externo de apreensão da coisa.
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn5
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn6
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn7
18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/13
O princípio da transmissão ex lege dos bens hereditários aos sucessores
universais do de cujus só foi introduzido no direito português pelo alvará de
9.11.1754, fonte do art. 1.572 do CC/1916 e do art. 1.784 do CC/02.
Para Silvio Rodrigues[8], a regra deve ser interpretada em consonância com o art.
1.207 do CC, que determina continuar o sucessor universal a posse de seu
antecessor, de modo que o herdeiro se sub-roga, no que diz respeito à posse da
herança, na própria situação que o finado desfrutava. Se ele era titular de uma
posse justa e de boa-fé, o herdeiro adquirirá uma posse justa e de boa-fé. Se, ao
contrário, for injusta a posse do de cujus, a posse de seu sucessor terá igual
defeito, pois ninguém pode transmitir mais do que tem. Mas (vimos) se a posse
for violenta ou clandestina, pode convalescer desses vícios após ano e dia a contar
da cessação da violência ou da clandestinidade.
· Outra questão importante: conciliação do art. 1.784 do CC (em comentário)
combinado com o parágrafo único do art. 1.791, que defere a posse da herança
aos herdeiros, com as regras dos art. 1.797 e 1991 do CC, que conferem às
pessoas que mencionam a administração da herança até o compromisso de
inventariante, e ao inventariante, desde a assinatura do compromisso até a
homologação da partilha.
Como conciliar os preceitos, aparentemente contraditórios: um transfere a posse
a todos os herdeiros; e os outros apontam pessoas que, cf. o caso, administrarão
a herança?[9]
A conciliação é simples[10]: a contradição se dilui desde que feita a distinção
entre posse direta e indireta. Enquanto o inventariante conserva a posse direta
dos bens do espólio, os herdeiros adquirem a sua posse indireta. Ambos
ostentam, simultaneamente, a condição de possuidores.
______________//___________
Espécies de sucessão: legítima e testamentária.
A sucessão se dá por lei (sucessão legítima) ou por disposição de última vontade,
expressa em testamento (sucessão testamentária - art. 1.786).
No Direito Romano, a sucessão ou era legítima, ou testamentária – uma excluía a
outra. No Brasil isto não ocorre – as duas formas podem ocorrer em um só caso.
Falecendo uma pessoa com testamento que não abranja todos os seus bens, a
parte de seu patrimônio não referida no ato de última vontade passa a seus
herdeiros legítimos.
Sucessão legítima: decorre da lei. Se o morto não fez testamento, por exemplo,
seu patrimônio por força de lei irá a seus descendentes e, dependendo do regime
de bens, aos descendentes em concorrência com o cônjuge. Inexistindo
descendentes, aos seus ascendentes e cônjuge; não havendo nem descendentes e
nem ascendentes, ao seu cônjuge. Não havendo nem aqueles parentes e nem
cônjuge, aos colaterais até o 4º grau.
A transmissão da herança aos sucessores ocorre sem manifestação de última
vontade do falecido; decorre da lei, por isso se fala em sucessão legítima.
A sucessão legítima é o testamento (tácito) presumido do de cujus que não dispôs
expressamente sobre seus bens.
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn8
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn9
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn10
18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/13
· Ocorre a sucessão legítima quando não existe testamento, ou quando o
testamento caducar ou for anulado ou declarado nulo, pois nesses casos deixa de
haver disposição de última vontade e a lei disciplina a sucessão (art. 1.788, CC).
· Ocorre sucessão simultaneamente legítima e testamentária quando o testamento
não abrange todos os seus bens. Nesse caso, os bens referidos no testamento se
transmitem aos herdeiros testamentários e aos legatários, enquanto os bens não
alcançados pelas disposições testamentárias seguem aos herdeiros legítimos, na
ordem de vocação hereditária.
