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Direito das Sucessões Resumo 11

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS
CURSO DE DIREITO
WANIA ALVES FERREIRA FONTES
.......................................................................................................................................
DIREITO DAS SUCESSÕES – RESUMO 11
	
INVENTÁRIO E PARTILHA
O procedimento do inventário e da partilha está regulamentado no Código de Processo Civil nos artigos 610 a 673. A lei material se limita no artigo 1.991 se limita a declarar que “Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a administração da herança será exercida pelo inventariante”. O código Civil vai regular “os sonegados”; “o pagamento das dívidas”; “Da colação”; “Da garantia dos quinhões hereditários” e “Da anulação da partilha”.
Conceito de inventário: O inventário é um termo que veio do latim inventarium, de invenire, que significa achar, encontrar, sendo empregado no sentido de relacionar, descrever, enumerar, catalogar o que “for encontrado” pertencente ao morto, para ser atribuído aos seus sucessores.
Tecnicamente inventário é o processo judicial tendente à relação, descrição, avaliação e liquidação de todos os bens pertencentes ao de cujus ao tempo de sua morte, para distribuí-los aos sucessores.
O artigo 610 do C.P.C. determina que “Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial”. O inventário judicial é, portanto, processo de jurisdição contenciosa.
OBJETIVO do INVENTÁRIO: O inventário tem um objetivo fundamental: fornecer os elementos necessários para a transferência do patrimônio do falecido para quem de direito. Para tanto, presta-se ele a:
Identificar os sucessores, isto é, relacionar as pessoas que serão chamadas a receber a herança ou os legados; 
Apurar o patrimônio do falecido, relacionando os seus bens e direitos, créditos e ações, bem assim, os seus débitos e obrigações.
Descrever os bens, proceder a avaliação dos mesmos, tanto dos créditos quanto dos débitos. Não sendo assunto de alta indagação, podem ser solucionados no próprio inventário. Toda e qualquer questão levantada que não for complexa, deve ser resolvida dentre dele (Art. 612 do CPC), sendo as demais remetidas para as vias ordinárias. 
Paga-se ainda, o imposto de transmissão e as custas processuais, quando devidas. 
Depois de tudo, estará pronto para a partilha - procedimento que objetiva dar a cada um, o que lhe pertence.
BENS QUE NÃO SE INVENTARIAM
Pequenas quantias depositadas em bancos, o saldo do FGTS e do PIS/PASEP, depósitos de caderneta de poupança podem ser levantados administrativamente, ou seja, pagos pelas instituições às pessoas declaradas como dependentes na Previdência Social (Lei 6.858/80), sendo esta condição ordem expressa do Art. 666. Independerá de inventário ou de arrolamento o pagamento dos valores previstos na Lei no 6.858, de 24 de novembro de 1980.
Se o não tiver dependentes declarados na Previdência Social, deverá proceder ao pedido de alvará judicial sendo competente a Justiça Estadual. Por ordem expressa do artigo 610 do CPC § 1º levantamento destes valores também podem ser feitos por escritura pública da mesma forma que o inventário realizado em cartório.
Se houver necessidade de escriturar imóvel já alienado pelo de cujus em não existindo outros, deve ser realizado o inventário negativo pelo processo extrajudicial. Neste caso, não sendo integralizado o preço, constará do inventário o crédito.
Também não são inventariados os bens cujo prazo para usucapião já tenha se esgotado.
Também o bem de família instituído não precisa ser inventariado enquanto residir nele o cônjuge sobrevivente ou filho menor. O mesmo não acontece com o bem de família legal que parece estar protegido somente de impenhorabilidade.
ABERTURA DO INVENTÁRIO
O Artigo 1.796 do C.C prevê o prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão para se instaurar o inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando for o caso, de partilha da herança. O CPC no artigo 611 prevê o prazo de dois meses e o encerramento em 12 meses. Não há punição, e a destituição do inventariante somente a pedido e não de oficio pelo juiz. O descumprimento do prazo acarreta multa.
A abertura nos termos do CPC incumbe a quem estiver na posse e administração do patrimônio. O artigo 615 do CPC e deverá ser instruído com a certidão de óbito. 