______________//_______________
Sucessão a título universal e a título singular.
· A título universal: quando o herdeiro é chamado a suceder na totalidade dos
bens do de cujus, ou em uma parte alíquota deles (abstrata e ideal), ou seja: o
sucessor se sub-roga na posição do finado, como titular da totalidade ou de parte
da universitas iuris, que é o seu patrimônio, de modo que, da mesma maneira que
se investe na titularidade de seu ativo, assume a responsabilidade por seu
passivo.
Exemplo de sucessão a título universal: cláusula testamentária que defere ao
herdeiro todos os bens do de cujus, ou 1% de seu patrimônio.
Se houver passivo, o herdeiro assume as dívidas na proporção de seus benefícios
– se recebeu 1% da herança, assumirá 1% das dívidas.
· Sucessão a título singular: quando o testador se dispõe a transferir ao
beneficiário bens individuados, determinados. Ex.: deixa a alguém dois imóveis,
ou um carro.
O sucessor a título singular é chamado de legatário, e não de herdeiro. E o
legatário não assume obrigações do de cujus, salvo as obrigações propter rem,
que acompanham o dono.
A distinção é importante porque o legatário não assume as obrigações do
de cujus. As únicas obrigações que recebe o legatário são as obrigações
propter rem.
_______________//__________
Liberdade de testar.
No Direito Romano, originalmente, a liberdade de testar não encontrava
limites[11]. As restrições vêm a partir da República, para proteger os
descendentes e ascendentes injustamente afastados da sucessão, ou preteridos.
Art. 1789 do CC: havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da
metade dos seus bens, pois a outra metade constitui a legítima ou reserva
daqueles herdeiros.
Herdeiros necessários: art. 1.845, CC – descendentes, ascendentes e cônjuge.
A lei concede a esses sucessores direito à metade do ativo patrimonial do de
cujus.
Assim, se o testador não tiver descendentes, ascendente ou cônjuge, é irrestrita a
sua liberdade de testar.Pode dispor de todos os seus bens por testamento,
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn11
18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/13
afastando, então, de sua sucessão, os colaterais (art. 1.850, CC).
· Mas se tiver herdeiros necessários, sua liberdade de testar encontra restrição,
pois a lei só lhe permite dispor da metade de seus bens. A outra metade
constitui a reserva, ou legítima, dos herdeiros necessários (art. 1.846,
CC).
· O Direito das Ordenações, anterior ao CC/1916, já consagrava o princípio da
relativa liberdade de testar, ao determinar não poder o testador dispor de mais do
que a terça parte dos seus bens, se tivesse descendentes ou ascendentes.
A Lei Feliciano Penna – Decr. n. 1.839, de 31.12.1907 (art. 2º) – reduziu a
legítima de 2/3 para a metade dos bens do testador, aumentando, então, a quota
disponível, de 1/3 para a metade de seu patrimônio.
Esta regra foi adotada pelo CC/1916 (art. 1.576) e pelo CC/2002 – art. 1.789.
___________//___________
Lugar em que se abre a sucessão:
Art. 1.785, CC: a sucessão se abre no lugar do último domicílio do falecido.
A competência para a ação de inventário é do juiz do último domicílio do de cujus.
· No juízo do inventário serão decididas todas as questões relativas à sucessão
(art. 48, CPC/2015; art. 96 do CPC/1973). O art. 48 do CPC/2015 diz ser
competente, para o inventário e partilha, o foro do domicílio do de cujus, bem
como para todas as ações relativas à herança. Se o de cujus tinha vários
domicílios, requerido o processamento de seu inventário em um deles, fixa-se a
competência do juiz requerido, para processá-lo[12].
· Se o cônjuge do de cujus falece no curso do processo, o inventário deste último
se processará conjuntamente com o do anteriormente falecido, em obediência ao
princípio da conexão. A conexão ainda prevenirá a competência, em caso de
falecimento de herdeiro sem outro bem além da quota hereditária no primitivo
inventário.
- Haverá um só inventariante para os dois inventários.
- O segundo inventário será distribuído por dependência, processando-se em
apenso ao primeiro.
 
* Na falta de domicílio certo, será competente o foro da situação do imóvel
deixado pelo de cujus; havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer
destes; e não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio (art. 48, parágrafo único do CPC/2015).
 
______________________//______________
Da herança e de sua administração:
A morte ocasiona a abertura da sucessão e a transmissão da herança.
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn12
18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/13
Entre coerdeiros, a situação é de condomínio: a propriedade e a posse da herança
serão indivisíveis (art. 1.791, CC).
Até que haja a partilha, nenhum herdeiro tem a propriedade ou a posse exclusiva
sobre um bem certo e determinado do acervo. A partilha é que individualiza o que
cabe a cada herdeiro. Com a partilha, cessa a indivisão e o direito do herdeiro fica
restrito ao seu quinhão.
A situação dos coerdeiros da abertura da sucessão até a partilha é de
condôminos, titulares de uma parte ideal do todo, e jamais de bens
individuados que compõem o acervo. Aplicam-se aqui as regras do
condomínio. E o condômino, respeitando o direito de preferência, pode alienar a
terceiro sua parte indivisa - a fração ideal de que é titular (pode até alienar uma
alíquota de sua parte), mas não pode alienar um bem do acervo (isto só pode
ocorrer com o consentimento dos demais herdeiros). Se for para alienar um bem
do acervo, todos fazem a venda conjuntamente, e o preço entra no lugar da coisa
(sub-rogação real).
Até a partilha, então, cada herdeiro tem a prerrogativa de reclamar a
herança inteira, de quem quer que injustamente a possua, sem que essa
pessoa possa defender-se alegando o caráter parcial do direito do
reivindicante. O herdeiro tem tal legitimidade porque é indivisível o direito de
domínio e à posse da herança – art. 1.825, CC. Isto é bom porque é difícil
defender apenas um quinhão não individuado.
Das dívidas do de cujus.
No direito romano a responsabilidade dos herdeiros pelas dívidas do de cujus era
ilimitada. Os patrimônios do herdeiro e do de cujus se confundiam: os credores do
de cujus passavam a ser credores do herdeiro. O pior era para os herdeiros
necessários, que não podiam repudiar tal sucessão, enquanto os voluntários
podiam repudiar a sucessão.
Com o tempo, a renúncia passa a ser sempre permitida, para não haver que se
responsabilizar pelo passivo do de cujus.
Com Justiniano, em 531, resolve-se que é possível renunciar a herança quando se
percebe que o passivo supera o ativo (aceitação sob benefício de inventário). No
Brasil este foi o regime até o CC/1916. Se não se fizesse a ressalva de aceitar sob
benefício de inventário, o herdeiro assumia integral responsabilidade pelas dívidas
do morto, qualquer que fosse o seu montante.
Art. 1.587 do CC/1916 e 1.792 do CC/2.002: a aceitação é sempre a
benefício de inventário. A responsabilidade do herdeiro não excede as
forças da herança.
O inventário é para fazer o levantamento do patrimônio do falecido – das suas
vantagens e débitos. Antes de dividirem os bens, as dívidas devem ser pagas.
Essas dívidas são da herança – é a herança que por elas responde (1.997,
CC/2.002). Separam-se o patrimônio da herança e o patrimônio do herdeiro.
Quando os encargos excederem o valor dos bens que integram o espólio, ocorre a
insolvência da herança, incumbindo ao inventariante requerer a declaração de
insolvência.
Cessão de direitos hereditários.
18/08/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/13
Os direitos de herdeiro à sucessão aberta podem ser transmitidos gratuita ou
onerosamente.
A cessão é negócio jurídico inter vivos.
Com a morte do autor da herança e abertura da sucessão pode haver a cessão.
Antes, a cessão é pacto sucessório, contrato que tem por objeto a herança de
pessoa viva, que nossa lei proíbe (art. 426, CC) – e é negócio nulo de pleno
direito (art. 166, II e VII, CC). Aberta a sucessão, é lícita a cessão, mesmo feita
antes da abertura do inventário.
Com a partilha e finda a indivisão, não há cessão de direitos hereditários, pois
cada herdeiro já é dono dos seus bens e o que ocorre então é permuta, doação,
venda etc.
Ainda que só haja coisas móveis no espólio, a herança é considerada bem imóvel
para efeitos legais – art. 80, II, CC. Exige-se forma solene para a cessão:
escritura pública (art. 1.793, caput do CC). Não se cumprindo a forma, há
nulidade (art. 166, IV, CC). E se o herdeiro é casado, é necessária a anuência do
outro cônjuge, salvo se o regime de bens for o da separação absoluta (art. 1.647,
caput e I). Sem autorização do outro cônjuge, o ato é anulável (art. 1.649, CC).
A cessão pode ser de toda a herança, se o cedente é herdeiro único, ou de parte
da herança; pode ter por objeto todo o quinhão hereditário ou parte deste.
O cessionário se sub-roga em todos os direitos e obrigações do herdeiro cedente,
podendo defender posse e propriedade da herança.
Há situações jurídicas que salvo deliberação expressa das partes não estão
compreendidas na cessão (não beneficiam o cessionário). Se o herdeiro adquiriu
direitos em consequência de substituição (art. 1.947, CC) ou de direito de
acrescer (art. 1.941, CC), esses direitos presumem-se não abrangidos pela cessão
feita anteriormente (art. 1.793, §1º).
O herdeiro pode efetuar a cessão gratuita ou onerosamente, equiparando-se à
compra e venda, no 1º caso, e à doação, no 2º - aplicam-se por analogia as
normas que regem estes contratos, no que couber – e se o assunto não estiver
diretamente regulado nos art. 1.793 a 1.795, CC.
O cedente não transfere bem individuado, coisa certa integrantedo espólio, mas
sim direito sobre a sua quota ideal na unidade abstrata, indivisível que é a
herança. Conforme art. 1.793, §2º, CC – é ineficaz a cessão de direito hereditário
sobre bem da herança considerado singularmente. A venda de bem individuado da
herança, por um dos herdeiros, depende de acordo dos interessados e autorização
do juiz da sucessão (art. 1.793, §3º).
E há também outro tipo de venda, a realizada pelo espólio, por hastas públicas ou
mediante alvará judicial – o preço vai para o acervo e será dividido, no lugar da
coisa, entre todos os herdeiros, na proporção de suas quotas. A venda ocorre para
pagar dívidas da herança, custas, impostos etc., para atender necessidade
urgente dos herdeiros, por estar algum imóvel se deteriorando etc.
Incumbe ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização do juiz,
alienar bens de qualquer espécie.
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Conforme regra do condomínio – o herdeiro não pode ceder a sua quota
hereditária a estranho, se outro herdeiro a quiser, pelo mesmo preço (“tanto por
tanto”) – preferência do art. 1.794, CC. A razão da lei é evitar que estranho
ingresse na comunhão hereditária, que mesmo sem terceiro já é fonte de briga.
O CC/2.002, no 1.794, firmou o direito de preferência.
*** A preferência só existe na cessão onerosa. Não há preferência do coerdeiro se
a cessão se faz gratuitamente. E não há preferência se o coerdeiro cede o seu
quinhão a outro coerdeiro, que não é pessoa estranha à sucessão.
Se não for dada a preferência, o coerdeiro, a quem não se deu conhecimento da
cessão, pode depositar o preço e haver para si a quota cedida a estranho – até
180 dias após a transmissão. Art. 1.795, CC (repete art. 504, CC).
Se mais de um coerdeiro quiser a preferência, dividir-se-á entre eles o quinhão
cedido, na proporção de suas respectivas quotas hereditárias (art. 1.795, parágr.
único, CC).
Abertura do inventário.
 