Até que seja nomeado inventariante, a administração provisória cabe a quem estiver na administração dos bens.
O artigo 616 do CPC outorga também legitimidade concorrente para requerer o inventário: o cônjuge ou companheiro supérstite; o herdeiro; o legatário; o testamenteiro; o cessionário do herdeiro ou do legatário; o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; a Fazenda Pública, quando tiver interesse; o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite.
Entende-se que a legitimidade prevista no artigo 616 só é admitida no caso de inércia de quem se encontra na administração dos bens e a inércia de todos, dá ensejo a abertura de ofício pelo juiz, em face da ideia de que não se pode eternizar patrimônio sem titular devidamente regularizado.
O inventário iniciado só se encerra com a partilha ou comprovação de inexistência de bens uma vez que perde o objeto. A inércia pode gerar destituição do inventariante, determinação de prosseguimento e até arquivamento, mas não extinção.
 TIPOS DE INVENTÁRIO:
O CPC prevê três tipos de inventário judicial:
INVENTÁRIO JUDICIAL TRADICIONAL E SOLENE: 	(artigos 610 a 667). Será feito sempre que houver testamento ou herdeiros menores. São chamados os possíveis interessados: cônjuge sobrevivente, herdeiros, legatários, contemplados em codicilos, o ministério público, o testamenteiro, a Fazenda Pública, credores, devedores, e terceiros interessados.
INVENTÀRIO PELO ARROLAMENTO SUMÁRIO: Processo mais célere do que o inventário tradicional, para bens de qualquer valor desde que todos sejam maiores e capazes e que a partilha seja amigável. ( 659 do CPC). A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos arts. 660 a 663. Aplica-se também ao pedido de adjudicação, quando houver herdeiro único.
INVENTÁRIO PELO RITO DE ARROLAMENTO COMUM: Para o inventário cujos bens sejam de valor igual ou inferior a 1000 salários mínimos a figura do arrolamento desde que presentes os requisitos exigidos por lei. Partes maiores e partilha amigável. 
INVENTÁRIO ADMINISTRATIVO OU EXTRAJUDICIAL: Artigo 610 nos seus § 1º e § 2º. Possível quando todos forem maiores e capazes e a partilha amigável. Feito em cartório por escritura pública com exigência de acompanhamento de advogado.
INVENTÁRIO NEGATIVO: Apesar de não estar expressamente previsto, pode ser necessário para comprovar que o de cujus não deixou bens, ou que os deixados não são suficientes para saldar as dívidas, ou para que o cônjuge sobrevivente case fora do regime de separação total de bens. O inventário negativo pode ser feito em cartório por instrumento público. 
INVENTÁRIO JUDICIAL TRADICIONAL E SOLENE
Realizado judicialmente quando existir testamento, as partes forem incapazes ou as partes não se ajustam na partilha.
Artigo 610: Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial.
Nomeação de inventariante: Art. 617 do CPC. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem: O cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados; qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio; o herdeiro menor, por seu representante legal; o testamenteiro, se lhe tiver sido confiadaa administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados; o cessionário do herdeiro ou do legatário; o inventariante judicial, se houver; pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
COMPROMISSO DE INVENTARIANTE. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função.
INVENTÀRIO CONJUNTO: O CPC permitiu o inventário conjunto no artigo 672 quando do falecimento dos dois cônjuges sem que se tenha terminado o inventário, nomeado um só inventariante.
ATRIBUIÇÕES DO INVENTARIANTE: Art. 618. Incumbe ao inventariante: Representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, observando-se, quanto ao dativo, o disposto no art. 75, § 1o; administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência que teria se seus fossem; prestar as primeiras e as últimas declarações pessoalmente ou por procurador com poderes especiais; exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relativos ao espólio; juntar aos autos certidão do testamento, se houver; trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou excluído; prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe determinar; requerer a declaração de insolvência.
Incumbe ainda nos termos do Art. 619 ao inventariante ouvidos os interessados e com autorização do juiz: alienar bens de qualquer espécie; transigir em juízo ou fora dele; pagar dívidas do espólio; fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento dos bens do espólio.
REMOÇÃO E DESTITUIÇÃO DO INVENTARIANTE
O inventariante pode ser destituído nas hipóteses previstas no artigo 622 do CPC, de ofício ou a requerimento: Se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações; se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se praticar atos meramente protelatórios; se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano; se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas ativas ou se não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos; se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas; se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.
A relação é exemplificativa.
Removido o inventariante, o juiz nomeará outro seguindo a relação do artigo 617.
Os herdeiros no prazo de 15 dias que possuem para se pronunciarem sobre as primeiras declarações podem se insurgir contra a nomeação do inventariante (por não ter sido obedecida a ordem ou por impedimento). Da sentença que denegar o pedido cabe agravo de instrumento por não por fim ao processo.
PROCESSAMENTO DO INVENTÁRIO
Competência para o inventário: Do último domicilio do falecido, se forem vários do local dos imóveis. É competência relativa.
 É competente o judiciário brasileiro, afastada qualquer outra, para bens de estrangeiros situados no Brasil. Se os bens forem situados no exterior deixa de ser competente a justiça brasileira e estes devem ser inventariados no país de origem. 
Prazo para as primeiras declarações: Dentro de 20 dias contados da assinatura do termo o inventariante prestará as primeiras declarações onde declara e prova por atestado de óbito, nome, qualificação e data do falecimento do autor da herança. Nome e qualificação e qualidade de todos os herdeiros e do cônjuge sobrevivente, relação e descrição de todos os bens, inclusive os que devem vir à colação. (móveis, imóveis, semoventes, direitos, ações, joias e outros), com respectivo valor. Se o autor era empresário o juiz determinará o balanço do estabelecimento.
Citação dos interessados: Reduzidas a termos as primeiras declarações, o juiz manda citar os interessados. Por mandado os domiciliados na comarca onde corre o inventário e por edital os demais, inclusive no exterior. Será dispensada a citação se todos tiverem procuradores nos autos.
Fase das impugnações: Concluídas as citações abre-se vistas às partes para impugnações (prazo de 15 dias). Pode ser arguido: erros e omissões, reclamação contra a nomeação do inventariante, contestar qualidade de herdeiro. No processo o juiz decidirá todas as situações que não dependerem de provas. Se for questão de alta indagação o juiz remeterá às vias ordinárias.
Reserva de bens: Se para garantir a eficácia da procedência de pedidos em questões de alta indagação for necessário reserva de bens (art. 628 CPC), terá característica de medida cautelar e para o deferimento deverá ser provado o periculum in mora e fumus boni juris. 
Avaliação dos bens inventariados: Findo o prazo para as impugnações, resolvidas a pendências, o juiz determinará a avaliação dos bens e para tanto, pode nomear avaliador. A avaliação é dispensável se os bens já possuem valor determinado pelo poder público, se o fisco concorda com o valor atribuído. Entregue o laudo os interessados serão intimados para se manifestarem em 15 dias, prazo que corre em cartório. Se a impugnação versar sobre valor dado pelo perito, o juiz decidirá de plano e se julgar procedente determinará ao perito que retifique.
Ultimas declarações: Nas ultimas declarações poderá acrescer bens por ventura esquecidos, retificar as primeiras declarações. Das últimas declarações serão ouvidas as partes que poderão alegar sonegação de bens. OBSERVAÇÃO: A alegação de sonegação só poderá ser feita, após o inventariante declarar que não existem outros bens a inventariar. Portanto, é recomendável que o inventariante sempre deixe a possibilidade da existência de outros bens que serão trazidos a partir do conhecimento de sua existência, para evitar responsabilização.
Pagamento de impostos: O imposto de transmissão causa mortis, é pago levando em consideração o monte partilhável. Exige-se prova de quitação de todos os outros impostos, como o IPTU de imóveis urbanos, o ITR dos imóveis rurais e assim por diante. A parte de meação do cônjuge é excluída. Já as custas processuais incidem sobre tudo, uma vez que a meação é parte do processo para efeito de retirada da meação em face do montante do patrimônio, denominado de monte-mor. Em existindo bens vendidos antes da morte, restando valor a receber deverá ser acrescido, bem como provado o pagamento do ITBI sobre o bem alienado. Qualquer diferença a maior que um ou mais herdeiros receberem na partilha incide ainda ITBI.