Art. 1.796, CC – é matéria de processo: diz que em 30 dias, a contar da abertura
da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo
competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando for o caso,
partilha da herança.
 
Ocorre que a reforma do art. 983, CPC/1973, conferida pela Lei nº 11.441/2007,
estabelece que o processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60
dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 meses subsequentes,
podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento das partes.
 
O CPC/2015, em seu art. 611, determina que o processo de
inventário e partilha deve ser aberto dentro de 2 (dois) meses a
contar da abertura da sucessão.
 
Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a
administração da herança será exercida pelo inventariante, que representa o
espólio, ativa e passivamente, em juízo e fora dele, tendo por lei outras
importantes atribuições (art. 618, CPC/2015; art. 991, CPC/1973).
 
Art. 617, CPC/2015 (art. 990, CPC/1973):
 
O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem – o cônjuge ou
companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo
da morte deste; o herdeiro que se ache na posse e administração do espólio, se
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não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou que possa ser nomeado;
qualquer herdeiro, se nenhum estiver na posse e administração do espólio; o
herdeiro menor, por seu representante legal; o testamenteiro (pessoa
encarregada pelo testador de lhe cumprir as disposições de última vontade), se
lhe foi confiada a administração do espólio ou toda a herança estiver distribuída
em legados (é preciso que não haja cônjuge ou herdeiros necessários. Se houver,
ainda que haja testamenteiro universal, é nomeado ou o cônjuge, ou
descendente, ou ascendente); o cessionário do herdeiro ou legatário; o
inventariante judicial, se houver; pessoa estranha e idônea, se não houver
inventariante judicial.
 