Partilha: Não havendo acordo na partilha o juiz deliberará sobre os bens que devam pertencer a cada quinhão. O partidor organizará o esboço da partilha de acordo com a decisão do juiz. Contra a sentença que julga a partilha caberá apelação. Sendo todos maiores e capazes e concordando com a partilha amigável o juiz a homologará. 
ARROLAMENTO SUMÁRIO: 
Forma simplificada de inventário, que pode ser requerida pelas pessoas maiores e capazes e que façam a partilha amigável, qualquer que seja o valor dos bens. 
Situações que podem ocorrer durante o inventário
Entre a abertura da sucessão (pela morte) e a partilha, diversas situações possibilitam desentendimentos entre as pessoas interessadas em determinada herança.
Vamos relacionar as principais ou mais comuns questões que podem surgir no processo sucessório.
Investigação de paternidade ou de maternidade c/c petição de herança
Declaratória de sociedade de fato c/c divisão de patrimônio comum
Invalidade e perda de efeito do testamento (é inválido se vier a ser declarado nulo ou se tiver reconhecida a sua anulação).
Ineficácia se for revogado, rompido ou se caducar.
Remoção de inventariante
Remoção e demissão do testamenteiro
Venda de bens da herança e
Direito de preferência entre sucessores
Nulidade e anulação da partilha
Pagamento das dívidas
Indignidade de suceder
Deserdação
Situação possível de acontecer no processo de inventário é a sonegação, razão pela qual, o código traz regulamentações para resolver e punir o sonegador.
SONEGAÇÃO
Conceito: sonegar é esconder, ocultar, nãodescrever, omitir ou não restituir bens de uma herança.
Artigo 1.992 C.C. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia.
Quem pode ocultar bens de uma herança? O herdeiro, o meeiro, o inventariante, o testamenteiro ou mesmo um terceiro. Porém, nem todos estarão sujeitos à pena de sonegação.
Quem pode sofrer a pena da sonegação e qual é a pena que se aplica ao sonegador? A lei indica o herdeiro e o inventariante, como passiveis de pena.
Quando o sonegador é o herdeiro, poderá sofrer a pena de perda do direito de herdar sobre o bem sonegado;
Quando o sonegador é o inventariante, poderá sofrer a pena de remoção da inventariança.
Como é aplicada a pena?
Depende da propositura de uma ação a ser movida pelos herdeiros ou credores da herança.
Quando se pode arguir a prática da sonegação?
Contra o inventariante, após encerrada a descrição dos bens e com a declaração por ele feita de não existirem outros bens a inventariar;
Contra o herdeiro, após o mesmo declarar no inventário que não possui. A pena pode ser aplicada ao herdeiro que tenha o dever de conferir o valor das doações recebidas em vida do “de cujus”.
Se os bens sonegados já não existirem, como se resolve o problema?
Pagará o sonegador a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos.
DO PAGAMENTO DAS DÍVIDAS
É possível que o “de cujus” tenha deixado dívidas, das mais diversas espécies. Inclusive, algumas decorrentes da morte, funeral e de sufrágios por alma.
Os credores, não sendo as dívidas personalíssimas, continuam com o crédito, contra o espólio. Como no direito brasileiro não existe a hereditas danosa - herança daninha – só podem exercer o direito creditício nos limites das forças da herança, conforme o art. 1.821:
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da herança. Disposição semelhante, retirando do herdeiro a responsabilidade por dívidas superiores à força da herança já havíamos visto no art. 1.792.
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demonstrando o valor dos bens herdados.
Em um processo de inventário, podemos ter, além dos sucessores, meeiro. Necessário distinguir a quem cabe a responsabilidade pelo pagamento das dívidas. 
Dívidas de responsabilidade de ambos os cônjuges;
 Dividas de responsabilidade do “de cujus”;
Dívidas de responsabilidade dos herdeiros.
DÍVIDAS MAIS COMUNS:
1- dívidas do casal – cada um paga a sua quota;
2- dívidas individuais – cada qual paga;
3- dívidas de funeral – Art. 1.998: Sai do monte da herança.
4- dívidas por alma do finado, Art. 1.998:
a) com determinação pelo “de cujus” em testamento sai do monte.
b) sem determinação pelo “de cujus” não sai do monte.
5- taxa judiciária;
6- custas;
7- honorários de advogado:
a) Advogado comum a todos;
b) Advogado do inventariante;
c) Advogados das partes;
8- Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).
PROCEDIMENTOS:
Tendo sido o “de cujus” casado ou vivido em sociedade de fato, necessário é, antes de tudo:
a) identificar as dívidas que são de responsabilidade do casal e enfrentá-las.
b) efetuar a divisão do patrimônio do casal que ainda restar depois do pagamento das dívidas comuns aos dois.
c) identificar as dívidas que são de responsabilidade exclusiva do “de cujus” e enfrentá-las;
Até então não é, ainda, questão sucessória, mas, regulada pelo direito de família e das obrigações.
e) ratear o patrimônio líquido entre os sucessores.
(Aqui é que se aplicam as normas - regras e princípios - do direito das sucessões)
Dívidas com funeral, pagamento dos impostos, honorários, vintena, peritos e outros, saem do monte da herança. 
Se a dívida for do falecido, sai do montante da herança. 
Se a dívida for do herdeiro sai da sua quota parte. 
Enquanto não ocorre a partilha, a responsabilidade pelo pagamento das dívidas do falecido cabe ao espólio, não aos herdeiros. Realizada a partilha, já não há espólio, transferindo-se a responsabilidade do pagamento para os herdeiros, na proporção dos seus quinhões.
O artigo 1.997, do CC/2002 regulamenta o assunto. Vejamos:
Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.
As dívidas líquidas e certas, vencidas e não contestadas podem ser cobradas e pagas dentro do próprio processo de inventário.
Havendo litígio a respeito do débito, devem ser as partes remetidas para as vias ordinárias, evitando-se tumulto no processo de inventário.
O juiz poderá mandar reservar bens suficientes para enfrentar os débitos. (art. 1.997, § 1o)
§ 1o Quando, antes da partilha, for requerido no inventário o pagamento de dívidas constantes de documentos, revestidos de formalidades legais, constituindo prova bastante da obrigação, e houver impugnação, que não se funde na alegação de pagamento, acompanhada de prova valiosa, o juiz mandará reservar, em poder do inventariante, bens suficientes para solução do débito, sobre os quais venha a recair oportunamente a execução.
Tendo o juiz mandado reservar bens, o credor deverá promover a ação de cobrança em trinta dias, sob pena de liberação dos valores reservados (art. 1.997, § 2o)
§ 2o No caso previsto no parágrafo antecedente, o credor será obrigado a iniciar a ação de cobrança no prazo de trinta dias, sob pena de se tornar de nenhum efeito a providência indicada.
HERDEIRO INSOLVENTE:
Caso um dos herdeiros efetue o pagamento e cobre regressivamente dos outros, havendo algum deles insolvente, a sua parte será rateada entre os co-herdeiros (art. 1.999).
Segundo o art. 2000, os legatários e credores da herança podem exigir que do patrimônio do falecido se discrimine o do herdeiro, e, em concurso com os credores deste, ser-lhes-ão preferidos no pagamento.
HERDEIRO DEVEDOR DO ESPÓLIO:
Se o herdeiro for devedor ao espólio, sua dívida será partilhada igualmente entre todos, salvo se a maioria consentir que o débito seja imputado inteiramente no quinhão do devedor. (Art.2.001)
DA COLAÇÃO
Conceito: É o ato por meio do qual os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.
O valor dos bens doados acresce a parte indisponível e não a herança como um todo, pois a sua finalidade é a de igualar as legítimas, evitando que um herdeiro venha a receber mais do que os outros, sem a expressa determinação do “de cuius”.
Existem dois tipos de doação:
COM DISPENSA DE COLAÇÃO, hipótese na qual a deixa é retirada nos limites da quota disponível. Deve ser expressa a dispensa, pois, no silêncio do doador, a doação não é tida como dessa modalidade.