O juiz deve seguir a ordem legal (supra). Só pode deixar de segui-la por razões
relevantes. Ex.: nomeia-se estranho idôneo se os herdeiros estão em litígio. E não
pode ser nomeado inventariante o herdeiro que esteja obrigado a prestar contas à
herança.
 
- Para ser inventariante era preciso que o cônjuge estivesse convivendo com o
falecido na época da morte – mas muitos julgados deferiam a inventariança
mesmo em caso de separação se o cônjuge supérstite não era o culpado pela
separação. Cabe a quem quer impedir a nomeação (ou destituir a mulher
do cargo de inventariante) provar que a mulher sobrevivente foi quem
deu causa à separação e por isso não pode ser inventariante.
- O art. 226, §3º da CF: reconhece a união estável entre homem e mulher como
entidade familiar, de modo que o companheiro sobrevivente pode requerer a
abertura do inventário do de cujus e pode ser nomeado inventariante.
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Administração provisória da herança.
Até a nomeação do inventariante, que presta compromisso assinando-o, até a
homologação da partilha, o espólio fica na posse do administrador provisório, que
representa ativa e passivamente o espólio (art. 613 e 614 do CPC/2015; art. 985
e 986, CPC).
A administração provisória é conferida pelo juiz às pessoas do art. 1.797, do CC:
cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da
sucessão; ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se
houver mais de um nessas condições, ao mais velho; ao testamenteiro; a pessoa
de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes,
ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do
juiz.
· O administrador provisório pode ser mantido na administração do espólio se, em
seguida, conforme o caso, for nomeado inventariante.
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[1] Direito Civil Brasileiro, vol. 7, pg. 21.
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[2] Silvio Rodrigues, Direito Civil – Direito das Sucessões, vol. 7, 26ª ed. Editora
Saraiva, p. 5.
[3] In Manual de Direito Civil 5 – Direito de Família e Sucessões, 5ª ed.
reformulada, 2009. Editora Saraiva, p. 295.
[4] A expressão de cujus é tirada da sentença latina de cujus sucessione agitur -
(pessoa) de cuja sucessão se trata.
[5] Silvio de Salvo Venosa. Código Civil Interpretado, 2ª ed. Editora Atlas, p.
1876.
[6] A lei permite a defesa direta da posse, no art. 1.210, parágrafo 1º, CC/2002.
[7] Silvio de Salvo Venosa. Código Civil Interpretado, 2ª ed. Editora Atlas, p.
1876. Este autor afirma que o princípio da saisine é de origem germânica,
medieval, presente no direito costumeiro francês (idem, ibidem). Silvio Rodrigues
afirma que a ideia surge no direito francês (Direito Civil – Direito das Sucessões,
vol. 7, 26ª ed., Editora Saraiva, p. 14).
[8] Direito Civil, vol. 7, 26ª ed. Editora Saraiva, p. 15.
[9] O CC/02, art. 1.797, I, prescreve que até o compromisso do
inventariante a administração da herança caberá ao cônjuge ou
companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão.
[10] Silvio Rodrigues, Direito Civil, vol. 7, 26ª ed. Editora Saraiva, p. 15.
[11] Silvio de Salvo Venosa, Código Civil Interpretado, 2ª ed. Editora Atlas, p.
1881.
[12] Há jurispr. no sentido de que se só há um imóvel e em outro lugar, este local
de situação do imóvel, e não o lugar onde o morto esteve por último domicílio,
fixa o foro competente para o inventário.
Exercício 1:
A transferência, aos sucessores, da posse e da propriedade da herança,
ocorre:
A)
Com a propositura do processo de inventário.
B)
Com a partilha de bens, seja no cartório de notas, sejajudicial.
C)
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No momento da abertura da sucessão, que se dá no instante da morte do autor
da herança.
D)
No momento da ciência, por parte dos herdeiros, do falecimento do autor da
herança.
E)
Quando o juiz determina, na ação de inventário, o registro do testamento do de
cujus.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C)

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