Porém, presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de herdeiro necessário.
SEM DISPENSA DE COLAÇÃO ou como adiantamento da legítima.
A colação deve ser feita mesmo que o herdeiro, na abertura da sucessão, já não mais tenha o bem recebido. Em tal caso, a colação se faz em dinheiro, pelo valor do bem na época da liberalidade. Assim também se procede se não houver no acervo bens suficientes para igualar as legítimas dos descendentes e do cônjuge
Porém, se do ato de doação não constar valor certo, nem houver estimação feita naquela época, os bens serão conferidos na partilha pelo que então se calcular valessem ao tempo da liberalidade.
Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim o das benfeitorias acrescidas, as quais pertencerãoao herdeiro donatário, correndo também à conta deste os rendimentos ou lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.
São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador poderia dispor, no momento da liberalidade, isto é, que ultrapassem a sua quota disponível ou 50% do seu patrimônio.
COMO SE PROCEDE A REDUÇÃO?
O excesso será apurado com base no valor que os bens doados tinham, no momento da liberalidade.
A redução da liberalidade far-se-á pela restituição ao monte do excesso assim apurado;
A restituição será em espécie, ou, se não mais existir o bem em poder do donatário, em dinheiro, segundo o seu valor ao tempo da abertura da sucessão, observadas no que forem aplicáveis, as regras deste Código sobre a redução das disposições testamentárias.
Sujeita-se a redução a parte da doação feita a herdeiros necessários que exceder a legítima e mais a quota disponível.
Sendo várias as doações a herdeiros necessários, feitas em diferentes datas, serão elas reduzidas a partir da última, até a eliminação do excesso.
CONFERÊNCIA PELO RENUNCIANTE:
Aquele que renunciou a herança ou dela foi excluído, deve, não obstante, conferir as doações recebidas, para o fim de repor o que exceder o disponível.
CONFERÊNCIA PELO REPRESENTANTE:
Quando os netos, representando os seus pais, sucederem aos avós, serão obrigados a trazer à colação, ainda que não o hajam herdado, o que os pais teriam de conferir.
NÃO ESTÃO SUJEITOS A COLAÇÃO:
As doações expressamente dispensadas de colação;
As doações com dispensa de colação presumida;
 Os gastos ordinários do ascendente com o descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas enfermidades, enxoval,
Os gastos feitos com o casamento;
Os gastos feitos no interesse da defesa do herdeiro em processo-crime.
As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente também não estão sujeitas a colação.
DOAÇÃO FEITA POR AMBOS OS CÔNJUGES
A doação pode ser feita por um só ou por ambos os cônjuges, em favor do herdeiro. Quando se trata de doação de ambos, a colação se faz em partes, por ocasião do inventário de cada um deles. Caso a doação seja feita sem determinação da cota de cada um dos doadores, ter-se-á como de 50% por cada qual.
PARTILHA
Conceito: A partilha visa atribuir a cada um, o que lhe pertence na herança. É a concretização do direito do sucessor. O assunto é regulado no CC/2002 e pelo CPC.
SÃO PRINCÍPIOS BÁSICOS:
O herdeiro (e seus cessionários e credores) pode sempre requerer a partilha, ainda que o testador o proíba, pois, ninguém pode ser forçado a viver em estado de comunhão.
O testador pode indicar os bens e valores que devem compor os quinhões hereditários, resolvendo a partilha. Esta só não valerá se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas.
Podem os herdeiros, se forem capazes, fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.
A partilha administrativa não se admite se houver testamento, ou algum incapaz, ou se as partes divergirem.
Buscar-se-á a maior igualdade possível nos quinhões, seja quanto aos valores, natureza e qualidade.
É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.
Bens insuscetíveis de divisão cômoda, que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, a não ser que haja acordo para serem adjudicados a todos.
Dispensa-se a venda judicial se o cônjuge sobrevivente ou um ou mais herdeiros requererem lhes seja adjudicado o bem, repondo aos outros, em dinheiro, a diferença, após avaliação atualizada. Sendo a adjudicação requerida por mais de um herdeiro, observar-se-á o processo da licitação.
A fim de igualar os quinhões, tanto os herdeiros em posse dos bens da herança, como o cônjuge sobrevivente e o inventariante são obrigados a trazer ao acervo os frutos que perceberam, desde a abertura da sucessão. Eles têm direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que fizeram, e respondem pelo dano a que, por dolo ou culpa, deram causa.
Quando parte da herança consistir em bens remotos do lugar do inventário, litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, poderá proceder-se, no prazo legal, à partilha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou mais sobrepartilhas, sob a guarda e a administração do mesmo ou diverso inventariante, e consentimento da maioria dos herdeiros.
MODALIDADES DE PARTILHA:
Embora seja único o objetivo da partilha, o seu procedimento vai variar, em razão das diversas modalidades de inventário/arrolamento, ou seja:
NO CASO DE INVENTÁRIO:
A partilha se dará conforme o disposto nos arts. 1.022 e ss., do CPC, com as seguintes características:
Após o pagamento dos credores habilitados, o juiz facultará às partes formularem o pedido de quinhão e decidirá o assunto, inclusive, sobre os pedidos.
O partidor judicial organizará o esboço, observando, nos pagamentos, a seguinte ordem: 
I - dívidas atendidas;
II - meação do cônjuge;
III - meação disponível;
IV - quinhões hereditários, a começar pelo co-herdeiro mais velho.
Apresentado o esboço, abre-se vistas às partes para manifestação, com prazo de cinco dias. Havendo reclamações, elas serão resolvidas, lançando-se a partilha nos autos.
Na partilha deverá constar:
Um auto de orçamento, que mencionará:
Os nomes do autor da herança, do inventariante, do cônjuge supérstite, dos herdeiros, dos legatários e dos credores admitidos;
O ativo, o passivo e o líquido partível, com as necessárias especificações;
O valor de cada quinhão;
Uma folha de pagamento para cada parte, declarando a quota a pagar-lhe, a razão do pagamento, a relação dos bens que Ihe compõem o quinhão, as características que os individualizam e os ônus que os gravam.
Pago o imposto de transmissão e certificada a inexistência de débito para com a fazenda pública, o juiz julgará, por sentença, a partilha;
Transitada em julgado a sentença, serão expedidos os formais de partilha que conterão:
Termo de inventariante e título de herdeiros; 
Avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro; 
Pagamento do quinhão hereditário;
Quitação dos impostos;
 Sentença.
OBS. Os formais podem ser substituídos por certidão de pagamento do quinhão hereditário, se o valor não exceder cinco vezes o salário mínimo, constando nela o teor da sentença proferida. Caso tenha ocorrido erro material na descrição dos bens, poderá, a qualquer tempo, ser a mesma corrigida, por ordem do Juiz.
NO CASO DE ARROLAMENTO
Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1000 salários mínimos, (art. 664 do CPC) o inventário processar-se-á na forma de arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente da assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas declarações, a atribuição do valor dos bens do espólio e o plano da partilha.
Qualquer das partes ou o Ministério Público pode impugnar a estimativa, então o juiz nomeará um avaliador que oferecerá laudo em 10 (dez) dias.
Apresentado o laudo, o juiz, em audiência que designar, deliberará sobre a partilha, decidindo de plano todas as reclamações e mandando pagar as dívidas não impugnadas.
NO ARROLAMENTO SUMÁRIO
A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos do art. 2.015 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil será homologada de plano pelo juiz, mediante a prova da quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas.
NA PARTILHA ADMINISTRATIVA
Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário. (Redação dadapela Lei nº 11.441, de 2007) e Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.
O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado comum ou advogados de cada uma delas ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
SOBREPARTILHA
É a partilha que se faz de bens que por alguma razão não foram incluídos na ocasião própria e por isso ficaram de fora da repartição primitiva. Ficam sujeitos a sobrepartilha os bens sonegados e quaisquer outros bens da herança de que se tiver ciência após a partilha.
Se, feita a partilha, restarem bens que não foram nela incluídos, devem ser feitas uma ou mais partilhas adicionais. A sobrepartilha implica uma descrição adicional dos bens, noutro inventário.
Sujeitam-se a ela os bens:
Litigiosos, ou de liquidação difícil e morosa.
Situados em locais remotos da sede do juízo onde se processa o inventário;
sonegados; 
descobertos após a partilha.
Proceder-se-á novo inventário, ou arrolamento, nos mesmos autos, que serão desarquivados, se for o caso. Todos os bens excluídos da partilha ficam sujeitos à sobrepartilha.
GARANTIA DOS QUINHÕES HEREDITÁRIOS. RESPONSABILIDADE PELA EVICÇÃO.
O art. 2023 diz que “julgada a partilha, fica o direito de cada um dos herdeiros circunscritos aos bens de seu quinhão”.
O direito do herdeiro fica já circunscrito, delimitado, ainda que prossiga a comunhão com outros herdeiros no mesmo bem, a qual pode ser extinta a qualquer tempo por iniciativa do condômino ( e não mais co-herdeiro).
Se a perda do bem hereditário, por ato judicial ou legítimo de autoridade, devem-se à causa anterior à morte, ou à partilha, o herdeiro não é prejudicado.
Os co-herdeiros são reciprocamente obrigados a indenizar-se, no caso de evicção dos bens aquinhoados (CC, art. 2024).
Divide-se entre todos o prejuízo.
O art. 2026 determina que o evicto seja indenizado na proporção das cotas hereditárias dos herdeiros. Todos suportam a perda, como se o bem nunca tivesse sido atribuído. Desconta-se a cota do próprio evicto, que também suportará a perda em proporção.
Se um dos herdeiros estiver insolvente, todos os demais responderão proporcionalmente à sua cota, subtraindo-se a cota do evicto.
A obrigação é afastada se os herdeiros assim convencionarem (o evicto assume o risco da perda), ou quando a evicção ocorrer por culpa do evicto, ou fato posterior à partilha (CC, art. 2025).
Não se presume que o herdeiro tenha assumido o risco pela evicção.
O prazo entre os herdeiros é de 10 anos para que se mova a ação de evicção, a partir da sentença ou ato administrativo que concluiu pela perda da coisa.
Deve a ação ser proposta contra todos os demais co-herdeiros e respectivos sucessores causa mortis.
Quando o herdeiro é demandado pela evicção, é conveniente que denuncie da lide os demais herdeiros. Essa denunciação é feita com base no art. 70, III do CPC, e não com base no inciso I do dispositivo: o herdeiro que perde a coisa, mesmo que não denuncie da lide, não está obstado de pedir indenização proporcional, porque a evicção não é sua, é do espólio.
A garantia aqui tratada abrange somente os herdeiros, não cabendo aos legatários, nem se estende aos vícios redibitórios.
NULIDADE E ANULAÇÃO DA HERANÇA.
A partilha está sujeita a diversos percalços. Pode estar eivada de nulidade, sujeitar-se a ação rescisória, ser anulada ou receber emendas
(para correção de erros matérias).
DA ANULAÇÃO DA HERANÇA:
O CC/ 2002, no art. 2.027, estabeleceu que a partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos e estabeleceu, no parágrafo único do mesmo artigo, que o direito de anular a partilha extingue-se em um ano.
Ao lado desse caso, há o previsto no CPC, art. Art. 657. A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do inventário ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada por dolo, coação, erro essencial ou intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4o do art. 966.
Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável extingue-se em 1 (um) ano, contado esse prazo:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessou;
II - no caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato;
III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.
AÇÃO RESCISÓRIA:
A partilha judicialmente estabelecida pode ser rescindida, no prazo de dois anos. Art. 658. É rescindível a partilha julgada por sentença:
I - nos casos mencionados no art. 657;
II - se feita com preterição de formalidades legais;
III - se preteriu herdeiro ou incluiu quem não o seja.
Art. 975 do CPC determina que o direito de propor ação rescisória se extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da decisão.
DA NULIDADE DA HERANÇA:
O código não tratou, especificamente, das causas de nulidade da partilha. Razão pela qual se sujeita às regras gerais das nulidades.
O prazo para que sejam argüidas, segundo a doutrina, é de dez anos, porém, para que produzam efeitos práticos, devem ser opostas antes de ocorrência de usucapião dos bens herdados.

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